E então, alguns poucos dias atrás, me deparei com o lançamento de um jogo indie para PS4 que me interessou bastante e que, na verdade, já havia sido lançado para PC alguns meses antes. O jogo — de terror, vale ressaltar — foi baseado em uma história real que até hoje, não teve resolução. Fiquei intrigada com o assunto, resolvi pesquisar um pouco mais e acabei esbarrando em alguns outros jogos que também tem alguma inspiração em histórias do mundo real. Então, para começar light, vamos falar de História com...
The Saboteur (PS3, X360 e PC)
... um jogo de ação open-world não muito conhecido por aí, lançado em 2009 pela EA, onde você encarna Sean Devlin, um mecânico irlandês em busca de vingança contra um oficial nazista. O que poucas pessoas sabem é que Sean, apesar da mudança de nacionalidade, na verdade foi inspirado em William Charles Frederick Grover-Williams, um automobilista francês, filho de ingleses, que foi membro ativo da Resistência Francesa durante a Segunda Guerra Mundial, sendo considerado um herói.
Após a ocupação nazista na França, William resolve se alistar em uma das divisões do Exército Britânico, mas por ser fluente em inglês e francês, acabou sendo recrutado pela Special Operations Executive (SOE), divisão criada pelo primeiro ministro inglês da época, Winston Churchill, para facilitar o tráfego de informações nas linhas inimigas. Daí, Grover-Williams volta à França e passa a integrar uma das networks estabelecidas no território francês, mantidas pelo Serviço Secreto Britânico, denominada Chestnut Network, para trabalhar na elaboração de células de sabotagem e no desenvolvimento de operações de paraquedistas para o Dia D. Infelizmente, Grover-Williams foi preso pela SS, sendo deportado para Berlim e, depois, para o campo de concentração de Sachsenhausen e, finalmente, sendo executado pelo exército alemão em Março de 1945.
Além de ser mais exagerado que a história real de William,
Velvet Assassin (X360 e PC)
... um game do gênero stealth da Replay Studios, lançado em 2009 e que conta a história de Violette Summer, uma espiã britânica atuando em plena Segunda Guerra Mundial. Violette Summer, na verdade, foi inspirada em uma espiã de verdade: Violette Szabo, nascida na França, mas operando pelos ingleses adivinhem onde? Sim, na Special Operations Executive (SOE)!
Violette Szabo se alistou na SOE no início dos anos 1940 para se tornar agente de campo e mensageira. Foi uma mulher extremamente útil para a SOE inicialmente pelo mesmo motivo que Grover-Williams: era fluente em francês e inglês. A espiã participou de treinamento paramilitar pesado na Escócia, onde se especializou no uso de armas, demolição, atividades de campo e navegação. Também aprendeu sobre comunicação, criptografia, reconhecimento de uniformes e táticas de evasão, além de aprender a saltar de paraquedas. Em sua segunda missão na França, Szabo foi capturada pelo exército alemão, interrogada, torturada e deportada para a Alemanha, onde foi executada no campo de concentração Ravensbrück aos 23 anos de idade.
Já na versão caixista da história, Violette Summer acorda em uma cama de hospital e tenta relembrar como foi parar lá. E é através das memórias de Violette que se passam as missões do jogo, que são um pouco mais verossímeis do que as de The Saboteur. Inclusive, em uma das missões, você tem que se infiltrar em uma base alemã, encontrar um agente britânico capturado e entregar a ele uma pílula de cianeto. Supostamente, essa missão foi baseada em uma das missões reais de Szabo e foi relatada no livro Between Silk and Cyanide: A Codemaker’s War 1941-1945, de Leo Marks, um ex-oficial e criptógrafo da SOE. O livro só pôde ser publicado a partir de 1998 por se tratar das memórias ao autor de quando ele atuava na SOE e, consequentemente, por conter informações que poderiam ser consideradas oficiais e segredos de estado.
Falando em memórias...
