"Santa jogabilidade, Batman. Este jogo é sensacional!!" - Robin, o menino-prodígio
Os personagens dos quadrinhos nunca foram muito bem aproveitados no games, ao menos não com todo seu potencial. Seus jogos sempre foram fases baseadas em bater no inimigo e derrotar algum chefão. Não fosse o fato dos personagens famosos saltando pela tela, pouco difeririam de outros jogos. Aqui pode aparecer algum jogador / fã dizendo que os jogos do Homem-Aranha são muito bons, o que não é mentira, mas contar uma história com o amigão da vizinhança é mais fácil, uma vez que suas ações são mais visuais (movimentação plástica) e diálogos engraçados. Nada muito profundo. Para entender isso é só olhar um personagem (que já foi) famoso dos quadrinhos e que teve jogos horríveis no consoles, Spawn.
Spawn é um título em que a ação é secundária, pois os roteiros levam o leitor a viajar pela imaginação de seu criador, Todd McFarlane, em meio a lutas contra monstros, ciborgues, anjos e até Deus e o Diabo. Colocar Spawn em um jogo onde ele só tem que ir do ponto A ao ponto B é limitar demais o personagem. Limitação é o que sempre aconteceu com o Batman...
Quem jogou os games antigos do homem-morcego sabe que eram, em sua maioria, jogos de ação lateral que, apesar de apresentar diversos personagens que perambulam por Gotham City, pouco ou nada exploravam toda a mitologia do herói. Isso até sermos apresentados à Batman: Arkham Asylum.
Eu já li isso antes...
Para quem não sabe, em 1990 foi lançada no Brasil a HQ Batman: Asilo Arkham, escrita por Grant Morrison e desenhada por Dave Mckean. Na história o Coringa faz com que o Batman entre no Asilo Arkham, dominado pelo palhaço do crime, e fique preso lá dentro. Na HQ não há ação desenfreada e sim algo mais psicológico, com diálogos ácidos, como na famosa frase do Coringa enquanto ele, hã, bem... apalpa a bunda do Batman...
Durante a história, Grant Morrison leva o homem-morcego quase à loucura, como nunca fora feito antes e nem depois. No desenrolar da trama temos a nítida sensação de quem Batman sente sua sanidade diminuir pouco a pouco, ele parece querer desesperadamente deixar o Arkham, e o Coringa está mais assustador do que nunca. Coroando uma história sensacional, os desenhos do artista Dave McKean apresentam toda a loucura que permeia o universo do homem-morcego. Sem spoiler algum, vale a pena vasculhar os sebos da vida à procura desta HQ que é, sem duvida, uma das melhores já escritas com o cruzado de capa.
Procurando algo no youtube, encontrei o vídeo de um fan film baseado na HQ, Asilo Arkham...
E assim chegamos ao jogo...
No jogo o Batman está levando, pela enésima vez, o Coringa para o Asilo Arkham. Antes de mais nada, quando o jogo começa já dá pra notar que não se trata de um título qualquer. Os gráficos estão sensacionais, e o Coringa mais tagarela que alguém já tenha visto, créditos para Mark Hamill (o Luke Skywalker, de Star Wars, conhece?).
Dentro do Asilo, Batman descobre que tudo não passa de um plano do Coringa, em parceria com sua namorada Arlequina (Harley Quinn, no original). Uma vez lá dentro, Batman é provado física e mentalmente, andando por corredores apertados e dutos de ventilação, salvando reféns e atordoando os asseclas do vilão. O destaque vai para a fase em que o herói enfrenta o Espantalho (O que acontece algumas vezes durante o jogo). Se bem que "enfrentar" não é bem a palavra correta. Jogue e entenda...
Em todos os estágios encontramos monitores em que o Coringa fala pelos cotovelos. Em certos momentos há certa claustrofobia. Logo no início descobrimos experimentos com o Veneno, produto que é injetado na corrente sanguínea de Bane e que está em todo o jogo.
A área do Asilo Arkham onde se passa a história é imensa, com diversas rotas e locais para o homem-morcego se esconder. O único senão vai para a IA dos capangas do Coringa, que poderia ser um pouco mais elevada. Apesar disso, não é nada que atrapalhe a aventura, mas incomoda quando você atordoa um capanga e se esconde em algum dos vários gárgulas que estão espalhados pelos cenários (o que me traz uma pergunta: por que alguém colocaria dezenas de gárgulas dentro de uma instalação?) e os outros, mesmo vendo para onde você foi, andam em círculos, desesperados. Vez ou outra alguém te vê e atira em você, mas é só ir metros para o lado e ninguém mais te vê... e no final enfrentamos um monstruoso Coringa.
