Tchulanguero
Ando discutindo muito sobre esse assunto com o pessoal. A minha conclusão é que desde a geração passada, chegamos a uma maturidade tecnológica nos consoles que não há mais espaço para a velha propaganda dos "melhores gráficos", porque eu acho que isso já ficou para trás, certo? Some a isso uma necessidade (real) das empresas em bancarem os seus altos custos em produção, distribuição e divulgação, e o que temos é uma indústria desesperada por encontrar fórmulas cada vez mais rápidas de conseguir dinheiro sem ter que se esforçar muito. Agora o mais engraçado, é que todos reclamam, mas temos Call Of Duty, Fifa e Assassin’s Creed batendo recordes de venda anos após ano, assim como os reboots, e gente chorando pra portarem vários jogos passados para a geração atual. Então eu sempre chego no velho ponto: está assim porque os jogadores aceitam (e querem) assim. Se a geral acha que o PS4 não tem muitos jogos novos, porque tamanho hype para a venda do console? É tanto motivo de comemoração assim uma remasterização de Halo? Precisamos realmente de um remake de Majora’s Mask, quando existem soluções mais práticas, como o Virtual Console? Eu ainda acho que as empresas nessa geração vão deitar e rolar em cima do público, até que as coisas cheguem no ponto de "vai dar merda" e no final das contas as coisas se estabilizem. O mercado de jogos é novo, e como boa parte de nós passou por várias fases diferentes dele, fica essa sensação estranha agora, mas acreditem, vai passar. Basta olharem para o cinema, uma indústria muito mais antiga, que está se adaptando aos tempos modernos, também tem suas produções anualizadas, reboots e remakes, mas ainda sim proporciona excelentes produtos para todos os gostos. No final das contas, cada um sabe aonde aplica o seu dinheiro.
SucodelarAngela
Na verdade, ultimamente tenho acompanhado bem pouco a situação da indústria esses últimos dias, por conta da correria da vida profissional e por conta de um lindo jogo que finalizei essa semana. No entanto, alguns amigos tem me marcado em algumas coisas relacionadas aos lançamentos dessa nova geração, e tenho me desapontado cada vez mais. Quando a Sony anunciou o lançamento do PlayStation 4 ano passado, eu dei minha opinião sobre essa nova geração. Depois de um tempo, eu até achei que ela engrenaria, pois muitos lançamentos foram anunciados, e até uma boa cota de jogos novos. No entanto, já tem quase um ano de lançamento da nova geração, e só tenho visto remakes/reboots e essas versões remasterizadas de jogos já lançados. Além disso, vários dos novos títulos tem sido lançados para ambas as gerações, o que não me anima muito em comprar um novo console agora. Na minha opinião, assim como declarei antes, a geração passada estava de bom tamanho e com uma boa tecnologia (me refiro principalmente ao PS3 e seus blu-rays). Talvez a Microsoft teria uma justificativa melhor para uma nova geração pela mudança de mídia de DVD para Blu-ray, mas ainda assim, não seria algo tão urgente. A Nintendo deu uma inovada magnífica com o Wii U e tem sido a única a lançar jogos novos com uma boa frequência, mas infelizmente, os jogos da Big N não são os meus favoritos. Excelentes jogos surgiram no fim da geração passada, jogos que conseguiram maravilhas ao aproveitar o máximo da tecnologia da época, e eles estão me suprindo muito bem. Entrei numa hype de comprar um PS4 por causa de Assassin’s Creed Unity, mas logo desisti... jogos como Assassin’s Creed estão aí todos os anos e, cada vez menos, tenho acreditado que haverão muitas mudanças além do aspecto gráfico. E comprar console só por causa de gráficos melhores não é pra mim.
Somari
Ando reparando como o mercado vem trazendo muitos jogos que já joguei na geração anterior. Essa tonelada de versões remasterizadas e remakes já está passando dos limites. Lógico que não vou reclamar de um bom remake de um bom clássico, como a agradabilíssima surpresa que tive no anúncio de Castle of Illusion e DuckTales, por exemplo. Ao contrário, não gostei nada de rever jogos como Mortal Kombat, The Last of Us e Injustice.
Os jogos anuais também são, de certa forma, ridículos. Não gosto e não vou falar bem de jogos FPS e jogos de esportes menos ainda (exceto corrida, mas enfim) e nesse ramo não há uma renovação. Fifa 2015 é exatamente a mesma coisa de Fifa 2014 e acho que uma DLC resolveria o caso, mas nããããão, ele vai custar o preço dum jogo normal (R$ 150,00 por aqui) e vai fazer absolutamente porra nenhuma de diferente da versão anterior. E ano que vem vai ser igual.
Antigamente tínhamos jogos anuais e eles funcionavam bem. Sonic 1, 2, CD, 3... todos vieram em sequência anuais e diferem muito um do outro. Assassin’s Creed, que também não é dos meus jogos favoritos, também tem o seu diferencial se faz valer por um lançamento por ano. Não acho que o jogo deva se privar de seu prazo de lançamento, claro, mas acho que jogos como Zelda e Mario tem mais pontos de hype justamente por ninguém saber quando se deve esperar por um jogo novo e eles virem de surpresa.
