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A humanidade sem o seu pálido ponto azul

DegustaçãoXenoblade Chronicles X

Análise de Xenoblade Chronicles X - Uma história sobre a sobrevivência da humanidade e também de novas perspectivas para os JRPGs.

autor Rafael "Tchulanguero" Paes
datahora 26/02/2016 às 17:20:17   tagarelices 11

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Uma história sobre a sobrevivência da humanidade e também de novas perspectivas para os JRPGs.


Desde o primeiro Xenoblade Chronicles para o Wii, considerado por muitos um dos melhores JRPGs já feitos, a expectativa em torno de um novo título desta série tão nova é grande. Na E3 de 2013 a Nintendo então nos mostrou pela primeira vez um teaser de Xenoblade X, que só veio a ser lançado em 2015, mês de Abril para o Japão e Dezembro para o ocidente. E depois de pouco mais de duzentas horas de jogo, posso dizer tranquilamente para vocês: valeu a espera.

Veja também: Vídeo Degustação: Xenoblade Chronicles X

Tal como a série Final Fantasy faz, Xenoblade X não se trata de uma continuação direta do primeiro jogo, se reutilizando apenas das mecânicas e alguns outros elementos chave. Agora o ambiente de fantasia dá lugar a uma ficção científica muito mais calcada em nosso universo, ainda que com suas licenças poéticas.

A história base é bem simples: em um futuro próximo a humanidade se vê em meio a uma guerra entre duas raças alienígenas extremamente avançadas e nossa única opção é o Projeto Exodus, que como o nome sugere, consiste em abandonar o planeta, que rapidamente é reduzido a poeira de estrelas durante o conflito intergaláctico. Sim, o jogo já começa com o nosso pálido ponto azul sendo literalmente explodido. Durante a fuga da enorme espaçonave chamada White Whale, que representa os Estados Unidos, o que restou da humanidade é perseguida pela frota de uma das raças alienígenas durante dois anos, até que é seriamente danificada e cai em um planeta desconhecido que passa a ser chamado de Mira. A partir daí, temos uma população extremamente reduzida que se divide entre construir um novo lar e lutar pela sua sobrevivência frente a ameaça alienígena constante.

Planeta Terra Explodindo
Adeus Planeta Terra :’(

Xenoblade Chronicles X: O Jogo

Tal qual o primeiro título, Xenoblade X logo de cara nos vislumbra com cenários de cair o queixo, seja pela direção artística, seja pelos gráficos. Desta vez não existe muita enrolação, você é jogado muito rapidamente frente a grandiosidade de Mira e embora você já possa ter lido matérias indicando o quanto o mapa desse jogo é grande, é difícil não parar um pouco só para observar até aonde a vista alcança. E se a sua vista alcança algo, então é possível ir até lá. Mas não somente isto, a sensação de que você está em um planeta que não é a Terra é clara o tempo inteiro. Mesmo que você retirasse todos os monstros, ou melhor, os animais que compõe a vasta fauna de Mira, o cenário por si só já passa essa sensação, mesmo na área inicial, que é a que mais se assemelha ao nosso planeta.

Primordia
A estranha (e impossível?) geologia de Primorida, o continente onde você inicia o jogo, nos lembra o tempo todo de que não estamos mais na Terra.

Há também todo um sistema de variação climática que pode alterar os ambientes drasticamente, tanto em termos visuais quanto mecânicos. Para mim, um dos momentos mais impactantes foi quando eu vi neve pela primeira vez, algo muito, mas muito bonito mesmo.

Porém, todo este ambiente vasto e mutante exige o seu preço do modesto hardware do Wii U. Além do downgrade gráfico que rolou entre o primeiro trailer e o resultado final, é necessário ter que se acostumar com coisas como texturas sendo carregadas na sua frente, mesmo com o pacote de texturas instalado, um DLC gratuito que foi dado como solução para o fato do Wii U não possuir sistema de instalação de jogos a partir de discos, inimigos aparecendo a poucos metros, ausência quase completa de sistema de colisão entre outros personagens e inimigos, ausência de sistema de iluminação dinâmico, céu estático, modelos de NPCs se repetindo muito frequentemente ao andar pelas ruas da cidade e uma série de outros pequenos detalhes. Embora isso pareça ser um grave problema, na verdade é mais estranho a princípio do que qualquer outra coisa. O que normalmente soaria como desleixo, aqui foi nitidamente uma questão de escolha por parte da equipe de desenvolvimento, o que fica claro quando nenhum destes problemas afeta a jogabilidade. Por outro lado, temos um jogo de mundo aberto com taxa de quadros constante e sem um único loading no mapa, o que acontece somente quando alguma cena é ativa ou algo do tipo. E lembra lá em cima do que eu falei sobre o que você vê ao longe ser sempre possível de alcançar? Pois é, nada de névoas disfarçando o carregamento de elementos distantes, tudo já está pré-carregado e apenas ganha mais detalhes quando vamos nos aproximando, até porque, exploração de ambiente é um dos pontos altos deste jogo. Definitivamente é um ótimo exemplo do que o Wii U pode fazer quando um jogo está bem otimizado para o seu hardware.

Cenário

Já na parte mecânica, Xenoblade X continua um jogo extremamente complexo, principalmente para quem é marinheiro de primeira viagem no gênero. Embora muitas coisas tenham vindo diretamente do primeiro título e algumas até mesmo simplificadas, para o bem e para o mal, entender como cada uma delas funciona leva tempo, embora ser obrigado a aprender tudo ou não seja mais uma questão do quanto você quer se aprofundar. Isso tudo é agravado pelo fato do jogo explicar muito mal a maioria de seus sistemas, muitas das vezes tudo o que você tem é uma dica de algum NPC e nada mais, e não existe absolutamente nenhuma forma de tutorial, o que é bem estranho, já que o primeiro Xenoblade pecava justamente pelo oposto. Muitas coisas mais avançadas eu só fui entender melhor pesquisando na internet.

