...a mais desorganizada feira de games da América Latina!
Proibições e desproibições (?) de mochilas e máquinas fotográficas "profissionais", falta de sinalização no Terminal Tietê, de onde partiam os ônibus gratuítos para o evento, filas gigantescas e extremamente demoradas para entrar, cambistas vendendo ingressos e acesso rápido na entrada, lanchonetes e restaurantes com preços absurdos, com direito a brigas escandalosas de funcionários... tudo isso fez parte do evento. Então minha primeira impressão foi de desorganização, amadorismo e uma total falta de conhecimento do público. Não quero nem imaginar como foram as edições anteriores .
No caso da fila para entrar, foi engraçado como em um dos dias, por conta da chuva, o pessoal que cuidava da entrada deu um jeito de colocar todos para dentro rapidamente, o que me levou a pensar: se chovendo é possível agilizar o processo, o que faz com que não seja possível quando está seco? Somente no último dia é que foi só chegar e entrar mesmo. Claro que para o pessoal com ingresso VIP não rolou nada disso, mas dos R$ 159,00 do passaporte para quatro dias, para os R$ 499,00 para cinco dias + abadá, é um longo caminho.
Outro problema que tive, aê já foi algo mais particular, foi com o sinal de internet do meu celular, que só funcionava em alguns pontos específicos da feira. Bem que podiam ter espalhado alguns hotspots pelo evento, até porque havia uma empresa de telefonia fazendo propaganda de sua internet ultra-rápida para todos os cantos.
Com relação ao transporte disponibilizado, apesar do ônibus-boate-sauna da Microsoft que peguei em alguns dias para ir, não tenho do que reclamar, principalmente na hora de ir embora, aonde havia vários ônibus disponíveis.
Estandes
Bom, depois de todas as dificuldades, hora de curtir, certo? No começo eu fiquei igual barata tonta, andando pra cima e para baixo, fazendo o reconhecimento de tudo, e logo em seguida optei por começar pelos estandes menores, uma vez que no começo os grandes estavam impossíveis! Mas qual não foi a minha decepção ao encontrar expositores apáticos e desinteressados, que nas raras vezes que davam atenção, não faziam a mínima idéia do que estavam apresentando? Pior que isso se repetiu até em estandes maiores, você fazia uma pergunta sobre o jogo/aparelho e ouvia um "hum, não sei". Obviamente quem fez bonito nesse ponto foram Sony e Microsoft, que além de organizados, sabiam dar pelo menos as informações básicas. Também vale menção ao estande dos cariocas da Aiyra, criadores do jogo oficial do filme Dragon Ball Z: A Batalha dos Deuses, que eu vou falar mais um pouco mais aê em baixo. O Bruno Pacheco, de uma empresa parceira e co-criadora do jogo chamada Duckbill, no maior estilo "puxar conversa com o público", bateu um papo comigo e o Caduco no último dia do evento, falando de como se deu o desenvolvimento do jogo e das dificuldades enfrentadas.
Haviam estandes bem movimentados também, como o vergonha alheia total Just Dance 2014 e os Arena Fifa 14 e League Of Legends, que contavam com emocionantes campeonatos, com direito a narração e tudo mais, coisa de primeiro mundo. Agora as maiores filas para jogar, segundo o meu olhômetro foram as de Ryse (XOne), que eu só consegui testar no último dia e Gran Turismo 6 (PS3), que não dava nem para chegar perto.
Outro problema que rolou foi referente ao tempo que se tinha para testar os jogos, na maior parte das vezes, você ficava um tempão na fila para jogar por apenas cinco minutos. Para piorar, muitas vezes o pessoal que ficava vigiando nem prestava muita atenção no que rolava, então alguns jogavam bem mais enquanto outros jogavam bem menos. Os únicos que foram justos nesse sentido foram os jogos de luta, como Killer Instinct e Bravos Soldados, em que você podia jogar uma luta completa, e em Assassins Creed IV: Black Flag no estande da Ubisoft, onde deixavam você jogar a demo inteira, ou até morrer, ainda que com uma certa pressa.
Proibição de fotografia rolou apenas uma vez, sei lá porque, não me deixaram fotografar Battlefield 4 nas estações menores... o que foi uma babaquice sem tamanho, já que o jogo ficava rodando o tempo todo em um telão gigantesco bem na entrada do evento... vai entender.
Meio triste de ver, foi o número de crianças jogando coisas com classificação maior que a idade delas. O pessoal até que tentava barrar, mas como os pais estavam ali do lado não havia muito o que fazer, e não era incomum ver uma criancinha, bem novinha mesmo, dando tiros em todo mundo em GTA V com o pai do lado achando graça.
