F-Zero (SNES)
Pra variar, tudo começou no Super Nintendo. O jogo abusava dos efeitos de rotação proporcionados pelo Mode 7 para simular um ambiente 3D e... ow, eu nem falei do que é o jogo né? Volta a fita...
F-Zero é um jogo de corridas futuristas lançado em 1990 para SNES, e diferente de Mario Kart, o foco está mais na sua habilidade como piloto do que em um Deus ex machina. A lógica é muito simples: você escolhe uma das quatro naves disponíveis, que inclusive são as únicas que irão estar na pista, cada uma com algumas características básicas diferentes, como aceleração, velocidade e capacidade de manobra, sem nenhuma possibilidade de customização. Na corrida, os comandos também são muito básicos: um botão para acelerar, um para o freio, os botões de cima (L e R) para auxiliar em curvas mais fechadas, e outro para usar um turbo que é disponibilizado a taxa de um por volta. E acreditem, isso mudou muito pouco nas versões seguintes. Outro elemento que também afeta bastante a jogabilidade de F-Zero é a barra de energia, que vai esgotando quando você bate nos adversários ou arrasta a lateral da nave nos cantos da pista, e só pode ser recuperada em umas faixas coloridas em trechos específicos da pista. Sim, se você jogou Top Gear 3000 é praticamente a mesma coisa. Se cair fora da pista não tem perdão, perde na hora!
Lembram que eu comecei a falar que ele utiliza bastante o Mode 7? Pois é, para simular os carros fazendo as curvas e tudo mais, o velho truque de girar a pista ao invés do sprite do carro foi bastante utilizado, mas o efeito é sensacional (para a época), e além de um excelente jogo, F-Zero também foi uma ótima demo técnica do Super Nintendo. Adicione isso a uma trilha sonora fantástica e alta dificuldade, e você tem jogo suficiente para passar um bom tempo.
Lá no Japão rolaram algumas versões extras para aquele esquema via satélite do SNES, o Satellaview. A versão tradicional pode ser encontrada atualmente em formato digital para o Virtual Console do Wii / Wii U.
F-Zero X (Nintendo 64)
Como quase todas as principais séries da Nintendo naquela época, é claro que F-Zero ganhou uma versão para N64, e eu devo dizer que esta provavelmente é a mais impactante em termos de evolução em toda a série. É impressionante como a Nintendo teve culhões suficientes para descartar tudo o que fosse necessário para ter um jogo rodando a 60 quadros por segundo... no Nintendo 64! Os gráficos são extremamente simples, praticamente sem texturas, o som nas corridas é mono, mas que jogo foda! Nem Star Wars: Episode I - Racer consegue passar uma sensação de velocidade tão incrível quanto ele.A jogabilidade continuou basicamente a mesma, só que um treco chamado "direcional analógico" faz uma puta diferença em um jogo de corrida que exige movimentos tão precisos. Outra novidade é que o turbo agora não é mais um "item" que você usa e gasta, a partir da segunda volta você pode acioná-lo livremente, mas a sua barra de energia é consumida no processo, então tem que saber maneirar. Pra fechar, agora é possível fazer uma pequena regulagem nas naves, priorizando aceleração ou velocidade. Ah, mentira, tem mais uma coisa sim: ao invés de apenas quatro naves na pista, você irá correr contra outras 29. Mais uma vez, 30 naves na pista, a 60 quadros por segundo no Nintendo 64! E dá para desbloquear outras além das quatro iniciais também.
Toda uma temática de quadrinhos foi aplicada ao jogo, rolando até umas ilustrações bacanas de cada personagem na hora da tela de seleção e isso em conjunto com uma trilha sonora muito rock ’n’ roll dá uma onda muito... Rock ’N’ Roll Racing.
As pistas agora não são mais simplesmente planas, e além de saltos gigantes e curvas insanas, o jogo abusa de um sistema antigravitacional animal, que inclusive um certo jogo que está para ser lançado parece copiar bem. Ah, claro, a dificuldade continua absurdamente elevada, então é melhor treinar bastante se não quiser fazer feio.
Pra variar no Japão rolou uma expansão do jogo, dessa vez para o Nintendo 64DD, que além de vários extras, oferecia um editor de pistas. Assim como o original para SNES, este também está disponível para Wii / Wii U através do Virtual Console, inclusive este mês ele está custando 200 moedas no Club Nintendo.
F-Zero GX (GameCube)
Se X impactou pela grande evolução tecnológica em seu lançamento, GX impacta por outro motivo: logo que você liga o jogo, aparece o logo da Nintendo junto com o da... SEGA?! Sim, GX foi feito pela Sega’s Amusement Vision, que é um estúdio da ex-rival da Big N. E apesar disso ter rendido um modo história que eu achei totalmente desnecessário, contando as histórias do Capitão Falcon, ter sumido com o rock ’n’ roll e ter gerado fontes de estética duvidosa, a verdade é que F-Zero GX pega tudo o que X trouxe de bom, replica e amplia absurdamente. Pense em um jogo de corrida bonito, com taxa de quadros alta e constante, de jogabilidade precisa e dificuldade mais insana ainda? Pois é, este é o seu jogo.