Silent Hill (plataformas diversas)
... eu sei que já falei sobre Silent Hill na Parte 1 dessa série, mas eu acabei encontrando algumas informações bem sinistras após pesquisar um pouco mais sobre a cidade de Centralia. Apesar de não terem sido baseadas em fontes confiáveis, seria muito daora (ou não, melhor não) se parte do que vou relatar aqui embaixo fosse verdade.
Reza a lenda que, nos anos 1990, a Konami decidiu que deveria criar um survival horror para concorrer com Resident Evil, que fazia bastante sucesso na época. Após tomar conhecimento da "lenda" da cidade de Centralia e depois descobrir que, na verdade, a cidade realmente existe, o produtor Keiichiro Toyama resolveu investigar um pouco mais sobre a cidade e enviou representantes da Konami para cidades vizinhas para tentar coletar mais informações. Após as investigações, dizem que Toyama comprou por 10 mil fucking dólares um diário que pertencera a um dos moradores desaparecidos de Centralia, que vivera por lá nos anos 1960. O diário era um caderno de capa dura de couro, velho e desgastado, com as palavras “H. Manson” marcados no canto inferior direito da capa, o que explicaria o nome de nosso primeiro protagonista da série: Harry Mason.
A informação da existência desse diário supostamente teria sido revelada por um dos membros da equipe de Toyama, que preferiu permanecer no anonimato. Segundo ele, o diário continha mais de 354 páginas datadas, sendo cerca de 132 delas apenas sobre fatos rotineiros, até que os acontecimentos estranhos começam. No diário, haveriam histórias terríveis e assustadoras do que teria acontecido em Centralia, relatando também a preocupação do tal H. Manson com sua filha pequena frente aos acontecimentos bizarros e, supostamente, tudo se encaixava com lendas locais que a equipe da Konami teria recolhido dos depoimentos de moradores vizinhos.
Dentre as esquisitices que ocorriam na cidade, há relatos de escurecimentos repentinos que aconteciam durante o dia, tendo o primeiro sido por volta de 17 ou 18 de Agosto de 1960, quando Manson em desespero teria agarrado sua filha e corrido para uma espécie de santuário que tinha dentro de sua casa. Trancado em seu santuário, Manson relata ter escutado gritos o tempo todo nas ruas e, quando o sol voltou a aparecer, percebeu que várias pessoas, entre vizinhos e parentes, haviam desaparecido. As autoridades locais tentariam abafar o caso, apesar da insistência dos populares em conseguirem mais explicações. Os eventos teriam ocorrido com mais frequência ao ponto de Manson declarar que iriam se mudar, que não suportaria mais aquilo, que as pessoas estariam desesperadas e que o número de desaparecidos estava crescendo, enquanto as autoridades lutavam para que a história fosse restringida ao olhar do público da Pensilvânia.
Uma das partes consideradas mais assustadoras do tal diário (a penúltima página), fala sobre o dia 21 de Abril de 1961: por volta das 10:32 da manhã, a cidade novamente escurece e Manson volta a se esconder com sua filha em seu santuário. Ele diz que rezava quando escutou a voz de um primo, na porta da sua casa, grunhindo, como que pedindo para abri-la, porém, seu primo havia desaparecido meses atrás.
Manson, então, resolve então espiar pelo vão da porta do santuário. Imaginando que não é realmente o seu primo que está na porta, ele decide sair do Santuário e dar uma espiadinha pela janela da sala. Do lado de fora estava o seu primo, no entanto, não da forma como o conhecia. O diário relata que ele era uma criatura completamente retorcida, parecia estar amarrado com uma espécie de metal que perfurava e atravessava diferentes regiões do seu corpo. Totalmente dilacerado, a figura se debatia e golpeava com o tronco a porta da sua casa. Espalhados pela rua haveriam outras criaturas e corpos que haviam sido empalados e queimavam ainda vivos. Manson teria desmaiado com o que viu, acordando com sua filha beliscando o seu rosto. Na última página, ele diz estar muito doente, que não consegue esquecer o que viu e que teme não conseguir salvar a sua filha desse fim.