Várias lojas também marcaram presença, vendendo as coisas nos preços habituais, ou então com aquelas promoções que de promoção não tem nada. Mas eu confesso que acabei comprando Syphon Filter: Dark Mirror (PS2), afinal não é todo dia que se vê jogo original para console a dez reais. Se ele for jogável eu já estou no lucro, rzs.
Aparelhos, bugigangas e consoles
Mas chega de reclamar de filas e desorganizações, vocês devem querer saber o que eu testei por lá, não é mesmo? Pois eu digo que muito coisa! Vamos começar pelas bugigangas então.
No estande da Hyperkin, o foco era na nostalgia. Lá conheci o Retron 5, um console que roda jogos de Game Boy Advance, Famicom / Nintendinho, Super Famicom / Super Nintendo e Genesis / Mega Drive, com direito a um zilhão de opções, no melhor estilo emulador, como filtros de imagem, códigos de Game Genie (lembram o que é isso?), além de suportar os cartuchos e controles originais de cada console. Joguei Street Fighter 2 de Super Nintendo nele e não tive do que reclamar. Porém é bem nítido o jeitão de xing-ling do bicho, então não esperem por um produto lá muito confiável, inclusive vi o pessoal do estande tendo dificuldades em fazer o console reconhecer o controle do Nintendinho.
No mesmo estande testei o SupaBoy, que é literalmente um Super Nintendo portátil: isso mesmo, você pega o seu velho cartucho, encaixa nele e joga. Dá pra ligar os controles originais também, tornando-o um console de mesa em conjunto com sua saída de vídeo para ligar na TV, tudo suportado por uma bateria interna recarregável que me disseram durar por volta de cinco horas. Porém a qualidade do "portátil" não me agradou, o acabamento é bem vagabundo, e os botões são muito duros e imprecisos, principalmente o direcional. A tela também não é lá essas coisas, e durante a feira eu vi alguns deles dando problemas (não é Sr. Caduco ). Outro problema dos aparelhos é o preço, que embora ainda sejam apenas estimados, dão uma idéia da sapatada: R$ 599,90 para o Retron 5 e R$ 449,90 para o SupaBoy.
Ainda no estande da Hyperkin, estava rolando uma demonstração do Oculus Rift em conjunto com um capacete chamado Comrad Helmet, que nada mais é que um fone de ouvido sorround com anabolizantes. O teste estava sendo feito com Minecraft, mas a sensação de estar realmente dentro do jogo é muito foda, nada mais intuitivo do que virar a cabeça para ver o que está ao seu redor. Tudo bem que os testes foram rápidos, mas não tive qualquer sensação de mal estar, porém o ponto forte da parada me incomodou um pouco: é muito estranho você ficar alheio ao que acontece ao seu redor.
Já na área da NVidia, testei o Shield, um tijolo portátil que roda Android e serve para jogar coisas que estão no seu PC através de streaming. Apesar de ser um trambolho e um pouco pesado, é bem confortável e com uma tela muito boa. Minha única reclamação é com a inclinação dela, que possuía um ângulo muito fechado, me obrigando a inclinar demais o portátil para ter uma boa visão. Tentei ajustar, mas fiquei com medo de quebrar a parada e deixei pra lá.
Ah, claro que testei os disputados Xbox One e PlayStation 4. Não há muito o que dizer sobre os consoles em si, além da óbvia evolução técnica. No caso do PS4, o que eu tenho a elogiar é o seu fálico controle, ironicamente muito confortável... viu Srta. SucodelarAngela
Jogos, jogos e mais jogos!
Olha, eu terminei o evento com o mesmo sentimento que eu tenho quando penso em tudo que quero jogar na minha vida: não vai dar tempo! Havia jogos para todos os gostos, e como eu sabia que não iria conseguir ver tudo, imediatamente pulei coisas que não gosto, como os FPS da vida e coisas que me fariam passar vergonha, como os de dança. Como não tenho um PS3 e nem Xbox 360, aproveitei para jogar muita coisa desses dois consoles também. Gastei também algum tempo brincando em um fliperama de Super Street Fighter IV que havia por lá, até cheguei a ganhar umas lutas, vejam só. Mas vamos a listinha de jogos + consoles que eu conferi por lá!
Nickelodeon Tennage Mutant Ninja Turtles (Xbox 360): um beat ’n’ up bem fulero das Tartarugas Ninja, onde você meio que controla todas elas ao mesmo tempo. Só havia um controle disponível, então não sei se rola um multiplayer local, mas de qualquer forma não recomendo.
