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XCOM: Chimera Squad

Análise de XCOM: Chimera Squad - Um simples DLC ou spin-off? Eu acho que não...

autor sucodelarAngela Caldas   datahora 24/02/2021 às 18:44:36   tagarelices 1

Um simples DLC ou spin-off? Eu acho que não...


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Depois de muito tempo sem aparecer por aqui (que pecado), reapareço do limbo da vida adulta para falar sobre um jogo de uma franquia da qual nunca chegamos a comentar direito aqui no site: XCOM. Da equipe do Vão Jogar!, acho que eu sou a maior defensora da série e vou aproveitar para falar um pouco de XCOM: Chimera Squad.

Acredito que o primeiro ponto a deixar claro é que Chimera Squad não é um XCOM 3, como muitos ainda acreditam. Trata-se de uma DLC standalone da série cuja história se passa alguns anos após os eventos de XCOM 2. Mas para te ambientar melhor sobre a timeline da série, porque não dar uma breve passada pelos eventos de cada jogo?

XCOM: Enemy Unknown e Enemy Within

Mais uma vez contrariando o que muitos pensam, o primeiro XCOM, também conhecido por UFO: Enemy Unknown ou XCOM: UFO Defense, foi lançado em 1994 pelas falecidas Mythos Games e MicroProse para MS-DOS, Amiga, CD32, PlayStation e Windows. A história se passava em um futuro próximo (para a época) do ano de 1998, quando surgem relatos de abduções e ataques alienígenas que são logo confirmados. Considerados uma ameaça à humanidade, representantes de algumas das maiores potências mundiais se reúnem e fundam uma organização clandestina de defesa e pesquisa extraterrestre - a Extraterrestrial Combat, ou mais comumente conhecida como XCOM. O jogo tinha finais um pouco diferentes dependendo da plataforma caso a performance do jogador fosse muito ruim. Mas, caso contrário, o final do jogo sempre demonstrava sucesso da humanidade sobre os alienígenas.

Imagem de XCOM: UFO Defense
- Wow, such graphics!

Em 2012, a Firaxis Games lançou o reboot do jogo, mantendo o nome XCOM: Enemy Unknown. O título mantinha a ambientação num futuro próximo (nesse caso, em 2015) e a premissa de seu antecessor: quando ocorre uma invasão alienígena em massa, o "Conselho das Nações" cria a XCOM para defender a Terra, com o jogador no papel do Comandante da organização. As missões buscam impedir o avanço das ações alienígenas no planeta, como abduções e experimentos, e durante as missões é possível capturar corpos de alienígenas, submetê-los a autópsias que ajudam a organização a conhecer melhor as espécies, suas fraquezas, descobrir novas tecnologias e até mesmo desenvolver maneiras de manter os espécimes vivos. E, finalmente, descobrir como ganhar acesso à base dos alienígenas e encarar o Uber Ethereal, o transporte líder dos alienígenas.

Para não dar spoilers, até porque conheço muitos que não jogaram a série, vou evitar falar os motivos pelos quais os alienígenas resolveram invadir nosso ♫ planeta azuuul, azul planetaaa (desculpa por isso). Mas dois anos depois, o jogo ganhou uma expansão chamada XCOM: Enemy Within, que acrescenta uma boa parcela de novidades e missões, inclusive com novos elementos de gameplay, como a terapia de genes e transumanismo. Sério, é muita coisa adicionada, então é quase um novo jogo e isso justifica o elevado preço de compra que essa expansão tem até hoje em alguns canais.

Imagem de XCOM: Enemy Within

XCOM 2 e War of the Chosen

Em 2016, tivemos o lançamento da sequência do jogo, chamado simplesmente de XCOM 2, que se passa 20 anos após os acontecimentos do primeiro título - em 2035. Mais uma vez o jogador assume o papel do comandante dos XCOM e, por motivos que também não posso citar (spoilers!), a briga com os ETs continua firme e forte, sendo esses "administrados" por uma organização chamada ADVENT, que colocou seus dedinhos sórdidos até mesmo na política planetária, tendo conquistado a opinião pública ao conseguir convencer a maioria da população mundial de que os alienígenas vieram em paz, foram mal interpretados e tratados com preconceito pela humanidade. Sei...

