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Brasil Game Show 2016: O evento

Um balanço da edição de 2016 da Brasil Game Show.

autor Rafael "Tchulanguero" Paes   datahora 07/09/2016 às 20:04:07   tagarelices 8

Um balanço da edição de 2016 da Brasil Game Show.


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Nesta última segunda-feira (05), a Brasil Game Show 2016 chegou ao seu fim. Foram cinco dias de evento com intensa movimentação do público, que teve o seu ápice no sábado, dia que primeiro esgotou os ingressos. O recém reformado, e não novo como eu havia dito antes, São Paulo Expo, realmente demonstrou ter uma estrutura muito melhor para o porte do evento, não sendo por menos que também irá abrigar a Comic Con Experience em dezembro desse ano. Os 90 mil m2 da área de exposição permitiram um fluxo muito mais tranquilo entre os estandes, ainda que o ponto mais crítico da feira, a área da Sony e da Microsoft, como sempre lado a lado, oferecesse algum "engarrafamento".

Estandes da Microsoft e Sony
Os estandes da Sony e Microsoft (ao fundo), compunham a área mais movimentada da feira. Os indies (foto) acabaram se beneficiando do movimento pela proximidade.

Como já ocorre também há algum tempo, um grande estande dedicado aos youtubers foi montado, de modo que as confusões passadas com os astros internéticos fossem evitadas. De qualquer modo, não era incomum eu estar andando por lá e me deparar com um grande aglomerado infanto-juvenil em movimento, atrás de alguma figura que eu não tinha conhecimento para identificar.

Ainda houveram outras atrações, como a Brasil Game Jam, feita em parceria com a Rede Globo, que bizarramente resolveu que já não bastasse a pressão de fazer um jogo em 48 horas, seria legal também trancar os desenvolvedores em uma sala de vidro pelo tempo da competição, todos estudantes da área, ainda por cima sem os direitos de suas criações após o evento. Já a Dell, trouxe a tradicional Brasil Game Cup, uma competição de e-sports que ocorre durante todos anos na BGS.

Brasil Game Cup
Brasil Game Cup.

Não há como negar que em termos de organização, tanto para o público quanto para os profissionais que estavam trabalhando no evento, a feira foi excelente, as filas imensas para a entrada do público ainda ocorreram, mas nada das horas intermináveis dos outros anos, assim como o transporte oferecido entre a estação do metrô Jabaquara e o São Paulo Expo, que também funcionou muito bem, até por conta da distância pequena entre os dois locais. A única coisa que ainda continua bem ruim é o preço dos alimentos oferecidos, as praças de alimentação embora em maior quantidade e melhor distribuídas, ainda contam somente com redes de fast foods que oferecem opções pobres e com um alto custo.

Fila da entrada
Apesar da grande quantidade de pessoas, a entrada para o evento se deu de forma relativamente tranquila.

Outra observação que tenho, é com relação a área indie. O posicionamento dela próxima aos estandes da Sony e Microsoft proporcionou um bom movimento pelo local e uma boa exposição para os pequenos estúdios, mas a estrutura montada para o Indie Meeting, onde os desenvolvedores batiam um papo com o público sobre suas produções deixou a desejar, sendo totalmente aberta (fisicamente falando) em um dos locais mais barulhentos da feira.

Como eu já havia dito anteriormente, o grande impasse da BGS 2016 foi o conteúdo relacionado a jogos. Ainda que seja injusto cobrar grandes anúncios para o evento, uma vez que isso depende de uma série de fatores alheios a organização, muitos jogos novos e aguardados pelo público estavam expostos sob a forma de demonstrações ao vivo. Claro que haviam coisas legais para jogar, como Horizon Zero Dawn (PS4) e Gears Of War 4 (Xbox One / PC), mas ao ver uma apresentação onde alguém jogava uma demo completamente funcional de Detroit: Become Human (PS4) e The Last Guardian (PS4) na minha frente, eu ficava me perguntando o motivo de elas não estarem disponíveis para o público em estações nos estandes principais, uma vez que elas já estiveram disponíveis em eventos maiores como a E3 2016. Ficou a sensação de que poderia ter sido bem melhor, principalmente quando você pensa no valor dos ingressos, o tempo que é gasto nas filas para as estações de jogo e mais o deslocamento da maioria das pessoas, muitas vindas de outros estados do país.