O sistema de batalha permanece o mesmo em sua essência, um misto de RPG de ação com sistemas de menus, lembrando algumas vezes MMORPGs, mas sem o lance de jogar online. Há quem não goste deste sistema, mas eu sempre me adaptei muito bem a ele. Você controla apenas o líder da equipe, podendo se movimentar livremente em campo, com ataques básicos feitos de forma automática, enquanto você seleciona quais ataques especiais quer usar, assim como passar alguns comandos simples para a sua equipe, controlada pela IA do jogo. A grande novidade fica por conta de que agora cada personagem porta duas armas, uma de curto e outra de longo alcance, o que proporciona maior versatilidade e estratégia, assim como, claro, os Skells, grandes mechas sobre os quais falarei mais a frente.

Obviamente nada de batalhas aleatórias por aqui, os inimigos até podem lhe atacar de surpresa, mas é tudo direto no mapa. Para evitar briga com os monstros mais fortes, muitas vezes gigantescos, é preciso entender como cada um pode lhe detectar. Em cima de cada monstro, é possível ver informações não somente do nível, mas qual é essa forma de detecção, que pode ser pela visão, movimentação ou somente quando você os ataca. É um sistema bem simples e intuitivo e que funciona muito bem, mas as vezes propositalmente não é suficiente para que você escape. Aliás, fugir de batalhas em Xenoblade X tem de ser feito de forma literal.

Inimigos

A trilha sonora continua excelente, porém um pouco controversa. Para quem se acostumou aos temas maravilhosos do primeiro título (é sério, é uma das melhores trilhas já feitas), com temas ambiente e épicos, pular para um J-POP / J-Rock com faixas inteiras cantadas, incluindo a de batalha, pode ser realmente um choque. Mas dada a alteração de um tema de fantasia para ficção científica, achei a mudança completamente plausível, fora que ela é utilizada muito bem, até mesmo como elemento de game design. Um exemplo disso são as batalhas contra os Tyrants, uma classificação dada aos monstros mais fortes de uma espécie, que tem uma música de batalha especial. Então não é incomum você iniciar uma batalha próximo a um deles e saber exatamente a hora em que os seus problemas triplicaram só pela mudança de música. Aliás, ouçam Uncontrollable, a música que toca nestas batalhas, é uma das minhas faixas favoritas.


O japonês que fala inglês

Tetsuya Takahashi é uma figura que talvez nem todos tenham a ideia de quem seja, mas ele esteve envolvido em vários grandes RPGs japoneses, como Final Fantasy VI, Chrono Trigger e Xenogears. Após a sua saída da Square Enix, foi um dos fundadores da Monolithsoft, responsável pela trilogia Xenosaga e então depois Xenoblade, já sob a tutela da Nintendo. E ao menos nesta nova fase (ainda não joguei Xenogears e Xenosaga), é nítida a tentativa dele no papel de diretor de romper com certos tradicionalismos japoneses no gênero, o que é corroborado por várias declarações do game designer, que se diz muito mais ligado a cultura ocidental do que oriental. Eu particularmente acho isso ótimo, uma vez que eu gosto muito de JRPGs, mas já não suporto mais certas mecânicas que ainda existem só porque sim, enquanto a contra-parte ocidental aposta em coisas diferentes e interessantes. Mas lembram quando o saudoso Iwata apresentava os Nintendo Directs, com aquele inglês que era pronunciado da maneira correta, mas com um sotaque no mínimo complicado de entender algumas vezes? Pois é, é como eu me sinto com Tetsuya aplicando certos conceitos ocidentais em Xenoblade X.

O maior exemplo disso se dá com o seu personagem, que agora é montado por você no princípio da história, com um modo de customização bem simples e limitado, mas que cumpre o seu papel. A não ser que você sinta muita falta de poder alterar o tamanho dos seios de personagens femininas, afinal, isto não está na versão ocidental, lembram? Eu pra falar a verdade, senti mais falta de poder deixar a minha personagem mais gordinha, mas tudo bem.

Charlene
Conheçam a Charlene. Ela tem a pele dessa cor porque apesar das poucas opções de customização, para a pele me deram a caixa de lápis de cor completa.

Pois bem, quando um jogo permite customizar o personagem principal, espera-se que ele seja um avatar meu, seja para uma representação física ou para uma interpretação de papel, para a construção de uma história e personalidades próprias. Mesmo em jogos com uma história mais definida, como Mass Effect, a minha comandante Shepard vai ser diferente da criada pela Angela, que vai ser diferente do criado pelo João e assim por diante, porque o jogo possuí mecânicas que permitem moldar a sua personalidade, ainda que no final todos cheguemos a um cenário similar. Xenoblade X não faz isso.

Elma
- Querida, que bom que você está sóbria, porque eu não sei nem quem eu sou!

Embora o jogo se incie com o clichê do personagem desmemoriado, o que daria margem para que você pudesse moldá-lo a vontade, a real é que ele é completamente dispensável naquele universo. Sim, você é a pessoa que faz tudo, que derrota todos os monstros, que cumpre todas as missões, mas ao mesmo tempo, você é praticamente um fantasma, alguém sem um pingo de personalidade e sem nenhuma história. É serio, ninguém se dá ao trabalho de te levar para fazer uma tomografia para ver porque diabos você está sem memória, essa questão toda é abandonada rapidamente e é assim que você termina o jogo. Pelo visto, em 2054 o sistema de saúde continua precário.