A jogabilidade estratégica de combate do primeiro jogo se mantém, com a clássica visão de cenários isométricos, mas com melhorias muito bem vindas e novas mecânicas para cada classe de soldado. Além disso, em relação ao seu antecessor, XCOM 2 também acrescenta uma visão ainda mais administrativa na nave, a Avenger, onde o jogador pode manter as funções de pesquisa e engenharia para descobrir mais sobre as raças invasoras e novas tecnologias; pode gerenciar seus soldados, treiná-los para habilidades específicas; também pode gerenciar meios de comunicação com as nações, construir novos ambientes na nave de forma a deixá-la mais protegida, mais forte, etc. Alguns desses feats obviamente derivam do primeiro jogo, mas em XCOM 2 tudo foi melhorado e a quantidade de facilities que podem ser construídas na nave dão um aspecto gerencial bem maior do que no primeiro jogo.

Imagem de XCOM: War of the Chosen
Uma bela vista da estrutura da sua nave, a Avenger

E falando em primeiro jogo, mais uma vez a Firaxis desenvolveu e lançou uma bela expansão para o título em 2017 chamada de XCOM 2: War of the Chosen. E, mais uma vez, a expansão acrescenta muita coisa legal e bem vinda ao jogo, tornando-o ainda mais digno de replays: WotC dá uma repaginada na estrutura do jogo, adicionando novos inimigos, elementos de enredo, mais heróis, dentre várias outras modificações. Mas a cereja do bolo da expansão fica por conta das facções rebeldes e, principalmente, dos três novos inimigos, os Escolhidos - guerreiros de elite híbridos entre alienígenas e humanos que trazem uma excelente dose de desafio. E assim, finalmente chegamos a...

XCOM: Chimera Squad

...lançado em abril de 2020 e que se passa cinco anos após os eventos do game anterior, quando finalmente um acordo de paz entre humanos e alguns alienígenas foi firmado. E aqui começam as diferenças entre Chimera Squad e os jogos principais: em vez de termos eventos ocorrendo em escala global, a DLC se passa em City 31 - uma cidade experimental de coabitação entre humanos e alienígenas. Com o objetivo de comprovar o sucesso disso, mas ciente de que a iniciativa ainda não é vista com bons olhos por ambos os lados, a XCOM decide investir em uma agência semiautônoma - a Reclamation Agency - que criou o Esquadrão Quimera com o objetivo de viver e trabalhar em prol da comunidade em que convivem, também servindo ao propósito da segurança do local.

Seguindo esse pensamento, o esquadrão precisa atender as necessidades de segurança na City 31, dividido em missões em que você realmente combate e algumas missões mais simples onde você apenas manda uma equipe, ao estilo Guerilla Ops de XCOM 2 e que continuam aqui como Spec Ops. A cidade é dividida em bairros onde as missões acontecem e, cada missão não atendida, aumenta a Inquietação (Unrest) do bairro em 1 ponto por dia. Caso a Inquietação chegue a 5, o bairro ganha uma missão urgente que deverá ser concluída para diminuir o Unrest. A cada dia que você passa com um bairro em Unrest 5, aumenta a Anarquia da cidade em 1 ponto e, se você chegar a 19 pontos de Anarquia, o jogador recebe um belo Game Over. Essa mecânica acabou me lembrando um pouco do Avatar Progress de XCOM 2.

Mapa de City 31
O mapa ainda estava bem limpinho de missões aqui.

Mas deixando um pouco de lado as semelhanças e voltando às diferenças, é possível perceber mais uma mudança em relação aos jogos cânones: Chimera Squad acaba tendendo um pouco mais para o narrativo, o que é refletido diretamente no seu esquadrão. Devido ao propósito para o qual o esquadrão foi criado, os personagens que o compõe são um mix de humanos e diferentes raças alienígenas predefinidos pelo jogo como protagonistas, com bios bem definidas, assim como suas habilidades, personalidades próprias e vários diálogos espalhados ao longo do jogo.

Esquadrão Quimera reunido.

À medida que você avança na história, o esquadrão cresce e é possível escolher novos soldados para sua equipe, aumentando seu esquadrão em até 4 soldados ao longo de todo o jogo. Você pode escolher entre três opções que irão surgir, cada uma com uma classe e uma raça diferente. E daí a gente acaba concluindo que o nome do esquadrão, Chimera - assim como o monstro mitológico que possuía cabeça de leão, corpo de cabra e cauda de serpente, é uma união de elementos totalmente diferentes, mas que funciona no fim das contas.

