Quando você ouve ou lê os nomes Battlefield ou Call of Duty, já sabe bem o que esperar: soldados especiais batalhando para evitar ou causar alguma guerra de complicações mundiais. Claro que há outros títulos com a mesma premissa, mas é inegável que estes sejam os principais nomes do gênero FPS de guerra, principalmente depois que a franquia Medal of Honor "subiu no telhado". E, por melhor que sejam os jogos, sabemos que a história principal, o modo "carreira", serve apenas como pano de fundo para mais um multiplayer em que milhares de jogadores se matarão online. As franquias até tentam se renovar, tirando seus soldados dos campos de batalha da segunda guerra e jogando-os de paraquedas em combates modernos, mas, tirando uma mira laser aqui, ou um exoesqueleto ali, nada de muito revolucionário realmente acontece. Por isso mesmo é muito bom ver a série Battlefield em um tipo diferente de guerra: a guerra do tráfico de drogas.
Quem é quem onde?
Logo no início somos apresentados ao detetive Nick Mendoza que, para sua infelicidade, está preso e sendo transportado para uma prisão no meio dos Estados Unidos. E sabemos que não é muito bom ser um policial a caminho de um lugar cheio de pessoas que querem ver um policial crivado de balas. Pois bem, a partir dai a história que se desenrola mostra como nosso bom Roger MoreiraNick Mendoza foi parar ali.
Mendoza é um policial da cidade de Miami, um lugar onde impera o tráfico de drogas, e ele acaba se metendo entre traficantes e policiais corruptos, e como Nick é um policial honesto, ele só se ferra. Ao seu lado está Khai, uma policial bem clichê, bonita e feroz, mas que se dá bem com Mendoza - daquele jeito. Ajudando-os, está o chefe Julian Dowes. Aliás, este trio rende algumas reviravoltas bem mexicanas ao game. E, como não pode faltar, temos o policial corrupto da vez, que é apresentado logo no início do jogo, então, sem medo de spoilers.
Agora, vale dizer que Nick Mendoza é um dos personagens mais babacas que já foram criados, sempre querendo se fazer de rebelde sem causa, xingando todo mundo por qualquer motivo e desferindo seu palavreado extremamente educado até mesmo quando não há nada acontecendo no tela. Aliás, Nick Mendoza é dublado pelo roqueiro Roger Moreira, líder do Ultrage a Rigor, mas falarei sobre isso mais a frente.
Alguns errinhos. Só isso
Ok, Hardline que eu joguei não é um game de XOne ou PS4, contudo, o Xbox 360 tem coisas bem melhores. Mas nada que atrapalhe e até acho que os gráficos ficaram bons. Agora, o que me causou estranheza logo de cara é quando Nick entra na viatura e sua parceira está dirigindo. A câmera livre, como em qualquer jogo assim, nos permite uma visão quase 360º. Pois bem, em todo carro há um retrovisor, certo? E ele serve para ver o que está atrás, certo? Então. Em Hardline, o retrovisor mostra apenas uma imagem, sem qualquer movimentação. Isso incomoda quando você vê o carro dando ré e depois dobrando uma esquina à direita e outra à esquerda e a imagem ser a mesma. Isso é inaceitável, sabendo que qualquer outro jogo com visão interna do veículo o retrovisor se comporta de maneira mais convencional. Gosh! Até Nigel Mansell F1 challenge do SNES tinha um retrovisor melhor!
Outra reclamação vai para os controles, sensíveis ao contexto, mas nada muito elaborado. É mais do tipo "aperte X para abrir a porta" e depois "aperte o X para acionar a bomba". O problema é que às vezes um comando diz que devemos segurar para acionar algum comando e era só para dar um toque, e o contrário também acontece, quando aparece na tela que é só para dar um toque quando, na verdade, devemos segurar o botão.
