Hoje em dia falar de pirataria é pior do que falar sobre religião. Sério, é um porre todo mundo discutindo e ninguém chegando a lugar nenhum. Ah um tempo atrás eu comecei com essa merda aqui no site também, lembram? Pois é, acabou que por aqui por ser um site não muito freqüentado nem rolou discussão nem nada. Mas como eu não to nem ai se tem gente lendo ou não resolvi voltar a escrever sobre o assunto, tudo por culpa disto, então vamos lá.
Pra quem não leu o texto anterior saiba que o lance aqui é filosofar da forma mais barata possível em cima do assunto, não vou defender nada (apesar que o meu foco é discutir as idéias que tentam ser empurradas goela a baixo dos que são contra a pirataria), só vou mostrar mais bizarrices da situação pra que ou a cabeça de vocês se afundem em merda, ou algum entendido do assunto me ajude a entender elas. De qualquer forma o que eu disse antes continua valendo, só estou complementando as idéias.
A Culpa é da Microsoft
Não, a culpa da pirataria não é da Microsoft, mas como eu apresentei ae em cima eu escrevi este texto por causa de uma matéria onde a Microsoft está para banir (novamente) os consoles de quem estiverem usando jogos piratas em sua rede, a Live, PERMANENTEMENTE. Como o assunto se tornou polêmico e está diretamente relacionado a jogos, já viram né. Aliás, não é só com o jogos que a Microsoft toma atitudes do tipo, vejam aqui.
Comparações Bizarras
Nessas discussões de contra e a favor o mais comum é o pessoal tentar ilustrar a situação com os mais variados exemplos, sendo que a maioria é totalmente sem noção, mesmo o cara falando certinho com um discurso todo ensaiado e bonito. Um dos que eu acho mais legal é o comparar a pirataria com alguém que usa a sua casa sem você permitir ou algo parecido. Bem, tomando como exemplo o banimento dos piratas da Live, vamos reformular a situação:
Primeiro que essa teoria é distorcida, afinal na Live você paga para ter acesso a ela e está sendo punido por estar usando de forma indevida, e não por estar lá. Então vamos imaginar que você cobra para as pessoas poderem usar a sua casa, vamos considerar uma pousada ou algo do tipo pra ficar mais fácil. Você cobra um determinado valor para as pessoas usarem por um determinado período e determina regras para elas usarem o espaço de forma apropriada. Assim funciona a Live. Agora imagine que há frigobar’s nos quartos com produtos diversos lá dentro colocados por você (os jogos) e cobrados de acordo com o consumo dos hóspedes (os jogadores), ou seja, você lucra em cima daquilo. Só que um dos hóspedes acha que Coca-Cola é muito caro, e resolve dar uma volta e comprar um refrigerante de cola qualquer (o jogo pirata). Ele entra no seu quarto com o refrigerante, está usando o seu espaço, tomando um refrigerante que não é o fornecido por você (portanto você não lucra com aquilo) o que te deixa puto. Ae você expulsa o cara da sua pousada, mesmo ele tendo pago pela estadia, só porque ele quis tomar um refrigerante genérico, mais barato e que não era fornecido por você. Bizarro não? Mas é mais ou menos isso que a Microsoft está fazendo. O problema é que o pessoal leva comparações ao pé da letra, essa minha está mais organizada e mesmo assim fica estranha, imagina o cara usando sua casa sem permissão então?
Preocupação com os pobre programadores
Muitos falam de como fugir dos preços abusivos dos jogos fazendo importação dos mesmos, incluindo pagar os impostos e tal, o que não traria prejuizo aos pobres programadores que estão na miséria e ainda estaria dentro da lei. Claro, toda vez que uma empresa demite funcionários é culpa da pirataria, desculpa boa essa hein? Mas enfim, esse tipo de comportamento é válido sim, mas com ressalvas:
1) Isso empobrece o nosso mercado. Claro que você pode tocar um foda-se, afinal você tá pouco se lixando para o mercado nacional de jogos já que quem faz os jogos são os gringos. Mas ae chora porque aqui tudo é caro, porque não tem jogos brasileiros ou traduzidos, porque quer trabalhar com jogos mas o mercado aqui é ruim e etc. Grande diferente você é de quem compra DVD na barraquinha hein?
2) Ter acesso a um computador, internet, cartão de crédito e um console de última geração ao mesmo tempo não é para qualquer um não. Podem até falar que é só correr atrás, lan house e mais não sei o que, mas vai falar isso para uma mãe ou pai, que nem sabe o que é um next-gen e muito menos como se usa um computador.
Boa índole é ser contra a pirataria e usar mão-de-obra escrava
As empresas tem receio de vir para o Brasil porque aqui a pirataria é alta, mas tão lá na China (já disse isto no outro texto). Ae eu em uma discussão saudável e produtiva com um camarada, jogo essa e ele me diz que é por causa da mão-de-obra barata e que uma coisa compensava a outra (o cara mesmo não concorda com isso). Pow, a Microsoft já tem um histórico imenso de desrespeito com os consumidores (tela azul da morte, 3RL, Internet Explorer, etc), só tá pensando na grana dela, e nego ainda vem querer defender a moral da empresa contra a pirataria? Defender dinheiro por defender dinheiro eu ainda mais justo que cada um defenda o seu.
Fechando: todos só querem é tirar o seu da reta
Depois de muito analizar a situação, eu chego a conclusão que nessa guerra contra a pirataria todos só querem é ter o seu lucro. As empresas não estão preocupadas com a propriedade intelectual dos desenvolvedores, os que são contra a pirataria não estão nem ae se a situação vai se resolver ou não, e a maioria não tá nem ae pra nada, só quer é jogar de (quase) graça. São poucos os preocupados com o quadro geral, com o que leva a uma pessoa comprar um produto pirata, com a forma real que isso afeta a indústria dos jogos e em formas de tentar resolver essa bagaça. Cada um fazer sua parte é muito importante, mas achar que porque compra original é estar ajudando em algo é ilusão, então ao invés de brigas em sites, blogs e fóruns, porque não usam toda essa energia, conhecimentos e vocabulários vastos para tentar achar uma solução?
* Revisado em 01/08/2013 às 23:04:48
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