Esse texto era para ter sido escrito assim que acabou a E3, mas por problemas pessoais fui atrasando e já tinha até desistido de falar disso, já que a E3 acabou há um tempão. Só que depois de alguns anúncios posteriores, decidi retomá-lo justamente por se tratar de um sentimento que venho percebendo desde o meio do ano passado pra cá. Vocês já repararam em alguns remakes que vão ser lançados este ano e no ano que vem? Talvez quem seja mais novo não dê tanto a mínima assim, mas os mais saudosistas dos anos 80 e 90 sim, e muito.
As produtoras parecem ter aberto alguma gaveta velha na sala de arquivos, comprado algum jogo usado no eBay ou simplesmente relembraram os tempos áureos dos games e parece que estão apostando bem nisso. Desde o começo de 2013 as coisas tem se animado bastante nesse meio, com anúncios como Castle of Illusion e Duck Tales, ambos com gráficos em 3D e em HD, mas com o velho estilo side scroller dos 8 e 16 bits. Estes dois, assim como alguns outros jogos, fazem parte de remakes diretos de jogos da época do NES e Mega Drive, o que é muito bom para, além de atrair os jogadores novos, agradar os velhos também.
Mas aí você diz “poxa Somari, mas as produtoras sempre relançam jogos assim. Veja New Super Mario Bros. e Sonic Generations”. Não não, aí a coisa é diferente. Sonic e Mario tem jogos saindo praticamente o tempo todo. E no caso de remakes do Sonic, nem se tem muito o que falar, pois tirando Sonic CD, que foi até uma surpresa pra mim na época em que anunciaram, os Sonics de Mega Drive praticamente saem todo ano para todas as plataformas, então por mais que o jogo seja bom, já estamos saturados disso.
O que diferencia Castle of Illusion e Duck Tales de New Super Mario Bros. e Sonic Generations é que os primeiros foram lançados há mais de 15 anos (não contam as versões do Virtual Console). Já Sonic e Mario praticamente todo ano lança um jogo novo, então o sentimento é totalmente diferente.
Some isso a novos jogos de franquias antigas, como Strider, que não dá as caras há muito tempo, se não contar participações na franquia Marvel VS Capcom. O jogo aparentemente é uma continuação do título do Mega Drive e SNES.
O mais legal é que não só Strider usa esse conceito de continuação de jogos antigos. Diversos jogos lançados agora são, de alguma forma, sequência ou pré-sequência de algum jogo da década de 90, assim como Epic Mickey 2: Power of Illusion de 3DS, que é continuação direta de Castle of Illusion, ou Shinobi, também do 3DS e pré-sequência de The Revenge of Shinobi, clássico do Mega Drive.
O problema, entretanto, fica por conta da equipe que faz o jogo. Por mais que ela seja nova e bem preparada, deve-se haver um esforço extra para que o jogo saia praticamente idêntico à sua versão original ou que se mantenha o padrão de qualidade, para que não haja problemas com os jogadores mais velhinhos. O exemplo mais clássico que temos disso é Duke Nuken Forever, um jogo esperado por mais de 15 anos e que foi lançado como uma bomba ao público (digamos que é um Chinese Democracy do mundo dos games).
Isso porque eu nem falei dos indies que ressuscitam vários jogos nessa linha de antigos, como Super Giana Sisters e Spelunker, ambos originais do NES e ambos refeitos para Steam e PSN, em HD e gráficos 3D.
Talvez essa reencarnação de grandes clássicos esquecidos seja boa para tirar a mesmice de jogos de tiro e futebol que rolam por aí. O mais legal de tudo é que teremos jogos para os mais diversos gostos: um novo Flashback, na PSN e XBLA, além de Killer Instinct para Xbox One e até mesmo um novo Rock n’ Roll Racing e Road Rash para PC, feitos por desenvolvedores indies.
Enfim, 2014 vem aí gente. Mas enquanto isso, que tal pegar algum joguinho clássico? Pois então, vão Jogar!
PS.: Capcom, eu sei que você está tentando se redimir de seus erros e é legal o que está fazendo com Duck Tales e Strider, mas por favor, pegue esse espírito jovem e faça um novo Mega Man decente. Os jogadores agradecem!
* Revisado em 11/10/2013 às 00:02:45
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