E ser o melhor é uma premissa que se estende e continua nos dias atuais e nenhuma forma de competição é mais clássica do que "quem é o mais rápido". As Ferraris e Usain Bolts da vida estão ai para comprovar isso... E até nos videogames isso pode ser encontrado em meio a tantos jogos competitivos. Mesmo Mario e Luigi disputavam partidas 1 contra 1 para ver quem salvaria a Princesa Peach primeiro.
Mas, para ficar no campo do esporte a motor (embora eu não considere exatamente como esporte, pois, para mim, a definição de esporte exige esforço físico, o que não acontece dentro de um cockpit ou em cima de uma moto), ficarei com os jogos de corrida... Cabe aqui explicitar que não farei nenhuma relação cronológica e sim, de importância dentro daquilo que eu joguei em todos esses anos em um estilo que é, de longe, o meu favorito. Sim, eu jogo muitos games de tiro, ação ou luta, mas corrida é meu gênero favorito desde Enduro, do Atari 2600.
Enduro (Atari 2600)
Correr aqui é a essência. E sem tirar
O interessante é que tem um número de carros a ultrapassar. 200, depois 300 e os dias vão passando. Fora o fato de que, quando você corre na neve, pontuada pela coloração branca da pista, seu carro fica arisco, difícil de controlar. Interessante se estamos falando de um jogo para o "vovô" Atari. Aqui a corrida é contra o tempo, mas emocionante.
Road Rash (Mega Drive)
Depois de muito jogar Enduro, conheci Road Rash no Mega Drive de um amigo de infância (já que eu não tinha um aparelho), e o jogo até hoje é um dos meus favoritos. Aqui a competição é curva a curva em uma corrida de verdade. E a competição é quase uma guerra, como as antigas corridas da Roma antiga. Lembra da corrida do filme Ben-Hur?
E há um ingrediente a mais nesta corrida: a violência. Para os dias de hoje pode até parecer algo simples, mas guiar motos munidos de correntes e porretes, além desferir socos e pontapés nos rivais, torna a competição muito mais agressiva e divertida. Quem jogou na época, assim como eu, deve esperar uma revitalização da série, o que seria, com certeza, um enorme sucesso. Imagine o fator online?
Top Gear 2 (Snes)
Este é o jogo da minha vida. Disparado meu jogo de corrida favorito até os dias de hoje. Podia até ter o primeiro game, considerado por muitos o melhor da série por conta da escolha dos carros e da estratégia envolvida pela escolha dos carros com características diferentes, mas o segundo jogo para mim é o melhor, tanto que eu nunca me interessei em jogar o terceiro game.
Em Top Gear 2 nós controlamos versões de Lamborghinis em diversos países e variadas pistas (assim como seu antecessor), mas havia algo diferente: A customização. Hoje em dia é comum encontrarmos jogos em que perdemos muito tempo antes de levar o bólido para a pista trocando peças, melhorando motores e até colando adesivos, mas isso era algo impensável na era dos 16 bits. E Top Gear 2 nos permitia trocar motores, a cor do veículos, e outras partes que deixam o carros mais rápidos e estáveis, como caixa de câmbio, pneus e freios. Aquilo foi tão impactante para mim que eu nunca mais vi os games de corrida com os mesmos olhos. Pelo menos até conhecer um certo jogo de Playstation 1...
Gran Turismo (Playstation)
Aqui chegamos a outro nível. Gran Turismo é a realização dos sonhos de qualquer jogador, que era controlar os melhores carros do mundo. Need for Speed já fazia isso desde o 3DO, nos colocando no controle de Porches e Ferraris, mas nada comparado ao que GT podia fazer.
Quem visse GT em ação poderia até imaginar que estávamos jogando as famosas CGs, tão grande era o nível de detalhes que a série impunha aos racing games. Os controles eram precisos, os acertos ótimos, o visual dos carros era incrível e as pistas era fascinantes. Para quem vinha das pistas de Top Gear 2, com as cidades láááá no horizonte, não havia como não ficar boquiaberto. Fora que, além disso, podíamos controlar carros mais "palpáveis", como Hondas Civics e Mitsubishes Eclipses, carros que víamos nas ruas.
