Entre os dias 09 e 13 deste mês rolou a Brasil Game Show 2019. O evento, que carrega o título de “o maior da América Latina”, contou com diversas atrações em seus estandes voltados para todo o tipo de público, lojinhas, empresas grandes e pequenas, além de marcar a volta da Nintendo a feira.
Durante os cinco dias do evento, sendo o primeiro deles aberto apenas para imprensa, cosplayers e os que compraram o passe VIP, pude ir em três: no primeiro, em que pude experimentar melhor os jogos e ter mais contato com os produtos nos estandes; o segundo, já aberto ao público em geral mas ainda assim não tão cheio quanto nos finais de semana, também sendo o dia em que dei mais foco para os desenvolvedores indies e os estandes de PC Gaming; e o quarto dia, que caiu em um sábado, que registrou o maior movimento de todos.
Em relação a organização não houve muito do que reclamar: as áreas estavam bem sinalizadas e haviam pessoas da equipe por vários cantos distribuindo mapas e dando informações, embora nem sempre com muita precisão. No entanto, parece que houve uma mudança um pouco estranha na disposição dos estandes, vários blocos de cursos estavam misturados com os de PC gaming menores e a redução dos mesmos no espaço dedicados à eles me causou uma certa confusão. Talvez na próxima ter uma área destinada apenas para os setores de cursos seria mais interessante.
Já os estúdios indies contaram com uma área chamada “Avenida Indie”, que aparentemente manteve o mesmo tamanho do ano passado, mas reduziu consideravelmente em se tratando de anos anteriores. Ainda assim, ela seguiu perto da área onde estavam os estandes da Sony e Microsoft e se beneficiou bastante disso. O único problema é que por ter se tornado uma fileira estreita, ficou bastante difícil transitar por ali ou conversar com os membros das equipes.
Por fim, para os mais saudosistas, a novidade foi uma área verdadeiramente enorme com fliperamas, máquinas de pinball, mesas de sinuca e afins.
Também houveram vários meet & greets este ano, com participações de Charles Martinet, John Romero, Howard Scott e outros. Houve uma pequena falha de organização das pessoas que subiam no palco para tirar fotos e pegarem autógrafos. Muitos dos que estavam na parte da frente da fila ficavam tempo demais fazendo filmagens e levando vários objetos para serem autografados, o que forçou a organização a limitar, à partir de um certo momento, o pessoal que estava mais para trás a tirarem apenas duas fotos, pegarem autógrafo em um único objeto e sair sem poder falar muito, a fim de fazer com que todos coubessem no tempo. No caso de Charles Martinet, na quinta-feira, houve um atraso até que ele chegasse ao local fazendo com que essas regras fossem aplicadas desde o início, gerando uma certa igualdade entre todos os que estavam na fila.
O único problema real que houve foi o fato de que o trio de atores de GTA V, que também participaram do meet & greet, estavam cobrando para que os fãs pudessem tirar fotos e pegar autógrafos, gerando uma certa confusão na fila, com gente derrubando algumas barreiras. Essa iniciativa partiu do agente e dos atores, e a organização da BGS, sem ter sido informada previamente, reiterou que os meet & greets são gratuitos para os fãs. Por fim, o agente e os atores concordaram em participar de acordo com o acordado com o evento e participaram normalmente nos dias seguintes, seguindo o cronograma proposto. O agente deles, no entanto, conseguiu um espaço de expositor para que pudesse vender as fotos dos atores.
Saindo um pouco da parte da organização e falando mais sobre os expositores em si, um ponto importante a se citar foi a carência de uma melhor apresentação de algumas novidades por parte das empresas. Falarei melhor sobre isso em outro texto, mas no geral o máximo que se via eram alguns cartazes dos lançamentos e pouca informação sobre os mesmos. Os títulos e produtos de maior destaque ficavam escondidos ou com difícil acesso para que pelo menos os que estivessem passando pudessem olhar sem ter que encarar filas enormes. Isso só não ocorreu em poucos estandes, como os da Microsoft e Warner/Capcom no caso dos jogos, e no estande da Asus e algumas marcas de periféricos, para os expositores de PC gaming. No estande da Sony sequer era permitido tirar fotos dos jogos!
Talvez a BGS esteja mesmo passando por uma crise de identidade, como o Tchula já dizia desde de 2016, ou talvez não queiram assumir que o alvo é um público semelhante ao da CCXP, por exemplo. O que faltava de novidades relacionados à jogos, sobrava de cosplayers e lojinhas de acessórios dos personagens da Marvel. É compreensível, visto que esse nicho mais amplo gera muito mais resultado que algo mais restrito, mas para uma feira que se vende para um público voltado especificamente para videogames, talvez tenha sido um pouco fraco. No primeiro dia, após jogar algumas das poucas reais novidades trazidas pelas empresas, fiquei apenas vagando pelos estandes tirando fotos e vendo as coisas. Nesse cenário talvez fosse interessante um espaço maior para que os desenvolvedores independentes pudessem apresentar melhor seus projetos, por exemplo. Mas no geral não se pode dizer que o evento foi ruim.
Agora é esperar pelo próximo ano.
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