Segundo o funcionário anônimo, o diário ainda existe e é guardado à sete chaves por Toyama. Será? Bom, pelo menos a locação do jogo pode ser considerada real, como ocorre com...
Outlast (PC e PS4)
... um dos jogos mais assustadores dos últimos tempos, sendo considerado como melhor jogo de terror de 2013. A ideia para o jogo veio após os desenvolvedores terminarem de jogar Amnesia: The Dark Descent e se lembrarem do quanto eram apaixonados pelo gênero non-combat horror. Pouco depois, um dos coprodutores teve a ideia de usar visão noturna no jogo após assistir um vídeo de Chris Cunningham chamado Rubber Johnny. E da união desses dois ingredientes, Outlast foi criado.
No jogo, você controla o jornalista Miles Upshur enquanto se infiltra no Mount Massive Asylum, um manicômio para criminosos insanos. Armado apenas com uma câmera, o jogador deve explorar a edificação e descobrir que tipos de experimentos são feitos com os internos, que não ficam nada satisfeitos com a presença do jornalista, por mais nobres que sejam as intenções de Miles (afinal, eles são loucos mesmo).
Logo de cara, a coisa mais óbvia que eu posso já indicar como baseado em fatos reais nesse jogo é a arquitetura do Mount Massive Asylum. O hospício do jogo foi fielmente modelado de acordo com a arquitetura de um lugar que existe no mundo real: o Richardson Olmsted Complex, em Nova Iorque, que hoje é apenas um centro cultural tombado como Marco Histórico Nacional, mas que também funcionara como hospício até metade dos anos 1970. Basta dar uma olhada nas imagens abaixo para ver que ambas as edificações são praticamente idênticas:
O vínculo com o mundo real poderia ter parado por aí, mas a desenvolvedora Red Barrels foi além. No intuito de trazer ainda mais veracidade aos casos investigados pelo jornalista Miles em Outlast, a desenvolvedora (formada por um time experiente de ex-funcionários da Sony e da Ubisoft) utilizou documentos e fontes sobre crimes reais para inspirar várias das situações que o jogador encontra no jogo.
Em entrevistas aos sites Shacknews e Gamemoir, um dos cofundadores da Red Barrels, Philippe Morin, diz que a equipe de produção do jogo realizou pesquisas extensas sobre a Operação Paperclip e o programa MkUltra e como asilos e prisões tem sido constantemente usados para experimentos diversos. Para os pacientes, Morin afirma que trabalhou diretamente com consultores científicos e neuropsicólogos, que forneceram relatórios e biografias de serial killers e criminosos insanos do mundo real. Alguns dos pacientes do jogo são totalmente baseados em alguns desses caras.
KHOLAT (PC e PS4)
E eis que finalmente chegamos ao jogo que me inspirou a escrever novamente sobre jogos baseados em casos reais. Kholat é um jogo indie inspirado em um caso real, um dos maiores mistérios da Rússia conhecido como Incidente do Passo Dyatlov. O jogador é colocado no mesmo local onde o incidente aconteceu, porém anos depois dos eventos, para tentar descobrir a causa real da tragédia. Foi lançado em Junho de 2015 para PC e no último dia 08 para PS4. Mas vamos aos fatos:
No dia 25 de Janeiro de 1959, dez amigos esquiadores experientes se reuniram ao norte dos Montes Urais. O grupo, liderado por Igor Alekseievich Dyatlov, era composto de 8 homens e 2 mulheres, mas acabou ficando desfalcado porque um deles, Yuri Yudin, adoeceu e teve que desistir da aventura. O objetivo da expedição era chegar até uma área inóspita dos Montes Urais chamada de Otorten, que no idioma Mansi significa, literalmente, "não vá lá". Mas, enfim, eles foram. Ou pelo menos tentaram. Esse era o cronograma da expedição:
- Acampar no povoado de Vizhai;
- Primeiro destino: a montanha Gora Otorten (N ° 61 51′ 39 ’ E 59 ° 21′ 54’);
- Viajar mais de 160 quilômetros a sul ao longo da crista principal dos Montes Urais, o pico de Ojkachahl;
- Continuar para o norte ao longo do Rio Toshemka, a leste da cidade de Vizhai;
- Retornar no dia 11 de fevereiro a Vizhai.