Mas pior que isso, é o fato do seu personagem não só não ter nenhuma história, como nenhuma mecânica do jogo permita que você construa a sua. Não existe um sistema tal qual em outros jogos, que permita a construção de uma personalidade através de suas ações e diálogos, incluindo a possibilidade de alterar trechos significativos da história. Mesmo tendo opções de respostas durante as cenas e isso influenciar no resultado de algumas missões secundárias, nada disso afeta aquele universo: no final das contas, você sempre será a pessoa legal que ajudou todo mundo. O próprio sistema de afinidade, que indica o quanto o seu personagem se dá bem com os outros, poderia ser usado para isto. Mas infelizmente, além de ter sido simplificado, uma vez que agora não se perde mais afinidade, ele só serve para que você possa ou não fazer certas missões especiais sobre as histórias pessoais dos personagens, além de eu ter sentido que ele passou a influenciar muito menos nas batalhas, ao contrário do título anterior.

Sinceramente, eu preferia que tivessem me dado um personagem pronto, preferencialmente a Lin, uma adolescente prodígio em mecânica que junto a Elma, uma ex-general militar que é quem te encontra em suspensão no princípio do jogo, são as personagens principais da história. Lin representa a inocência da juventude ao longo da trama e serviria perfeitamente para fazer a ligação entre o jogador e aquele mundo. Aliás, você tem a possibilidade de recrutar tantos personagens para a sua equipe (é sério, são muitos), cada um com a sua própria história e objetivos, que isso chega a ser um pecado com o seu personagem, ainda mais que todas as mecânicas do jogo convergem para ele, de modo que nem é possível retirá-lo da equipe.

Lin
Essa é a Lin. Sim, ela usa presilhas de cabelo no formato da Monado. E sim, esse é o máximo de ligação que você terá entre esse jogo e o seu antecessor.

Ah, e claro, salvo durante as batalhas, o seu personagem nunca diz nada. Aliás, isso só deixa evidente o quanto essa mecânica foi mal implementada, pois as falas durante a batalha são o único momento em que algum traço de personalidade é demonstrado. Só para exemplificar, existe uma determinada mecânica que faz com que o seu personagem fique temporariamente muito mais poderoso que o normal. Não sei se isto é padrão em ambos os gêneros e nas várias vozes disponíveis na customização, mas a minha personagem ao ativar esse poder falava algo do tipo "now you play by my rules / agora você vai jogar pelas minhas regras", e isso era foda, porque era um momento em que eu pensava "isso mesmo minha filha, chegou a hora de partir uns alienígenas ao meio". Pena que este era o único momento do tipo, na história era só alguém que acenava com a cabeça e balançava os braços.

E falando de história, este é outro ponto controverso do jogo. Diferente do título anterior, que possuía uma longa trama, cheia de reviravoltas e coisas mirabolantes, Xenoblade X possuí uma história extremamente contida, contada através de capítulos que são acessados por missões, que o jogador escolhe quando iniciar. Muitos jogadores não gostaram disso, eu simplesmente achei diferente. A história apesar de simples, é suficientemente interessante para que você tenha curiosidade de seguir em frente, e a divisão em capítulos permite que cada jogador escolha a velocidade com a qual quer avançar no jogo. Eu só achei um pouquinho ruim o fato de que para manter essa característica de que cada um possa fazer as coisas no seu tempo, o mundo acabe sendo muito estático, do início ao fim do jogo, nada muda de forma drástica, de forma que é possível que você deixe para fazer boa parte das missões secundárias depois que zerar. Sim, é possível jogar indefinidamente.

Então grande parte dos problemas de Xenoblade X são decorrentes disto, a implementação de certas mecânicas as quais os criadores não entenderam muito bem o objetivo e por isso foram falhas. Não acho que nenhuma delas foi colocada de maneira desastrosa, mas ficou aquela sensação de que algo poderia ter sido incrível e não foi. Ah, e já está na hora de largar de vez as missões que nos fazem procurar um único item perdido no mapa ou então matar "X" monstros né?!

Online sem ser multiplayer

Eu sempre digo que as duas melhores aquisições da Nintendo nos últimos anos foram o controle da Retro Studios e da Monolithsoft. Ambos são estúdios extremamente competentes e criados fora da tutela da empresa, o que faz com que eles tenham uma visão muitas vezes bem mais expandida do que a da empresa de Kyoto. E a Monolithsoft mostrou como fazer uma integração online em Xenoblade X de uma maneira que nenhum outro jogo da empresa chegou perto de fazer até hoje.

Vocês podem estranhar um pouco em falar de recursos online em um RPG, afinal, se tem um gênero no qual as pessoas esperam jogar sozinhas e sem nenhuma interferência externa, é sem dúvida nenhuma em RPGs. Pois eu digo que isto permaneceu intocado.

Em primeiro lugar, nenhuma função online é obrigatória. Se por um acaso a sua internet cair enquanto você estiver jogando, tudo o que irá acontecer é um aviso do console e uma mensagem de que agora o jogo está offline. Aliás, o jogo até permite que você desative completamente todas essas funções, independente do seu console estar ou não conectado, e nada vai ser tornar impossível por conta disto.

Então agora é aquele momento em que vocês se perguntam: se toda a parte online é dispensável, então que diferença ela faz no jogo? Eu digo: muita!

