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logo Vão Jogar! DegustaçãoThe Legend of Zelda: A Link Between Worlds

Zelda ou (A Inesperada Subversão da Expectativa)

Análise de The Legend of Zelda: A Link Between Worlds - Uma simples lição de como seguir em frente sem ignorar o passado.

autor Rafael "Tchulanguero" Paes   datahora 12/03/2019 às 08:07:34   tagarelices 2

Uma simples lição de como seguir em frente sem ignorar o passado.


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Quando há dois anos atrás eu joguei novamente A Link to the Past, o que mais me atraiu na aventura de Link para salvar o reino de Hyrule, além do maravilhoso game design, foi o quão direto ao ponto o jogo é. Mas apesar de ele ter sido a base para grande parte dos títulos seguintes, do excelente Ocarina of Time ao mediano Skyward Sword, a fórmula já estava gasta e não possuía mais a dinâmica de outros tempos. Isso me fez lançar um olhar desconfiado sobre A Link Between Worlds, que não só é uma sequencia do clássico do Super Nintendo, como mantém inclusive o mesmo mapa. E essa poderia ser apenas mais uma história de uma grande empresa lançando um caça-níquel qualquer para explorar a nostalgia dos jogadores, mas felizmente o rumo tomado aqui foi outro.

Mapa de A Link Between Worlds
Vamos tirar o elefante da sala logo de uma vez: sim, o mapa do jogo é exatamente o mesmo de A Link to the Past. Eu me deparei com vilas, casas, florestas e montanhas exatamente nos mesmos lugares, além de reviver situações extremamente nostálgicas, mas volta e meia eu encontrava algo diferente do que eu me lembrava. Aliás, essa é uma das grandes sacadas do jogo, a de subverter as nossas expectativas. Ainda que eu não precisasse muito do mapa para me guiar, acessar esses lugares já conhecidos me demandou novas abordagens, eliminando qualquer traço de repetição. Eu queria explorar aquele mundo não apenas para reviver uma experiência, mas também para descobrir o que de novo havia em cada canto do mapa.

A mecânica de alugar itens também é estranha e em um primeiro momento me soou apenas como uma implementação preguiçosa. Não existe mais a lógica de ir até um castelo, achar um grande baú com um item especial e utilizá-lo para explorar outras áreas do mundo antes inacessíveis. Agora é possível ter tudo logo de cara, bastando para isso apenas se desfazer de algumas rúpias, que são facilmente obtidas ao longo do jogo com um pouco de paciência. Se você não morrer, o que é relativamente fácil de ser evitado, esses itens irão com você ao longo de toda a jornada de Link sem maiores problemas. E tudo isso é interessante, pois ao mesmo tempo que quebra uma das mecânicas básicas de Zelda, essa nova abordagem me permitiu explorar Hyrule com maior liberdade, sem uma narrativa rígida estipulando onde eu deveria ir a cada momento, corrigindo um dos grandes problemas da série nos últimos tempos.

Loja principal
O personagem Ravio é quem vende para Link os itens do jogo, basta escolher e pagar o aluguel.

Algo que ainda foi mantido dos jogos anteriores é a presença de uma mecânica única que pauta toda a aventura, aqui na figura de um bracelete que permite Link se fundir temporariamente com as paredes. O que a princípio parecia apenas um item supérfluo para chamar a atenção, no decorrer da jornada me fez ter que repensar todos os cenários, como se cada lugar fosse composto de duas dimensões distintas que interligadas se completam. Realmente vários puzzles se utilizam dessa premissa e requerem soluções bem criativas, ainda que simples. Claro que essa habilidade também serve para levar Link literalmente a outra dimensão, o mundo de Lorule, mas aqui o funcionamento não difere muito do espelho usado em A Link to the Past para acessar o Dark World, em que um mundo é reflexo do outro.

Graficamente LBW é muito bonito, e soa como uma atualização gráfica dos antigos jogos 2D da série para o 3DS. Mas o que mais me chamou a atenção foi a aplicação do 3D estereoscópico, que diferente do que acontece em outros jogos do portátil, desta vez realmente me foi útil em alguns momentos, me fazendo ter uma percepção mais clara do nível em que Link estava em relação ao cenário, embora ainda não seja imprescindível.

Link como uma pintura na parede
Sob a forma de pintura na parede, Link pode acessar áreas no cenário de maneiras diferentes, mas é preciso ficar atento a barra de energia no canto inferior esquerdo.

