Embora ainda não saibamos se o Switch de fato irá ocupar o lugar de consoles de mesa e portáteis simultaneamente, apesar das declarações de Reggie Fils-Aime de que se trata de um console de mesa a coexistir ao lado do 3DS, ao menos no que tange o preço dos jogos a Nintendo adotou os mesmos valores já praticados no Wii U, PlayStation 4 e Xbox One: US$ 59,99 para cada titulo, o que difere dos habituais US$ 39,99 do atual portátil da empresa, ainda que ambos utilizem cartuchos bem semelhantes (mas não compatíveis, nada de jogar jogos do 3DS nativamente no Switch).
Joy-Con, a grande estrela do Switch
A Nintendo, bem como a Sega também fazia no passado, sempre fez questão de a cada novo console trazer um controle totalmente remodelado, algumas vezes aplicando conceitos simples, outras com ideias mais rebuscadas. Quando o Nintendo Switch ainda se chamava Nintendo NX, os rumores apontavam para uma série de funcionalidades que eventualmente acabaram se confirmando. Porém na última apresentação do console, nós conseguimos ter acesso a um maior nível de detalhe do controle.
Primeiro, é preciso entender que o controle, chamado de Joy-Con, na verdade se trata apenas das laterais (as partes coloridas na imagem acima), que podem ser removidas da base e encaixadas na tela do console, assim como serem usadas livremente como se fossem Wiimotes. E assim como o Wiimote, os Joy-Cons também possuem giroscópios e acelerômetros, ainda mantendo o foco da Nintendo em controles com sensores de movimentos.
Porém um dos grandes incômodos do Wiimote era quando o mesmo tinha que ser utilizado de lado. Além de não ter uma boa ergonomia, o acesso aos botões era bem limitado, nos obrigando a jogar com no máximo os botões de face. Os Joy-Cons por outro lado, embora pequenos, parecem ser um pouco mais ergonômicos e possuem bem mais botões. Cada lado conta um direcional analógico, e mesmo o lado esquerdo tem o seu direcional digital dividido, funcionando como botões individuais quando utilizado em separado. Mas a grande vantagem é que os botões de topo L e R possuem uma duplicata na parte interna dos controles, que ficam completamente acessíveis quando seguramos o controle de lado. Com o auxílio de um encaixe de plástico que acompanha cada lateral, estes botões são acessados ainda mais confortavelmente.
Algumas funcionalidades no entanto só poderão ser encontradas em um dos lados do controle. O lado esquerdo é o único que possuí um botão de captura de imagens, que poderão ser postadas nas redes sociais e armazenadas na nuvem. Hoje, Wii U e 3DS também possuem tal recurso, porém o modo de se fazer isso é bem mais burocrático, necessitando pausar o jogo para acessar o navegador ou Miiverse. A Nintendo disse que no futuro o botão de captura também irá servir para gravar vídeos dos jogos.
Do lado direito nós temos o sensor NFC, localizado junto ao botão Home, que assim como no Wii U permite a utilização dos Amiibos nos jogos compatíveis, e um sensor infravermelho, que é capaz de capturar gestos e medir a distância de objetos. Um exemplo dado é que desse modo é possível jogar "pedra, papel e tesoura" em algum jogo, somente fazendo o gesto em frente ao sensor.
Além disso, o controle também emite sons e possuí "vibração HD", que permite um nível de precisão suficiente para passar a sensação de até mesmo "cubos de gelo colidindo em um copo que você esteja segurando", segundo a demonstração feita pela empresa.
Não se sabe exatamente a duração da bateria das partes individualmente, mas como elas sempre serão recarregadas quando conectadas ao console ou ao suporte, não creio que chegue a ser um grande incômodo, a não ser que a duração seja realmente curta. Para o console a estimativa de bateria está entre 3 à 6 horas, dependendo do jogo e configuração.
O amargo preço dos acessórios
Embora o preço do console esteja dentro do esperado e aceitável, os acessórios extras por outro lado não serão nada baratos, o que pode ser um grande empecilho dependendo do perfil do jogador. Lembrando que cada item descrito abaixo vem com pelo menos uma unidade junto ao pacote básico do console.
O par de Joy-Cons irá sair pelo preço de US$ 79,99. Vale frisar que isso diz respeito apenas as laterais do controle, que embora funcionem de modo independente, não podem ser recarregadas individualmente. Para isso será necessário o Joy-Con Charging Grip, que sairá pelo preço de US$ 29,99. Caso queira um único Joy-Con, que vale lembrar possuí funções diferentes para cada um dos lados, o valor a ser desembolsado é de US$ 49,99. Os dois pacotes de Joy-Cons já vem com uma Joy-Con Strap para cada unidade, que além de servirem para segurar o controle ao pulso, oferecem melhor comodidade ao acessar os botões de topo. Elas também serão vendidas em separado, mas ainda não tiveram o seu valor divulgado.
