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Um escrito maluco sobre nerds babões, sexo, drogas, rock’ n’ roll e jogos, claro.

autor Rafael "Tchulanguero" Paes
datahora 19/01/2009 às 01:55:17   tagarelices 6

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Um escrito maluco sobre nerds babões, sexo, drogas, rock’ n’ roll e jogos, claro.


É fato que nos dias de hoje a imagem é um dos atributos mais valorizados. Não importa o aparelho, um celular com design ultra-moderno mas que não dá sinal, uma televisão de 50" de plasma com uma imagem do caralho, mas que daqui uns anos não funciona mais, um player blu-ray com imagem e som de cinema, mas lento e caro pra cacete, todos se baseiam em uma qualidade a curto prazo, quer dizer, bonitinhos, mas ordinários. É tudo assim hoje em dia, o aparelho tem uma qualidade absurda, é caro, mas não dura nada. Dizem que é pra movimentar o mercado, mas eu ainda sou da opinião que essa porra de mercado deveria pegar os seus produtos, enrolar delicadamente e enfiar no centro de seus cus.

Mas não é exatamente disso que eu quero falar. Acontece que essas coisas vendem porque as pessoas é que acabam dando importância demais para a imagem. E ae eu chego nos videogames. Quem não se lembra daquela maluquice toda em torno do lançamento do PlayStation 2? E tudo porque a Sony ficou prometendo gráficos nunca antes vistos (coisa que só foi virar realidade bem depois do lançamento dele). Lembro que na época eu ainda estudava e tinha arrumado umas Ação Games (aquela revista antiga, cheia de jabá) com várias imagens dos futuros jogos, e dava um tumulto felédaputa na sala. Com o tempo os consoles foram vindo e então aqueles gráficos embasbacantes foram se tornando normais. Finalmente era possível ver as coisas direito e os nerds ganharam mais motivos pra ficar babando.

Samus Nes / GC

Estava tudo perfeito até que as empresas falaram que eles queriam mais real ainda, que os gráficos da próxima geração seriam tão perfeitos quanto a própria realidade, na verdade tudo pra vender mais. E veio a Microsoft e Sony com consoles que fazem muito mais que rodar jogos, são centrais completas de mídia e entretenimento só faltou lavar, passar e cozinhar. Mas claro, como tudo no mercado atual eles tem prazo de validade, e é bem pequeno. Mas não importa, os gráficos são reais, são fodas e... os jogos? Seriam os jogos simplesmente gráficos?

A Nintendo disse que não, mandou os auto-entitulados hardcore gamers se ferrarem e resolveu se encher de grana vendendo gelo para esquimó. Passou a vender videogame pra quem não joga videogame, e o resultado foi o Wii e o DS, os dois consoles atuais mais vendidos. Claro, sempre vai ter um pra falar que o hardware dos dois é fraco, que PS3, PSP e X360 são muito melhores e blá, blá, blá mas me digam se eu tenho um jogo tipo esse aê em baixo, pra que mais?


Aí vão dizer que o Wii só tem um ou outro que presta. Mas então chegamos ao ponto que eu queria: não do Wii e toda a sua filosofia que eu quero falar, o que eu quero dizer é que gráficos sozinhos não fazem um bom jogo, precisa todo um conjunto. Nesse bolo todo que eu destaco uma parte do jogos que nem sempre é encarada como deveria, o som. Mas é som assim:


E não assim:


O som nos jogos é um negócio que na minha opinião não evoluiu tanto quanto os gráficos e faz uma diferença absurda nos jogos. Aliás, a imagem depende tanto do som, quanto o gosto depende do cheiro. Um exemplo prático é o sexo, que como sabemos, funciona perfeitamente no escuro.

Mas voltando ao mundo nerd dos jogos aonde não há sexo, antigamente você tinha aqueles mids com poucas variações, mas quando bem feitos davam todo um clima. Lembro da trilha sonora da série Rockman X para SNES que fazia isso muito bem. Outro jogo do SNES que também tinha uma trilha sonora duca foi Super Metroid, as músicas realmente te botavam tenso. Mas pra mim, um dos maiores exemplos de som fazendo mais a diferença que os gráficos é em Metal Gear Solid para PSOne. Lembro de quando joguei ele pela primeira vez, com aqueles gráficos feios (mesmo pro PSOne), mas com uma trilha sonora excelente, o fato do jogo ter falas (o principal), o jeito como ele foi feito para se parecer com um filme, isso é que fez dele um clássico. Dá uma conferida nessa cena (se você é de outro sistema solar, não jogou ainda e não quer saber de parte da história antes, então nem assista):

Uma das cenas de jogos mais bem feitas que eu já vi!

Cara, dá pra imaginar essa cena sem as falas ou até mesmo a música de fundo? Podia ter a CG que fosse, podia ser uma holografia em tamanho natural, a essência dessa cena está no diálogo, ou seja no som. Um jogo que pra mim perdeu muito justamente por não ter falas, foi Skies Of Arcadia do Dreamcast. É um RPG bem simples em todos os aspectos, mas muito bacana e bem feito, só que o lance de ter que ficar lendo texto o tempo todo e ter como voz somente os gritos na hora das magias e alguns grunhidos, tirou boa parte do clima, acaba sendo meio frustrante em algumas horas.

