O terceiro jogo que teve uma demonstração de jogabilidade na BGS 2016 foi Detroit: Become Human, o mais recente e ambicioso projeto da Quantic Dream, que também foi apresentado por Daimion Pinnock, que é produtor tanto de Horizon Zero Dawn quanto de Detroit.
Com uma engine que vem sido aprimorada ao longo de sete anos a patir de uma tech demo para PlayStation 3, o jogo apareceu pela primeira vez na E3 2015 com a personagem Kara, e esse ano tanto na E3 quanto na BGS, fomos apresentados ao personagem Connor, um androide que atua como um negociador em situações de crimes com reféns. A apresentação mostra a mesma cena que vimos durante a E3, onde Connor precisa conversar com um androide doméstico que mata o seu dono e usa sua filha como refém, porém Daimion a fez de duas formas diferentes, para termos noção do que pode mudar na forma com que cada pessoa joga. Já é especialidade da Quantic Dream fazer jogos com histórias impactantes, onde as suas decisões podem ter consequências drásticas e definitivas, fazendo com que cada pessoa vivencie uma história única. Ainda que não tenha sido definido, o mais provável é que o jogo utilize o mesmo sistema de save de Heavy Rain, em que não é possível voltar atrás para tomar decisões diferentes.
Em Detroit, cada personagem jogável terá a sua própria gama de habilidades e diferentes mecânicas, de acordo com a sua especialidade, e é possível que vejamos outros além de Kara e Connor futuramente. Como Connor é um negociador de reféns, ele possui habilidades diversas na área de investigação, assim como saber objetivamente quais os seus próximos passos e a capacidade de avaliar constantemente as chances de sucesso de acordo com as suas ações. Você tem literalmente um indicador na tela durante boa parte do tempo, que vai aumentar ou diminuir conforme você investiga maiores detalhes ou ganha a confiança do sequestrador. No entanto, o tempo é um fator importante, na demonstração, caso houvesse alguma demora antes de chegar até o sequestrador, alguns policiais acabavam sendo feridos ou mortos.
A cena começa com Connor chegando ao local do crime, com a mãe da criança reagindo muito contrária a presença do androide, o que depois fica claro ser uma espécie de preconceito recorrente dos humanos junto as máquinas, reforçado pelo fato da filha dela ter sido sequestrada por outro androide. Pelo caminho você pode fazer algumas pequenas ações aparentemente sem um objetivo concreto, bastando que o objeto possua uma marcação para tal, como colocar um peixe que caiu do aquário de volta na água, e logo após uma conversa com o policial encarregado da missão, você tem a liberdade de investigar a casa antes de ir para o terraço fazer a negociação.
Connor pode por exemplo observar uma cena e reconstruir em sua mente o que exatamente aconteceu no local. Com isso, durante a demonstração, ele descobre que o androide atirou inicialmente em seu dono, no momento em que ele utilizava um tablet para comprar uma nova versão para substituí-lo. Essa cena reconstruída pode ser controlada através do touchpad do DualShock, para que todos os detalhes possam ser observados. Outra habilidade de Connor é descobrir os dados de fabricação de um outro androide provando o seu "sangue", um fluído azul presente em todos eles. Cada informação aumenta as chances de sucesso na negociação, desbloqueando inclusive mais opções de diálogo. Embora a investigação não seja obrigatória, é extremamente difícil ter sucesso nas missões sem ela.
Já a negociação em si se dá puramente através de diálogo, e você só fica sabendo a influência da questão escolhida no sucesso da missão após selecioná-la, normalmente dentre até quatro opções, sendo importante pensar bem antes de responder. O desfecho da missão pode ser variado, desde o suicídio do androide junto a refém, até o sucesso da missão, onde a criança é libertada e o androide sequestrador morto. Existem desfechos ainda mais drásticos, onde Connor se sacrifica para salvar a garota, lembrando que todos os acontecimentos em Detroit são definitivos, portanto esse personagem seria perdido para todo o jogo neste caso.
Detroit é um jogo que me pareceu bem interessante, em um futuro não muito distante, com várias questões existências sobre a humanidade colocada nas máquinas. Graficamente ele está bem bonito, com uma boa modelagem facial, o que é essencial para um jogo deste tipo, que visa transmitir diversas emoções. Eu notei uma espécie de filtro na imagem que deu um aspecto levemente noir também, que me agradou bastante. A demo que vimos estava totalmente em inglês, mas foi prometido que até o lançamento, teremos legendas e dublagem totalmente em português brasileiro.
Detroit: Become Human ainda não tem uma data de lançamento prevista, e será lançado exclusivamente para PlayStation 4.
* Revisado em 14/07/2017 às 01:58:06
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