Quando lançaram o Wii eu pirei. Apesar de todo mundo torcer o nariz para ficar chacoalhando um controle e poder jogar eu achei aquilo o máximo. Mas como em 2006 eu era muito mais falido do que hoje, claro que eu não tive grana para comprar um e logo me conformei e a vontade passou. Então eu li um texto de um maluco que eu acompanhava na época e voltei a pirar na bagaça com força total: eu precisava ter aquilo. Só que vocês já sabem né, o Wii só veio mesmo no começo desse ano... mas que se exploda, porque agora eu tenho um Wii! E eu tenho No More Heroes!
Eu estava em uma expectativa danada, afinal foram anos para jogar essa porquera, fora que eu nunca conseguia uma explicação de como era a jogabilidade e ficava naquela "Kct! Como é que jogassaporra?". Mas então toda essa minha crise de ansiedade acabou, porque finalmente eu pude encarnar na pele de Travis Touchdown, um otaku viciado em um anime maluco de meninas seminuas com poderes alá Sailor Moon, e com um sabe de luz que ganhou em um leilão na internet... SABRE DE LUZ! Ok, foi mal pela empolgação, mas voltando, o cara vira um assassino que quer ser o primeiro de um ranking maluco de onze assassinos, tudo isso por conta de falta de grana e uma mulher, uma loirinha chamada Sylvia Christel... bem típico né?!
Onde eu estava mesmo? Ah sim, a jogabilidade é simples, você aperta os botões para dar os golpes, mas tem que chacoalhar o Wiimote e Nunchuk para finalizar os inimigos: decapitações, esquartejamentos e golpes de luta livre fazem parte do cardápio. E se no começo você achar chato não poder controlar um sabre de luz livremente com o Wiimote, no final do jogo você ira agradecer a todos os deuses e santos, pois nesse momento você estará procurando desesperadamente um fisioterapeuta para recondicionar seus músculos e tendões. Não me perguntem muito, mas essa maluquice toda funciona de maneira supercalifragilisticexpialidosa, e desde então eu virei fã do cara que "fez" o jogo, o tal de Suda 51, ele é quase um Tarantino dos jogos, apesar do Tarantino ser bem melhor (foi mal Suda, mas é a verdade).
Aliás, um tempo antes de comprar a minha cópia, o João Roberto havia falado que ele lembra um bocado de Kill Bill Vol. 1 e é verdade, porque é bom você ter um guarda-chuva ou algo que o valha, pois vai espirrar sangue em todos os cantos da sua sala. Mas tem uma outra parada que lembra muito o boneco de Olinda que são as referências, ou como diria ele, cópia mesmo. A mais óbvia de todas é Star Wars, e nem é só o sabre de luz não, Sylvia sempre menciona "A Força" em suas ligações... eu já disse que o jogo te faz parecer um retardado segurando o Wiimote como um celular? Pois é, você vai passar por isso. Aliás vai ter coisa pior, o sabre de luz de Travis tem uma bateria que não dura muito, aí você vai ter que recarregar fazendo movimentos... masturbatórios! Isso mesmo, pra recarregar o treco tem que punhetar o Wiimote literalmente.
Mas então, quem é fã da série do tio George vai encontrar muita coisa, e eu nem vou falar muito para não estragar a surpresa, e para quem não é fã sinto muito mais vai ficar no vácuo mesmo, mas não esquenta, porque uma coisa que No More Heroes faz muito bem é te deixar no vácuo. O jogo não se preocupa em te contar os detalhes da história e em te explicar nada, se você for bom em juntar as peças do quebra cabeça beleza, se não é simplesmente cair do nada em algum lugar e partir pra porrada. E apesar de nesse momento você estar falando "que merda de história" eu digo que ela é ótima, pelo simples fato de não se levar a sério: ela faz o que todo jogo deveria fazer, te divertir. Não tem como não rir das mais inusitadas cenas, de Travis cantando Sylvia e das situações bizarras que acontecem... caramba, eu consegui escrever até aqui sem falar a palavra "bizarro"? E aliás, se você meu jovem punheteiro está pensando que só porque o jogo tem sangue pra todos os lados e o protagonista está tentando comer alguém, vai ter mais motivos pra se divertir pode esquecer, aqui o jogo é adulto de verdade, as insinuações de sexo são muito mais cômicas do que qualquer outra coisa, e a violência desmedida e exagerada vai do filosófico ao caricato o tempo todo.
