Então diante desse cenário, fica a pergunta: o quão importante são as notas de jogos para vocês. É possível quantificar o quão bom é um jogo através de números? Aliás, como é a forma que vocês lidam com análises de jogos, independente do meio. É realmente importante saber como é um jogo antes de jogá-lo através de experiências alheias, ou o ideal é experimentar por conta própria e tirar suas próprias conclusões? Com a palavra, aqueles que metem o pau nos joguinhos preferidos de vocês sem se importar com os sentimentos alheios.
Tchulanguero
Se tem uma coisa que na minha opinião deveria ter ficado lá na época de ouro das revistas de jogos, são as notas. Tudo bem, eu confesso que no Netflix, por exemplo, eu acabo pontuando os filmes que assisti e até uso as estrelas como algum parâmetro para não escolher um filme tão as cegas, mas quantas não foram as vezes eu gostei de filmes de nota baixa? Mas voltando aos jogos, eu não sei se é porque fazia mais sentido antigamente, ou simplesmente eu não possuía conhecimento suficiente sobre o assunto, mas coisas como o famoso 40/40 da Famitsu para Ocarina Of Time são completamente irrelevantes hoje em dia, em que você tem fácil acesso a demos e vídeos de YouTube.
Eu não gosto de impor muitas regras para o pessoal aqui, mas essa é uma das poucas coisas que eu realmente exijo: sem notas. Querer quantificar toda uma experiência, que sempre é algo pessoal, em números não faz sentido nenhum. Sempre falei que eu valorizo muito mais as experiências com um jogo do que uma análise puramente técnica. E se for pra ter uma vaga noção, já existe o Metacritic.
Já com relação aos dois casos recentes, vejo problemas dois dois lados. Primeiro, que pessoas que não aceitam uma opinião alheia só porque é diferente da delas, são simplesmente babacas. Você tem todo o direito de discordar do redator e até mesmo questionar a falta de embasamento dele, mas aceite: nem todo mundo gosta do seu jogo predileto e nada vai fazer isso mudar. Por outro lado, ver grandes sites ficarem nesse joguinho de querer agradar os leitores só para ficar bem com eles é nojento. É um desrespeito com o próprio público e com os seus profissionais. Eu já não sou fã de jornalismo de jogos em geral, salvo raras exceções, e esse tipo de coisa só piora a situação.
Somari
Aaaaah, as avaliações... Tão importante na decisão de compra de um jogo e, principalmente, como principal arma para os soldados da guerra do ismo. As pessoas deveriam parar de dar tanto valor para esses numerozinhos, na minha sincera opinião.
Pense da seguinte maneira: sites de avaliações grandes são empresas, com jornalistas profissionais em suas áreas, editores chefes e afins. Você é uma pessoa que odeia jogos de futebol e o teu chefe te dá o novíssimo FIFA 2016 para você dar a SUA opinião. Você falaria bem?
Pois é. A avaliação parte muito da opinião pessoal, de sua experiência com o jogo. Não é só porque a Sony ditou que The Order seria um bom jogo que todo mundo deva falar bem, não é verdade? E lógico que isso não deve ser regra. Há pessoas que gostaram e falaram bem do jogo, assim como há pessoas que detestam de Red Dead Redemption e pessoas que te recomendam jogar Bikini Karate Babes. Há gosto pra tudo. Os avaliadores não são pagos para agradar os fanboys.
Mas claro, nem sempre as coisas são mágicas assim. Há as análises que são injustiçadas e empresas que por sabe-se lá qual motivo, não são bem faladas pela mídia (todo mundo sabe que isso é verdade, né?). Lembro de um caso lá pros idos de 2008, mais ou menos, de uma análise de Sonic Unleashed (PS3/X360) e Football Manager (iOS), cujas notas variaram dentre 4 e 6. Vendo que a maioria dos outros sites deram notas bem maiores, muitos usuários decidiram reclamar com esse tal site grandão (aquele grandão mesmo, vocês sabem qual é) e o próprio avaliador admitiu que não jogou mais do que duas fases de Sonic Unleashed e que não passou tanto tempo assim com o Football Manager no teu iPhone. Outra review foi feita aonde Football Manager recebeu uma nota BEM mais alta.
Portanto, aqui vai uma dica: não esquenta com isso não, viu? Nota só é importante se for de dinheiro e se estiver dentro do meu bolso. A geração atual ficou muito acomodada com isso de sites e youtubers falando dos jogos. Faça como quando eu tinha um Mega Drive: quer jogar? Peça emprestado de algum amigo, compre jogos usados ou vá a uma locadora e alugue o jogo (hoje em dia isso se chama baixar demo). Só você pode dizer se o jogo é bom para si ou não.
SucodelarAngela
Números, notas, avaliações... Eu já não gostava dessas coisas na escola, imagine nos videogames. Esse assunto em particular é, na verdade, algo que eu venho evitando esses dias porque, mesmo sendo arma de mimizento desde sempre, atualmente eles tem usado essa arma exagerada e desnecessariamente.
Creio que sites especializados tem o recurso da review para servir de base para quem deseja comprar/experimentar determinado jogo, não para ser venerado como um deus em um altar cercado de glórias. Só que os jogadores de hoje não veem dessa forma e os sites e canais do YouTube acabam se aproveitando disso para conseguir mais ibope. "Porque falar mal de um jogo que todo mundo gosta? Vamos enaltecer o jogo e entrar na onda". Ou então "Se está todo mundo falando bem, vamos falar mal para que chamemos a atenção". Tudo acaba sendo muito manipulado. E aí, temos tido vários casos de empresas trocando análises em seus sites porque os fãs reclamaram. Na boa, se a review realmente tivesse sido profissional, haveria a necessidade de mudar de opinião?
Um dos sites mais polêmicos quando o assunto são notas, IGN, é um dos que mais usa o artifício da mudança de review quando os jogadores reclamam muito, ou que eles mesmos perceberam terem sido injustos. Tanto é verdade que em dezembro de 2012 eles fizeram um artigo recomendando jogos que foram considerados “subestimados” na época do lançamento. Como eles mesmos disseram, “tais acontecimentos não necessariamente refletem a qualidade do jogo, mas sim as circunstâncias de seu lançamento”.
Complementando o que o Somari disse ali em cima, há casos em que o jornalista avaliador acaba recebendo um jogo de um gênero que ele odeia. Mas também há o caso do cara que realmente acha o jogo cheio de defeitos, mesmo curtindo o gênero. Querendo ou não, por mais profissional que seja a avaliação, o gosto pessoal e a experiência vivida com o game influenciam, e muito, a nota final (sem contar os “agrados” recebidos das desenvolvedoras).
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E vocês infantes jurados, o que acham disso tudo? Não deixem de tagarelar a sua opinião! E claro, sugiram novos temas para as butecadas, mandem um e-mail para butecada@vaojogar.com.br com as suas ideias. Até mais e abraço!
PS: o Professor João retornou do recesso de ano novo, mas a internet dele ainda não. Então relaxem, que ele vai ficar meio sumido por um tempo, mas o INSS está pagando as contas.
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