E como esquecer dos bugs? Quase pedi a gasolina do Chaves para matar todos os "inseptos". De vez em quando você mata um oponente e ele fica congelado em pé. Eu vi alguns assim, mas o primeiro parecia que estava dançando o infame "segura o Tcham!". Pena que eu esqueci de tirar uma foto... Mas é claro que, de vez em quando, algum personagem atravessa uma parede, ou alguém morto é engolido pelo chão, mas nada tão gritante quanto os guardas em Assassin’s Creed IV, que eu vi dando duplos twists carpados no meio da tela. Pena que eu não gravei nada disso. Preciso gravar minhas jogatinas...
Mas ainda é Battlefield...
Sim. Ainda é Battlefield, e com isso ninguém precisa se preocupar, pois há explosões, dezenas de bandidos atirando enquanto você tenta explodir um helicóptero usando um Blindado de Guerra. Sim, você explode helicópteros e blindados e tudo faz muito sentido. Parabéns a eles por isso. Além disso, quem já jogou qualquer título da franquia sabe que não há onde se esconder. Nada de "murinho". Tudo é altamente destrutível, principalmente nos episódios finais, quando você vê um prédio inteiro se esfacelar. Se você tentar se esconder em algum lugar, os inimigos encontram você e "sentam o dedo". Isso faz com que barreiras, paredes, carros e qualquer coisa seja destruída e revele onde você está. Pena que há muito menos disso do que gostaríamos. Rola até um tornado no jogo...
Divisão em capítulos, mas não igual aos outros...
Hoje nós já estamos acostumados a ver jogos sendo lançados em capítulos, aliás, tivemos grandes títulos sendo lançados assim, como The Walking Dead, The Wolf Among Us e o sensacional Life is Strange. Hardline também é dividido em capítulos, mas não como nos títulos citados acima. Hardline é dividido em 10 capítulos, que na verdade são as fases que o jogo teria com outro nome. Aliás, o termo capítulo é muito bem utilizado, principalmente pelo teor do game. Quem joga é automaticamente levado aos anos 1980 e 1990 com suas séries e filmes com policiais. Tudo lembra muito Hawaii 5.0, Miami Vice e até 48 Horas, o filme estrelado por Eddy Murphy e Nick Nolte. Mas não há nenhuma sequência bem humorada...
E a ideia de capítulos é tão bem executada que, quando você passa uma fase e desliga o console para voltar a jogar mais tarde, o game apresenta os acontecimentos do capítulo anterior, inclusive anunciando "Anteriormente, em Hardline". Achei isso muito legal.
Localização problemática...
Agora é que a situação muda. A história de Hardline pode não ser nada épico como um Metal Gear, nem os gráficos tão bons quanto um Halo Reach, mas como a série é verdadeiramente voltada para o multiplayer, nada disso chega a atrapalhar a jogatina. Agora, o que poderia ser o "algo mais" do título, acabou sendo o grande problema: a dublagem.
Por gerações a fio tivemos que nos contentar em jogar com as configurações em outro idioma, fosse inglês, japonês ou francês. Até espanhol rolava, mas nada de português. Claro que os PCs tinham seus jogos, mas eu estou me referindo aos consoles. E FIFA não vale aqui, pois não é a mesma coisa. Pois bem, os anos se passaram e vários games passaram a ser dublados em português do Brasil e nada mais justo que o mesmo acontecesse com Hardline. Mas é ai onde mora o problema. Chamaram alguém que não tem afinidade alguma com dublagem, o cantor Roger Moreira, líder do Ultrage a Rigor, banda de rock nacional oriunda dos anos 1980. Como sou fã do Ultrage pensei, "pô, que legal", mas, quando joguei, falei "pô, que droga!"
Roger não passa qualquer credibilidade, não há atuação, ele apenas lê um papel com suas falas. Parece até que está fazendo um teste para Malhação. Os outros personagens são bem dublados, por isso parece até aqueles vídeos do YouTube em que alguém dubla sobre algum jogo ou filme. E vai por mim, até a redublagem de "tráfico na Vila do Chaves" ficou bem melhor.
Mas até ai tudo bem, não sabe, não sabe, o problema é que a Warner, responsável pela localização do jogo, tem gente para avaliar se o trabalho está ficando bom ou não, mas parece que essa pessoa estava no horário de almoço ou de férias...