Uma das coisas mais interessantes, é que os avatares de outros jogadores, sejam eles ou não pertencentes a sua lista de amigos, populam o seu jogo. Você pode inclusive recrutá-los temporariamente para a sua equipe, o que lhe concede alguns bônus para você e o personagem. Isso mesmo, se alguém jogar com a minha personagem, a Charlene, quando eu entrar no jogo novamente, terei algum item aleatório como recompensa.

Avatares de outros jogadores

Há outras coisas bem legais também, como uma missão especial que só pode ser acessada online, em que você enfrenta um adversário muito forte que possui milhares (literalmente!) de barras de energia, mas que tem essa quantidade subtraída conforme cada pessoa que o enfrenta naquele servidor vai o derrotando. Não é algo obrigatório, mas concede alguns bônus muito importantes caso caso você queira fazer 100% do jogo, um processo que pode ser bem chato, infelizmente. Aliás, essa é uma missão que você pode fazer junto com outras pessoas em tempo real.

Embora não seja um recurso online, este jogo oferece uma série dessas missões paralelas que servem unicamente para que você possa melhorar o seu personagem. Então se estiver precisando de mais dinheiro, subir nível, etc, não precisa sair rodando igual um maluco, é só acessar um computador, batalhar um pouco e pronto.

Existem outras coisa menores que também podem ser feitas, como enviar mensagens que aparecem na tela de outros jogadores, o que infelizmente dado o nível de maturidade do pessoal acaba irritando muito rapidamente, mas felizmente pode ser desligado com facilidade, assim como visualizar as conquistas alheias.

Sexualização exagerada

Muitas das polêmicas em torno da sexualização das personagens femininas em Xenoblade X giraram em torno da questão de terem alterado a versão ocidental do jogo, com a remoção da customização do tamanho de seios e a alteração de alguns trajes, em especial os utilizados pela personagem Lin, que como eu já mencionei antes, é uma adolescente de 13 anos. O que ninguém falou, é o quanto mesmo assim o jogo permaneceu extremamente sexualizado para as personagens femininas.

Charlene usando um biquini

Lin usando biquini
Comparativo entre Charlene e Lin usando um biquíni.
Lin recebe uma outra peça de roupa por baixo.

Embora os trajes padrão de todos os personagens sejam totalmente condizentes com aquela realidade, em Xenoblade X é possível equipar uma vestimenta secundário que servirá especificamente para o visual do personagem, deixando você livre para equipa-los com os melhores itens, ao invés dos mais bonitos. Isso foi uma coisa muito bacana por sinal, acreditem ou não, eu ligo para a roupa dos meus personagens.

Porém, nem só armaduras maneiras vivem os guarda-roupas desse jogo, em especial das mulheres. Você também pode equipar biquínis extramente decotados nelas, por exemplo, assim como diversos adereços que servem apenas fetichizar as personagens. E não me tenham como um cara purista, eu pouco me importo com a maneira com que você extravasa as suas fantasias, desde que não afete a liberdade de outras pessoas. Só que isso se torna um inconveniente quando o seu jogo, que é parcialmente povoado pelos avatares de outros jogadores, de repente parece um desfile de moda-praia, simplesmente não condiz com aquele universo. Além disso, o direcionamento claro para fanservice do público masculino fica claro, uma vez que as roupas femininas claramente receberam muito mais atenção nesse aspecto.

E as alterações na versão ocidentais foram o mínimo a ser feito. Além da versão japonesa permitir esse mesmo tipo de fetichização com uma personagem de 13 anos, há trajes muito mais provocantes. É o que eu sempre digo, você pode ter um jogo que envolva sexualização de corpos tranquilamente, mas dentro de um contexto apropriado. E Xenoblade X em nenhum momento oferece esse contexto.

O incrível universo de Xenoblade Chronicles X

Ok, muitos de vocês devem ter achado estranho eu ter criticado tantos pontos de um jogo que eu inicialmente pareço ter gostado, e falado tanto sem ter entrado em muitos detalhes do universo dele, mas é que eu queria deixar a melhor parte para o final. A verdade, que o que torna Xenoblade X um jogo incrível, é o seu mundo.

Embora a sua aventura se inicie nas planícies de Primordia, o ponto central desse jogo sempre será a cidade que a humanidade começa a construir a partir da imensa White Whale, a nave que carregava todo mundo. E o nome dessa cidade é New Los Angeles, ou NLA como é chamada na maioria das vezes. Apesar de ser uma cidade pequena, principalmente quando comparamos com cidades apresentadas em outros jogos do gênero, ela consegue passar o exato clima de uma região metropolitana.

Ainda que ela não sofra grandes alterações físicas ao longo de sua jornada, você sempre a sente em constante estado de mudança, muito por causa das diversas raças alienígenas que aos poucos vão compondo o cenário. Ao final do jogo, essa grande diversidade faz com que NLA seja completamente diferente de boa parte das cidades de outros jogos, salvo em outras temáticas similares, mas com a vantagem de que essa você pôde acompanhar o crescimento. Só é um pouco estranho que não tenham pensado muito na diversidade étnica da própria humanidade, todos são brancos com algum traço oriental.