Uma coisa interessante é que o jogo mexe não só com a cabeça do Batman, mas também com a do jogador, principalmente nas fases em que o Espantalho está envolvido. Um exemplo é a genial passagem em que vemos a troca entre um Batman adulto e Bruce Wayne criança, sofrendo ao rever os pais mortos. Em outra parte há um problema na imagem da TV, uma tela preta. Logo surge o Batmóvel, como mostrado no início do jogo. Eu gritei de raiva, imaginando algum defeito no disco, mas tudo não passava de uma brincadeira e, ao contrário do início, onde o Batman está levando o Coringa ao Arkham, desta vez é o Palhaço que está levando o Batman.
E há também elementos indispensáveis das HQs como batarangues, batcorda e batmóvel, mas ainda bem que não temos o "batcartão de crédito" do horrível filme "Batman Eternamente" dirigido por Joel Schumacher...
Os personagens principais
Batman:Bruce Wayne viu seus pais serem assassinados por um ladrão quando saíam de um cinema – eles assistiram Zorro – e sempre foi atormentado por isso. Quando adulto aprendeu diversas formas de luta e aprimorou seu corpo até ter a forma física perfeita. Certo dia, ainda jovem, caminhava por sua propriedade quando caiu em um buraco no chão. Uma vez lá, descobriu que se tratava de uma caverna. Anos depois ela se tornou a Batcaverna, local onde o Homem-Morcego guarda seus computadores, batmóveis e até um dinossauro(!).
Jim Gordon: Talvez o Comissário Gordon seja o único policial decente de toda Gotham City. Presente durante toda a história do Homem-Morcego, Gordon sempre contou com o herói para resolver todos os problemas ocasionados pelos vilões que perambulam pela cidade. Talvez ele seja o melhor amigo do Batman. Ele é, também, pai da Bárbara Gordon, conhecida como Oráculo.
Oráculo:Bárbara, quando adolescente, foi a primeira Batgirl (Batmoça, no Brasil). Certa vez, em uma história em que o Coringa queria provar que qualquer homem poderia enlouquecer após ter um dia ruim, ele escolhe o pai de bárbara, Jim Gordon. O Palhaço do crime baleou a Batgirl, condenando-a assim a passar o resto de seus dias em uma cadeira de rodas. Mesmo não podendo agir como uma Vigilante de Gotham, Bárbara passou a atender pelo codinome Oráculo. Ela é de grande importância, uma vez que sempre dá dicas e informações para o Homem-Morcego, o que pode ser notado no jogo, uma vez que ela sempre entra em contato, mesmo que seja para ficar a par da situação, como quando Batman está à procura de seu pai.
Harley Quinn: Ela surgiu primeiro nos desenhos animados, como a namorada do Coringa. Ela sempre foi muito apaixonada pelo palhaço, mas nas histórias sempre ficou nítido que recíproca não era verdadeira. Sendo uma personagem tão bem elaborada e trabalhada, logo ela conquistou todos os fãs, fazendo assim sua estréia nos quadrinhos. Aqui vale um adendo. Mesmo tão apaixonada, vale a pena jogar outro game, Injustice: Gods Among Us, e ver o final dela...
Coringa: Ele era um comediante fracassado que, após participar de um roubo a uma empresa, caiu em um tanque cheio de produtos químicos. Tal acontecimento deixou-o com a pele branca como papel, cabelos verdes e um sorriso aterrador. Completamente enlouquecido pelo ocorrido, ele passou a cometer os crimes mais hediondos que se pode registrar. Podemos dizer que Coringa e o Batman são duas faces de uma mesma moeda, onde um não pode viver sem o outro. A loucura de um completa a do outro.
Durante o jogo ainda há a presença de outros personagens, como os vilões Bane (o quebra-espinhas), Espantalho e Hera Venenosa...
Tudo bem, mas o que você achou do jogo, João Roberto?
Como leitor de HQs e fã das histórias do Batman, é muito difícil escrever sobre o game sem lançar detalhes dele, mas lembra-se do início do texto onde escrevi que os jogos anteriores pouco ou nada tinham em comum com o universo do herói? Pois isso não acontece com Batman - Arkham Asylum, uma vez que você mergulha de cabeça na loucura causada pelo Coringa, e encontra personagens como o indispensável Comissário Gordon, Crocodilo e o vilão que literalmente quebrou Batman ao meio, Bane: é pra deixar qualquer fã do personagem com um sorriso de orelha a orelha. Eu mesmo joguei direto e não conseguia largar o controle.