Assassins Creed IV: Black Flag (PS4): sei que não sou parâmetro, pois nunca joguei nada da franquia, mas me convenceu bastante, a jogabilidade é fácil de aprender, e rapidamente eu me tornei um jovem çacino. Só não curti a câmera, que gira rápido demais e as vezes me deixava com péssimas perspectivas, senti falta de um botão que fizesse ela se ajustar para frente. Compra certa quando tiver o meu Wii U.
Castlevania: Lords Of Shadow 2 (Xbox 360 / PS3): esse foi um dos jogos que tive problemas de tempo para testar. O começo da demo é um tutorial de luta, que realmente é muito parecido com God Of War, mas acredito que o jogo tenha mais a oferecer do que simplesmente porrada pelo que vi. Gostei bastante.
Tennage Mutant Ninja Turtles: Out Of The Shadows (Xbox 360): outro beat ’n’ up das Tartarugas Ninja, que apesar de ser melhor que o outro, não vale lá muita coisa também. Mais uma vez só havia um controle, então não sei se rola multiplayer local.
Killer Instinct (Xbox One): todo mundo sabe que eu adoro KI2 e o quanto eu estava receoso com relação a esse jogo, que nos vídeos parecia tão travado quanto Mortal Kombat. Mas jogando eu vi que ele está bem fluído e será um ótimo jogo de luta para os donos do One. Porém há vários detalhes que não me agradaram muito, principalmente no sistema de combos, que está mais simples e fácil, ao ponto de algumas vezes você apertar qualquer coisa e fazer algumas seqüências, deixando um pouco de lado a técnica. O pessoal do esfregão vai adorar!
Watch Dogs (PS4): a demonstração de Watch Dogs era feita a portas fechadas, sem poder fotografar, filmar e jogar, por alguma paranóia qualquer que eu não entendi, afinal era uma demonstração para o público e não tinha nada demais. Basicamente colocaram o diretor de arte do jogo pra ficar jogando, sem dizer uma palavra, e um cara da Ubisoft Brasil falando sobre a jogabilidade e as coisas bacanas do jogo, em um rítimo monótono e chato pra kct. Apesar disso eu achei bacana o que vi, o lance de poder hackear praticamente tudo é mui legal, rola uma mistura de stealth, parkour, ação e tiroteios, para agradar a gregos e goianos.
Diggs Nightcrawler (PS3 - Wonderbook): um joguinho simples e bem interessante, em que você usa o livro esquisito da Sony para controlar o cenário enquanto a história de um bichinho com roupa de detetive se desenrola. Não é nada de excepcional, mas tem o seu valor.
Walking With Dinosaurs (PS3 - Wonderbook + Move): esse aqui é um daqueles jogos didáticos voltado para crianças, onde o objetivo é fazer escavações de ossadas de dinossauros e montá-las. Sinceramente eu só testei ele pra brincar com o Move, tanto que eu fiquei fazendo uns testes malucos e o cara da Sony achou que eu não estava conseguindo jogar, rzs.
Puppeteer (PS3): sem brincadeira nenhuma, esse foi o jogo que eu mais gostei na feira, me deixando com uma vontade danada de comprar um PS3. Se trata de um jogo de plataforma, onde você controla um bichinho esquisito que tem uma tesoura mágica, que pode ser utilizada tanto como arma quanto como meio de locomoção, afinal o cenário é cheio de itens recortáveis que servem como caminho para o pequeno herói. O jogo está todo em português e com uma dublagem ótima, e segundo o pessoal da Sony, está disponível em mídia física e digital no preço de R$ 119,00... eu digo que vale a pena.
Beyond: Two Souls (PS3): jogos com muita cenas eram os piores de testar, então quase não joguei Beyond, mas achei muito interessante o lance de poder fazer desdobramento corporal e interagir com pessoas e o cenário para resolver os mais variados problemas, praticamente um puzzle cinematográfico.
The Last Of Us (PS3): minha jogatina se resumiu a uma coisa: desespero! Um pedaço em que eu era obrigado a enfrentar um monte de zumbis-plantas, difícil pra kct! Quando o cara falou que meu tempo havia acabado, os personagens estavam comemorando falando que haviam conseguido, então acho que passei o pedaço .
GTA V (PS3): sim, eu brinquei um pouco no GTA pra ver o porque do Marvox e do Cyber Woo pagarem tanto pau pra esse jogo, mas pra mim ainda é a mesma coisa de sempre: o melhor de tudo é dar rolê, aprontar arruaças e fugir da polícia de carro... prefiro Most Wanted (o antigo).
Disney Infiniti (PS3): achei um jogo de ação bacana, mas é perceptível que o lance dos bonequinhos é puramente comercial, não acrescenta nada a jogabilidade, nem é igual a Skylanders, que permite mesclar as partes dos bichos. Mas como é da Disney, pode ter certeza que vai ter muito pai torrando a grana para agradar os filhos.