Agora, a situação mais chata foi a briguinha inútil (sic) que o Roger caçou, principalmente no Twitter com os jogadores que questionaram a qualidade de seu trabalho. Ele, inclusive, chegou a usar palavras pesadas contra quem se manifestou.
Acredito que cabia um pouco de humildade ao cantor, pois ele sabe de suas limitações, mas acho que Q.I. alto não tem relação com inteligência ou eloquência.
Ok, Professor, mas o que você achou do jogo?
Eu sou fã de Battlefield e defendo sua bandeira frente Call of Duty, série onde eu também dou meus tirinhos de vez em quando. O modo história ficou muito bacana e é bom ver uma série querida caminhar por outro lado. O tiroteio em si está muito bom e na parte online continua sendo o Battlefield que acostumamos a jogar. Eu ainda não joguei muito o multiplayer, mas as férias estão ai justamente para isso. E para quem é fã, vale a pena.
O policial Nick Mendoza pode não ser um Master Chief ou Marcus Fenix, mas vale a jogatina e o game ficou bom. Pena que alguns problemas tirem um pouco do seu brilho. Quanto a dublagem, você pode jogar com o áudio em inglês e legendas em português, ai melhora. Muito!
Então, se vocês gostam de FPS ou das antigas séries de Polícia x Bandido dos anos 1980 e 1990, peguem seus Hardlines, segurem seus controles e Vão Jogar!
O meu empecilho para não comprar esse hardline é a temática. Polícia e ladrão? Embora o multiplayer tenha mais opções de carros e modos de jogo, ainda prefiro o Battlefield 4 ou "carinhosamente " Bugfield 4.
Não dá!! As pontas dos dedos estão coçando legal!!
Vou ter que contar aqui (e gostaria que a galera do Alvanista tambem preste atenção) uma história relacionada (mesmo que indiretamente) a Roger Moreira, do Ultraje a Rigor.
Havia um festival que era realizado aqui no Brasil, chamado SWU. A sigla vem de "Starts With You".
No último ano em que esse festival foi realizado, não sei se 2010 ou sei lá, depois alguem me corrige se for o caso; o Ultraje a Rigor foi escalado para esse evento.
Tambem foi escalado para o tal SWU Peter Gabriel.
Vocês, acostumados a Latino e Anitta, me perguntarão, quem é esse?
Até onde me interessa, é um britânico, ex-vocalista do Genesis (não é o console), que foi responsável por uma música cujo clipe é pra mim o mais emblemático da década de 80. Já viram? Sledgehammer. Uma música que pra mim, sempre me lembrará duas coisas: - SEXO - beldades curvilíneas irresistíveis, mega-ultra-sexies, de biquíni e/ou maiô, e, óbvio, todas cheias de amor pra dar pros caras (eu sei, podem me chamar de maluco e debilóide)
Hã... ...voltando à história, me parece que na vez que o Ultraje a Rigor foi lá tocar, o Peter Gabriel achou que Roger & cia. tinham passado na frente dele, talvez achou que o Ultraje a Rigor fosse só um evento preliminar. Não tomo partido nem de um lado, nem de outro. Mas o que a forma de vida me faz? Saiu na bifa com Roger. Quis pegar os caras de bordoada. Óbvio, a galera não perdoou.
O tal festival nunca mais foi realizado.
O que tudo isso tem a ver com o tópico, vocês me perguntam?
Pelo que eu soube do resultado final da dublagem em português deste Battlefield Hardline, imagino que muitos iam querer que o Peter Gabriel viesse e enchesse de porrada o Roger Moreira.
Repito, não tomo partido aqui nem de um lado nem de outro.
Por acaso eu vou ficar pentelhando a Pitty por causa da Kassie Cage do Mortal Kombat X? Não, não vou. Tenho coisa bem melhor pra fazer.
Sobre o jogo em si, se é o "policía e ladrão" moderno, melhor que GTA, que é um "ladrão e ladrão".
Ufa, acho que essa foi a maior das minhas tagarelices. Pela mãe do guarda...
Pelo menos a dublagem da Pitty na Cassie Cage é perdoavel. O que não dá pra passar é aquela infame frase... é acho que já ouvi falar desse Peter Gabriel nos tempos da Mtv.