Não há muito o que falar sobre ele, porque é exatamente como eu disse acima, é o F-Zero de Nintendo 64 elevado a décima potência. Ainda continuam a ser 30 naves na pista, e confesso que ver aqueles 58 faróis na minha frente e pensar que eu teria que passar todos para ganhar é uma das coisas que mais marcou a minha vida como jogador até hoje, sério mesmo. Infelizmente ele não está disponível de outra forma que não seja através do disco para GameCube mesmo.
Ainda rolou uma versão para fliperamas chamada F-Zero AX, que obviamente eu nunca vi na minha frente, mas deve ser algo de outro mundo e que provavelmente deve ter ficado restrito ao Japão, e talvez alguns "shoppings de bacana" em São Paulo.
F-Zero "GBA" (GameBoy Advance)
Ainda rolaram alguns jogos para o GameBoy Advance, todos baseados na versão para SNES, e que sinceramente eu nunca joguei.
F-Zero: Maximum Velocity foi o primeiro a ser lançado, e é bem similar ao original, salvo uma diferença ou outra. Ele foi disponibilizado para os embaixadores do 3DS, aquela galerinha "apressada" que comprou o atual portátil da Nintendo antes do corte de preço, e recentemente foi parar na eShop do Wii U com essa nova leva de GBA para o atual console da Nintendo.
Já F-Zero: GP Legend mescla o visual do SNES com os recursos introduzidos no Nintendo 64, como o turbo que consome a barra de energia. Além disso, foi baseado em um anime de mesmo nome... e eu não sei porque insistem tanto em uma história para F-Zero.
Ainda rolou um F-Zero Climax, mas este ficou restrito ao Japão (se fode aê ocidentais).
Então, que tal um F-Zero U?
Bom, agora que vocês já conhecem um pouco melhor essa série de corrida fantástica e abandonada, voltemos ao ponto central: ainda há espaço para F-Zero? Bom, na minha opinião, sim. Eu até entendo quando o Miyamoto fala que não sabe mais para onde ele pode levar a série. Ele é aquele tipo de designer que a cada novo jogo quer implementar uma coisa nova na jogabilidade, e o fato é que F-Zero sempre se apoiou muito mais no pilar de evolução tecnológica, a jogabilidade nunca sofreu profundas alterações, apenas melhorou com o tempo. E isto é muito irônico quando você pensa que é uma das principais séries da Nintendo. Aliás, justamente por esse motivo, não é de se admirar que nunca rolou uma versão para o Wii, afinal a evolução em termos de especificações foi muito pequena em relação ao GameCube, e eu tenho minhas dúvidas se os sensores de movimento tem algo a oferecer para um jogo que exige tanta precisão. Agora no Wii U...
Pra ser bem sincero, eu não sei porque diabos a Nintendo não fez um F-Zero para ser um dos carros-chefe da estreia do Wii U. E não, o mini-game em Nintendo Land não conta. A série sempre teve uma pegada bem fliperama, o que eu acredito não ser tão custoso em termos de desenvolvimento, e o hardware do Wii U é poderoso o suficiente para que o pessoal possa pirar em físicas absurdas para as pistas, fora que teria sido uma perfeita demo técnica, assim como primeiro. Sério Shigeru, se isso não te abre possibilidades o suficiente, eu não sei mais o que abrirá.
Mas já que não foi no começo, então que seja agora, que o console está precisando de títulos novos (de peso) urgente. E pode parecer estranho vocês ouvirem isso de mim, mas F-Zero é o tipo de jogo perfeito para todas essas modernidades que normalmente eu não ligo muito, como jogatina online e tabelas de pontuação, fora que é absurdamente mais competitivo que um Mario Kart. E eu confesso, eu tenho uma queda por Time Trials.
Eu sinceramente espero que o novo sistema anti-gravidade de Mario Kart 8 não seja um "ei, esqueça aquele jogo velho, olha o que legal que nós tiramos dele". Na verdade eu espero que seja um "ei, nós não esquecemos de F-Zero", porque vai por mim, essa série merece e nunca fez tanto sentido ela existir quanto hoje. Mas enquanto nós ficamos aqui esperando que a Nintendo e o Sr. Miyamoto por um milagre anunciem um novo jogo na E3 desse ano, melhor vocês pegarem o seus consoles antigos favoritos e seguir o grande conselho do Tchulanguero... Vão Jogar!
Compartilhe