Ruas de NLA

Aliás, esse aspecto mais social de NLA influencia não somente na ambientação, como também proporciona diversas missões secundárias excelentes. A integração gradual de raças alienígenas, ou xenomorfos como são chamados (referência a Alien?), também serve como cenário para diversos conflitos culturais e religiosos interessantíssimos, de uma forma bem similar ao que ocorre atualmente em nossa sociedade. O tempo todo, eu não conseguia deixar de traçar um paralelo entre o preconceito para com os alienígenas no jogo e o preconceito racial que ainda permeia nossa sociedade, assim como os conflitos religiosos. Inclusive a intensidade com que estas questões são expostas varia imensamente, indo de pequenas discussões que no final acabam com alguma lição de moral mais bem humorada, que é o que mais acontece inclusive, até momentos mais pesados, como execução a sangue frio de seres inocentes, coisa que sinceramente eu não esperava ver nesse jogo. Infelizmente ele peca um pouco em conseguir passar o peso destas cenas, assim como a maneira como elas são roteirizadas. Mas de qualquer forma, ter saído das velhas questões relacionadas a divindades e ter passado para um contexto mais próximo do real, expondo questões que nos fazem pensar em nosso próprio mundo, foi de longe um dos maiores avanços feitos por Xenoblade X.

Outro ponto muito interessante, é o quanto o jogo se esforça para que nada seja atribuído a uma força mágica ou sobrenatural. Embora muitos motivos só vão aparecer se você explorar aquela história o suficiente, para quase tudo existe uma explicação "científica". Muitas raças por exemplo, dizem sentir energias ou a presença de alguma entidade que as rege, e mesmo que indiretamente, no final das contas você sempre descobre que tudo aquilo não passa de uma interpretação para algo muito mais simples e crível... tal qual no mundo real.

Maurice
Maurice, diretor-geral de NLA

Mas NLA não é simplesmente uma cidade que começou a ser construída a torto e a direito, embora as dimensões sejam pequenas, ela não deixa de ser um pequeno país, com direito a um regente e tudo mais. E como todo país, ainda mais um que está passando por uma ameaça de destruição, ele também possuí o seu exército, aqui chamado de BLADE.

Quer você queira ou não, logo no inicio você é recrutado para esta divisão do governo, que não somente é focada em combate, mas também em exploração científica, manutenção da ordem em NLA, estudos da biologia de Mira e assim por diante. Inclusive é você que escolhe a qual divisão quer fazer parte, o que vai afetar o modo como você evolui o seu personagem e algumas habilidades bônus. O melhor de tudo é que nada disto é fixo, e você pode passear entre as divisões ao longo do jogo sem maiores problemas. Mas é claro, no final das contas você sempre terá o foco em combate, afinal, ainda é um JRPG, com vários monstros e adversários a serem derrotados.

E um mundo tão vasto clama por ser explorado, e se você é daqueles que adora explorar cada canto do mapa, foi bom te conhecer. Não só bastasse o mundo imenso, composto por cinco continentes enormes, cada qual com suas próprias características e variações climáticas, cada parte do mapa, que é dividida em hexágonos, comporta algum segredo, seja um item, uma missão, um inimigo especial a ser derrotado ou alguma outra coisa. Há inclusive um sistema de instalação de sondas para mineração, que possuí uma mecânica bem simples e interessante, que é também a forma como você expande as informações presentes no seu mapa, que aliás, sempre está a sua disposição no seu GamePad. Eu só achei meio bizarro o fato de ele não ser acessível de forma alguma na televisão, o que torna inviável jogar somente com o Pro Controller, que estranhamente é um dos controles oficialmente suportados pelo jogo.

Mapa no GamePad

Porém, o grande trunfo de Xenoblade X para manter a sua vontade de explorar esse mundo imenso durante a sua longa jornada, são os Skells, aqueles mechas que você já deve ter visto nos trailers do jogo. Para começo de conversa, você não tem acesso a eles logo de cara. Aliás, se usarmos as missões de história para definir a sua progressão, você só os consegue na metade do jogo e só é possível voar com eles lá para o final. Meio broxante, não? Não, não é.

Skells

Explorar Mira a pé é bem interessante, você tem uma visão mais próxima das coisas e consegue apreciar mais os detalhes. Também ajuda agora você poder correr em um ritmo bem maior do que no jogo anterior, assim como terem aumentado a altura dos saltos e removido o dano por queda. Não sei se era intenção dos desenvolvedores, mas eu abusei bastante destes recursos para alcançar diversos lugares, como topos de montanhas e abismos.

E quando tudo isso parece já comum, você consegue o seu primeiro Skell, um dos momentos mais legais do jogo, e sua perspectiva muda bastante. Primeiro por eles aumentarem consideravelmente a sua força de combate, permitindo enfrentar adversários antes quase impossíveis. Depois, mesmo que a princípio eles não voem, a sua capacidade de locomoção aumenta bastante, já que eles possuem saltos mais altos e também podem se transformar em veículos, de uma forma um pouco menos exagerada que um Transformer, e são bem mais rápidos também. Então você passa por aquele momento em que começa a querer explorar novamente vários pontos que antes não eram possíveis, redescobrindo aquele mundo.

Por fim, quando mais uma vez você já se acostumou com tudo, é inserida a mecânica de voo. Em termos de jogabilidade não há nada demais, você simplesmente tem um mecha que pode voar livremente... tudo bem, isso não é algo tão simples. Mas por outro lado, não somente pela nova abertura de possibilidades de exploração que isso lhe proporciona, o próprio ato de voar neste jogo foi colocado de uma maneira muito prazerosa, de modo que por diversas vezes eu preferi percorrer grandes distâncias voando ao invés de utilizar um fast travel. Não foram poucas as vezes em que eu atravessei os continentes em grandes altitudes, vendo tudo passar lentamente lá em baixo, para só então olhar para o mapa e perceber que eu estava me movimentando muito rápido. Sei que é algo meio pessoal e puramente interpretativo meu, mas a sensação de "estou chegando em casa" ao chegar voando em Primordia em meio a uma grande tempestade durante a noite, e de repente começar a enxergar as luzes de NLA ao longe, é uma das coisas mais marcantes para mim neste jogo.

