Começa aqui mais uma série de escritos desse site, Os Não Nascidos do Dreamcast. Aqueles jogos que estavam prometidos, na lista, sendo feitos (pelo menos no papel) e as vezes até prontos, mas que por motivos de falência maior nunca foram lançados. A ideia é sempre que eu estiver com saco tiver informações eu vá escrevendo estes textos, sem fazer uma sequência, ok?
E pra começar nada melhor que um jogão para o DC, que tava prontinho para ser lançado, mas que nunca viu a luz do dia. Vamos falar de...
Propeller Arena: Aviation Battle Championship
Capa americana com o cenário polêmico. Propeller Arena seria mais um daqueles jogos que apostavam na diversão simples e descompromissada (coisa rara hoje em dia), aquele tipo em que você chama a galera pra zuar no fim de semana, ou fica xingando o vídeo-game porque perdeu de novo. Basicamente o jogo é assim: você é um piloto maluco, com um avião de guerra mais maluco, trocando tiros em uma arena com pilotos mais malucos ainda: é isso mesmo, como o próprio nome do jogo diz, uma batalha de aviões. Simples, rápido, objetivo e muito divertido.
- Mas peraê véi, se o jogo nunca foi lançado, como você sabe disso?
A história é mais ou menos a seguinte: alguém que tinha acesso ao jogo colocou ele na internet e o resto da história vocês já sabem né, mesmo não tendo sido lançado, caiu nas graças do povo. A única coisa que eu não consegui saber ao certo (e fiquei com preguiça de pesquisar mais a fundo) é o fato de que em alguns lugares, dizem que a versão que vazou na verdade foi uma versão beta, em outros fala que é o jogo mesmo. Pelo menos a versão que eu peguei não aparenta ser beta, o jogo tá completo, suporte a quatro controles, internet, sem bugs, etc. Se não é a versão final, não deve ter quase diferença nenhuma, talvez algum aprimoramento ou algo do tipo.
Sobre o não lançamento, rezam as lendas lendárias, que o jogo não foi lançado mesmo pronto, porque como a Sega tava mais pra lá do que pra cá com os vários prejuízos que tava tendo com o Dreamcast, e lançar um jogo naquela altura do campeonato seria arriscado demais. Pra jogar uma pá de cal em cima, como uma das arenas do jogo lembra o World Trade Center, acharam que isso não ficaria legal para a americanaiada depois que Bin Laden derrubou as torrezinhas. Essa segunda parte pra mim é mais desculpa, até porque a arena nem lembra tanto assim, se não tivessem me falado eu nem ligaria as coisas, mas enfim, vamos ao jogo.
Mastigado: 1 - Status dos inimigos; 2 - Colocação; 3 - Indicação de perigo (inimigo metendo pipoco); 4 - Item; 5 - Energia para manobras especiais; 6 - Velocidade; 7 - Dano da fuselagem; 8 - Tempo restante da partida.
Modos
Não, eu não vou te ensinar boas maneiras, to falando é dos modos de jogo, seu oreia. Aqui é bem feijão com arroz:
- Temos o modo Championship como o principal do jogo. Nele você sozinho encara todas as arenas em uma espécie de campeonato de pontos corridos. Só passa para a próxima arena se terminar no mínimo na terceira colocação. As últimas arenas são rabo, e terminar o jogo não é das tarefas mais fáceis. Conforme você vai terminando, você vai habilitando os segredos do jogo.
- O Quick Battle como o nome já diz é uma batalha rápida onde você pode jogar com até quatro pessoas, selecionando a arena que quiser, mas não rola um campeonato como em Championship.
- No modo training são dadas pequenas missões para você ir completando e melhorando suas habilidades, é bom dar uma praticada antes ao invés de sair com a fuselagem toda furada.
Os outros modos dispensam explicação, como Internet e Options.
Jogabilidade
Os comandos respondem bem e são fáceis de decorar, não vale a desculpa "o botão que falhou" ou coisa do tipo. A única coisa que ficou um pouco fora é o controle do avião no analógico que ficou meio "técnico" demais para um jogo voltado mais para a diversão, ou seja, tu vai ter que penar muito até pegar os macetes de controlar o avião. As coisas melhoram um pouco quando se aprendem os movimentos especiais, onde você consegue fazer loopings, giros de noventa graus e o caralho a quatro. Outra coisa que ficou um pouco ruim é que certos movimentos são meio ingratos de se fazer no analógico, como cima, baixo, cima e X por exemplo. Mas apesar de tudo não é difícil de se acostumar, a diversão continua garantida.