Cara, você desenterrou essa, hein? Lembro de um amigo há muito tempo contando essa história, mas confesso que nem me recordava...
É super relacionado com o tópico e, se desse, queria até que a Cassie Cage desses umas bifas nele, rsrs
Quanto ao que o Leandro escreveu, não posso dizer nada, pois não joguei o novo Mortal Kombat. Mas tem mesmo o lance do "Eu vou equalizar alguma coisa?" Se sim, cruzes!
Olha, Hardline é bom e vale a pena ser jogado, principalmente se você gosta do gênero, mas vá por mim:Tenho certeza que você vai entender quando terminá-lo! rsrsr
Simplesmente parece que não era para ele estar ali... falando.
Eu vejo que nesse caso a culpa realmente não é do Roger. O cara nem é dublador, pelo menos até onde eu sei ele nem trabalha com isso (mas posso estar enganado). Então a culpa seria de quem o contratou assim como aprovou a dublagem, como tu bem citou. Ele poderia ter se empenhado mais? Sim, poderia, mas não o fez (que é o que dizem). "Crucificar" o cara por isso? Não mesmo. Mas também concordo que faltou humildade dele em relação a rebater alguns desses comentários aí do pessoal. Eu só acho mesmo que existe sempre muito exagero nesses falatórios todos por causa de pouca coisa. Mas é só a minha opinião, nada mais.
E pelo teu texto o jogo parece ser bem legal sim e é o tipo de jogo que me interessa muito!
Olha, é bem por ai, mesmo. O que me deixa pensando é que se queriam colocar uma voz conhecida, por que não escolher alguém que já trabalha com isso ou mesmo que seja um ator?
Mas sempre tem a opção de deixar o áudio original e usar as legendas, o que eu, particularmente, prefiro...
Pô, eu até que tinha uma certa curiosidade com esse Campo de Batalha Linhadura, mas eu quero distância da voz, interpretação e arrogância do Roger... OK, não é isso que vai me afastar do jogo, mas sim a falta de paciência com shooters em primeira pessoa. Eu ri de "até Nigel Mansell do SNES tinha retrovisor"... pô, tudo bem que não tem a ver com o jogo e tal, mas cacilda, jura que deixaram passar? kkkkk Só fiquei com uma dúvida quanto ao online: ainda tem os múltiplos modos de jogo ou ele ficou limitado à um estilo só? Tipo, só mata mata? Ou ainda tem aquele modo de dominar os pontos do mapa que eu nunca lembro o nome? Esses eram legais no BF3, os únicos que eu conseguia liderar servidor pq sempre tava bem posicionado e nunca preocupado em matar os outros... kkkkkkkkkkkkkk Ah, e vc precisa gravar esses bugs quando acontecem. Eu acho divertido a beça, já até criei seção no Gamer Caduco pra postar essas coisas... huahuahuahuahua Ótimo texto, Professor!
Cara, eu não consigo deixar de falar nisso. É mais ou menos assim: Durante décadas fomos obrigados a jogar games em Inglês e até japonês (zerei Biohazard 2 A.K.A Resident Evil 2 assim), tendo apenas títulos para PC com localização. Quando começam a olhar para este lado do globo com carinho para o nosso dinheiro, era de se esperar algo digno. Ai vemos "Primer Golpe" do Mortal Kombat 9 e já dá um frio na espinha. Ai vem o Roger e ferra tudo de vez... Não consigo deixar ele em paz, rsrs. Mas jogue. É um bom game (Porém, BF3 ainda é melhor).
Sim, deixaram passar e atrapalha muito a diversão. Eu só lembro de ficar falando "Cara, é um Xbox 360! Não um Master System!" rsrs
Modos de jogo tem bastante, mas como minha conexão é uma "Cowa-Fuckin’piece a’ dog shit" belezura, nem consigo aproveitar. Tem modo para roubar carros antes da polícia chegar, modo de roubo, de resgate em que você ou é um Swat, ou sequestrador (C.S.?) e tem também o modo Conquista, que é o de capturar bandeiras de sempre.
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