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Ocarina of Time & Master Quest

DegustaçãoThe Legend of Zelda: Ocarina of Time

Análise de The Legend of Zelda: Ocarina of Time - Um clássico e sua versão "piorada".

autor Rafael "Tchulanguero" Paes
datahora 21/03/2011 às 00:40:18   tagarelices 2

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Um clássico e sua versão "piorada".


Uma coisa eu sempre digo: não existe nada tão bom que não possa melhorar e nada tão ruim que não possa piorar. Quando o pessoal da Nintendo estava desenvolvendo Ocarina of Time eles deviam estar com uma ideia parecida na cabeça, lembraram do primeiro Zelda e resolveram fazer Master Quest: o mesmo jogo porém com todas as masmorras remodeladas e obviamente mais difíceis.

- O que é Ocarina of Time? E esse tal de Master Quest?

Tela de Título
Ok, pra quem esteve ausente do planeta nos últimos 25 anos, aí vai um breve resumo: Zelda foi um jogo de ação com elementos de RPG, ou como eu chamo, RPG de ação, lançado em 1987 para o NES, ou como chamamos por aqui, Nintendinho, e que virou uma das séries de maior sucesso da Nintendo. Em 1998 é lançado para o Nintendo 64, The Legend Of Zelda: Ocarina of Time, simplesmente um dos jogos mais aclamados de todos os tempos, tendo inclusive recebido um remake para o 3DS. O que muita gente não sabe é que o jogo teria uma aventura secundária depois do final, que é justamente o Master Quest, que por uma série de motivos não foi incluído no original. Na geração seguinte quando o criticado Wind Waker foi lançado, um DVD bônus foi distribuído com o OoT e o Master Quest, que nada mais era do que as ROMS dos jogos rodando via emulação (Ah, Nintendo pilantra).

Dadas as devidas explicações, vamos lá pra terra de Hyrule conferir o tão falado OoT e MQ.

Começando com a lenda

Lenda da Criação
Apesar de OoT ter sido o quarto Zelda, é ele que conta o princípio de tudo, ou contava, já que Skyward Sword irá se passar antes de OoT. A história começa com você no papel de Link, um Kokiri que parte uma uma jornada para combater o mal personificado na figura de Ganondorf, um homem misterioso e poderoso vindo do deserto. No decorrer da história várias "verdades" vão se revelando a respeito dos envolvidos na trama, o que torna tudo ainda mais interessante. Creio que o porque da grande maioria preferir OoT a qualquer outro Zelda esteja aqui, já que a história é boa, tem reviravoltas e o apelo de "contar o princípio" é muito grande em qualquer jogo.

Pela primeira vez também tivemos a inclusão de algumas raças que acabaram virando padrão na série, como os orgulhosos gigantes de pedra Gorons, os Kokiris que são crianças que vivem na floresta junto a sua patriarca, a Grande Árvore Deku, os leais Zoras e até mesmo as Gerudos, cujo único representante que conhecíamos era Ganon. Além das raças, várias outras figuras também acabaram aparecendo em outros jogos como o Carteiro e Malon. Outra personagem que apareceu pela primeira vez e acabou ficando de vez é a Égua Epona, que pode não ter acrescentado tanto em termos de história, mas ajudou em muito a jogabilidade, afinal, não é em todo jogo que dá pra sair correndo em um campo enorme a cavalo não é mesmo? Claro que também temos a figura da Princesa Zelda que também possui grande destaque.

Jogabilidade

De que adianta uma boa história se não dá pra jogar direito, não é mesmo? Mas sem problemas, Zelda tem uma jogabilidade excelente, deixando claro o bom trabalho da Nintendo ao portar Hyrule para os três eixos. Seja nas batalhas, seja em ações corriqueiras como conversar, segurar itens, etc, tudo funciona perfeitamente. Porém a grande sacada por trás de toda esta perfeição tem um nome: Z-Targeting. Com o nome baseado no botão que acionava o recurso no N64, o Z-Targeting consiste em travar a mira no inimigo, permitindo assim vários movimentos de ataque e esquiva sem que o personagem perca o foco. E negócio é tão bom, que além de ter virado padrão de Zelda, também é aplicado até hoje em vários outros jogos fora da Nintendo, como Devil May Cry (Capcom) e Fable (Microsoft). Não sei se foi em Zelda que esse recurso apareceu pela primeira vez, mas com certeza foi nele que foi difundido.

Z-Targeting
Jogando ele recentemente eu notei que o Z-Targeting de OoT tinha alguns probleminhas que na época eu nem notei, que é uma certa lentidão para Link virar para o lado certo quando o inimigo pula de um lado para o outro, mas isso não atrapalha em nada o jogo, é mais uma questão de costume mesmo.