A verdade é que ninguém pode deixar de jogar este título (já é antigo, mas tem gente que ainda não jogou), pois não é todo dia que temos um jogo assim tão bom. Que venha Arkham City!
Eu sou uma das pessoas que você citou aí. Sabe, ali, bem no finzinho... Nunca joguei nenhum dos jogos do Batman pra última geração. Joguei várias vezes dos antigos, mas sempre com aquele sentimento de vazio. Por nunca ter sido fanática pelo morcegão, nunca me interessei pra comprar nenhum deles, apesar de muitas pessoas me dizerem para joga-lo.
No entanto, confesso que depois de ler o texto até me deu uma pontinha de vontade de jogar o titulo, principalmente pelo fato de ser um jogo com conteúdo, o que me atrai muito. Provavelmente estará em alguma de minhas compras futuras, muito embora eu tenha tido mais vontade de ler o comic book que você citou do que de jogar o Arkham Asylum.
"O João Roberto odeia meus jogos..." Spawn #chateado Eu ri, hhaha
eu nunca joguei esse, apenas o Arkham City, mas esse tinha o Bane para se enfrentar, eu poderia falar mais, mas penso que o pessoal vai reclamar de Spoiler se eu comentar.
e o Spawn do Dreamcast era legal. e acho que o Armaggeddon do PS2 também era, diabos até a da versão SNES era boa, mas dificil demais
Eu darei uma de "Caduco" e não lerei o escrito pois é um dos títulos que está na minha lista e não quero nenhum tipo de "spoiler" antes da jogatina, mas deixo aqui o meu apoio ao bom gosto do professor! kkkk
Só jogou o City? Eu quero jogar esse, pois o primeiro é muito bom. O Bane é essencial na história, mas não gosto de lançar spoilers de nada. Prefiro dizer se gostei ou não.
Mas, olha, não deixe de jogar, não...
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
O Spawn do PS1 tinha os controles mais duros da humanidade, no Dreamcast não joguei, tentei o do PS2, mas não deu pra jogar muito. E o do Snes era um jogo comum, bacaninha, mas nada que fizesse eu gostar dele
Valeu! T+
@ Thiago "T-ROK"
Queisso, Thiago? Pode ler tranquilo, pois eu não sou muito de spoilers. Não gosto mesmo. Eu tenho um trauma desde que assisti "O Sexto Sentido" (faz teeeeeeeeempo)e minha irmã contou o final antes da hora...
@ Ângela
Sabe? Eu pensava que todos já tinham jogado, mas se vocês, jogadores "rardicor" nunca jogaram, já mudei meu pensamento.
O jogo é muito bom, mas como eu escrevi para o Thiago, não gosto de lançar muitos detalhes sobre algum jogo e, toda vez que eu escrevia este texto entregava demais, e isso não é bom, lembra meu trauma kkkkkkkkkkkkkkkk
Mas, lembrando o que você escreveu sobre a "habilidade especial" do Joel em TLoU, acho que você vai se recordar ao ver as habilidades especiais do maior detetive do mundo...
GOTY? Com óculos 3D estilo "De Volta para o Futuro 1"? Show!!! Joga lá!!!
Na embalagem diz que os óculos funcionam em "qualquer TV", mas não é verdade não...
É João eu to manjando você... fica usando esses jogos de super-herói para falar de quadrinhos aqui no VJ! né? Hwa hwa hwa
Como eu não tenho nenhum dos gêmeos HD ainda não pude conferir esse jogo, mas dou um jeito de jogá-los depois, parecem ser muito bons mesmo. Pelo menos para o Wii U tem o City
Eu? Falando de quadrinhos aqui? Queisso!!kkkkkkkkkkkkkkk
Ei, tem para PC também e a versão GOTY tá R$ 29,90 no Steam. Baratinho...
Para mim, o que os quadrinhos do Spawn tinham de bons, os jogos têm de ruim. Eu até comecei a escrever um texto sobre ele, aí tentei jogar de novo os jogos do Snes, do PS2, mas foi o do PS1 que me fez revoltar. É simplesmente horrível, os controles são duros e não faz sentido algum... Arrggght!! Deviam esquecer aquela coisa no 8º círculo do inferno...
