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Nintendo Switch é um console interessante, mas que carece de grandes títulos em seu lançamento

Papo LivreNintendo Switch

O futuro pode parecer promissor, mas a Nintendo terá que se esforçar para chegar lá com uma boa saúde para o seu novo console.

autor Rafael "Tchulanguero" Paes
datahora 15/01/2017 às 14:32:50   tagarelices 2

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O futuro pode parecer promissor, mas a Nintendo terá que se esforçar para chegar lá com uma boa saúde para o seu novo console.


O Nintendo Switch, anteriormente conhecido como Nintendo NX, foi provavelmente um dos consoles que mais gerou expectativa entre os jogadores, seja pela vontade de uma nova plataforma da empresa, seja pela simples curiosidade. O tempo passou, rumores surgiram, até que em Outubro do ano passado o aparelho finalmente foi revelado, explicando o conceito básico da plataforma. Na madruga de quinta para sexta passada porém, uma coletiva feita diretamente do Japão nos deu todas as grandes informações que restavam a respeito do console: preço, data de lançamento e jogos.

Leia mais em: Sem trava de região, Nintendo Switch ganha preço e data de lançamento mundial

Ainda que muitos infantilmente insistam na ideia de que a Nintendo precisa de hardware de ponta para se manter bem no mercado, o fato é que esta já não é mais a área dela. Embora ela realmente precise encontrar um meio melhor de lidar com os estúdios terceiros, esperar por um console novo da empresa atualmente é esperar por um novo conceito de videogame, o que as vezes dá muito certo, outras vezes nem tanto. No Wii ela conseguiu nos trazer os sensores de movimento, hoje parte importante das experiências em realidade virtual, mas havia uma certa dificuldade em fazer um uso realmente bom dos controles, principalmente em jogos que não eram de desenvolvimento interno. Já no Wii U, o conceito do GamePad se perdeu até mesmo dentro de casa, chegando ao ponto que muitos jogos da própria empresa não utilizavam o recurso.

Joy-Con Grip

O Switch por outro lado não é lá a coisa mais ousada que já vimos na indústria, sendo mais um conjunto de coisas que a Nintendo já fez anteriormente tentando se equilibrar em conjunto. Ele mescla controles com sensores de movimento e controles tradicionais em uma única peça que pode assumir formas variadas, assim como aproveita toda a experiência da empresa no ramo de portáteis para criar um console que pode ser jogado tanto no conforto do seu sofá, quanto fora de sua casa sem uma televisão. Isso me parece ser bem mais flexível do que o que foi tentado antes, de modo a unir uma jogabilidade mais tradicional com outras mais experimentais. Os Joy-Cons também surpreenderam bastante com suas inúmeras funções, que com certeza permitirão os mais variados tipos de experiências e prometem serem precisos o suficiente para que tudo não se torne somente um chacoalhar desenfreado.

Leia mais em: A caixa do Nintendo Switch: conheça melhor o novo console

Ainda sim, todo o conceito do Switch me pareceu excelente, colocando ideias que foram tentadas de outras formas por outras empresas em prática. A Sony, por exemplo, tentou com PlayStation 3 e PlayStation Vita introduzir a funcionalidade de continuar a jogar um jogo que o jogador tenha iniciado em casa em outro local, mas embora o recurso tenha sido implementado com sucesso, esse elemento de seu ecossistema nunca foi para frente de fato, até por requerer que dois aparelhos distintos fossem adquiridos.

Nintendo Switch Dock

Mas nem tudo são flores para o novo console. Na parte de hardware, embora eu não veja a potência como um problema conforme expliquei acima, existem alguns inconvenientes que podem afastar alguns compradores, como a duração da bateria e espaço de armazenamento, o que será definido muito pelo perfil de cada jogador e pelo o que ele prioriza em cada um destes aspectos.

Leia mais em: Bateria, capacidade de armazenamento, tela e resolução: o hardware do Nintendo Switch

O preço dos acessórios também é um outro problema dependendo do perfil. Embora o pacote básico, que já está no limite do aceitável em termos de valores, traga o suficiente para que o jogador tenha uma experiência completa, até mesmo podendo jogar com um amigo, qualquer um dos acessórios extras aumenta ainda mais o valor do console, que possuí um apelo muito grande justamente no multiplayer local, além da quase obrigação de se comprar um Pro-Controller para jogos de luta, por exemplo.

A rede online paga que virá com o novo console ainda também carece de mais informações, principalmente com relação aos valores que serão cobrados. Até o momento o que está sendo oferecido em troca é muito pouco para um valor padrão de mercado, e até Outubro, quando ela entrará em atividade, a Nintendo precisará mostrar que realmente vale a pena pagar pela assinatura. A ideia de oferecer jogos gratuitos mensais de NES e SNES seria perfeita, não fosse o tropeço de que tais jogos ficarão disponíveis aos jogadores somente por um mês. Por outro lado, a possibilidade de ter jogos do SNES com multiplayer online soa muito interessante, ainda mais pensando que isto poderá se expandir para outras plataformas antigas.