O Pro-Controller, que é a opção mais tradicional de se jogar no console, ideal para jogos de luta inclusive, é o acessório mais em conta levando em consideração o conjunto, custando US$ 69,99. Ele possuí inclusive o sensor NFC e botão para captura de imagem presente nos Joy-Cons.
Quem ainda quiser curtir uma partida de Mario Kart 8 Deluxe fazendo uso do voltante, similar ao vendido desde Mario Kart Wii, poderá adquirir cada par por US$ 14,99.
Agora, a base...
Nintendo Switch Dock, o grande pedaço de plástico que não faz quase nada
Como todos já devem ter visto a exaustão, alternar entre o modo portátil e modo console no Switch é uma tarefa muito simples, basta conectar o console na base e o jogo automaticamente muda para a sua televisão. Embora o console já venha com uma base, quem quiser ter a comodidade de ter mais de uma espalhada pela casa em outras televisões, poderá comprar cada unidade pelo preço de US$ 89,99, incluindo um cabo HDMI e carregador extras, assim basta conectar o console em qualquer uma delas para seguir jogando.
Embora a ideia seja muito boa, o grande problema é que a base não faz praticamente nada pelo console, o que vai de encontro ao seu preço nada amigável. Como pode-se ver na imagem abaixo, tudo o que ela faz é servir de carregador para a bateria do Switch, ter uma única porta USB extra para acessórios diversos e uma saída HDMI, com o cabo já acompanhando o pacote. A conexão entre console e base é feita através da porta USB-C presente na parte inferior do aparelho, que se conecta a um pequeno plugue no fundo da base, quando o console entra em uma espécie de overclock, subindo a resolução de 720p para até 1080p.
O problema é que tudo isso poderia ser feito de uma forma mais direta, através de cabos conectados diretamente ao console, ou que ao menos a base tivesse um valor mais compatível com o que oferece, ainda que a maioria dos jogadores provavelmente se dará como satisfeito com uma base única.
Demais acessórios e características
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O Nintendo Switch ainda possuí algumas outras características que valem a pena menção. Uma delas diz respeito ao multiplayer local. Como o conceito do aparelho mescla os tradicionais consoles de mesa e portáteis, assim como é possível jogar com um único aparelho com até quatro pessoas, também é possível chegar até oito jogadores conectando vários aparelhos em uma única Wi-Fi (oito amigos com um Switch não inclusos no pacote básico do aparelho).
A interface do sistema do console apareceu brevemente ontem durante as apresentações de jogos na Nintendo Treehouse. Seguindo um modelo bem minimalista, podemos ver os botões (na ordem) de Notícias, que deve ser semelhante ao "Notificações" presente no 3DS e Wii U, eShop, Álbum, aonde provavelmente iremos gerenciar as imagens capturadas durante as partidas, Controles, Configurações e por último um botão para acionar o Sleep Mode, função que será muito útil para o modo portátil.
Sobre o armazenamento, embora a Nintendo já tenha dito que será possível expandir os 32 Gb de memória interna através de cartões, o que será essencial para novos jogos e atualizações, também foi dito que futuramente haverá suporte a HDs externos, assim como no Wii U. A única preocupação neste caso fica por conta do tipo de HD que o console irá suportar. No Wii U, devido a baixa saída de energia das portas USB, é bem comum ser necessário um "cabo em Y", ocupando duas portas do console para que o funcionamento correto ocorra. O Switch possuí apenas uma única porta USB em sua base, e se ele seguir os passos de seu antecessor, os jogadores ficarão restritos a HDs com alimentação própria, que costumam ter um preço mais elevado. Para se ter uma noção do gasto de memória interna, The Legend of Zelda: Breath of the Wild, um dos títulos de lançamento, irá ocupar 13 Gb, o que é quase metade do espaço disponível.
Um ponto que também gera muita dúvida é com relação ao tamanho do console, principalmente em modo portátil. Nós já sabemos que a tela possuí o mesmo tamanho da tela do Wii U GamePad, porém sendo capacitativa com suporte a múltiplos toques, mas o site Polygon fez uma série de comparações de tamanho que dão uma boa perspectiva, conforme vocês podem ver nas imagens abaixo.
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O Vão Jogar! ainda irá continuar com a cobertura sobre o Nintendo Switch durante o final de semana, então fiquem ligados.
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