Tudo foi elevado à enésima potência com o lançamento de Gran Turismo 2, ainda no Playstation 1, mas o primeiro jogo ainda é o meu favorito de toda a série. Nele eu gostava de fazer os testes de licença, algo que não tenho mais vontade de fazer. O último título da série que eu joguei foi Gran Turismo Prologue, do Playstation 3...
Nigel Mansell World Championship (Snes) / F1 2000 (Playstation 1)
Formula 1 sempre foi meu esporte favorito (embora eu já tenha dado minha impressão sobre como pode ser considerado um esporte logo acima), portanto, os jogos do gênero logicamente fazem parte desta pequena lista e nenhum título pode figurar tão bem aqui quanto Nigel Mansell’s F1 Challenge. Olhando rapidamente, o game é bastante similar a Top Gear, por se tratar de um titulo bastante colorido, com uma boa sensação de velocidade, a cidade (ou arquibancadas) localizada lááá no horizonte. Mas o ponto máximo vai para a visão de dentro do cockpit. Eu sei que a série Monaco Grand Prix já tinha essa visão, mas eu só fui conhecê-la bem depois de jogar o título do piloto bigodudo (e não estou falando do Mario).
No game nós guiamos a Williams que ficou famosa por ser o Formula 1 mais impressionante dos anos 90, com toda eletrônica envolvida, o que fez com que até Ayrton Senna quisesse guiá-lo. Aliás, a frase da descrição do meu texto dita por Senna é emblemática nesta época, pois todos ficavam atrás da Williams. Claro que o jogo não tinha todos os ingredientes da vida real, mas isso não o deixava menos charmoso. Joguei muito durante a minha era "Snes" e só deixei-o de lado quando conheci o título de Snes estrelado por Ayrton Senna, que na verdade se tratava de um hack (como tantos outros da época), em que Mansell foi trocado pelo piloto brasileiro, com direito até a uma abertura em homenagem a toda a carreira de Senna.
Eu só deixei de jogar Nigel Mansell’s quando conheci F1 2000, para o primeiro Playstation.
Eu já havia me impressionado com Gran Turismo, devido ao seu nível de detalhes, mas F1 2000, voltou a me deixar boquiaberto. Por se tratar de um híbrido entre simulação e arcade, o jogo é um pouco mais lento em relação aos demais jogos do gênero, até porquê, para rodar tantos detalhes, o framerate deveria cair mesmo. Mas o jogo compensava em todos os outros aspectos...
Os títulos anteriores de Formula 1 tinham a chancela da Psygnosis, que fizera um grande trabalho, entregando jogos muito bons, mas é nítida a melhora empregada pela Eletronic Arts quando assumiu a batuta da série. Vale a pena ressaltar que, diferentemente de hoje, em que apenas uma empresa detém os direitos de produção dos títulos de Formula 1 (no caso, a Codemasters), na época outras empresas faziam jogos para a categoria, como os títulos de Nintendo 64 (F1 World Grand Prix, Video System e F1 Pole Position 64, UbiSoft! ) e Sega Dreamcast (F1 Racing, Video System).
Em F1 2000 nós tínhamos os carros da temporada 2000, quando começou a hegemonia de Michael Schumacher e a primeira temporada do piloto brasileiro Rubens Barrichello na Ferrari. E ainda tínhamos as "flechas prateadas" da McLaren, com os pilotos Mika Hakkinnen e David Coulthard, além do carro mais bonito de todos os tempos (na minha singela opinião, é claro): A Jaguar.
O que impressionava no game eram os detalhes "de fora", como a mudança climática, em que a chuva realmente atrapalhava, as gotículas de água na tela da TV, e, para quem se importava ainda mais com as nuanças que o título apresentava, era incrível para a época ver os discos de freio ficarem incandescentes em frenagens mais fortes, da mesma maneira como se comportavam os carros reais...
Daytona USA e Sega Rally Championship (Sega Saturn)
No início dos anos 2000 eu consegui o primeiro dos meus 4 Sega Saturns, e com ele conheci estes dois títulos fantásticos.
