Esse ano a Nintendo anunciou que não fará mais as clássicas conferências na E3 . Com isso, não veremos mais palcos gigantes, aquele monte de gente e o Regginator no palco (your body is no more ready).
Mas por que? Simples: a Nintendo agora não fará mais apresentações a nível mundial, mas sim regional, ou seja, a E3 só vai servir para uma apresentação de jogos americanos. Isso significa que as apresentações da E3 serão restritas aos distribuidores e membros da mídia americana.
Parece que as várias apresentações Nintendo Direct causam bem mais impacto do que uma única apresentação na E3 e a Nintendo vem investindo forte nesse novo formato (que cá entre nós, sai BEM mais barato que aquele festão da E3) e muitas das grandes novidades mais poderosas da Big N estão vindo por lá. Foi na Nintendo Direct que Pokémon X/Y, Zelda Wind Waker HD e Donkey Kong Country Returns 3D mostraram as caras ao mundo, além de ter sido de lá as informações da produção de jogos como um novo Mario Kart e um novo Zelda para o Wii U. Além disso, creio que o fator surpresa seja o que mais causa o impacto (positivo) nos jogadores. A Nintendo faz essas “mini conferências” em datas aleatórias, algo tipo “daqui há quatro dias teremos uma Nintendo Direct” e muitas das vezes os jogadores ficam com aquela coisa de “ah, ND do nada assim? Aposto que não vai mostrar nada de interessante”, daí você vai ver e... olha só! É um A Link to the Past 2 vindo pro3DS!
E pelo visto a mágica da Nintendo tem dado certo. Tão certo que as outras empresas estão começando a seguir esse caminho (e quando não copiam a Nintendo?). A Sony foi a primeira. Em fevereiro deste ano trouxe ao mundo o PS4 e rumores sugerem que tem outro evento vindo em maio, talvez para mostrarem a cara do console da próxima geração. A Microsoft também marcou um evento pro dia 21 de maio e é também sobre a next gen.
E a E3? Ah, a velha E3... eu lembro que em 2001 eu estava empolgado lendo em revistas sobre o Xbox e o GameCube, em 2004 estava na mesma empolgação lendo sobre o Nintendo DS e de um estranho PS3 com três entradas de rede, duas saídas HDMI e nenhuma ventilação traseira, além do famosíssimo boomerng controller.
Como eu não tinha internet nessa época as revistas eram a única fonte de sabedoria que eu dispunha e era muito legal. Tudo lá retratava a E3 como a utopia dos gamers. As novidades que vinham escritas nas revistas me faziam imaginar aquilo como o melhor evento da face da Terra, o que era verdade até então. Sempre foi meu sonho ir na E3.
Eu não sei precisar o momento em que ela começou a decair. Talvez em 2007, quando problemas de espaço e apresentações ruins a classificaram como a pior edição do evento. Aliado a isso, a mesmice e a pouca apresentação de jogos de qualidade estão ajudando a derrubar a qualidade da feira. A Nintendo tem razão: o que antes era um megaevento mundial, hoje está mais adequado para o mercado regional.
Outra coisa que não ajuda muito são os outros eventos semelhantes espalhados pelo mundo e nós não ficamos atrás. No Brasil temos aBrasil Game Show (também conhecida como BGS), que no ano passado nos trouxe o Wii U para testá-lo e esse ano já temos o PS4 confirmado por aqui. Tokyo Game Show que sempre apresenta uma quantidade de jogos japoneses de ótima qualidade (e que em 80% dos casos nunca vem para o ocidente, infelizmente), Gamescon da Alemanha, Paris Games Week da França e outras espalhadas por aí. Com tanta apresentação da mesma coisa mais perto de casa, para que vai servir a E3?
Bem, ela continua sendo o evento mais importante do ano no ramo. No relatório financeiro da Nintendo, ela diz que “não estamos planejando lançar nenhum hardware e nossa principal atividade na E3 será apresentar e deixar as pessoas vivenciar nossos softwares. Muitas pessoas certamente estão interessadas em saber mais sobre os títulos do Wii U que vamos anunciar. Nós vamos usar a E3 como uma oportunidade ideal para falar em detalhes sobre os jogos do Wii U que vamos lançar este ano e também planejamos fazer o possível para que os visitantes testem o jogo imediatamente. Como desafio, estamos trabalhando para estabelecer uma nova apresentação para a E3”. Ou seja: a E3 vai ser para os americanos o que a BGS é para nós, brasileiros. Testar os jogos, interagir mais com os desenvolvedores e as empresas, sem palcos gigantes, sem telões e apresentações sensacionais. Mais barato, mais rápido e eficiente. Parece que a Nintendo está tentando mudar as coisas de novo.
Claro que não devemos tirar conclusões precipitadas sobre o evento e devemos esperar o que vem por aí. O novo Super Smash Bros (Wii U e 3DS) dará as caras por lá e muito provavelmente teremos mais jogos do Wii U, PS4 e talvez do novo Xbox. O evento ainda vai continuar empolgante como sempre, só que em menor escala dessa vez.
E o que nós perdemos com isso? Bom, em relação à games eu não sei, mas talvez nós não vejamos mais as apresentações épicas do Regginator e nem teremos mais aquelas magníficas e super maduras apresentações de jogos do Kinect ou Kaz Hirai e seu Riiiiidge Racer. Sim gente... eu vou sentir falta disso.
* Revisado em 22/06/2023 às 22:12:14
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