Chegando em NLA a noite e chovendo

Claro que o jogo dá uma segurada para que você não passe 100% do seu tempo dentro dos Skells. Primeiro, porque eles gastam combustível para voar e batalhar, o que embora possa ser recuperado de diversas formas, não deixa de ser um recurso um pouco precioso para que você saia gastando por aí sem mais nem menos. E alguns outros lugares também, como cavernas mais estreitas, só podem ser acessados a pé.

E embora você também possa usar os Skells dentro de NLA, este é um lugar em que particularmente você vai preferir explorar a pé, afinal, lá as interações são todas entre pessoas. Inclusive uma mecânica que eu gostei muito é a de que agora não necessariamente você precisar parar para conversar com todos os NPCs, existem algumas coisas que você simplesmente "ouve" quando passa ao lado das pessoas, assim como escutamos diversas conversas quando andamos na rua. É uma forma bem mais dinâmica de conseguir dicas diversas do jogo e acaba com aquela necessidade de parar para muitas vezes ter que ler um diálogo sem muita importância.

Outra coisa bem legal também a se procurar em NLA são os easter eggs. Como vocês já devem ter percebido ao longo do texto, há referências a cultura pop ocidental, de filmes, séries e até mesmo fatos históricos, que aparecem das mais diversas formas, em diálogos, nomes de missões e elementos visuais.

Easter Egg de Star Wars
Claro que há referências a Star Wars!

Enfim...

Xenoblade Chronicles X é um jogo com muitos poréns, de modo que analisando pelo lado técnico, eu considero o primeiro melhor por ser mais resolvido. No entanto, esta continuação é um projeto muito mais ambicioso, com um escopo gigantesco onde já era de se esperar que houvessem mais falhas, ainda mais por apostar em coisas não muito seguras, e isso é uma coisa que eu sempre valorizo em jogos. Outra coisa também, é que o mundo apresentado, principalmente pelas questões sociais e filosóficas, me agradou muito. Eu cheguei perto de fazer 100% só pela vontade de descobrir cada mistério de Mira, e só acabei desistindo porque próximo ao final, tudo dependia de farmar itens para conseguir os melhores equipamentos para o meu Skell, e este é um processo muito burocrático nesta etapa do jogo.

É uma pena que o alcance dele vá ser pequeno, por ser direcionado a um nicho e por estar em um console não muito popular, ao ponto que logo provavelmente ninguém mais falará sobre ele. Eu gostaria muito de ver as ideias apresentadas sendo melhor elaboradas em outros jogos, principalmente JRPGs grandes, mas isso dificilmente vai acontecer, tal qual vários outros jogos de mecânicas incríveis que acabaram se perdendo no tempo.

Felizmente é quase certa uma continuação para esta história, dado a imensa margem que o final de Xenoblade X deixa para isto. Apesar do diretor já ter dito que no próximo, seja lá ele uma continuação ou não, voltará a focar na narrativa ao invés de um imenso mundo aberto, seria ótimo poder revisitar Mira e descobrir ainda mais sobre esse misterioso planeta, conhecer melhor sobre alguns personagens e até mesmo vilões que pouco foram explorados, além de ter novamente algumas mecânicas melhoradas. Vai que finalmente eles resolvem dar uma história para nosso personagem?

Pôr do sol

Bom, eu sei que a análise foi grande, mas era inevitável, há muito o que falar deste jogo, podem ter certeza que eu deixei muita coisa de fora. Eu sei que poucos de vocês tem um Wii U, as versões físicas estão muito caras e os 20 Gb da versão digital junto com o dólar também não são lá muito convidativos, mas eu recomendo muito para quem curte o gênero dar um jeito de conferir este jogo. Então não percam mais tempo, peguem os seus Skells e Vão Voa... Jogar!

* Revisado em 10/04/2017 às 09:55:46

Xenoblade Chronicles X
Xenoblade Chronicles X

* * * * .  Xenoblade X é um projeto que arrisca bastante ao tentar renovar vários conceitos tradicionais dos JRPGs, apresentando um universo fantástico, rico em questões sociais que fazem um paralelo com o nosso mundo e mecânicas bem resolvidas. Infelizmente o título esbarra em alguns problemas, como a ausência de métodos que permitam moldar a personalidade do personagem principal e falta de entendimento de alguns conceitos que tentaram ser aplicados.
Avaliado no Wii U
(entenda o nosso sistema de notas)


Séries: Xeno e Xenoblade
Estúdios:  e
Plataforma: Wii U
4

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  • avatar de Ulisses 8Bit
    Ulisses 8Bit
    27/02/2016 às 20:33:10   localizacao Curitiba - PR
    Mesmo sendo ficção, ver a Terra em pedaços dá um nó na garganta. Mesmo que a queda de qualidade do jogo em termos de gráficos tenha acontecido o jogo como um todo parece ter ficado bom. Essa coisa de ter tutorial e depois praticamente não ter parece que o pessoal joga nos extremos, kkkkkkk ou tem ou não tem!

    Rafael, talvez essas distorções do jogo que você citou seja um reflexo em partes da tentativa do Tetsuya em trazer o Ocidente para o JRPG, sei lá, pode ser isso.

    "Aliás, o jogo até permite que você desative completamente todas essas funções, independente do seu console estar ou não conectado, e nada vai ser tornar impossível por conta disto."