Tecnicamente inferiores aos títulos da mesma época, por se tratar de títulos portados dos Arcades, portanto, sem um número enorme de carros à disposição, ou um número maior de pista (3 em Daytona USA e 4 em Sega Rally, sem contar o mirror mode), compensavam em velocidade e jogabilidade, entregando quase a mesma sensação encontrada nos arcades. (Lembra daquela tela clássica de Daytona USA, "gentleman, start your engines"?) E como eu tinha na época aquele volante, a sensação era superior. Ambos os títulos tiveram continuações - Daytona teve uma atualização ainda no Saturn, com Daytona USA CE, com novas pistas e carros, e Sega Rally teve uma continuação no Dreamcast, com Sega Rally 2, mas muito aquém do desejado. Nem vou mencionar os Sega Rally 2006. Ao menos Sega Rally Revo para PSP (a versão que eu joguei) é legalzinha. Isso mesmo, "legalzinha" e só isso.
Need for Speed Underground 1 e 2 (PC e consoles)
Quando o filme Velozes e Furiosos saiu nos cinemas, nós conhecemos uma realidade que não fazia parte de nosso dia a dia (e pelo menos ainda não faz parte do meu, por ser caro. Muito caro): o Tunning. Tunning é aquela modalidade em que os proprietários modificam seus carros com novas rodas, cores e motores, alteram características originais e criam verdadeiras obras de artes sobre rodas. E a série Need for Speed fez isso com maestria.
O mais legal é que o game nos mostrava carros comuns, aqueles que nós vemos no nosso dia a dia, como Honda Civic,Volkswagen Golf e Peugeot 206. É claro que é legal controlar um Porche ou um Lamborghini no mundo virtual, mas muitos marmanjos proprietários de um dos carros retratados nos games devem ter passado horas e horas modificando partes e cores apenas para ver como ficariam seus carros reais caso fossem modificados como suas versões de dentro dos games. Pena que não tem um Ford Fiesta nos jogos...
E não posso esquecer das modalidades do jogo, como drift e da incursão do NOS e do efeito Blur (aquele borrado quando o NOS está acionado).
A série teve diversos títulos após estes (virou até uma praga, como Assassin’s Creed ou Call of Duty), mas a sub-série Underground ainda é minha favorita e a expectativa está lá em cima com o possível reboot que está por vir nas plataformas da geração atual.
F1 2013 e a Codemasters
Depois que eu comecei a jogar no PC, em detrimento aos consoles, e eu conheci o game TOCA 3 (o nome é feio -vem de Touring Car- mas é muito bom!), sempre considerei a Codemasters como a melhor produtora de racing games. Em TOCA, tínhamos várias categorias, a exemplo de Gran Turismo, mas algo muito mais rápido, sem aquelas firulas de licença A, B ou Super licença. Mas entregava um modo carreira muito bacana em que o jogador deve trilhar seu caminho no controle de várias categorias, como Clios e Karts. Além de todo primor que ficava entre a simulação e o arcade, havia algo que os fãs dos jogos de corrida sempre ansiavam: A avaria dos carros. Desde Toca para Playstation 1, os carros quebram e vidros se estilhaçam, mas no PC a coisa ficou séria, pois é comum um para-choque cair ou um pneu se soltar e voar para longe. Durante muito tempo os fãs de Gran Turismo torceram por isso e a Codemasters já fazia há muito tempo...
E qual não foi a minha surpresa e alegria quando a produtora conseguiu os direitos para criar os games de Formula 1?