Cavaleiros do Zodíaco: Bravos Soldados (PS3): jogo bacana demais, mas pega muito mais pelo lado nostálgico. As animações estão perfeitas, e vão deixar os marmanjos de queixo caído. É um tipo de jogo de luta que eu não grado muito, apesar dos controles serem bem simples e tranqüilos de aprender, me lembrando um pouco os jogos de Dragon Ball Z mais recentes. É tão simples, que até o Caduco conseguiu ganhar de mim, em uma luta memorável entre Ikki e o maldito Shaka.
Lego Marvel Super Heroes (PS3 / PS Vita): como todos os jogos da série Lego, é simples e extremamente divertido. Em um trecho que joguei, eu podia ficar alternando entre o Hulk, Homem de Ferro e Wolverine para completar a missão, e todos eles com características bem distintas. A versão do PS Vita é muito parecida com a dos consoles, e usa a tela sensível ao toque apenas como atalho para botões.
Hot Wheels: O Melhor Piloto do Mundo (PS3): é aquele típico jogo de corrida sem graça, mas que tem muito apelo junto a criançada por conta da marca e vai fazer os pais gastarem uma grana só para os pirralhos calarem a boca.
Knack (PS4): único exclusivo do novo console da Sony que me interessou, se trata de um jogo de ação bem criativo, onde você controla uma criatura que consegue crescer e diminuir ao atrair ou repelir alguns blocos de pedra, ou seja lá o que for aquilo. Não tem nada de inovador e nem mostra muito do potencial do novo console da empresa, mas se eu fosse comprar um PS4 colocaria na minha lista tranqüilamente.
Dragon Ball Z: A Batalha dos Deuses - O Jogo (PC - Windows, Mac e Linux): jogo nacional e oficial, com dublagem do desenho original, gratuito (cliquem aqui para baixar), feito pelos cariocas da Aiyra em parceria com a Duckbill, em um prazo de pouco mais de um mês. O resultado disso é um jogo de luta simples, mas muito bem feito, que consiste em uma pancadaria infernalmente difícil contra Bills, com direito a multiplayer local para até quatro pessoas. Mais para frente eu faço um escrito mais detalhado sobre o jogo, mas desde já recomendo .
Ryse: Son Of Rome (XOne): um jogo que conta com gladiadores e soldados romanos, naqueles quebra-pau bonitos que só os jogos e filmes podem nos proporcionar. A jogabilidade está muito bacana e não foi muito difícil pegar os macetes básicos, rola até umas magias concedidas pelos deuses para dizimar os inimigos. A galera que curte um gráfico não vai se decepcionar, foi uma decisão acertada da Microsoft colocar ele como demonstração do Xbox One.
Tearaway (PS Vita): um joguinho interessante, que utiliza bastante o touch traseiro para efetuar ações no jogo, como saltos em locais específicos e outras interações. Pra ser sincero fiquei meio perdido jogando ele, mas me deixou curioso e parece bacana.
Both Babes & Cosplays
Olha, se teve uma coisa que a BGS não ficou devendo em nada para os eventos gringos, foi no quesito Both Babes, que são aquelas meninas bonitas que eles colocam nos estandes só para causar acidentes e torcicolos entre os marmanjos. Eu acho que nunca me interessei tanto por um jogo de futebol como nesse evento viu, rzs. Também havia muita gente fazendo cosplay, alguns bem feitos outros nem tanto. Fica o destaque para um Kratos que eu vi por lá, que olhando a foto parece até uma estátua.
Foi bom, mas tem que melhorar
No final das contas eu curti bastante o evento, mas ainda acho que a BGS tem que comer muito arroz com feijão. A frustração com as filas, falta de informação, desorganização e altos preços é algo que pode afastar os novatos e até mesmo o pessoal que vem de fora. O pior é saber que várias dessas reclamações não são de hoje... se essa é a maior feira de games da América Latina, eu fico imaginando as outras como são.
E para quem quiser ver um monte de fotos do evento, com diversos comentários inúteis, mas com várias loiras e morenas, podem visitar o álbum público que eu coloquei no Facebook através do link facebook.com/media/set/?set=a.592577664113139.1073741830.100000827323178&type=1&l=63ed614972. O Caduco também postou as suas fotos, tem até umas pagações de mico minha, confiram lá também facebook.com/cadubogik/media_set?set=a.672359056122141.1073741828.100000441580478&type=3.
E agora que vocês já estão por dentro de todas as novidades, que tal sair da frente desse computador hein? Percam tempo não, Vão Jogar!
* Revisado em 14/07/2017 às 02:22:04
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