O lado bom, pelo menos pra mim, é que isso possibilita esse aspecto mais narrativo que eu tanto gosto nos games e que sempre teve bem pouco na série XCOM. Porém, para quem adorava passar o tempo editando e customizando os personagens, isso foi algo praticamente eliminado de Chimera Squad, ficando disponível apenas a cor principal dos uniformes e as opções de armamentos e acessórios.

Esquadrão pronto para batalha

Outra característica que deriva dos personagens fixos é que não há morte permanente no jogo. Se por acaso seu personagem perder todo o seu HP, ele entrará em bleeding e, em alguns turnos, caso o sangramento não seja estancado, o jogador fica desacordado e inabilitado por todo o restante da missão. Nesses casos, dependendo de quantos Encontros (Encounters) você ainda tiver pela frente, o seu soldado perdido poderá ser substituído por um androide, algo que não precisei durante minha experiência, então nem posso falar muito sobre essa parte. Ah, e se o personagem realmente levar um dano muito alto a ponto de morrer, você é obrigado a reiniciar a missão ou o Encontro.

Mas, peraê, você disse "Encontros"? Sim, e essa é mais uma novidade de Chimera Squad. As missões são definidas por Encontros, sempre precedidos de um Breach Mode. A quantidade de Encontros vai variar de acordo com a importância da missão: missões secundárias ou de menor importância possuem apenas um Encontro, enquanto que missões principais ou urgentes possuem três Encontros. Em resumo, os Encontros nada mais são do que áreas específicas onde o combate acontece. Quando você termina um deles, automaticamente entra em Breach Mode para invadir uma nova área e ter um novo Encontro.


Ao entrar em Breach Mode, você comanda sua equipe a invadir determinada área e iniciar o combate. A partir de um certo nível de XP, cada personagem ganha uma habilidade única e exclusiva a ser utilizada nesses pontos, mas apenas uma vez por missão. Por exemplo, ao jogar com Terminal, a médica do grupo, uma vez por missão você pode usar um recover de HP em um Breach Mode. Ao jogar com Patchwork, é possível usar seu Gremlin para ativar o scanner de combate e dar aos seus aliados +15 de mira por alguns turnos no Encontro que se inicia.

Outra diferença em relação ao combate está justamente nos turnos: enquanto que nos jogos principais você tem uma rodada para os aliados e outra apenas para alienígenas, em Chimera Squad a ordem de ação é aleatória e pode ser alterada dependendo de algumas habilidades utilizadas. Isso aliado ao Breach Mode pré-Encontros dá uma dinâmica de batalha totalmente diferente para a DLC em comparação com os demais jogos. E eu vi como uma boa novidade, mas que agregou uma certa facilidade no gameplay, pois os membros da equipe automaticamente recarregam suas armas ao fim de um Encontro e o jogador tem a opção de usar itens de recuperação de vida com uma certa brecha para respirar.

HUD do jogo
À direita da tela é possível ver a ordem dos turnos de cada personagem. Essa ordem pode variar com a derrota de inimigos ou uso de habilidades específicas.

Outra questão negativa em relação aos Breach Modes é que cada missão parece ser várias fases menores dentro de uma grande fase. Não temos mais fases gigantescas como antes, com hordas de alienígenas te perseguindo e você tendo que gerenciar balas e habilidades até conseguir chegar ao ponto de extração. Em alguns momentos, os Breach Modes passam a dar um aspecto repetitivo às missões e, de fato, até mesmo alguns cenários são repetidos ao longo do jogo.

Lembram que eu disse lá em cima que Chimera Squad é apenas uma DLC standalone? É importante enfatizar isso como algo bem estratégico por parte da Firaxis. Quando as primeiras imagens da DLC surgiram, logo surgiram também declarações de que um XCOM 3 estaria à caminho. E se Chimera Squad nada mais é do que uma experiência da Firaxis sobre o que pode ou não pode dar certo em um futuro jogo canônico da franquia? Nada mais inteligente para testar novas mecânicas e abranger um novo público do que uma DLC que não precisa de um jogo base instalado, correto? É algo que suspeito também de Uncharted com sua DLC standalone Lost Legacy: se a Naughty Dog avisou que as aventuras de Nathan Drake estavam findadas, porque não pegar a opinião do público sobre uma nova combinação de personagens para continuar a franquia?