E claro que essa loucura toda tinha que ser embalada por uma trilha sonora dukct! Sério, fazia tempos que eu não empolgava tanto com as músicas de um jogo, principalmente músicas feitas para o jogo. É tudo temático, enquanto você está no seu quarto de motel, que tem função de hotel de baixo custo lá fora, vale lembrar os nossos jovens, tem uma música... falei que o nome do motel é No More Heroes? Pois é, tem música pra quando você está dando rolê na sua moto futurista bizarra e de jogabilidade horrível! Falei também que você vive em uma cidade chamada Santa Destroy, que você pode passear por ela, mas que não tem nada pra fazer além de ir de um ponto a outro? Enfim, tem música para tudo. E ledo engano quem pensa que os caras seguiram com um único estilo: tem pop, rock, blues e mais um monte de coisa que eu não faço a mínima de como chama, mas são legais para caramba, muitas inclusive agora fazem parte da trilha sonora do meu dia a dia pelas ruas de belzonte. E no fim de tudo você tem que respeitar um jogo que tem coragem de colocar uma música como "The Virgin Child Makes Her Wish Without Feeling Anything", que aliás pra quem não entendeu nada até agora é o que dá nome a este escrito numa tradução literal do Google Translator... então se estiver errado a tradução, processem eles.
Eu disse antes que você pode dar um rolê pela cidade de motoca, mas que não tem muito o que fazer, certo? Só para ficar claro, basicamente o que você tem a disposição é procurar por alguns itens espalhados, como as bolinhas que o velho russo que vive bebendo saquê exige em troca de seu treinamento nada convencional, ou as camisetas em latões de lixo... ah é, você pode comprar roupas com o cara da máscara de caveira... você pode alugar vídeos de luta livre na locadora de seu amigo para aprender novos golpes... você pode comprar outros sabres de luz para o seu personagem na mão da cientista mais bem vestida dos jogos... você pode até mesmo fazer o seu personagem malhar, na academia do grande Thunder Ryu, que é o mestre de Travis. Ah, não achou mesmo que esse grande clichezão ia ficar de fora, não é?
Mas como até mesmo os assassinos tem que fazer por onde, tudo isto custa dinheiro e então não tem outro jeito, tem que trabalhar. Isso mesmo, vai lá na central de empregos dos mano e encare de tudo, de catador de coco, passando por cortador de grama até frentista de posto de gasolina. E não é só pra comprar bobagens não, para poder encarar os chefes tem que pagar também, está achando que é fácil essa vida de assassino? O foda é que chega uma hora que isso enche o saco, e nem mesmo umas missões extras de assassinato aliviam a barra, mas nada de muito alarmante, dá pra segurar a onda. No final das contas, aconselho voltarem ao motel No More Heroes, brincar um pouco com a gatinha, literalmente falando, Jeane e depois ir bater um barro... é isso mesmo, bater um barro, porque é assim que você salva o jogo.
E já que tocamos no assunto, uma das coisas mais porretas são os chefões. Como se não bastassem os pixels estilizados, nada como o bom e velho esquema de "passa a fase, enfrenta o chefão" para relembrar os tempos de Final Fight e Streets of Rage, não é mesmo? E o legal é que quando você acha que o jogo vai ficar só nisso, do nada você cai em umas fases totalmente malucas e nessa hora você levanta do sofá com aquele sorriso largo no rosto. Quando chega nos chefões a coisa despiroca de vez, é cada figura que fica difícil escolher, acreditem, tem alguns que fazem a minha admiração pelo Suda 51 ter uma certa pitada de temor, se eu encontrar esse cara na rua um dia juro que vou ficar na dúvida se falo "obrigado" ou saio correndo com medo dele cravar uma faca na minha cabeça. Mas enfim, os chefões são muito fodas, alguns irritantemente difíceis e infelizmente alguns muito demorados para se matar por conta de uma barra de energia exageradamente grande, mas na hora que você mata eles sai aquele grito entalado na garganta de "morre seu chefão lazarento filho dos outros!". Agora aqui vai um conselho inteiramente de grátis: cuidado redobrado com as mulheres! Aplicar isto ao jogo ou a vida real fica a cargo de vocês... eu sugiro nos dois.
