O ser humano está sempre buscando meios de melhorar sua vida, seja por uma maior comodidade, e aqui posso elencar móveis novos para sua casa ou veículos mais rápidos e confortáveis, passando pelos alimentos e um sem-número de itens, seja para o simples prazer de viver. E nessa busca incessante, as tecnologias têm contribuído, e muito, trazendo máquinas de lavar que trabalham praticamente sozinhas, aparelhos de televisão cada vez maiores para emular a sensação de ter um cinema dentro de casa. Há ainda os celulares, internet, automóveis... A lista vai longe. Ainda assim, este mesmo ser humano, que busca sempre o futuro, mantêm seus olhos voltados para o passado, em um sentimento de nostalgia que cedo ou tarde acaba arrebatando-o e levando-o a relembrar acontecimentos ou passagens de outros tempos que lhe trazem uma sensação que há muito não sentem. E nesse quesito, os videogames têm ajudado a manter aquela chama do passado acesa.
Ao menos nos videogames, descobriu-se um caminho, que não é novo, pois vem desde os tempos dos 8 e 16 bits, que são os remakes. Lembra do Super Mario All-Stars, com jogos do NES? Então... Acontece que o mercado descobriu que há um rumo para isso e tem cada vez mais insistido na "remasterização" de jogos (às vezes não tão antigos), tanto que durante a E3 de 2015, o grande chamariz foi o anúncio do remake do Final Fantasy 7, game originalmente lançado para o primeiro PlayStation.
Nesse caminho, uma onda retrô abraçou todos os gamers, trazendo jogos com visual dos 8 bits. Lembro-me com estranheza quando vi, pela primeira vez, o jogo Megaman 9 sendo lançado para o Wiiware. Mais oldschool impossível. Depois disso, notei o grande volume de títulos semelhantes sendo lançados para a PSN e, principalmente, Live Arcade. Mas, verdade seja dita, o grande repositório para tais títulos, muitos deles indies, acaba sendo o Steam, a plataforma de compras de jogos digitais para PCs. E foi através do Steam que um jogo chamou minha atenção, e o mais interessante é que se tratava de um game nacional: A Lenda do Herói.
Antes do jogo...
O jogo A Lenda do Herói surgiu de um vídeo produzido pelos irmãos Matheus e Marcos Castro, para o canal do YoutubeCastro Brothers, onde satirizam jogos e filmes. Neste vídeo eles brincam com videogames e abusam dos estereótipos do gênero, com um herói em um mundo colorido, cheio de plataformas e empunhando uma espada, buscando salvar uma princesa sequestrada por um vilão.
Os fãs, na época, pensaram que se tratava realmente de um jogo e daí surgiu a ideia se fazer o game.
Após isso, já definido como seria a ambientação e estilo, foi realizada uma campanha no Catarse para arrecadação de fundos para o projeto e A Lenda do Herói pode ver a luz do dia.
Ok, fale-me do jogo, então...
O jogo em si é bem genérico, mas isso nem de longe é ruim, uma vez que remete aos tempos dos 8 bits.
A Lenda do Herói é um plataforma estilo clássico, com um desafio que vai aumentando fase a fase. O que chama a atenção é quão belo e colorido ele é. Feito em pixel art, agrada, e muito, os olhos de quem vê.
Nas primeiras fases, o herói, que não tem um nome definido, parte em busca de sua princesa munido apenas de uma espada, um escudo e um ataque simples. Em seu caminho ele enfrenta vários inimigos, como cobras, macacos, gorilas e "melecas de nariz", além de passar por plataformas e galhos que quebram ao pisar nelas. O desafio é excelente e não são poucas as vezes que em o jogador xinga os inimigos, como os macacos da segunda fase.
As fases são divididas em 3 atos, sendo o último reservado para enfrentar o chefe. Vale ressaltar que é impossível não se recordar de um certo personagem de armadura azul ao ver o primeiro chefe.