Até então, os títulos de Formula 1 eram regidos pela Sony e, portanto, exclusivos da família Playstation. Depois de negociar os direitos da categoria, a Codemasters decidiu lançar F1 2009 para PSP e Nintendo Wii (e diferenciava dos títulos da Sony ao adotar o "20" de 2009, diferentemente da empresa japonesa que utilizava os dois últimos dígitos, como em F1 04, F1 05 e F1 06). No PSP e no Wii, com hardwares mais modestos, entregou um bom jogo, com belos gráficos e uma boa simulação da temporada 2009, com direito ao carro campeão da Brown GP usado pela dupla Jenson Button e Rubens Barrichello, além do uso do famoso KERS, que adicionava um boost ao bólido, quando acionado. A bola fora fica por conta de nem todos os carros terem utilizado este recurso (o KERS), mas acredito que devam ter escolhido empregar o recurso e todos os carros também devido à limitação de hardware. Fora que a própria produtora dizia que trabalhava em uma "versão de verdade" para PC, PS3 e Xbox 360, o que virou F1 2010 e nunca mais apareceu na dupla Wii / PSP.
Vale ressaltar as vantagens das versões de F1 2009. No portátil da Sony, devido à sua tela excelente, o game está muito bonito, enquanto no Nintendo Wii (versão que possuo), além de também muito bonito, o destaque vai para o controle de movimento do Wiimote. Como o aparelho da Nintendo visava entregar uma nova forma de se jogar videogame, a Codemasters conseguiu fazer um ótimo trabalho.
Mas eles diziam estar trabalhando em um jogo "de verdade"...
Quando lançaram F1 2010, viu-se quão simples era F1 2009.
F1 2010 tinha um modo carreira completo, com um visual bacana, e muitas mudanças em relação a todos os títulos anteriores lançados para todas as plataformas. Usando a mesma engine da série GRID, F1 2010 foi um grande salto de qualidade. E que salto. A simulação ficou mais forte, e a cada novo título isso se acentuou. Mas toda essa melhoria trouxe um problema: por conta de uma simulação cada vez mais real, o jogo ficou cada vez mais difícil a ponto de espantar o jogador comum, no caso, eu. Eu já não era fã da simulação de Gran Turismo (e nunca joguei a série Forza Motorsport), mas a Codemasters realizou algo tão profundo que qualquer acerto ou frenagem errada pode significar uma derrota. Eu tenho o F1 2013 de Xbox 360 e quase não jogo, pois eu sempre gostei de algo mais "arcade", e o título simplesmente não aceita erros. Uma pena...
Mario Kart (qualquer console Nintendo depois do Snes)
Se a essência do esporte é disputar a vitória, a série Mario Kart consegue elevar isso à enésima potência e ainda podemos tirar um sarro da cara dos nossos amigos. Lançado de maneira tímida no Snes (posso dizer "tímida"?), Super Mario Kart trazia toda a trupe em disputas sobre karts e muita "trapaça" com cascas de banana e cascos para tirar os adversários da pista. A brincadeira ficou séria com o lançamento de Mario Kart 64, do finado Nintendo 64 e, a partir dai, passou a fazer parte de todo console lançado pela Big N. Aliás, Mario kart 64 figurou durante muito tempo como meu título favorito até conhecer Mario Kart Double Dash!!, do GameCube.
Joguei também Mario Kart Wii e Mario Kart DS, além de ter o cartuchinho Mario Kart Super Circuit, lançado para o Gameboy Advance, mas Double Dash!! ainda é meu favorito. Uma pena eu ainda não ter jogado Mario Kart 7 (Nintendo 3DS) ou Mario Kart 8 (Nintendo Wii U), mas espero me redimir logo...
Falando em disputas, principalmente entre amigos, Mario Kart causa boas risadas e nada se compara a ver seu amigo na linha de chegada e acertá-lo com um casco espinhudo e ultrapassá-lo enquanto ele xinga tudo e a todos... Ainda mais no modo online. (Até do Nintendo Wii)
Por fim...
Como eu escrevi lá no começo, este texto serviu para falar das minhas experiências quanto ao meu gênero favorito, que rende boas disputas. Hoje não jogo tantos racing games quanto antigamente, principalmente por conta do nível de simulação alcançado pelos jogos, que não permite mais aquela jogatina descompromissada, mas ainda assim, o ser humano é competitivo por natureza e eu, sempre que posso, dou minhas voltas nos circuitos virtuais da vida.
Por isso mesmo, não importa seus jogos favoritos, apenas peguem seus controles, liguem seus motores e Vão Jogar!
Compartilhe