Imagem de Uncharted: Lost Legacy
Confesso que duvidei, mas Chloe e Nadine tem uma química maravilhosa nesse Uncharted!

No geral, minha experiência com Chimera Squad foi muito boa. Teve todo o lado bom dos velhos XCOM em suas batalhas isométricas, estratégicas e seus missed shots perdidos com 99% de chance de acerto desafiadoras mescladas com os aprendizados das novas mecânicas e estratégias apresentadas. Apesar de uma dificuldade um pouco mais amena do que os jogos principais (e, ressalto, esses pontos de facilidade são um bom chamariz para novos jogadores), ainda passei por uns bons aperreios em que havia selecionado membros de equipe com habilidades não muito adequadas ao que a missão pedia, o que exigiu que eu repensasse meu esquadrão e minhas táticas para ter sucesso.

Personagem em ação.
Não se deixe enganar por esses 97%...

Minha campanha total rendeu 30 boas horas de jogo, o que eu achei uma delícia para uma DLC (pun intended) com diversão garantida, bons desafios e tudo isso por um valor simbólico de 30 cloroquinas em uma promoção da Steam. Se você é novato na franquia XCOM e não se liga tanto na parte narrativa da história, Chimera Squad é uma boa opção de diversão estratégica. E se você é velhaco em XCOM como eu e está com saudade de algo novo no universo do jogo, que não via novidades desde 2017, vale a pena passar boas horas de nostalgia e, não menos importante, aprofundar-se um pouco mais na história do que pode ser (e tudo indica que é) um gancho para o terceiro game da franquia.

Então, ative suas notificações da Steam pra Chimera Squad e Vão Jogar!

XCOM: Chimera Squad
XCOM: Chimera Squad

* * * * .  Chimera Squad conseguiu unir o melhor da estratégia dos dois jogos principais, aliado com um aspecto um pouco mais narrativo. A menor dificuldade e as novas mecânicas são uma boa novidade tanto para jogadores novos quanto para veteranos, porém houve uma certa sensação de repetitividade proporcionada pelo modo Breach constante e pelos cenários reaproveitados.
Avaliado no Windows
(entenda o nosso sistema de notas)


Série: XCOM
Estúdio: 
Plataforma: Windows
4

outras tags: XCOM 2, XCOM: Enemy Unknown, XCOM 2: War of the Chosen (DLC) e XCOM: Enemy Within (DLC)

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  • avatar de Gamer Caduco
    Gamer Caduco
    25/02/2021 às 10:06:12   localizacao SP
    Grande Suco!
    Putz, essa saudação ficou ruim, me senti entrando numa lanchonete agora...
    Vou tentar de novo!
    Grande Angela!
    Primeiro de tudo quero dizer duas coisas:
    1- Fizemos o mesmo trocadilho na mesma semana (DLC = DeLíCia) em sites diferentes, parabéns para nós!
    2- Eu vim aqui pensando se vc falaria algo sobre os erros que ocorrem com 90 e tantos por cento de sucesso, e vc falou. Obrigado! huahuahuahuhua
    Pronto, "pequena" introdução feita, gostei bastante da sua análise, passou pelos primórdios da franquia até chegar neste jogo mais recente.
    Eu já falei pra vc, sou fã de XISCÃO, estou bastante afim de jogar o Chimera Squad, mas ainda nem o War of the Chosen eu peguei pra jogar ainda, então vou esperar. Tomara que um dia este novo saia para consoles.
    Também curto customizações e vi como uma má notícia que isso foi capado do jogo, mas tudo bem. Gostei das novidades que vc destacou, aumentou um bocadinho a minha vontade de conhecer. Em especial o lance de turno por personagem, eu gosto muito de jogos táticos que usam esta mecânica ao invés do turno do jogador seguido do turno do computador (ou jogador 1 e 2, whatever).
    Pra finalizar, preciso dizer que ri alto do transporte dos alienígenas... kkkkkkkkkkkk
    Valeu!!!

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