Ano passado eu estive no Minas Game Festival e falei um pouco sobre Wells, dos mineiros da Tower Up Studios, um shooter com visual steampunk e progressão lateral que na época eu já havia achado bem interessante, e que também deu as caras na BGS esse ano. De lá para cá o jogo passou por diversas melhorias, sendo a principal a atualização da versão de sua engine, a Unity, que apesar de ter obrigado a equipe a praticamente refazer toda a parte técnica, proporcionou gráficos e efeitos bem melhores. De fato, a melhoria mecânica e gráfica entre a demo do ano passado no MGF e desse ano na BGS foi perceptível, até por conta do jogo já estar em processo de homologação junto aos órgãos de classificação, com lançamento previsto para outubro para PC (Steam Windows, Linux e Mac) e Xbox One. Existe a possibilidade do jogo também ser lançado para PlayStation 4 futuramente.
Em Wells acompanhamos George Wells, um renomado contrabandista da grande cidade de Percepolis no princípio do novo século, que busca se livrar de alguns clientes que o querem ver morto. O jogo possuí mecânicas bem variadas, não se atendo somente ao atirar, com diversos puzzles de cenário e armas diversas, cada qual com suas características, necessárias para os diferentes tipos de situação durante a aventura.
Mas durante o último ano, a Tower Up além de Wells, também trabalhou em Sonho de Jequi, um runner de progressão lateral para Android, iOS, Windows Phone (beta) e PC (Windows e Linux), que assim como Wells, também se iniciou como um projeto de faculdade e também esteve nas finais da Microsoft Imagine Cup desse ano, conquistando a terceira colocação na categoria de melhor jogo.
Assim como muitos jogos mobile, Sonho de Jequi conta com compra de itens com dinheiro real, mas você também tem a opção de obtê-los assistindo a propagandas, ou simplesmente ignorar esta parte. Mas Sonho de Jequi se destaca dos outros jogos do gênero em diversos aspectos. Nele você controla até dois personagens simultaneamente, o que já eleva a dificuldade consideravelmente, mas felizmente com mecânicas simples e funcionais. A direção de arte também se destaca bastante, como personagens que parecem bonecos modelados com papel.
Mas a coisa mais interessante é o seu aspecto social. Sonho de Jequi fala sobre o Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais, uma região que sofre muito com falta de água em épocas de seca, e além de evidenciar a situação da região em sua temática, também recolhe doações através do PayPal, que são direcionadas integralmente para a ONG Cáritas Diocesana de Araçuaí para a construção de cisternas, sendo que a meta para a construção da primeira foi alcançada recentemente. Em sua história, o garoto Jequi deve coletar o máximo de água possível para que sua mãe Jandira e seu irmãozinho Joel sobrevivam a seca. Conforme Jequi avança pelas fases, todo o cenário vai ganhando vida e cor.
Existe uma ideia ainda em estudo, onde as gotas de água que são coletadas ao longo da aventura pelos jogadores, sejam revertidas em doações para a ONG através de empresas investidoras.
Quem tiver interesse no jogo, poderá encontrá-lo em suas diversas versões no próprio site da Tower Up Studios, no endereço www.towerupstudios.com/jequi/br, ou nas lojas de aplicativos para celulares.
* Agradecimentos ao Diogo Rigo da Tower Up Studios pelas informações fornecidas.
* Revisado em 14/07/2017 às 02:01:32
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