Outra grande sacada também é o botão de ação contextual. Ao invés de ter um botão para cada coisa como rolar, empurrar, agarrar e afins, um único botão controla todas essas ações. Tá no meio da batalha? Espadada no inimigo. Tá em frente um vaso? Segura o treco. Tem uma pedra grande na sua frente? Empurra ela. O jogo sempre detecta o tipo de ação mais adequada e aplica ao botão. Outras coisa que facilita bastante são os pulos automáticos, basta vir correndo e quando Link chega na beirada de alguma plataforma ele pula sozinho.

Os itens tradicionais também estão presentes, mas muitos tiveram uma melhora significativa no 3D, como é o caso do arco, bumerangue e hookshot/longshot. Mas o principal neste jogo é a ocarina, que serve para tocar várias canções que você vai aprendendo no decorrer da aventura e com os mais variados efeitos, como teletransporte, atrair animais, fazer chover, inclusive dentro de locais fechados, trocar o dia pela noite e vice-versa, e mais uma série de coisas. Outro diferencial de OoT são as viagens no tempo: algumas coisas só podem ser feitas como criança enquanto outras somente como adulto, isto quando um não afeta o outro diretamente.

Masmorras

Assim como o seu antecessor no SNES, OoT também compartilha do esquema de masmorras que é aonde você vai passar boa parte do tempo. Cada masmorra segue uma lógica muito simples: encontre o tesouro, normalmente uma arma ou artefato mágico, encontre a chave-mestra, encontre a sala do chefe e use a arma/artefato encontrado para matá-lo. O problema é que várias salas são trancadas e as chaves se encontram em outras salas o que torna tudo mais complicado, e acredite, os caras que fizeram o jogo tiveram a manha de complicar as coisas. Pergunte por exemplo pra qualquer um que já jogou OoT sobre o Templo da Água e você irá notar no mínimo uma veia saltando na testa, mas há relatos de demonstrações de ódio mais explicitas quando feita esta pergunta...

Ruto no Templo da Água
Outro destaque também são os chefes que em geral são muito bem bolados e muitas vezes enormes. A ironia fica por conta do chefe do Templo da Água que é muito criticado por ser o mais fácil e sem graça de todos, apesar do sub-chefe do templo ser nada mais, nada menos do que... Dark Link, uma versão com sanguenozói de você mesmo.

Gráficos

Como não poderia deixar de ser, os gráficos do jogo são excelentes.

- Você quer me dizer que aquelas fadas com peitos pontudos são excelentes?

Pois é, mas estamos falando de um jogo de 1998 em um console que utilizava cartuchos, queria o quê? O fato é que mesmo com todas as limitações do N64 o jogo é muito bonito até hoje, você vai jogando e acaba esquecendo que é jogo velho. Claro que a versão para 3DS está muito superior, mas aí já era obrigação. Comparando com o seu principal concorrente da época, o PlayStation, os gráficos de OoT coloca a maioria dos jogos no bolso fácil. E não falo só de polígonos e texturas não, a iluminação e efeitos especiais também são muito bem feitos. Mesmo que grande parte do cenário seja composta de imagens estáticas, como a Montanha da Morte vista do campo de Hyrule, são de boa qualidade e como sempre são vistas distantes não atrapalham em nada.

Som

Música na Ocarina
As composições feitas para OoT são perfeitas, sendo compostas de vários remakes ou novas composições. Até mesmo as músicas que você toca na ocarina são bem inspiradas, indo muito além do que um simples som para um item do jogo. Algumas canções tornaram a aparecer nos jogos posteriores, muitas vezes virando música tema de algumas localidades de Hyrule, como a Lost Woods. Uma coisa muita engraçada que ocorreu na época do lançamento eram as revistas de jogos disponibilizando músicas sem nenhuma relação com o jogo para serem tocadas na ocarina, como o tema do Simpsons e até mesmo do filme Titanic: isto acontecia porque os comandos da ocarina eram compostos realmente de notas musicais, incluindo variações, o que permitia com paciência tocar qualquer música. Claro que isto em nada afetava o jogo, mas era uma diversão extra.

Um movimento bem interessante que surgiu recentemente é o grupo Zelda Reorchestrated, que se propôs a regravar todas as músicas de todos os Zeldas. Faz tempo que não acompanho o trabalho deles, mas vale a pena conferir, as músicas de OoT ficaram ainda melhores do que já são. Inclusive a música tema de novos itens virou toque no meu celular.