Street Fighter V no estande da EA
Os estandes da EA, Warner e Capcom, trouxeram poucas coisas e estavam unidos, de modo que em dado momento Street Fighter V apareceu no palco de FIFA 17.

Outra coisa que eu senti falta foi a presença de grandes figuras como no ano passado, onde contamos com a aparição de Yoshinori Ono, anunciando a personagem Laura de Street Fighter V e Phil Spencer, líder da divisão Xbox na Microsoft. É o tipo de coisa que em termos práticos não significa muita coisa para a maior parte do público, mas demonstra uma atenção maior das empresas pelo evento.

De qualquer forma, eu acho difícil dizer que a BGS 2016 não foi um sucesso. Embora eu ainda não saiba os números e se os objetivos da organização foram alcançados, fica claro que o interesse das pessoas ainda se mantém forte, com o local bem cheio mesmo no último dia, uma segunda-feira. A minha impressão é que enquanto ainda existe uma parte mais interessada nos grandes jogos, existe uma outra parte considerável do público que acaba sendo atraída pelas atrações "menores", como as diversas experiências de realidade virtual que estavam sendo oferecidas e os indies, embora estes possuam também o Big Festival, um evento de jogos independentes, gratuito, que também ocorre em São Paulo todos os anos. Há ainda aqueles que vão especialmente para ver alguma celebridade da internet em específico, o que é sempre mais comum entre crianças e adolescentes. Os grandes varejistas presentes também movimentaram bastante o público, aproveitando para venderem os seus produtos e ocasionalmente desencalhar algum estoque antigo.

Doação de alimentos
Como ocorre todos os anos, alimentos estavam sendo recolhidos para serem distribuídos entre instituições de caridade. A doação também dá direito a meia entrada.

Creio que a BGS está passando por uma espécie de crise de identidade. Ela se apresenta como uma grande feira que irá trazer as grandes novidades da indústria para o Brasil, mas cada vez fica mais claro que o que a sustenta são as atrações que teoricamente deveriam ser secundárias. A cada ano que passa o número de estandes não relacionados diretamente a jogos aumenta, enquanto alguns grandes tem se retraído, como a EA por exemplo, que só deu as caras com FIFA 2017, assim como a Warner, também representante a Capcom no Brasil, que estava com um espaço mínimo. Eu não acho que essa diversidade seja ruim, mas essa indefinição afeta diretamente o público, que precisa saber melhor sobre o que esperar e pelo o que está pagando. Agora é esperar pela próxima Brasil Game Show.

* Revisado em 14/07/2017 às 01:49:42

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  • avatar de Ulisses 8Bits
    Ulisses 8Bits
    07/09/2016 às 23:14:55   localizacao Curitiba
    A BGS está com um leque muito aberto de atrações, acho que ela deveria focar mais também.
    Será mesmo uma crise de identidade? Talvez Rafael, mas pode ser também que eles estejam com problemas de arrecadação de patrocinadores de peso... sei lá. Eu acho essa parceria com o Youtube por exemplo algo que abre muitas brechas para o evento focar em "estrelas da internet" e deixar os games de lado. Por outro lado é legal ter uma empresa bem famosa como o Google patrocinando o evento.

    Bota bizarro essa coisa da Globo aí hein! KKkkkkk. Mas pensando bem o pessoal tem um pouquinho de culpa também. Veja só. Eu estava lendo o regulamento do evento e os prêmios são basicamente uma visita aos estúdios da Globo no Rio e SP. Além de ser um reality.
    É muito difícil criticar algo fora do meu universo mas, será mesmo Rafael que vale à pena fazer um jogo, sem direitos autorais, ficar de molho sob pressão por 2 dias e no final receber uma visita a Globo como recompensa? Sei lá. Se eu fosse um DEV Indie eu iria atrás de gente que realmente me respeita... não a Globo.

    Gostei dos pontos pró e contra que você apontou. Rapaz, comida é sempre cara nesses evento né? O negócio é se entupir de chocolate, pipoca doce, água mineral e levar um saquinho de sementes dos deuses, aquelas do Dragon Ball, para evitar o cansaço. Eu quando chega umas 5 horas da tarde já fico louco pra tomar um café com leite. Com certeza eu iria sofrer se fosse na BGS no quesito comida.

    Abração!