Agora, há um jogo em que a coisa deve ser analisada a parte: Zelda (não, eu não vou defender). Bem, até o Majora’s Mask era aceitável o jogo não ter falas, porque isso em um cartucho é meio complicado. Se bem que esses dias eu tava dando uma conferida no Conker’s Bad Fur Day e o treco tem fala pra caramba. Mas enfim, rolou aquele bafafá todo quando saiu o Wind Waker para o Game Cube por causa dos gráficos, ae quando veio Twilight Princess... o jogo continuou na mesma, ou seja, só grunhidos. Espera um pouco, antes era falta de espaço, e agora o que é? Segundo Shigeru Myamoto é pra fazer o jogador se sentir no lugar do personagem. Eu não concordo muito com esse papo furado não, mas acredito que na cabeça dele seja isso mesmo. Ou então medo de dar voz a um personagem que por tantos anos foi quase mudo. Se bem que o Mario também era, mas hoje eu só consigo lembrar dele falando, graças ao "It’s me, Mario!" em Mario 64.

Tem os jogos também que trabalham muito bem a ausência do som e trilha sonora em certas partes, como é o caso de jogos como Resident Evil, Alone In The Dark e Silent Hill, tudo para fazer e conseguir você borrar as calças de medo. Já outros incorporam uma boa trilha sonora com simples objetivo de empolgar mesmo como é o caso de jogos como Devil May Cry, Crazy Taxi, Tony Hawk’s Pro Skater, Killer Instinct e outros. Existem também aqueles casos onde o jogo se baseia todo no som, como Guitar Hero e Rock Band, os geradores de King Kong, Pump It Up e Dance Dance Revolution, o exótico Samba de Amigo, os criativos e diferentes Space Channel 5 e Rez, entre muitos outros.

Bom, eu acho que os gráficos já chegaram no limite do necessário e a Nintendo já mostrou que há outras coisas para evoluir nos jogos. Outro bom exemplo também é o caso do iPhone, onde o pessoal se diverte pra caramba com os jogos mais bestas do mundo pelo fato de poder interagir com a tela e com o próprio aparelho (graças ao seu acelerômetro). A Microsoft daqui a algum tempo deve lançar alguma novidade também, até o novo Windows já tem suporte a touchscreen, ae depois que todo mundo lançar algo novo a Sony deve copiar de alguém lançar as novidades dela.

Mas eu ainda tenho esperança de evoluções tão grandes quanto tivemos nos gráficos para os sons, aquela coisa de você saber de onde está vindo o inimigo pelo barulho dos passos ser cada vez mais comum e precisa. E só pra fechar essa ladainha que deve ter ficado uma confusão só, vou comprovar a importância do som nos jogos com mais um vídeo:


Para os veteranos vai a pergunta: em que parte do vídeo você mais empolgou?

* Revisado em 12/08/2016 às 13:34:31

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  • avatar de anthony
    anthony
    26/01/2009 às 19:07:49   localizacao vespacity
    Opa,

    Outro exemplo e o velho e bom Super Mario RPG, e o Velho e bom Crono Trigger, que faziam miserias com o SNEs, nao basta ter grafico, som, tem que dar vontade de jogar. Agora vem o BFIII que e a mesma coisa do BFII que foi uma continuação do BFI e o que evoluiu? Dois exemplos de jogos que pioraram a medida que o grafico melhorou sao Age of Empires do Dois para o Tres ( na minha opiniao o 3 e uma bosta) e o Final Fantasy... Depois do 7 a qualidade dos outros e questionavel!

    flw

    anthony

    • avatar de Rafael "Tchulanguero" Paes
      Rafael "Tchulanguero" Paes
      27/01/2009 às 10:23:31   localizacao Vespasiano - MG
      Véi, eu to tão na correria que nem tinha visto que o link da imagem do texto tava errado. Mas agora ela tá lá, Samus antiga e Samus gostosa nova.

      Pois é cara, tão preocupando demais com o gráfico, mas o pior é que o pessoal só quer saber disso, então querendo ou não isso deve continuar por mais um tempo. Agora, claro que hoje temos muitos jogos fodas, tanto em diversão quanto em gráficos, o único problema é que eu não tenho grana pra ter eles, he he he.

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  • avatar de luis otavio
    luis otavio
    19/10/2011 às 22:35:44   localizacao poços de caldas mg
    verdade o som faz muita diferença pra mim não posso falar de trilha sonora sem falar de tony hankis 4 de ps1 q tem uma otima trilha sonora com systen of a down e acdc e um dos jogos que para mim a sony (pra variar) estragou guando fez a versão para ps2

    • avatar de Rafael "Tchulanguero" Paes
      Rafael "Tchulanguero" Paes
      20/10/2011 às 14:50:05   localizacao Vespasiano - MG
      Tony Hawks realmente tinha uma trilha sonora muito foda, a que eu mais grado até hoje é a do segundo. Dos mais novos eu só joguei o Underground 2 que eu curti muito e o American Wastland que eu achei mediano, mas vem cá, a série é da Activision / Neversoft e não da Sony, tanto que é um jogo multiplataforma.

    Responda!
  • avatar de Ricardo Niclas Lopes
    Ricardo Niclas Lopes
    22/11/2013 às 23:06:57
    senti algo estranho, não sei se posso usar a palavra nostalgia, como o unico Metal Gear que eu joguei foi o 4, ver esses momentos do primeiro, com a mesma musica, e ver aquelas falas que apareciam como Flashback... é o inverso da nostalgia, mas é tão bom quanto

    • avatar de Rafael "Tchulanguero" Paes
      Rafael "Tchulanguero" Paes
      24/11/2013 às 13:44:06   localizacao Vespasiano - MG
      Rzs, entendo o que você quer dizer. O primeiro Metal Gear pode ser quadradão e tal, mas eu o acho espetacular.

    Responda!
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