Eles não retornaram.
Antes de viajarem para a expedição, Dyatlov havia concordado com familiares e amigos que enviaria um telegrama assim que retornasse a Vizhai. De acordo com o cronograma da viagem, isso deveria ter acontecido no dia 12 de Fevereiro, mas Dyatlov deixou Yuri Yudin avisado de que poderia demorar um pouco mais, afinal, a rota da expedição era Categoria III, a mais difícil. Quando o dia 12 passou e não houve notícia do grupo, nenhuma reação imediata foi tomada exatamente por causa do aviso de Dyatlov. Somente no dia 20 de Fevereiro os familiares dos esquiadores exigiram que um grupo de resgate fosse enviado em busca deles. No dia 26 de Fevereiro, o grupo de resgate fez as primeiras descobertas...
Ao chegar na encosta leste da montanha, conhecida pelo sugestivo nome de Kholat Syakhl ("Montanha dos Mortos"), a equipe de resgate encontrou o acampamentos dos nove esquiadores. A barraca havia sido armada próximo ao segundo ponto do cronograma de viagem, estava abandonada e muito danificada. Mikhail Sharavin, a primeira pessoa a encontrar a barraca, disse que "(ela) estava toda rasgada e coberta de neve. Estava vazia, e todos os pertences e calçados do grupo foram deixados para trás". Os investigadores disseram que a barraca havia sido cortada de dentro para fora. Oito ou nove pares de pegadas foram encontradas nos arredores da barraca destruída e indicavam que os amigos estavam usando apenas meias ou até completamente descalços. A cena sugeria que eles estavam fugindo de algo que os amedrontou bastante, caso contrário, porque destruiriam a barraca e sairiam sem suas roupas protetoras em um frio de quase trinta graus negativos?
Seguindo algumas das pegadas em direção à floresta, os investigadores encontram os primeiros corpos próximo aos restos de uma fogueira. Krivonischenko e Doroshenko estavam descalços e apenas com roupas interiores (roupas comuns usadas sob as roupas de proteção). Os corpos estavam cobertos com galhos de árvores, caídos de cerca de 5 metros de altura, o que sugere que os esquiadores tentaram escalar a árvore mais próxima, cujos galhos cederam com seu peso.
Perto do local, cerca de 270 metros em direção a barraca, encontraram o terceiro cadáver, o do líder do grupo, Igor Dyatlov. Ele estava deitado virado para cima com a cabeça na direção da barraca e em uma mão segurava um raminho e com o outro braço cobria o rosto, protegendo-se. Pouco mais de 180 metros a frente, encontram o cadáver de Rustem Slobodin meio coberto de neve com o rosto no chão e com uma fratura de 17 centímetros na cabeça. Segundo os legistas, o ferimento não teria sido suficiente para o óbito do rapaz. Ao seguir traços de sangue nas proximidades, encontram o corpo de Zinaida Kolmogorova, a que mais se aproximou da barraca depois de ter fugido. Não foi possível comprovar se o sangue era seu, mas não parecia ser dela. Tudo indicava que os esquiadores tentavam retornar à barraca.
A procura dos outros quatro viajantes durou mais de dois meses, mas logo após o início dos cinco primeiros corpos, as investigações foram iniciadas, e como nenhum dos esquiadores tinha algum ferimento fatal, o inquérito foi concluído com hipotermia como causa da morte.