Dizem quem os gráficos desse jogo são parecidos com o de Killer 7, que é um outro jogo do Suda 51 e que provavelmente é tão bizarro quanto, mas como eu ainda não comprei uma cópia nem posso falar... aliás posso sim, eu vi as imagens e é parecido mesmo, é tipo um cel shading com muita sombra, algo assim. Outra grande sacada foi terem colocado um monte de coisas com aquele efeito pixelizado (é assim que escreve?) que vai levar a galera retrô a loucura. Tem gente que vai reclamar de uma textura baixa aqui e outra ali, falar que o Wii é fraco e blá, blá, blá, mas é pura frescura, o treco é bem feito. Na verdade o que me incomodou muito passa longe dos gráficos, o pior do jogo é a taxa de quadros que cai várias vezes do nada, me deixando muito puto: sério, diminuam a resolução das texturas, coloquem o jogo em mono, mas não deixem a taxa de quadros cair. A coisa é tão tosca, que quando você vai correr o treco desanda, nada me tira da cabeça que isso não tem nada a ver com a capacidade do Wii e sim porque ficou mal feito mesmo, afinal no começo esse jogo era exclusivo do console, as versões para PlayStation 3 e Xbox 360 vieram depois. Contei pra vocês que esse jogo no desenvolvimento iria se chamar "Heroes", estava sendo feito para Xbox 360 e aí alguém chegou para o Suda 51 e falou "Velho! Cancela essaporra, tem um tal de Wii que é baum demais! Tem um controle remoto que você sacode e o bonequinho na tela meche!" e ele respondeu "Nó velho, demorô!"?
E se no final das contas você não entendeu nada do que eu disse relaxa, como de costume nos jogos de Wii, eu preparei vídeo tosco mostrando um pouco deste singelo jogo.
Então estão esperando o que? Dessa vez é sério mesmo, No More Heroes é um dos melhores jogos do Wii, um dos melhores jogos que eu já joguei, e apesar de todos os pequenos defeitos vale muito a pena. Ele destrói miseravelmente a imagem de console para crianças que alguém ousar aplicar ao Wii, e você pode esfregar isso na cara do sujeito até ele implorar perdão. Tudo bem, eu respeito a opinião de quem não gostar... respeito nada, se você não gostar desse jogo desiste da vida, mwa hwa hwa. Então peguem o seu Wiimote agora e Vão Jogar!
No More Heroes é um ótimo jogo, divertido e cheio de bizarrices que dão todo um charme próprio ao jogo, que é repleto de violência gratuita e insinuações sobre sexo. Apesar de ele esbarrar em alguns problemas técnicos e possuir um mapa bem vazio, é com certeza um dos melhores jogos do Wii. Avaliado noWii (entenda o nosso sistema de notas)
Cara, esse jogo eh muito bom. Ele tem mesmo um "quê" Tarantinesco (não conheço esse tal suda 51), e é muito ácido, diria. Pena que com essa velha história de ter vários jogos torrenteados, eu o tenha deixado um pouco de lado. Domingo passado eu joguei bastante, mas eu estou dando preferência aos jogos do Gamecube que não conhecia, mas No More Heroes é obrigatório, e uma obrigação que terei que cumprir.
Quanto à parte gráfica, calem-se todos os opositores, hehe. O jogo é na medida e dá a impressão que se fosse diferente não seria tão bom. Ah, e os gráficos do jogo me lembram aquele filme do Keanu Reeves, "O Homem Duplo", Ok, Ok, no filme eles filmaram com atores reais e depois usaram técnicas de animação, e no jogo é tudo mais rústico, mas eu disse que me lembra, não que é idêntico, hehe.
