... mais precisamente na cidade de Denerim, uma pobre e jovem elfa chamada Sukita Tabris se preparava, mesmo a contragosto, para seu casamento. Para os elfos da cidade, o casamento arranjado era uma das maiores tradições, mas também uma forma de trazer novos rostos para a cidade e promover a diversidade consanguínea dos elfos.

O que acontece é que os elfos que vivem na cidade são vistos com preconceito e desdém. Moram em áreas segregadas, cercadas de altos muros, e só são aceitos no restante da cidade para trabalhar nas docas, bares ou nas casas dos humanos, mas assim que anoitece, são obrigados a voltar para seu bairro murado. Se forem encontrados à noite pela cidade, geralmente são confundidos e tratados como ladrões.

O dia era de festa na Alienage. Mesmo infeliz por ter que se casar com um estranho, Sukita estava determinada a seguir com a tradição. No entanto, um lorde local chamado Vaughan, geralmente conhecido por seus abusos, chega na festa ameaçando à tudo e à todos, quando finalmente é nocauteado por sua prima, Shianni. Todos resolvem proceder com o casamento e Sukita percebe que há um outro humano em meio às festividades. Seu nome é Duncan e ele é um Grey Warden.

Grey Wardens são guerreiros hábeis dedicados à luta contra os demônios, chamados de Darkspawns. Conhecidos por ignorar raças de seus recrutas, e até antecedentes criminais se for preciso, são fundamentais para derrotar as hordas de Darkspawn que invadem a superfície - as chamadas Blights.

Após as devidas apresentações, o casamento prossegue, mas Vaughan reaparece com guardas armados e sequestra as mulheres presentes no casamento, inclusive Sukita. Com a ajuda de seu primo Soris, Sukita consegue escapar do castelo de Vaughan, não sem antes matá-lo em combate.

Convencido de suas habilidades, Duncan resolve recrutar Sukita para os Grey Wardens, assim salvando sua vida, impedindo que os guardas a prendam e, ao mesmo tempo, ganhando uma nova aliada. Assim, cabe a você e aos Grey Wardens combater a Blight que se inicia.

E é assim que começou a MINHA aventura em Dragon Age: Origins. Porém, você pode começar sua aventura como City Elf com algumas diferenças, se for um elfo em vez de elfa. Ou ainda pode ter um background completamente diferente do meu se você escolher outra raça e classe. Há até 6 origens diferentes, afetando sua história pessoal e a forma como as pessoas te veem ao longo do jogo. Além disso, cada origem possui habilidades e talentos próprios. Minha City Elf recebeu habilidade em Coersão e Treinamento em Combate (por ser guerreira. Receberia Criação de Venenos se fosse ladina), além do talento Dual-Weapon Sweep, que eu mantive nos meus atalhos rápidos até o fim do jogo.

Apesar de não ser a maior fã do gênero medieval, devo dizer que DA: Origins foi bem gostosinho de jogar. Independente da origem que você escolher, você vai se tornar um Grey Warden que deverá impedir a Blight que se aproxima. O grande problema é que uma grande merda acontece gerando várias merdinhas em Ferelden e recrutar ajuda para ir à guerra não vai ser nada fácil. Dessa forma, você terá várias missões pela frente, evoluindo seu personagem e resolvendo certas pendências ao longo do jogo para conseguir unir as raças de Ferelden para a batalha final.

Como dito lá em cima, você pode escolher entre três raças (Humano, Elfo e Anão) e três classes (Guerreiro, Ladino e Mago). No universo do jogo, anões são resistentes à magia, mas não conseguem produzi-la, então caso você escolha essa raça, terá que ser Guerreiro ou Ladino. Após essas escolhas, você pode criar o seu personagem, desde os olhos, passando por todos os outros aspectos faciais e cabelo. Essa é minha Sukita Tabris:

Por mais que não hajam tantas semelhanças e sejam gêneros completamente diferentes, não há como não fazer certas analogias à Mass Effect. Em ambos os jogos, você poderá fazer escolhas que afetarão o mundo e suas relações com os personagens, que poderão até desistir de prosseguir com você ou tentar te matar #WynneFeelings. Além disso, o seu save poderá ser exportado para o segundo jogo da franquia, que apesar de ser com protagonistas diferentes, levam em consideração as suas escolhas no primeiro jogo.

Outra semelhança com Mass Effect é a possibilidade de "pausar" o jogo para escolher poderes e habilidades de cada um dos seus personagens e montar estratégias de ataque, usando o Wheel Menu. Você ainda pode escolher 6 poderes/habilidades para colocar nos botões de atalho, facilitando o uso dos mesmos durante o combate. Mas assim como em Mass Effect, eu usava bem pouco a rodinha e partia direto pro vamovê. No entanto, por ser mais um RPG e menos um jogo de ação, achei a jogabilidade meio travada da maneira que joguei. DA: Origins não te impede de jogar no modo ação, mas também não te dá a melhor fluidez em combate.

Como todo bom RPG, você acumula XP para subir de nível, e quando isso acontece, você recebe 3 pontos para distribuir entre atributos, nossos velhos conhecidos Força, Destreza, Força de Vontade, Magia, Astúcia e Constituição. Ganha também 1 ponto de Talento para... conseguir um talento, seja no uso de arco-e-flecha, ou armas de duas mãos, ou arma e escudo etc. Ainda, a cada 2 ou 3 níveis que você sobe (dependendo de sua classe), você ganha 1 ponto de habilidade que pode ser usado para aprender coisas como Herbalismo ou Criação de Venenos e Sobrevivência, por exemplo.

E tem mais! Quando você recruta novas pessoas para sua party, você tem a chance de aprender uma Especialização. Por exemplo: Morrigan é uma mage com especialização em Shapeshifter (podendo se transformar em animais nas batalhas) e se seu personagem for um mage também, você poderá aprender com ela essa especialização. Zevran é um ladino assassino que pode te ensinar a especialização Assassin, caso você também seja ladino. Como minha elfa era guerreira, Alistair me ensinou a especialização de Templar, que me foi muito útil por sinal. Cada especialização que você aprende tem seus próprios Talentos. Dessa forma, você tem bastante liberdade para evoluir seu personagem da maneira que melhor lhe convir, sem contar nas várias opções de armaduras, armas e itens que você encontra.

Mesmo com todas as opções de evolução de personagem, não ache que DA: Origins será um jogo fácil. Ele se torna cada vez mais desafiador, alguns bosses se tornando até mais difíceis que o próprio Final Boss, o Archdemon em forma de dragão. Em vários momentos eu me encontrava com a party menos apropriada, até mesmo para inimigos comuns, e levava a pior. Em alguns chefões *veste capuz da vergonha* tive que diminuir a dificuldade do jogo para conseguir ir em frente *chora*.

Voltando a falar sobre as semelhanças entre as duas franquias, DA: Origins também possui os bons e velhos romances, com o diferencial de que, se você souber levar a parada direitinho, consegue ter uns pegas com mais de um personagem. No meu caso, por um vacilo, cheguei a fazer Sukita trocar bitocas com Alistair, mas acabei indo rápido demais com Leliana e ele terminou o romance. Menos mal, ela é muito mais interessante. Além deles dois, você ainda pode romancear Zevran e/ou Morrigan.

Enfim, DA: Origins é um jogo muito divertido e desafiador, com uma história comum, mas bem desenvolvida ao longo do jogo, com jogabilidade um pouco estranha e travada à princípio, mas que logo você se acostuma. Os gráficos não são os melhores, mas, afinal, quem liga? Se o jogo é bom, peguem ele e Vão Jogar!

* Revisado em 26/03/2015 às 22:11:33