Lançado há pouco mais de um mês, o pequeno notável da Big N já alcançou algumas boas marcas de vendas no mundo inteiro, registrando alguns recordes da empresa. E finalmente eu consegui testar um desses, antes de deixar o burburinho passar, e conto aqui minhas aventuras (e desventuras) com o poderoso tablet.
Em mãos
Provavelmente vocês já devem ter visto muito do Switch por aí e aposto que vocês, assim como eu, também ficaram curiosos sobre a peça que é o console. Sim, ele é muito pequeno. Sem os controles acoplados, mede aproximadamente o mesmo que o 3DS XL, e sua espessura também é muito próxima da parte de baixo do atual portátil da Nintendo. É possível também comparar ele com somente a tela do GamePad do Wii U e a espessura de dois celulares (comparei com o meu Galaxy S6). E sim, esse é o tamanho de todo o hardware de processamento do console.
Hardware
Falando em processamento, para os interessados em números, o Switch conta com um chip SoC, ou seja, uma CPU e GPU em uma só peça, sendo a CPU um ARM Cortex A57 Quadcore e uma GPU Tegra X1 com arquitetura Maxwell, que foi customizada e otimizada para a plataforma da Nintendo , além de 4GB RAM LPDDR4 da Samsung e 32gb de memória Flash, com capacidade para expansão via cartão MicroSD. Trocando em miúdos, é um hardware (bem potente) de celular. Alguns benchmarks e testes dizem por aí que o Switch entrega, em termos de dados técnicos, a mesma coisa que uma GeForce 1060!
Ah! Uma bateria de 4310 mAh alimenta o faminto. Então tente entender o porquê dela durar pouco, apesar dele vir com uma porta USB-C para carga, então pode usar sua powerbank sossegado.
Joy-cons
A grande estrela do console, no entanto, são sem dúvidas os Joy-Cons. São pequenos, leves e versáteis o suficiente para roubar a cena aqui.
Para começar, obviamente vou citar a modularidade do aparelho. É um controle que se divide e se transforma em dois. Você não vai precisar comprar mais um pra jogar com um amigo.
Os Joy-cons são bem confortáveis nas mãos em qualquer modo que for. Bem, mais ou menos: na verdade o Joy-Con direito é um pouco incômodo para se acessar o analógico quando esse está acoplado no tablet. Mas só, de resto ele é ótimo e encaixa bem na mão.
Testei também a tão falada função Rumble HD e sim, ela é sensacional. Em 1-2 Switch, há um game onde você precisa girar uma caixinha de madeira com uma certa quantidade aleatória de bolinhas dentro e adivinhar a quantidade. Obviamente, você gira a caixinha usando o giroscópio do Joy-Con, mas a parte do “adivinhar a quantidade” fica por conta da vibração do controle. E você realmente sente bolinhas girando dentro dele, inclusive o efeito delas batendo umas nas outras, e esse efeito vai por todo o pequeno controle. Parece bruxaria, mas o negócio funciona mesmo!
Fiz um teste rápido na montagem dos acessórios também. Tudo encaixa e solta com facilidade, exceto o strap, que tive de fazer um pouco mais de força pra soltar, mas ele sem dúvidas deixa o uso dos Joy-Cons individuais mais confortáveis.
Por fim, a coisa que mais gostei dos controles foi o “cachorrinho”, também conhecido como Joy-Con Grip. Sério, que negócio gostoso aquilo! Para mim que tenho mãos pequenas, encaixou perfeitamente na minha pegada e tive acesso total a todos os botões, com nenhuma dificuldade em caso de alguma reação rápida. Os analógicos são pequenos e de certa forma lembram os do PS Vita, mas com o click central. Esse, para mim, foi o melhor controle que já usei.
Software (Interface)
O software é simples, tanto em aparência quanto em usabilidade. Muita coisa dele é similar ao Android, o que facilita e atrai essa galerinha que já está nascendo com um tablet na mão e postando fotos no Instagram. Botões grandes espalhados pela tela mostram tudo o que você precisa fazer e o mais legal é a opção de poder escolher o usuário ao iniciar o jogo, não precisando de toda aquela burocracia de ter de fazer logout em uma conta para acessar outra. Para efetivamente trocar de usuário é só escolher no canto superior esquerdo da tela e pronto. Já outras coisas, como os Miis, estão meio que escondidas nas configurações do console, o que me deixou um pouco triste em saber que agora eles não são mais os avatares principais do aparelho.
Os jogos que testei foram, 1-2 Switch e The Legend of Zelda: Breath of the Wild. Esse primeiro, rapidinho para ver mais as funcionalidades do controle e saber como é. Deu para dar umas risadas, mas definitivamente não compensa pagar o preço de um jogo cheio por ele. Talvez se já viesse com o console, assim como Wii Sports e Nintendo Land...
Já The Legend of Zelda: Breath of the Wild, de fato, é uma obra prima. Não vou falar muito desse cara aqui, já que o Tchula fez uma Vídeo Degustação no site.
Mas nem tudo são flores e por um certo tempo, o gostinho doce das aventuras de Link se transformaram num amargo travamento geral do console. Em um certo momento o Switch conectou na rede Wi-fi da casa do meu amigo e um aviso de update do Zelda pulou na tela. Logo depois disso eu encaixei o tablet no dock e despluguei os Joy-Cons: pronto, o console congelou. Apertei power para tentar religar o sistema e a tela perguntando se eu queria botar o console no sleep ou desligar de vez apareceu, e aí nada mais funcionava, exceto o controle de volume. Nada de voltar, nada dos Joy-Cons funcionarem, nem a touchscreen pegava. Naturalmente me bateu um desespero achando que tinha quebrado o negócio que nem era meu. Um tempo pesquisando, descobrimos mais gente reclamando desse mesmo erro, que ocorre por causa da instalação de algum update enquanto se joga. Não sei o nível em que isso atinge os usuários, mas comigo aconteceu e foi horrível. A solução era simplesmente pressionar o botão power por mais tempo que deveria e pronto. Depois disso ele não apresentou mais nenhum problema. Ah! O tão falada falha do Joy-Con dessincronizando não rolou aqui.
Sem dúvidas o Nintendo Switch é um console fantástico, bastante consistente e robusto para o conjunto de hardware que utiliza, afinal, estamos falando de um tablet. Os Joy-Cons são maravilhosos, especialmente plugados no grip. Tirando esse problema tenebroso de travamentos aleatórios, o novo aparelho da Big N é algo único, inovador e ousado, contando com a praticidade de poder tirar do dock e continuar jogando, não perder o progresso quando acabar a luz, além de outros luxos que só um portátil pode oferecer, aliado a potência que bate de frente com o Wii U e, de certa forma, não ficando muito atrás do PlayStation 4 e Xbox One.
Se vale a pena ter um Switch? Com toda certeza! No geral minha experiência com ele foi ótima e deixou uma vontade de quero mais quando tive de ir embora, com a única certeza de que comprarei um assim que possível. Só é uma pena ainda termos de recorrer à importadores, já que a Nintendo ainda não voltou oficialmente para o Brasil, fazendo com que o console custe um absurdo de caro, além dos jogos. A única ressalva é sobre a falta de um update de correção desses erros malucos que ele tem.
Ah! E sim, os cartuchos tem um gosto HORRÍVEL, extremamente amargo e que demora muito para sair da boca (é, eu provei aquele negócio. Mito confirmado).
PS.: Agradecimento ao grande amigo Alessandro Caxias e sua sobrinha por me deixarem brincar um pouquinho com o Switch deles.
* Revisado em 17/04/2017 às 13:09:09
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