    Isso é muito legal, que bom se a conexão fosse algo usado estritamente para conectar jogadores e não como uma algema digital no console.

    Muito bom seu texto, mesmo sem jogar eu consegui sentir um pouco do clima e ambientação do game.
    Falou Rafael!

    • avatar de Rafael "Tchulanguero" Paes
      Rafael "Tchulanguero" Paes
      28/02/2016 às 17:35:36   localizacao Vespasiano - MG
      Bom, esse lamento pela perda do planeta é algo bem constante durante o jogo.

      Sim, é um jogo muito bonito de qualquer forma, em especial os cenários. O downgrade na verdade foi mais em termos de efeitos de iluminação e tal.

      Então, eu também acho que a tentativa dele foi justamente essa, eu só acho que faltou o entendimento de certas mecânicas mesmo. Quem sabe no próximo ele acerte a mão?

      Sim, é aquele tipo de jogo que mesmo daqui alguns anos, quando não houverem mais servidores, vai ser possível jogar tranqüilamente. Mas eu confesso que gostei bastante dessa forma de interação online indireta, foi meio que o melhor dos dois mundos.

      Cara, quando você jogar Xenoblade X, vai ver que o que eu escrevi aqui é só a pontinha do iceberg, eu propositalmente deixei muita coisa de fora para não dar spoiler, é um jogo bem vasto.

      Abraço!

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  • avatar de Gamer Caduco
    Gamer Caduco
    29/02/2016 às 20:05:04   localizacao SP
    Fala Tchula, curti muito o texto! Análise bem sólida, evitando grandes spoilers ao máximo e sem mimimi desenfreado (que é o que mais vejo sobre o jogo nos últimos tempos).
    Mesmo que não tenha jogado, decidi ler aqui pq vc sabe né? Eu não vou jogar! kkkkkkkk
    Sistema de batalhas do jogo não é pra mim, não gosto do meio termo entre turno e ação, problema pessoal mesmo, inclusive já falei algumas vezes isso.
    Fiquei curioso só com dois pontos: primeiro, escutei pessoas falando que não tem como "fugir" das batalhas, ao mesmo tempo no seu post vc diz que pra isso vc precisa fugir de verdade. Escutei relatos de gente que correu o mapa todo e do nada morreu atingido de longe por um inimigo que já achava que tinha deixado pra trás. Inclusive já vi esse tipo de coisa maluca acontecer em jogos da série The Elder Scrolls, ou seja, coisa desses RPGs malucos de mundo aberto... rs. Chegou a passar por experiência similar?
    A outra tem a ver com detecção de colisão entre ataques e paredes. Ouvi mais de uma vez alguém reclamando de ter morrido sendo atingido através das paredes. Com vc também rolou?
    Eu não acho que estas duas coisas estrague a experiência, talvez seja um certo exagero chamar o jogo de ruim por conta de detalhes como estes, mas ainda assim chamou um pouco a minha atenção.
    Customizações meia boca frustra um bocado, talvez tenha sido a maior pisada de bola do jogo, já que ele quer tanto ser algo ocidental.
    Já as roupas sensuais e provocantes não são os tipos de coisas que me incomodam, então não vou entrar no mérito.
    Uma coisa é certa: o jogo tá lindão! É uma das coisas que me faz vontade de rodar o jogo só pra ver.
    A bobeira da história genérica do personagem principal é outra coisa que mata mesmo, foi legal vc ter citado jogos que, mesmo com personagem customizável, este tipo de coisa não acontece. O japa tá se acostumando, vamos dar uma colher de chá aí... rs.
    E a parte online eu dispenso... rs
    Ahn... é isso!
    Ótimo escrito!
    PS: Depois fala que eu que escrevo pra caramba... kkkkkk

    • avatar de Rafael "Tchulanguero" Paes
      Rafael "Tchulanguero" Paes
      01/03/2016 às 23:35:38   localizacao Vespasiano - MG
      Hwa hwa hwa, valeu. E sobre os spoilers, confesso que fiquei meio traumatizado depois do lance do número de estrelas no Super Mario Galaxy, hwa hwa hwa.

      Bom, fugir de batalhas é bem simples, é só você correr o suficiente até ficar longe do alcance do inimigo, o que obviamente varia de acordo com a força e tamanho deles, mas o jogo deixa bem claro quando você está em uma batalha ou fora dela. Depois que ela acaba, mesmo que um raio que tenha sido disparado antes lhe atinja, isso não causa dano. Esse relato que você falou parece ser mais um bug isolado, não rolou comigo.

      Hum, não lembro de nenhuma situação específica, mas acho que acontecia sim de ser atingido através de paredes, mas creio que o contrário também acontecia. Mas na grande maioria das vezes as lutas são em locais mais abertos, então se aconteceu, foi vez ou outra, não fez diferença no geral.

      Aliás até esqueci de mencionar, mas para um jogo de mundo aberto, Xenoblade X não tem praticamente nenhum bug.

      Sim, ele é muito bonito mesmo, eu só acho que a Monolithsoft precisa melhorar na modelagem dos personagens, no Wii já era a mesma coisa, cenários e inimigos lindos e os personagens meio simples demais, he he he.

      Sim, vamos ver se rola alguma coisa no futuro, teve tanta brecha para encaixar algo legal, vai que rola, rzs.

      Hwa hwa hwa, como eu disse, o online desse jogo é muito bem feito de modo a você não sentir muito o impacto, mesmo que deixe tudo ligado. Eu mesmo só desligava as mensagens de outras essoas na tela, e na maioria do tempo, jogava em um modo em que eu não recebia convite para missões cooperativas.