Arenas
Depois do 11 de setembro tudo lembra aqueles predinhos... pif! As arenas possuem temas bem variados e bacanas, desde os óbvios Airport ou Sky High até os diferentes Volcano e Phantom Island. Todas tem um tamanho na medida, não dificultando as perseguições e nem te deixando na mira dos outros fácil demais. Eu dividira as arenas em dois tipos, as sem obstáculos, onde a área é totalmente aberta (mas ainda continuam com as delimitações de tamanho) e as com obstáculos, que sempre são alguma estrutura no meio da fase (a fase da cidade por exemplo).
SOM
A parte sonora de PA lembra muito a de Crazy Taxi, inclusive o narrador do jogo é o mesmo. Os efeitos sonoros não são muitos, tiros, explosões, etc, mas todos bem feitos. O narrador te informa das situações de perigo, por exemplo, quando está na linha de tiro de alguém ou quando está alto/baixo demais.
A trilha sonora é composta metade pelas bandas Consumed, Zero Down, No Use For A Name, Mad Caddies e Rise Against. A outra metade é de músicas compostas pela Sega AM2, no mesmo estilo das bandas gringas. Algumas músicas não ficaram muito legais no jogo por serem "lentas" demais para o ritmo frenético, mas são bacanas no geral.
Há também um recurso que eu não sei muito bem como funcionaria que seria o chat por voz durante as partidas online, tanto que o botão B nas configurações é destinado a isso, mas durante as partidas só rola os comentários dos personagens mesmo.
Nota: um pouco antes de fechar este escrito eu vi na internet uma espécie de VMU com microfone acoplado sendo vendido no Play Asia. Tá aê a explicação de como funcionaria o chat online em tempo real que tá na capa.
Gráficos
Batalha de aviões em um vulcão, insanidade pouca é bobagem. Os gráficos são bem feitos, e embora o jogo não tenha muitos efeitos, são bonitos até. Os cenários são bem detalhados e construídos, mesmo os mais simples como o da arena Sky High. A arte do jogo também não fica atrás, bem no clima da budega. Nada de excepcional, mas os gráficos cumprem bem o seu papel.
Fechando
Propeller Arena é um jogo bem divertido, seja sozinho ou de turma como eu disse no começo, tem diversos extras como ir liberando mais aviões (incluindo o HTK-7700 que nada mais é o controle do Dreamcast, tendo como piloto o HTK-7000, mais conhecido como VMU), itens diversos espalhados pelas arenas, empolgante e com uma dificuldade boa mas que requer habilidade. É uma pena que o jogo não tenha sido lançado, mesmo para outro console como aconteceu com muitos outros jogos do DC que foram parar no PS2 e X-Box.
Não sei se eu que não soube configurar o emulador, mas este jogo só rodou no meu Dreamcast mesmo, no PC ele não quis nem saber, o que é meio desanimador pra galera que curte emulação, mas é jogo que com certeza vale muito a pena. Recomendo também visitarem o site (gringo) Propeller Arena Fan Site, lá há muita informação, inclusive a trilha sonora disponível para download. Agora uma pequena amostra:
Agora larguem esse computador, arrumem um Dreamcast e vão jogar esse jogão da Sega.
Ótima análise cara, esse é um dos jogos mais divertidos do Dreamcast. É só juntar uma galera, refrigerante, salgadinho e som bem alto que a diversão, hipertensão, e surdez estão garantidos. ^^
Nem fala cara, esse é um dos jogos que mais sinto falta de jogar desde que meu Dreamcast ficou cego. Mas a trilha sonora eu sempre estou escutando, principalmente as musgas que a AM2 criou que são muito fodas.
Parabéns pela resenha! Ficou afude! Me convenceu a conhecer esse jogo. Consegui um Dreamcast funcionando por apenas 40 conto com 2 controles. EAUHEAUHEAUH To aqui na função de procurar as pérolas desse videogame agora.