Sempre que algum sonysta vem falar de boca cheia de um PlayStation 2, um dos jogos citados é God of War II. Sempre que um sonysta e auto-intitulado "hardcore gamer" vem falar de seus jogos adultos e etc, um dos jogos citados é God of War II. Até alguns dias atrás eu não conhecia quase nada sobre o jogo, mas consegui um PlayStation 2 emprestado e pude tirar minhas dúvidas a respeito do jogo. Será ele realmente bom? Será ele realmente violento? Será ele realmente adulto? Enfim, o que descobri é que...

...Kratos é um Mario fingindo que é adulto e violento!

Fiquem calmos sonystas, vou explicar meu ponto de vista. Isso não é uma crítica, desmerecimento ou coisa parecida. O que eu quero dizer é que assim como Mario é um personagem cativante em um jogo divertido e descompromissado representando a Nintendo em qualquer parte do globo, Kratos é exatamente a mesma coisa. A diferença é que um vive atrás de um dragão e o outro atrás dos deuses do Olimpo. Mas em nenhum momento eu vi um jogo realmente adulto e nem violento. Mas vou explicar melhor daqui a pouco o porque de eu ter achado isso.

O Jogo

GoW2 se enquadra para mim no mesmo tipo de jogo que Devil May Cry, ou seja, são os bons e velhos beat em up’s com uma nova roupagem. Mas no fundo é a mesma coisa, pode ter história, pode ter personagem carismático, pode ter o que for, no fundo é tudo pretexto para dar porrada. E foi aí que eu vi que GoW2 não passar nem perto de ser o tipo de jogo que o pessoal fala. A história é bem boba, o bom e velho clichê da vingança, a criatividade foi só em explorar o tema dos deuses, para um jogo violento do jeito que falavam quase não tem sangue e não há nada de inovador na jogabilidade. Mas mesmo assim eu considerei ele um puta jogo pelo fato de ele ser divertido para caramba, porque a única coisa com o que você precisa se preocupar é em bater, nada mais. Precisa de mais? Aliás, nos novos conceitos idiotas dos jogadores modernos, GoW2 está mais para casual do que pra hardcore.

O Deus do Grito

Muitos dos que já jogaram GoW2 e também viram que o jogo não era lá essas coisas, sempre meteram o pau no fato de Kratos gritar o tempo todo. Realmente, o cara grita para tudo, muitas vezes sem necessidade nenhuma. No começo eu estava concordando com o pessoal, achando que não passava de uma tentativa forçada de passar a imagem do cara que mata todo mundo é que não tá nem aí para nada. Depois eu vi que aquilo propositalmente passava a imagem do que Kratos é realmente: um cara burro, que a única coisa que sabe fazer na vida é bater. O cara resolve tudo literalmente na porrada. E isso no jogo é bacana, já que você não precisa ficar fervendo o "Tico e Teco" para resolver problemas, basta apertar os botões e cortar todo mundo no meio. Tira o estresse de qualquer um. Uma coisa que ficou legal é que para quebrar um pouco o clima de só ficar apertando botões para dar porrada, alguns inimigos podem ser destruídos de formas mais "divertidas" se você fizer certas sequencias de botões que vão sendo mostradas na tela. Rola aqui também um "Q" de RPG, já que é possível evoluir as armas que se vai ganhando no desenrolar do jogo.

Áudio & Vídeo

Na parte técnica realmente GoW2 põe muitos jogos, inclusive do próprio PlayStation 2, no chinelo, contando com sons e gráficos muito bem feitos, fazendo valer as promessas da Sony no lançamento do console. A trilha sonora já te deixa no clima de dar porrada e os gráficos são muito bem feitos. Apesar da maior parte dos cenários serem estáticos, muitos inimigos também são extremamente bem trabalhados, como é o caso da estátua viva no início do jogo. Porém, para jogadores que vivem falando que os jogos da Nintendo são infantis, que são coloridos e afins, GoW2 também não fica atrás, sendo muito colorido mesmo, passando muito mais um clima de fantasia do que de realidade. Isso só reforça mais o que eu disse, que é um jogo focado totalmente na diversão pura e simples de seguir em frente e dar porrada.

Enfim

Infelizmente eu tive que devolver o PlayStation 2 antes de ter fechado o jogo, mas do que eu vi gostei bastante, e contrariando minhas expectativas, sendo um jogo totalmente voltado para a diversão descompromissada. Para mim não superou Devil May Cry, com o qual eu comparei no início do escrito, mas chegou bem perto. Merece ser jogado, merece o título de um dos melhores jogos do PlayStation 2, mas não é nem de perto o tipo de jogo que muitos sonystas insistem em dizer que ele é. Confiram vocês mesmos e tirem suas próprias conclusões. Agora deixa eu voltar a jogatina, semana que vem tem mais PlayStation 2.

* Revisado em 23/04/2018 às 22:55:16