Tendo se transformado em praticamente uma lenda pelo seu extenso tempo de desenvolvimento, The Last Guardian deu as caras na BGS sob a forma de uma apresentação a portas fechadas, feita por David Alonzo, produtor da Sony Santa Monica, dos primeiros minutos de jogo. David fez questão de dizer que a demonstração que estava sendo exibida era uma versão preliminar, apresentada na última E3, e que o produto final ainda terá um polimento maior, em especial nos gráficos. De fato o jogo apresentava diversos pequenos bugs e quedas na taxa de quadros.
Embora The Last Guardian conte com uma direção de arte muito bonita, que nos remete aos trabalhos anteriores do Team ICO, graficamente ele se parece muito mais com um jogo de PS3 do que de PS4, ainda que certos elementos, como a física do vento movimentando as penas de Trico esteja muito bem feita. Também foi prometido que o jogo terá suas legendas localizadas para o português brasileiro, mas as falas, que se dão em um idioma estranho, assim como em Shadow Of The Colossus, provavelmente não terão dublagem, o que parece ser inclusive um pedido do próprio público brasileiro.
No começo temos o menino, que não tem o seu nome dito na apresentação, despertando em uma caverna, completamente desorientado e sem saber que eventos o levaram até ali, além de ter o corpo coberto por estranhas tatuagens. Ao seu lado está Trico, uma besta que segundo as lendas devora pessoas, causando um grande susto no garoto. Porém a criatura se encontra com fome e ferida, com grandes lançadas fincadas em seu corpo, além de vestir uma armadura completamente despedaçada e aparentemente com os seus chifres cortados, sendo a sua primeira tarefa ajudar Trico e conquistar a sua confiança, parar assim conseguir escapar da caverna.
É notável o quanto The Last Guardian lembra SotC e ICO, não somente pela direção de arte, mas também pela movimentação do personagem, embora aqui ele seja um pouco mais ágil. A interação entre os personagens é a parte central do jogo, tanto na história quanto mecanicamente. Conforme o tempo vai passando, Trico vai ficando mais amistoso, e a amizade entre ele e o garoto é algo que será explorado ao longo da história. Mas a criatura também pode ser utilizada de diversas formas, podendo ser escalada assim como um colosso para servir de montaria ou alcançar lugares inacessíveis, e até mesmo usando o seu rabo como escada. Alguns lugares mais estreitos devem ser explorados sem a presença da criatura na procura de algum item necessário para o avanço da história. O garoto também pode carregar alguns objetos menores e arremessá-los se necessário, como os barris de comida que servem para atrair Trico em algumas situações.
Na demonstração, uma espécie de pequeno escudo/espelho é encontrado, o que gera uma reação estranha na criatura. Logo o garoto descobre que apontar o reflexo do sol com o espelho em algum lugar, faz com que Trico dispare raios no ponto indicado, quebrando paredes e liberando novas áreas a serem exploradas.
Trico porém não segue o garoto o tempo todo, sendo necessário chamá-lo com um grito por diversas vezes para que ele o acompanhe. Em outras situações, ele exita em segui-lo, em especial quando há água no lugar, sendo necessário atraí-lo com comida para ele avance, enquanto outras vezes é necessário liberar a passagem para a criatura através de algum puzzle de cenário. Segundo David, Trico possuí diversas características de animais de estimação, como cães e gatos, além de outras de seres lendários, como grifos.
Ao final da demonstração, o garoto sai da caverna e pede para que Trico fique por lá, mas a criatura insiste e acaba quebrando uma parede para continuar seguindo-o. Outra coisa interessante é que várias vezes uma voz adulta aparece narrando a história, passando a ideia de que aquelas são lembranças do garoto já adulto. David não quis fornecer maiores informações sobre a história, mas disse que a duração do jogo deverá ser próxima ao dos outros trabalhos do Team ICO, que costumam ficar por volta de dez horas, sendo algo mais linear e focado em exploração.
Também foi questionado sobre o motivo do jogo não ter sido listado para a Tokyo Game Show, e se isso seria o indício de um possível adiamento, mas David disse que no momento não existe nenhuma informação a respeito.
The Last Guardian é aquele típico jogo que não trás nada de revolucionário, mas com certeza será um dos jogos mais marcantes e emocionantes da geração, assim como foram ICO e principalmente Shadow Of The Colossus, e diferente de outros como Mighty No. 9 e Duke Nuken Forever, provavelmente será muito mais lembrado pelas suas qualidades do que pelo seu longo período de desenvolvimento.
The Last Guardian está previsto para o dia 25/10/2016, exclusivamente para PlayStation 4.
* Revisado em 14/07/2017 às 01:56:32
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