Estes últimos meses tem sido bem conturbados na área da tecnologia. Ainda é fresco em nossa memória a invasão de siglas estranhas como SOPA, ACTA e PIPA em nossas vidas. De repente os EUA resolveram controlar a internet com a desculpa de combate a pirataria, claro que com grande apoio de grandes empresas, incluindo as fabricantes de nossos queridos vídeo games e jogos. Você pode dizer que isso é coisa de americano e que não é preciso se preocupar, que não tem nada a ver com a gente... mas de onde vem grande parte de nosos jogos mesmo? E não é com a internet, que você lê este site e joga online com os seus amigos? E que país adora copiar idéias dos gringos, principalmente as mais idiotas? Aliás, de idéias idiotas já estamos bem servidos, afinal até lei para banir jogos ofensivos querem colocar em prática aqui. Mas felizmente nestes casos as pessoas fizeram valer sua voz e pelo menos até agora nada disso foi para frente.

Mas focando mais nos vídeo games, vemos que também estão havendo mudanças ruins para nós, sob a mesma bandeira da luta contra a pirataria, porém com um grande agravante: ou aceita ou não joga. Em meio a tantos métodos que prejudicam muito mais o cara que compra original do que o que pirateia, repararam que também querem acabar com o mercado de usados? Nos vendem cada vez mais a idéia de que a mídia física está morta e que o online é a salvação, e já começaram os primeiros sistema que limitam o números de usuários que um jogo pode ter, ou até pior, como o caso de Resident Evil: Revelations aonde foi anunciado não ser possível apagar o save. Você vai comprar a parada, vai ser obrigado a acessar a internet para validar o jogo (ou até mesmo ter que continuar online) e se resolver vender ele uma ativação já foi pro limbo, restando mais umas duas ou três. Já até imagino os anúncios no Mercado Livre: "GTA 7 em excelente estado, ainda permite mais uma ativação, RARÍSSIMO!". Iae, vamos ficar parados e assistindo?


Existem casos porém que são mais ridículos ainda. Todo mundo sabe que a Nintendo está focando todos os seus esforços no Wii U e 3DS, e que o Wii já não vai mais receber nenhum grande título. Só que ainda tem uns jogos muito bons dele que só foram lançados no Japão, mas que a galera de fora ficou louca querendo jogar, principalmente Xenoblade Chronicles, Pandora’s Tower e Last Story. Então o povo organizou um movimento chamado Operation Rainfall que basicamente dizia o seguinte para a Nintendo Of America: "Traz os jogos para cá que a gente entope os seus bolsos de grana comprando eles", e sabem o que a Nintendo respondeu: NÃO! Isso mesmo, tendo todos os elementos para fabricar dinheiro, a empresa simplesmente não quis saber. Estratégia? Se alguém me souber avisa. Como a Nintendo Européia não é tão idiota assim, resolveu lançar os jogos por lá, com as pessoas do lado de cá chegando ao cúmulo de terem que destravar o seu console para poder jogar um jogo original, tudo porque o Wii tem outra idiotice chamada trava de região. E não é que para nossa "surpresa", dois destes jogos logo em seguida foram anunciados também nos EUA? Que isso NoA, segurando os jogos pra ter o que lançar em 2012? Ou é preguiça de fazer a localização e por isso ficou esperando a divisão européia fazer todo o trabalho pesado?


Mas eu não poderia deixar de fora deste passeio pelas bizarrices do nosso sagrado entretenimento sem falar dos nossos problemas. Sabem a SEN (Sony Entertainment Network), antiga PSN? Alguém ae me diz qual a taxa de conversão de dólar que ela usa? Porque usar como desculpa os jogos físicos serem mais caros aqui no Brasil por conta de impostos e blá, blá, blá até passa, mas o que justifica os jogos online serem extremamente mais caros aqui do que lá fora? O pessoal já até inventou um termo para isto, é o "dólar sonyano".

E como o PS Vita é o console do momento, que tal comprá-lo em nosso país, com cartão de crédito nacional mesmo, podendo parcelar em várias vezes sem juros? A proposta é tentadora, não é mesmo? Mas e se eu te disser que eles está sendo vendido aqui por módicos R$ 1599,00 o modelo mais simples, ainda interessa? Pois este é justamente o preço nacional do console, que é bem mais caro do que você importar e pagar as taxas devidas. Grande incentivo ao mercado nacional de jogos hein?


Ah, mas não precisamos nos preocupar, afinal temos o Super Jogo Justo para nos defender, certo também? Bom, eu já não tenho mais tanta certeza. Eu não tiro o mérito do projeto em ter chamado a atenção para a situação do mercado nacional de jogos e até mesmo ter conseguido avanços importantes para o setor, mas para a maioria das melhorias ou empresas investindo por aqui que eu vejo acontecer, pouco me parece ter a mão do projeto ou da ACIGAMES, aquela associação que eles criaram para defender as empresas nacionais de jogos, desde que a mesma seja afiliada e obviamente pague para isto. Os caras vivem postando coisas no twitter, e sempre que alguém elogia o projeto eles repassam na hora, então eu pensei em perguntar o que eles tinham a dizer a respeito desse lance do preço do PS Vita e o que eles fariam a respeito, foi o que eu fiz. Sabe qual foi a resposta? Nenhuma. Nem o Sr. Moacyr Jr., nem Jogo Justo e nem ACIGAMES me responderam, simplesmente ignoraram a minha pergunta, justo eles tão ativos nas redes sociais. Então eu pergunto: até que ponto esta empreitada está realmente envolida com os jogadores e não apenas com grupos de interesse financeiro?

Bom, este foi o nosso pequeno passeio pelos problemas envolvendo o mundo dos jogos atuais, não é atoa que eu venho brincado com o lance de estar vendendo vaselina, porque o que as empresas querem é enrabar os jogadores mesmo. Fiquem a vontade para pensar bem sobre o assunto, no que você pode fazer para mudar e exponham ae na área de tagarelices as suas idéias. Mas sem stress, afinal vocês sabem qual é o lema aqui: vão jogar!

* Revisado em 08/01/2013 às 00:14:19