Cara, o Suda 51 é um psicopata disfarçado de produtor de jogos que vai atrás de quem deixa os seus jogos pela metade, rzs. Sério, termina logo No More Heroes que vale muito a pena... e já deixo a dica: compre todos os sabres de luz disponíveis.
Cara, a versão para PS3 e X-Box 360 tem gráficos em HD, são até bonitos, mas realmente ficou estranho. Agora, em No More Heroes 2 do Wii os gráficos são bem mais detalhados, mas ainda lembra bastante o primeiro.
Ow, não conhecia esse filme, parece bacana... mas não achei que lembra muito não, rzs.
Você acabou de sair do Dr. Peace, certo? Dá um gás ae e termina o jogo (nem é tão grande) e você vai entender porque eu acho o Suda 51 um psicopata disfarçado, rzs.
parece ser um otimo game para o Wii, Mas não tenho o console, mas se é feito por aquele ser que me recuso a considera-lo um ser humano, Suda 51, deve ser sanguinário o suficiente para fazer os de estomago fraco a passar mal. sorte sua ter esse game Rafa
O jogo não é tão raro não, o dia que você tiver a oportunidade jogue ele que é muito bom. O Suda 51 é foda mesmo, uma pena que ele tenha uma certa dificuldade na hora de montar a jogabilidade, as idéias são ótimas, mas parece que não fica 100% na hora de implementar.
Preciso jogar No More Heroes, se um dia eu voltar a ter um Wii! hauhahuahua. Ou a versão de PS3 é igual (sem o controle de movimento, evidentemente)? Sabe dizer? Não que eu goste de Star Wars, mas ter um sabre de luz realmente é empolgante! Apesar das referências à série e tal. Sobre não levar a estória a sério, tá me lembrando o tal do Bayonetta que terminei neste fds. Tem nego que resmunga demais, fala que é jogo de nerd "fapeiro", mas pra mim ele é uma grande piada! Povo não entende humor e coisas forçadas pelos japoneses, só entendem cultura americana. Enfim, pelo visto No More Heroes segue essa linha também. Interessante! Esse jogo é mundo aberto tipo um GTA da vida? Mundo aberto e tal? Ficou a impressão, com esses lances de rolê de moto. E, pra fechar, seu conselho será muito bem lembrado! hahaha Muito bom o post! Abraço
Eu sei que a versão do PS3 tem algumas coisinhas a mais, colocaram alguns chefões extras que na verdade são do No More Heroes 2 (que é exclusivo do Wii). E ela tem suporte ao Move, então tem sensores de movimento também, mas deve ser opcional. Só que rola uma birra dos produtores com as versões do PS3 e X-Box 360, não sei muito bem o motivo, e também não sei se o port ficou muito bom.
Pois é, No More Heroes é bem assim mesmo, é aquele treco tão absurdo e sem noção que é engraçado, é como você disse, bem coisa de japa mesmo.
Comparar com o mundo aberto de GTA é meio exagero pois a cidade não é tão grande assim, e como eu disse, serve mais pra você ir de um ponto ao outro e só, tá mais pra um mapa ligando as fases.
Ah, esse conselho é pra levar para a vida toda, hwa hwa hwa.
Pois é, ressurgi das cinzas e tô tentando comentar com atraso os blogs da galera. Mas tá sendo mais difícil que zerar o Mega Man 3! hauhuahua
Bom, sendo mundo aberto e vc podendo dar umas causadas na cidade só pra dar uma descontraída entre uma fase/missão e outra, já tá bom demais.
Com todo o humor japonês que o jogo deve possuir, creio que preciso mesmo jogá-lo. Vou ver quanto custa a versão pra PS3 e se tem algum demo depois. Pelo menos se rolar o demo já dá pra ter uma idéia se é legal. E se não sair caro, compro. Ou espero alguma dessas promoções malucas da PS Plus que andam enchendo o hd do meu PS3! hauhuahuahuahuahuahua
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