Leia mais em: Como irá funcionar a rede online paga do Nintendo Switch

Nintendo Switch Multiplayer

Mas o maior de todos os desafios do Switch se dá na área dos jogos. Embora o console tenha uma extensa e excelente lista para o futuro, o seu lançamento será muito fraco neste sentido. O único grande título presente será The Legend of Zelda: Breath of the Wild, que vale lembrar é um jogo do Wii U portado para o console, e por mais que outras coisas como 1-2 Switch e Arms sejam interessantes, ainda não são suficientes para manter a plataforma em seu início, que não contou com anúncios de títulos que com certeza chamariam a atenção do público, como Mother ou Metroid. Outros jogos, que deveriam ser carro-chefe da plataforma em seu lançamento, como Splatoon 2 e Mario Odyssey, serão lançados somente ao longo do ano, e farão uma grande falta nos meses anteriores de seus lançamentos, que se não mantidos bem pela Nintendo farão o público perder o interesse no aparelho, colocando a empresa novamente em uma situação difícil. Ela cometeu o mesmo erro com o 3DS, só conseguindo se recuperar somente após um corte de preço, porém com o Wii U a situação nunca melhorou mesmo após a mesma tática aplicada, se tornando um grande fracasso de vendas, ainda que com excelentes títulos em seu catálogo.

Leia mais em: Veja a lista de jogos anunciados para o Nintendo Switch

Outro grande trunfo da empresa, mas que até agora foi pouco explorado em seu discurso, está em seu serviço de jogos antigos, o Virtual Console. Já sabemos dos jogos de NES e SNES que serão oferecidos aos jogadores assinantes de seus serviços online, mas outras plataformas como Nintendo 64 e principalmente GameCube, pedido de longa data dos clientes da empresa, poderão ser essenciais para preencher essa lacuna de tempo entre os lançamentos.

Também ainda há muito dúvida em relação ao apoio dos estúdios terceiros. Embora a lista de apoio seja maior que a do Wii U, desta vez não há nenhum grande título anunciado, sendo em sua grande maioria ports, remakes ou títulos mencionados de forma vaga, o que demonstra que os estúdios querem ir com calma para ver como será a reação do público antes de se arriscarem de fato.

Nintendo Switch - Skyrim

Independente da situação financeira ou lugar aonde você mora, o que agora felizmente se tornou irrelevante graças ao fim do bloqueio por região, é difícil se empolgar para comprar o console em seu lançamento. O maior título que teremos é The Legend of Zelda: Breath of the Wild, que por melhor que seja não será suficiente para levar o console pelos meses iniciais, fora o fato de ser um jogo de Wii U, que com certeza será a primeira opção dos jogadores que já possuem a plataforma. Embora as pré-vendas feitas nos últimos dias tenham sido muito boas para a Nintendo, creio que a maioria dos jogadores ainda encara o console com muito ceticismo.

O Nintendo Switch parece ser uma excelente plataforma, a qual eu tenho certeza que receberá jogos memoráveis e nos trará experiências únicas, mas posto tudo a mesa, a Nintendo terá um árduo trabalho pela frente para convencer os jogadores de que os erros do passado não serão mais cometidos e de que vale a pena novamente possuir uma plataforma Nintendo.

* Revisado em 05/02/2017 às 16:43:08

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  • avatar de Gamer Caduco
    Gamer Caduco
    16/01/2017 às 13:40:21   localizacao SP
    Estou indignado com o poder de hardware do Switch. Pensei que finalmente eu jogaria Mario com gráficos realistas, Mario Kart finalmente se tornaria um simulador de direção perfeccionista e Yoshi’s Island vs Donkey Kong finalmente viraria um jogo de luta entre dinossauros e gorilas de proporções épicas e gráficos megapoligonares, se é que isso existe.
    Porra, Nintendo! Acabou com meu sonho! Sacanagem!

    Palhaçadas a parte, não se preocupa não, Tchula. Sonic Mania sai entre Março e Junho, vai alavancar as vendas do Switch como nunca! Mais uma vez a SEGA vai salvar a Nintendo, já tá virando rotina isso aí.

    OK, OK, palhaçadas realmente a parte, eu entendo a frustração de poucos títulos expressivos, mas se for parar pra pensar, nenhum console sai com biblioteca recheada de coisas "MUST PLAY". Se o povo parar pra ver a lista de coisas que já tá anunciada e pensar no conceito híbrido, o Switch vale a pena demais (junto com um PC foderoso ou um PS4 se for console gamer)... hehe. Pena que as pessoas só pensam em medir o tamanho do pipi. É a vida...

    • avatar de Rafael "Tchulanguero" Paes
      Rafael "Tchulanguero" Paes
      17/01/2017 às 17:16:16   localizacao Vespasiano - MG
      Eu acho que não ter Mario no lançamento, ainda mais com previsão para o final do ano, algo bem significativo. Não é questão de não estar recheado, é questão de não ter praticamente nada mesmo.

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