João Roberto
A geração ainda está engatinhando. Acredito que a geração PS3/X360 é a mais bem-sucedida no que tange a longevidade. Pra mim o termo longevidade não está ligado à idade dos aparelhos, e sim, no quanto eles podem ser divertidos após uma nova geração aparecer. Um bom exemplo é o meu primeiro Super Nintendo, que me acompanhou até os idos de 2001/02, mas que me divertia enquanto muito quando outros já compravam o PS2. A geração passada ainda está presente na vida de muitos gamers que adquiriam um console há 1 ou 2 anos e têm muito a jogar, fora o fato de muito material de ótima qualidade estar disponível. Nem vou mencionar gráficos, pois assim com a Angela, não acho que era tão necessária assim uma atualização, salvo o X360/DVD.
Agora, quanto aos jogos, a situação é um pouco mais complicada. Os custos de produção de um jogo não são exatamente baratos e há ainda mega produções como Last of Us ou um Call of Duty, que precisam gerar lucro, já que empresa alguma faz filantropia. Não sei ao certo, mas uma das principais culpadas pela "anualização" de jogos é a EA, lá atrás, com seus John Madden, FIFA e até Need for Speed. Mas ai vem outra questão, os jogadores querem. Culpar a indústria por uma falta de criatividade e pelos constantes lançamentos de reboots talvez nem deva ser levado em consideração. Uma empresa produz um jogo, Call of Duty, por exemplo, mais como uma garantia de lucro do que qualquer coisa. Videogame se tornou uma diversão cara, mais do que antes, pois o refino chegou a tal ponto que nada dá para ser "feito nas coxas". Veja o já citado Last of Us, o trabalho de dublagem, o enredo, e todo o trabalho envolvido. Fazer aquilo toma tempo e muito dinheiro. E a atriz Ellen Page, quanto ganhou para ceder sua imagem a um jogo? Novos jogos podem surgir, mas é mais seguro apostar em uma carta marcada - sim FIFA, você mesmo! - pois o retorno é garantido. Reclamar da mesmice de sempre é aceitável, mas inovar demais pode ser perigoso, pode não vender e o projeto ser um fiasco, ficar sem um fim decente - sim, Shenmue, não me esqueci de você!
A verdade é que a razão para tantos remakes, continuações e formulas batidas é que não há mais nada a se fazer. Nada a se criar. "Claro que não! Você está louco!" alguém pode dizer, mas é verdade, e isso não fica restrito aos games e invade também outras áreas. O cinema é um exemplo. Há quanto tempo não surge algo extraordinariamente novo e original? Ouso afirmar que a última "novidade" foram os efeitos especiais do primeiro Matrix, de 1999, o resto é cópia e adaptação. Hoje há tantas produções com personagens dos quadrinhos porque o retorno é garantido, fora que não é preciso ser tão original quando todo mundo já conhece o Homem-Aranha. A música segue linha igual, pois gêneros se mesclam e se dissolvem apenas para formarem mais do mesmo. Ou você nunca ouviu falar de forró universitário ou sertanejo universitário? São apenas nomes para a mesma coisa de sempre. Os games não são imunes a isso, a diferença é que trata-se de uma indústria jovem, cujo ápice deu-se com a geração PS3. Anteriormente as limitações de sistemas impediam que grandes ideias saíssem do papel (era, ao menos o que eu lia sobre o que dizia Yu Suzuki quanto a Shenmue). Acredito que o PS4 e o Xone devam ser capazes de fazer qualquer coisa sem qualquer problema e não consigo imaginar onde a indústria possa evoluir mais (o que pode vir a ser um grande problema), mas faltam ideias, uma vez que as boas ideias, as inovadoras, já foram usadas. E não importa, qualquer jogo que venha a ser produzido poderá, e será, comparado a obras anteriores devido a qualquer coisa, uma habilidade, um aspecto na história, uma fase ou sei lá o quê. Faça um exercício, imagine algo realmente novo. Conseguiu? Não dá, pois possivelmente alguém já pensou - e fez - algo parecido antes. Acredite em mim, é verdade. E nem a Nintendo, tão aclamada por sua originalidade, escapa disso. Há quanto tempo ela não lança algo realmente original e novo? Mario Kart ou Metroid podem ter ideias novas, mas ainda são coisas já usadas. Ai está a parcela de culpa da Big N, pois muito se reclama que ela não lança franquias novas há muito tempo. A grande diferença é que ela inovou não nos jogos, mas na jogabilidade, mas acho que tanta inovação não deu tão certo assim com Wii U.
São sinais dos tempos, para criar algo realmente novo deve-se quebrar a cabeça e caso consiga, ainda há o risco do produto não ser aceito e perder espaço para jogos mais seguros, como FIFA e Call of Duty...
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E você, leitor? Concorda com nossos butequeiros? Acha que tem que ter mais novidade na indústria gamística ou está tudo de acordo com o que você esperava? Não se acanhe, pegue um petisco e dê o seu pitaco! E se quiserem sugerir novos temas para as butecadas, mandem um e-mail para butecada@vaojogar.com.br com as suas sugestões
* Revisado em 27/09/2015 às 03:09:25
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