O que são
Serious games, como apresentado, são jogos cujo objetivo principal não é entretenimento. Tem os mesmos princípios de game design e interface que um jogo comum, mas buscam, entre outras coisas, ensinar uma disciplina ou treinar uma função em um ambiente simulado. O avanço do hardware em sensores e realidade virtual foi o ponto pivô para o surgimento destes jogos, ao tornar mais acessível a simulação de situações de risco para pilotos, soldados e médicos.
Dono de uma empresa que oferece soluções para treinamento de policiais, o escopo do palestrante ficou limitado aos serious games destinados ao mundo militar, com pequenas menções a outros tipos de projeto. No entanto, a sessão de perguntas expandiu o leque de assuntos e Dino mostrou domínio sobre o tema e conhecimento de muitas iniciativas de jogos sérios para diversas áreas.
O que empregam
O que pode tornar esta área de jogos um ambiente atrativo de investimento e trabalho é o fato de ela compartilhar as ferramentas e conceitos de um jogo de entretenimento. Engines como Unreal, Unity e CryEngine são utilizadas por ambos os desenvolvedores, assim como o hardware de realidade virtual. Talvez caiba uma nova implementação para casos específicos, como sistemas embarcados em uniformes militares que permitem o treinamento em ambiente real, com pessoas reais, e apenas com os efeitos, ferimentos e morte, virtuais, mas o caso comum é utilizar sistemas já existentes.
Com relação ao mercado, Dino Lincoln elevou os jogos AAA ao estado de "inconcorríveis", dando como descartada a ideia de competir no mundo de jogos de entretenimento e mostrando uma brilhante e larga porta para os jogos sérios. Neste ponto, ele pareceu ignorar completamente os jogos indie ou apenas considerou como viáveis os jogos que faturam alguns bilhões de dólares. Ainda assim, pareceu pertinente o fato de que as duas categorias de jogos compartilham ferramentas e habilidades, sendo acessível começar uma carreira tanto em uma quanto na outra.
A palestra teve uma boa sinergia com a de Dimitri e Rafael, sobre eSports. Ambas nos facilitam ver que os conceitos que usamos para construir jogos e os estímulos que nos fazem jogá-los estão sendo integrados a outros elementos que compõem nossa cultura. E, com isso, fica cada vez mais importante perguntar-nos "o que NÃO são jogos?".
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