@ Ângela
E pior que toda vez que leio teu nome, lembro do jogo do Spawn kkkkkkkkk. Conhece alguma coisa do universo dele? A Anjo chamada Angela? kkkkkkkkk
Tá vendo tudo doido? Então cuidado com o gás do medo do espantalho, rsrsrs.
Grant Morrison adora destruir o psicológico dos personagens, o que me tornou um grande fã do trabalho dele. Adorei o que ele fez em Doom Patrol, uma das melhores fases do grupo.
Eu estou louco pra jogar esse game, todos falam muito bem a respeito, mas lendo esse post escrito por um fã de HQ, sinto-me despreocupado pra me aventurar no Asilo Arkhan.
Cara, Grant Morrison abala o status quo de qualquer personagem que coloque as mãos. Eu ando meio afastado dos quadrinhos, por questões de posição frente a eles. Se tiver tempo,leia este texto e entenderá:
Mas uma das últimas histórias dele que li foi a fase dos X-men. Puxa vida, ele reestruturou todo o universo X. Se as histórias vêm sendo o que são, é por causa das decisões que ele tomou.
Uma coisa interessante que li foi um entrevista em que ele diz que saiu do título porque não deixaram ele fazer tudo o que queria. NA entrevista, você deve ter lido também, ele entregou uma lista dos personagens que queria matar e quando apareceu o nome da Vampira, pra ele desnecessária, não permitiram...
Quanto ao jogo...
Cara, se puder, jogue. O jogo é sensacional. Eu não sou dado a spoilers, dizer tudo o que há no jogo, mas vai por mim, você não irá se arrepender.
Então... na época dele a Vampira tava pirada, com todos os poderes dos mutantes que ela já tinha absorvido voltando ao mesmo tempo. Imaginem que ela tinha as garras do Wolverine, disparava os raios do Ciclope, comandava as chuvas como a Tempestade e uma infinidade de poderes. Bacana, não? Errado! Era um pé nos países baixos... E tinha um quê de novela mexicana, como na fase do Nicieza, nos anos 90. E nessa época ela era líder da equipe...
E até certo ponto eu concordo. Eu gostava dela no desenho (antigo, da TV colosso). Nos quadrinhos ela era demais ( de 1995 - 1999, mais ou menos) depois as equipes criativas destruíram a personagem.
Da fase do Grant Morrison o que eu ainda não engulo foi a Morte da Jean Grey e do casal Ciclope/Rainha Branca...
Fala Professor João! Caceta, eu tinha certeza absoluta que tinha comentado este post, mas não achei o comentário. Devo ter lido, pensado no comentário e não escrito e/ou publicado. Que maluco! Mas enfim, vamos lá. Primeira coisa que vc precisa saber, já devem ter dito pra vc e eu vou reforçar, pq quando disseram pra mim eu não quis acreditar até ver na prática: se vc curtiu o Arkham Asylum, vc vai curtir ainda mais o Arkham City! Pelamor, dois P*** jogos! Vc falou dos jogos antigos do homem-morcego, eu só lembro de ter jogado um que foi o do Mega Drive (tinha que ser, tinha que ser). Por acaso é um jogaço, chegou a jogar? Eu não sabia da existência da HQ, sério que o Coringa dá uma bolinada no Batman? ahuahuhuahuahuahua... o Coringa é de fato o vilão mais cômico de todos! As partes do Espantalho são sensacionais, "enfrentar" de fato não é a palavra correta. A parte da troca entre adulto e criança é assustadora. Já a parte que o videogame "trava" é demais, eu levei um baita susto achando que tinha bichado o jogo também. Até pq meu videogame tava meio que travando com alguma frequencia na época em que joguei o jogo, difícil explicar a minha reação ao ver que era brincadeira do jogo. Foi demais! Vc achou a IA pouco elevada? Em qual nível vc jogou? hehehe... o Asylum eu joguei no Normal e foi tranquilo, mas o City joguei no Hard (recomendo!) e deu um certo trabalho, xinguei bastante o videogame. Ah, logo jogarei Injustice... agora fiquei curioso com o final da Harley Quinn! Eu não sou tão ligado a quadrinhos, acho bacana, mas nunca fui tão apegado. É bacana saber que o jogo conquistou fãs de HQ também, de fato ele é um jogo muito bem produzido a ponto de agradar fãs mais casuais tipo eu ou profundos conhecedores tipo vc. Muito bacana, mesmo. Ótimo texto, João! Curti pacas! Ainda vou querer falar desse jogo também um dia! hehehe! E JOGUE SIM ARKHAM CITY!!!!! Abraço
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