logoVão Jogar!

Campus Party MG 2017 - O que videogames NÃO são?

NotíciaCampus Party MG 2017Mariá de Sá Frizzera Scárdua

Mariá Scárdua faz uma desconstrução das nossas visões sobre jogos para entender o que eles realmente são.

autor Rafael "Tchulanguero" Paes
datahora 04/11/2017 às 10:44:11   tagarelices 0

Ajude o @tchulanguero a pagar as contas do Vão Jogar!, clique aqui e doe qualquer quantia para o site através do PicPay. Não é assinatura, é só uma moral! ;D

Mariá Scárdua faz uma desconstrução das nossas visões sobre jogos para entender o que eles realmente são.


A discussão sobre o que são jogos, em especial se eles são ou não são arte, já ocupa as rodas de discussão dos jogadores há algum tempo. Infelizmente, muitos caem na argumentação rápida de dizer que eles são meras formas de entretenimento, muitas vezes como uma forma de fugir de assuntos como machismo, representatividade de minorias e diversas outras questões sociais, que se fazem cada vez mais presentes no meio. Por esse tipo de argumentação infelizmente tão comum, sempre me "sobe uma veia na testa" quando alguém vem com a proposta de falar sobre o assunto. Felizmente a game designer Mariá Scárdua, também conhecida como Raposa Branca, veio com uma visão mais ampla acerca do tema em seu painel na Campus Party intitulado "O que videogames NÃO são?".

Mariá Scárdua
Mariá de Sá Frizzera Scárdua, também conhecida como Raposa Branca.

Tentando ser o mais didática possível, Mariá parte do princípio de que ao invés de tentar discutir o que jogos são, o caminho ideal é se utilizar do princípio de eliminação, discutindo o que jogos não são. Conforme ela foi avançando em sua apresentação, desconstruindo os conceitos que temos sobre jogos, como puro entretenimento, narrativa, tecnologia ou arte, eu não pude deixar de notar uma linha de pensamento muito similar ao de outra game designer, Thais Weiller (Rainny Day), que recentemente escreveu um excelente texto intitulado "Games não são arte", onde esse status é fortemente contestado. A própria Mariá admitiu ter uma grande admiração em Thais e nela uma fonte de inspiração. Em ambos os casos, o que se busca não é retirar qualquer poder de crítica dos jogos, muito menos colocá-los como pura diversão, mas sim reconhecer a amplitude da mídia, como algo totalmente novo.

Apesar da visão de jogos como arte ser hoje bem mais aceita no meio, por mim incluso, Mariá expõe o fato de que ela (arte) por si só não é capaz de abranger todos os aspectos que compõe um jogo, e que embora a expansão do nosso entendimento sobre o tema possa ser algo bom, chega em um ponto em que essa mesma expansão pode acabar descaracterizado o meio por tentar abrigar tantas coisas.

Slide mostrando que não devemos limitar a nossa visão acerca dos jogos

Apesar de Mariá defender fortemente a sua argumentação, ela mesma admite que o tema é complexo, em vista do fato de que a própria discussão sobre o que é arte ser uma discussão eterna e inconclusiva, mesmo nos dias atuais. Apesar de não concordar inteiramente com todos os pontos abordados, é bom ver que existe uma discussão real acerca do tema, diferente da banalização que tem ocorrido em tempos recentes nas redes sociais, com visões interessantes e bem fundamentadas, que nos fazem questionar os nossos próprios entendimentos e convicções sobre o assunto, não retirando nenhuma conquista que os jogos tenham alcançado nos últimos tempos, mas sim buscando um lugar próprio para algo tão novo.

outras tags: Thais Weiller

Compartilhe

Pin it


Leia também



Seja o primeiro a tagarelar!


e-mail  
nome  
localização  
site  
tagarelice   ativar o editor de texto desativar o editor de texto


E-mail Receba notificações para novas:
  ok respostas      ok tagarelices
  ok publicações

Acompanhe as tagarelices deste escrito por e-mail ou cancele o seu cadastro
e-mail  

       

fechar

Publicações recentes

topo base