Outro detalhe importante é a ambientação. Os cenários são muito bonitos e variados. Há ainda, na segunda fase, ao passar por um floresta, efeitos de luz muito bem feitos e que brincam com claro e escuro, o que faz até mesmo o personagem não saber se é dia ou de noite. O que nos leva ao fator mais importante do jogo: As músicas...
Um jogo cantado...
Todos os atos do jogo são cantados. Cada ação, até mesmo subir em uma árvore, é mencionada nas músicas. Essas músicas, na primeira fase, servem como um tutorial, já que indicam que podemos encontrar itens escondidos em baús, ou mesmo que poderes adquiridos durante o jogo podem ajudar a ativar certos dispositivos.
As músicas servem também para nos ajudar a perceber o avanço no game, uma vez que, apesar de ser um jogo 2D com movimentação lateral, devido aos diversos caminhos que escondem itens importantes, é fácil cair de algum lugar e voltar ao início da fase. Quando isso acontece, as vozes param e ouve-se apenas a melodia e somente é possível ouvir as vozes ao voltar ao caminho correto. Além disso, a música muda conforme o lugar ou o clima, assumindo até mesmo um tom um tanto quanto "sombrio" em algumas partes e, em outras, fica mais alegre. É mais ou menos parecido com o que acontece em Super Mario World quando saímos da fase dos Boos e a música volta ao normal. Quando o herói enfrenta um chefe de fase, as vozes param e nos deixam apenas com a tensão da batalha.
Anything else?
Como foi citado, o herói começa com poucas habilidades. Basicamente, ele anda, empunha uma espada e um escudo e dá "saltos de 5 metros", como dito em das músicas do jogo, mas é possível conseguir novas habilidades e poderes, como fogo e invisibilidade, e que acabam sendo muito importantes para conseguir derrotar os chefes de fase.
E o que você achou, João Roberto?
Eu achei A Lenda do Herói uma grata surpresa. O jogo canta conta uma ótima aventura que aumenta sua carga a cada minuto. Sua jogabilidade é simples e não compromete. Além disso, é possível jogá-lo tanto com um controle quanto pelo teclado. E não posso deixar de mencionar novamente que se trata de um título nacional e com uma qualidade ímpar. E, além de tudo o que foi aqui escrito, vale ressaltar a imaginação dos criadores ao nomearem as fases. E todas com nomes bem sugestivos como "As mina pyra", "Selva de Panthanum" e "Caverna Dummal".
Então, se o jogador é saudosista e procura algo que remonta aos anos dourados dos videogames, ou apenas busca um jogo que apresente uma ótima aventura, A Lenda do Herói é uma ótima pedida. Feito isso, empunhem suas espadas e escudos, segurem seus controles ou teclados e Vão Jogar!
O jogo é muito bonito mas pessoalmente o fato de ser cantado o torna facilmente enjoativo, se fosse uma música simples de fundo em looping seria bem melhor, mas isso ao meu gosto é claro. O ponto positivo é que o game ficou bem original.
Confesso que acompanhei o YouTube dos irmãos Castro por um bom tempo, adorava as paródias deles, são excelentes. A minha favorita é Mad Sina, foi um dos primeiros que eles fizeram:
Depois passei a assistir mais a série Piadas Ruins (sou fã de piadas ruins) e, depois de um tempo e muita responsabilidade na vida, parei de acompanhar. E lembro que isso aconteceu exatamente quando eles começaram a divulgar o vídeo dA Lenda do Heroi e, pouco depois, o jogo em si.
Apesar de curtir muito os caras e o trabalho deles, infelizmente sou da opinião do Ulisses aí em cima: o fato de ser cantado (quase) o tempo todo o torna enjoativo (para mim).
Mas obrigada por me apresentar oficialmente o jogo, Professor! Abraço!
Rapaz, eu tenho uma vontade enorme de jogar este jogo, sério! Tenho monitorado ele, assim que possível ele cai na minha lista. Achei os nomes de fases bem criativos, eles queriam deixar o mais genérico possível sem ficar absurdamente genérico e acabou ficando engraçado! Muito bom! kkkkk Pixel art, desafio, caminhos e boa música: precisa de mais algo? Acho que não! Ótimo escrito!
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