      Rzs, dependendo do jogo, eu tenho meus momentos "Gamer Caduco" :P

    Responda!
  • avatar de bluedragon
    bluedragon
    04/03/2016 às 21:45:49
    Esse jogo me surpreendeu um dos melhores no estilo para explorar e quando libera os Skells então nossa é ótimo.

    • avatar de Rafael "Tchulanguero" Paes
      Rafael "Tchulanguero" Paes
      05/03/2016 às 05:26:58   localizacao Vespasiano - MG
      Não é? Entrar nos Skells pela primeira vez é com certeza um dos momentos mais marcantes do jogo :)

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  • avatar de sucodelarAngela
    sucodelarAngela
    10/03/2016 às 13:24:20   localizacao São Luís - MA
    300 fucking horas? Caramba, e eu achando minhas 120 horas de Inquisition demais...

    Gostei bastante da plot do jogo, essas coisas mais voltadas pro sci-fi me chamam bastante a atenção. A geografia do planeta também pareceu bastante interessante. É sempre bom, nestes casos, ser relembrado de que não estamos em nossa zona de conforto e que podemos esperar qualquer tipo de coisa.

    Quanto ao sistema de batalhas, eu sinceramente aprecio muito mais um rpg que nos proporciona menus do que os completamente "abertos"... Experimentei jogar um pouco de The Witcher 3, por exemplo, e me perdi um pouco na hora das batalhas por ser algo mais livre e menos intuitivo. Já o sistema de batalha de Dragon Age, outro exemplo, me pareceu bem mais intuitivo e estratégico, apesar de dar uma impressão de ser mais "amarrado" que outros (apenas impressão mesmo).

    E o fato de o jogo não ter batalhas aleatórios e um ponto super positivo pra mim. ODEIO batalhas aleatórias (viu Final Fantasies?).

    Mas esse lance do personagem é realmente bem brochante. Realmente não faz muito sentido você montar um personagem "à sua imagem" se ele vai ter a personalidade de um peso de papel. Melhor mesmo pegar um personagem pronto...

    Quanto à sexualização, nesse caso é algo que o jogador escolhe, se a personagem dele vai mostrar barriguinha ou não, ele que sabe. Isso é bacana, como você disse, cada um sabe como melhor extravasar suas fantasias. Só acho foda quando isso é imposto no jogo, quando um determinado personagem, um NPC, já é sexualizado propositalmente. Acho que é um dos motivos de eu ter um pé atrás com Bayonetta...

    Setores hexagonais no mapa... Civilization feelings!

    Skell Wars II, huahuahuau! Mas, sério, em espanhol?

    Bom, se eu tivesse acesso a um Wii U, jogaria esse aí de boas, pareceu muito interessante!

    • avatar de Rafael "Tchulanguero" Paes
      Rafael "Tchulanguero" Paes
      11/03/2016 às 17:33:43   localizacao Vespasiano - MG
      Hwa hwa hwa, não foram exatamente 300 horas, mas é que eu não lembrei o número exato e fiquei com preguiça de olhar :P

      Eu acho que você iria se amarrar bastante nesse jogo, até porque ele lembra bastante Mass Effect em vários momentos, ao ponto de eu me perguntar se não rolou alguma influência.

      Eu gosto desse sistema de Xenoblade X porque ele mescla bem as duas coisas. A movimentação é livre, mas você ainda tem que escolher os ataques através de menus, então não vira um hack ’n’ slash, apesar de que eu também gostaria se fosse, rzs.

      Também não sou fã de batalhas aleatórias (viu Final Fantasies? 2)

      Esse lance da sexualização me incomodou mais pela questão dos personagens de outros jogadores aparecerem transitando pelo meu jogo. Você via facilmente quando era um homem jogando com uma personagem mulher e quando era uma mulher jogando com uma personagem mulher. Quanto a sua desconfiança com Bayonetta, relaxa, ela vai em uma linha diferente, é uma coisa muito mais escrachada, salvo um deslize ou outro.

      Vocês sabem que eu me dou melhor com textos em espanhol do que em inglês né? Mas eu joguei a maior parte do jogo em inglês mesmo, rolava um bug que não alterava o idioma quando você mudava as configurações do console, só no final que saiu uma atualização.

      Fala a verdade Angela, você queria era ter um Wii U ao invés de um PS4 :P
    • avatar de sucodelarAngela
      sucodelarAngela
      15/03/2016 às 10:07:43   localizacao São Luís - MA
      Ah, entendi. Na verdade, foram "trocentas" horas, huahua!

      Será que teve? Depois vejo se sim...

      É, levando pelo lado de que tem um monte de taradão andando com personagens semi-nuas no SEU jogo, deve incomodar um pouco mesmo...

      Espanhol é para os fracos.

      E não, eu não queria ter um Wii U, huahuahuahua!
    • avatar de Rafael "Tchulanguero" Paes
      Rafael "Tchulanguero" Paes
      18/03/2016 às 01:27:50   localizacao Vespasiano - MG
      Olha, mas foram umas duzentas e tantas, com certeza :P

      Yo prefiero, me resulta más fácil de entender. ;)

      E mesmo que não quer um Wii U?

      url imagem: pixelrater.com/wp-content/uploads/2016/01/woolybanner.jpg

      Hwa hwa hwa :P
    • avatar de sucodelarAngela
      sucodelarAngela
      18/03/2016 às 08:01:11   localizacao São Luís - MA
      Everytime I see a game in spanish, it reminds me of mexican soap operas, haha!

      Então, de graça, tou querendo. Mas gastando dinheiro, não, :P

    Responda!
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