A trilha sonora é excelente e também responsável por boa parte da carga de nostalgia, com a atualização de várias músicas clássicas, ainda que de maneiras inesperadas. Um exemplo foi de quando eu cheguei em Lorule pela primeira vez e esperava ouvir a minha música favorita de Zelda, o tema do Dark World, apesar dos dois mundos não serem o mesmo. Mas estranhei ao ouvir uma introdução diferente, com ares épicos, até ser finalmente surpreendido por uma excelente versão de cordas da música clássica. Até nisso o jogo soube brincar com as minhas expectativas.

A história é tão simples como a de seu antecessor e expande um pouco os conceitos básicos de Zelda e da Triforce, gerando aquela curiosidade básica que nos motiva a seguir em frente. Para a minha felicidade esse jogo também vai direto ao ponto e permite uma aventura sem enrolações e alongamentos desnecessários. Para alguns a aventura pode parecer curta demais por conta disso, mas eu pessoalmente prefiro dessa forma.

Lorule
Assim como o Dark World, Lorule é um mundo paralelo a Hyrule, com sua própria história e até mesmo a sua própria princesa. Ao longo da aventura é comum Link alternar entre os dois mundos.

Por fim, A Link Between Worlds consegue fazer a série seguir adiante ao quebrar várias convenções, mas sem perder a sua essência. É uma excelente brincadeira entre a nostalgia e o novo, que funciona tanto para os jogadores de longa data, como eu, como para aqueles que nunca jogaram nada da série. Embora o nome do jogo faça referência aos reinos de Hyrule e Lorule, ele também serve para se referir a forma como o jogo se conecta com o seu antecessor.

Em retrospecto é fácil enxergá-lo como o título que serviu de laboratório para as ideias básicas que compuseram posteriormente Breath of the Wild e seu mundo aberto, mas a verdade é que por si só ele já funciona como uma grande mudança e um excelente jogo.

The Legend of Zelda: A Link Between Worlds
The Legend of Zelda: A Link Between Worlds

* * * * *  Muito mais do que uma mera continuação que recicla ideias de seu antecessor, A Link Between Worlds rompe com conceitos estabelecidos da série para dar grande liberdade ao jogador, com mecânicas excelentes que permitem a exploração do cenário de maneiras muito criativas. A nostalgia também é explorada ao subverter as expectativas dos jogadores veteranos, criando novas situações a partir de velhas lembranças.
Avaliado no 3DS
(entenda o nosso sistema de notas)


Série: The Legend of Zelda
Estúdio: 
Plataforma: 3DS
5

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  • avatar de Gamer Caduco
    Gamer Caduco
    06/08/2019 às 11:44:07   localizacao SP
    Pô mano, tá foda, eu só li o post agora... não é só vc que tá sem tempo!
    E eu li offline e estou escrevendo o comentário agora, então ele vai ficar reduzido, pra sua sorte! kkkkkk
    Só posso dizer que eu, por mais que não seja nenhum fã fervoroso de Zelda, tenho vontade de jogar o Link to the Past. Não garanto que eu vá emendar o Link Between Worlds logo de cara, mas fiquei curioso pra jogá-lo também. Legal saber que ele é igual, só que diferente. E que tem todo esse lance de ser mais aberto, estilão do Bafo de Catuaba.
    Ainda assim, parece que é melhor começar pelo do SNES, correto?
    Farei isso quando vc jogar os Sonic e Streets of Rage... kkkkkkkkkkkkkkk
    Valeu Tchula!

    • avatar de Rafael "Tchulanguero" Paes
      Rafael "Tchulanguero" Paes
      06/08/2019 às 22:09:05   localizacao Vespasiano - MG
      A gente tá velho e pobre, esse é o problema, hwa hwa hwa.

      Eu sempre acho que o A Link to the Past é o Zelda na medida certa para você justamente pelo lance de não ter muita enrolação, aí de tabela esse aqui também deve lhe apetecer.

      E pode parar de enrolação que você sabe muito bem que eu tenho Sonic e Streets of Rage, já joguei os dois e só não zerei por falta de habilidade mesmo, rzs. Inclusive agora todos os videogames estão na sala, qualquer dia eu zero o SoR pelo menos, depois que eu sair dessa fase de JRPG antigo, que eu demoro meses para terminar pelo motivo descrito acima. :P

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