Os corpos dos demais esquiadores só foram encontrados após o início do degelo do monte, no dia 04 de Maio. Eles estavam soterrados por cerca de 4 metros de gelo em uma ravina 75 metros distante do local onde os primeiros corpos foram encontrados. Estes eram o mais bem agasalhados de todos e, aparentemente, os primeiros a morrer acabaram tendo suas roupas usadas pelos demais.
Três deles tinham ferimentos fatais: Nikolai Thibeaux-Brignolles tinha traumatismo craniano e tanto Lyudmila Dubinina quanto Semyon Zolotaryov tinham sérias fraturas no tórax. De acordo com o Dr. Boris Vozrozhdenny, a força necessária para causar tais danos deveria ser extremamente alta, comparada à de um acidente de carro. Curiosamente, os corpos não tinham ferimentos externos relacionados às fraturas, como se tivessem sido sujeitos à uma grande pressão. Entretanto, os maiores ferimentos externos foram encontrados em Dubinina, que foi encontrada sem a língua, sem os olhos, sem parte dos lábios e do tecido facial e sem um fragmento do crânio. Ela também tinha sinais de maceração da pele das mãos.
De Alexander Kolevatov pouco foi dito sobre a condição do corpo. Apenas se tem conhecimento de que o nariz dele estava quebrado, que havia um ferimento na parte de trás de sua orelha e que seu pescoço estava deformado. No entanto, algumas peças de roupa de Kolevatov estavam radioativas. Além disso, ele foi encontrado com uma câmera pendurada em seu pescoço, mas Yuri Yudin (responsável por identificar os corpos e os pertences) disse que aquela câmera não pertencia ao grupo. Os negativos teriam sido danificados pela água. Curioso, não?
O inquérito permaneceu fechado como hipotermia, mesmo com todas as evidências ao contrário, e muitas teorias surgiram desde então, sendo elas, da menos para a mais provável: avalanche, espíritos (conforme as lendas da tribo Mansi que mora lá), OVNIs, drogas, ataque de tribos nativas, conspiração militar, espionagem e, acreditem ou não, é a mais provável de todas, a teoria do Yeti.
Não vou me estender muito nas teorias, porque seria preciso entrar em uma série de detalhes que derrubam ou corroboram com elas. No entanto, recomendo assistir esse vídeo, pois ele fala um pouco de cada uma dessas teorias. Várias investigações foram iniciadas e fechadas, mas o caso da morte dos nove esquiadores jamais foi solucionado. A única certeza que se tem é que o décimo membro do grupo teve muita sorte em adoecer no dia anterior à viagem.
A tragédia já serviu de inspiração para documentários, creepypastas, filmes e jogos, sendo Kholat um dos últimos trabalhos inspirados em Dyatlov Pass lançados. É interessante que o jogo tenta passar ao jogador o sentimento de estar perdido e desorientado, provavelmente para termos alguma ideia de como os esquiadores realmente se sentiram em Otorten: o mapa do jogo é apenas um guia, como uma mapa de verdade seria, e o jogador não consegue se ver no mapa. É necessário prestar atenção em marcos e coordenadas para conseguir se localizar, além de contar com a ajuda de uma bússola de verdade (que aponta para o Norte e não para o seu objetivo), sendo um prato cheio para quem é fã de exploração. Pretendo jogá-lo em breve e dar meu relato por aqui de como foi a experiência e qual teoria eles usaram no jogo.
Se gostaram de saber um pouco mais sobre esses casos sinistros, se conhecem mais algum jogo que eu poderia ter colocado por aqui, ou se quiserem só dar um oi, dêem seu pitaco aqui embaixo nos comentários. Depois, peguem seu jogo de terror favorito e Vão
Fontes: MMOSite, William Grover-Williams, Violette Szabo Museum, Violette Szabo, IGN, Sobrenatural.org, Creepypasta Brasil, Offroaders, Kholat, Dyatlov Pass, Daily Mail, Assombrado, Documentário Morte na Neve
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