    • avatar de Rafael "Tchulanguero" Paes
      Rafael "Tchulanguero" Paes
      13/09/2016 às 01:04:42   localizacao Vespasiano - MG
      Sobre o lance da jam, pense que são jovens desenvolvedores, é muito fácil se iludir com a promessa de uma grande empresa como a Globo. Com trinta e tantos é fácil dizer não, mas pense que são de adolescentes/jovens que estamos falando.
    • avatar de Ulisses 8Bits
      Ulisses 8Bits
      13/09/2016 às 02:57:39   localizacao Curitiba
      É verdade. Se eu tivesse 18 ou 19 anos provavelmente cairia na conversa da Globo. E outra, o desejo de fazer um game e ter uma divulgação legal também ajuda a tentar essas coisas.

    Responda!
  • avatar de Cyber Woo
    Cyber Woo
    08/09/2016 às 10:01:06   localizacao Itu
    Cara, a comida tava um absurdo. Não consigo aceitar que estavam cobrando 12 reais em um pastel, hahaha!

    Quanto ao resto do evento eu concordo contigo. Acho uma pena que os jogos que deveriam ser o foco, acabam ficando em segundo plano. Eu espero que o evento melhore mais nesse quesito, isso se as empresas colaborarem, hahaha!

    No mais, foi muito bom rever você e outros colegas.

    Responda!
  • avatar de Marvox
    Marvox
    08/09/2016 às 12:33:27   localizacao São Paulo/SP
    Eventos de games é aquela coisa, cada lugar tem uma postura diferente. Se o público da BGS é só molecada que vai para trombar com Youtubers, aí já é uma questão que os organizadores precisam resolver.

    A BGS em questão de nº de pessoas já se equipara a Gamescom que acontece na Alemanha. Será que falta alguém bom de relações para tentar trazer atrações de impacto? Senti falta de pessoas da indústria perambulando por lá, dando umas entrevistas e essas coisas.

    Achei estranho também Tchulanguero sobre os jogos que estavam disponíveis na E3, enquanto na BGS ficaram retidos a vídeos.

    Contudo, gostei do evento os stands estavam muito bonitos, deu até pra zerar Aliens no fliperama kkkk. Na BGS 2017 nos encontraremos novamente.

    • avatar de Rafael "Tchulanguero" Paes
      Rafael "Tchulanguero" Paes
      13/09/2016 às 01:16:24   localizacao Vespasiano - MG
      Eu não acho que isso é um problema a ser resolvido, até porque eu vejo a BGS muito mais como um evento direcionado ao pessoal mais novo mesmo, só acho que eles precisavam assumir isso e se organizarem melhor em cima disso.

    Responda!
  • avatar de Gamer Caduco
    Gamer Caduco
    13/09/2016 às 20:57:49   localizacao SP
    Que? Mais textos sobre a BGS? Não guento mais o assunto, mas vamos lá! kkkkkkk
    1- "... não era incomum eu estar andando por lá e me deparar com um grande aglomerado infanto-juvenil em movimento, atrás de alguma figura que eu não tinha conhecimento para identificar."
    Pergunta pra essa molecada se elas sabem o que é um NES. Eu sou muito anti-pseudo-personalidade nesses eventos, na boa...
    2- Vc viu algum resultado da Brasil Game Jam? Eu esqueci de ver.
    3- Também achei uma brecha danada a localização do Meeting de Desenvolvedores Independentes ("Índio" é o cacete). Bem do lado da Saga apresentando Just Dance e brigando com o som de Playstation e Xbox. Zuado! Mas como nem vi palestra nenhuma, resolvi não crtiticar no meu post. Pelo visto atrapalhou...
    4- Como assim sentiu falta de grandes figuras? E os youtubers? :P
    5- O mundo não se importa com o Brasil, então a BGS vai ficar com essa cara de crise de identidade indefinidamente mesmo... é a vida!

    • avatar de Rafael "Tchulanguero" Paes
      Rafael "Tchulanguero" Paes
      15/09/2016 às 15:17:29   localizacao Vespasiano - MG
      Eu só fui contra em um momento, quando precisava chegar a sala de imprensa correndo e um grupo quase me atropelou, hwa hwa hwa.

      Não vi, na correria acabei nem conseguindo ver nada da jam.

      Eu acho que o lugar era bom, mas precisavam ter montado uma salinha fechada.

      Cara, acho que o problema da identidade tem mais relação com o posicionamento da organização, ela tem que saber analisar o cenário e se posicionar de acordo com ele.

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