Teorias (Spoliers)

Link & Zelda
Depois de OoT e os vários jogos que foram lançados depois para os diversos aparelhos Nintendo, a galera pela internet a fora começou a ficar de cabelos em pé tentando criar uma conexão entre os jogos, coisa que acontece até hoje. Muitos consideravam até então os jogos como independentes, apenas utilizando os mesmos elementos para contar histórias diferentes, parecido com a série Final Fantasy da Square. Acontece que se OoT foi o começo de tudo, isso significava que havia uma conexão entre os jogos, e pra piorar o enredo do jogo envolve viagens no tempo e o final do jogo sugere várias teorias, dentre elas a da divisão da história em duas dimensões, com Link criança e Link adulto, sendo esta inclusive já confirmada pelos chefões da Nintendo, mas nunca foi lançada uma cronologia oficial, o que garante muita discussão na internet. Muitos esperam que Skyward Sword, que se passará antes de OoT e contará sobre a criação da Master Sword, irá ajudar a melhorar este entendimento enquanto outros acham que vai bagunçar mais ainda. Isto só reforça a ideia de clássico, um jogo de 13 anos de idade ainda causando tanta discussão.

Master Quest

Vaca Switch
Como eu já disse, MQ é exatamente o mesmo jogo porém com as masmorras modificadas sendo mais difíceis, um desafio a mais para os que já terminaram. De fato eu jamais recomendaria alguém que nunca jogou OoT a iniciar por MQ, a maioria dos puzzles envolvem fazer coisas que passam muito longe do óbvio ou lógico e que realmente somente os veteranos vão se tocar, algumas coisas chegam até a serem engraçadas, como cabeças de vaca no lugar dos switches dentro do Jabu-Jabu por exemplo. Porém por algumas vezes eu acabei achando as masmorras de MQ mais fáceis, e confesso que fiquei na dúvida se achei mais fácil porque eu já sabia os macetes todos do jogo ou se era porque acabou ficando mais fácil mesmo. Tanto que várias delas eu conclui sem ter entrado em todas as salas, inclusive o detestado Templo da Água, famoso por travar pessoas por dias por fica faltando uma chave para abrir uma determinada porta que leva até o chefe.

Enfim

Portão do Castelo de Hyrule
Apesar de eu preferir Majora’s Mask a Ocarina Of Time, não há como negar a importância do jogo para a série e o seu status de clássico. Seja qual versão que você jogue, independente do console, assumir o controle de Link na luta contra o "jovem" Ganon é algo obrigatório no currículo dos fãs da série. A introdução de Navi indo até a casa na árvore de Link e você saindo na floresta dos Kokiris, é na minha opinião uma das melhores aberturas que vi até hoje. Eu ainda poderia ficar aqui escrevendo mais um monte de coisas e ainda não teria falado sobre todo o jogo, mas fiquem a vontade pra complementar o escrito aí nos comentários.

Então estão esperando o que? Tirem a poeira do seu velho Nintendo 64, assoprem bem o cartucho e Vão Jogar!

* Revisado em 12/02/2017 às 17:13:27

The Legend of Zelda: Ocarina of Time
The Legend of Zelda: Ocarina of Time

* * * * *  Ocarina of Time não é um grande clássico por acaso. Além de ter sido uma transposição perfeita da série para o ambiente 3D, ele conta com uma história cativante, exploração e puzzles bem balanceados e desafiadores, uma trilha sonora memorável e mecânicas que ajudaram a definir a base de como os jogos em 3D devem ser.
Avaliado no GameCube
(entenda o nosso sistema de notas)


Série: The Legend of Zelda
Estúdio: 
Plataformas: 3DS, GameCube, Nintendo 64, Wii e Wii U
5

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  • avatar de Jhone
    Jhone
    08/11/2011 às 17:05:01   localizacao Brazil-Maceio-AL
    Velho zerei o "Ocarina of Time" pá tudo certo fui ver a continuacao....mano que isu que jogo lixoso e esse segundo site o "link adventure"ea tipo continuacao direta do "Ocarina of time"mais vellho pq os graficos dos outros Zeldas sao taooooo diferenciadooosss mt lixosoo responde plix pelo email :)

    obg pela atenção

    • avatar de Rafael "Tchulanguero" Paes
      Rafael "Tchulanguero" Paes
      08/11/2011 às 21:21:34   localizacao Vespasiano - MG
      Velho, juro que não entendi muito bem o que você quiz dizer, he he he. A continuação de Ocarina of Time é o Majora’s Mask que é excelente, enquanto Link’s Adventure é da época do Nintendinho e realmente é bem diferente dos demais, como não joguei ele ainda não posso falar muito, agora isso é a ordem de lançamento né, se for pra parte cronológica, nem o povo da Nintendo sabe direito, rzs.

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