Yo Ho Ho e uma garrafa de rum!

Quem me conhece sabe que Assassin’s Creed é minha franquia favorita, mesmo com todos os bugs e missões secundárias cansativas (por isso nunca platinei nenhum). Também sabe que Assassin’s Creed III foi uma grande decepção para mim. Não é porque é minha franquia mais querida que eu vou aliviar, o jogo em si foi até bacaninha, mas o protagonista e a forma como abrangeram a história dele foi um pé no saco. Connor é cabeça dura, infantil e chato... Chato como aquele cara que só sabe conversar te cutucando.

Minha decepção com ACIII me fez ter muito medo do que viria em ACIV, ainda mais com essa mania da Ubisoft em continuar lançando um jogo por ano. No ato do lançamento de ACIV, foi anunciado que já haviam outros dois Assassin’s Creed em produção, e eu sempre me pergunto se eles realmente tem enredo o suficiente para tantos jogos, mas isso já é outra história.

O que realmente importa é que, com Black Flag, a Ubisoft se superou! Cara, que jogo foda! Ele trouxe elementos que surgiram com Assassin’s Creed III, como a caça e as batalhas navais e aliou com a fodalice da Era de Ouro da Pirataria, trazendo personagens históricos reais muito, muito bacanas, como Edward "Barba Negra" Thatch, Benjamin Hornigold, Chales Vane, Mary Read, entre outros!

Atenção, se não quiser possíveis spoilers do jogo, coloca o dedo na rodinha do mouse e desce ordinária até ver o Edward com a espada pronta apreciando um belo rabo!

Uma das primeiras coisas que a gente se perguntava em relação à Black Flag era como a história ia continuar rolando sem o Desmond, mas nada temam, pois fica tudo bem explicadinho através de arquivos que você encontra ao hackear os computadores da Abstergo Entertainment (que agora está com esse nome bonito e joiado). E falando em Abstergo, as partes da jogatina na atualidade ficaram bem menos maçantes no Black Flag, mesmo eu gostando do Desmond e da jornada dele nos AC anteriores.

Alguns personagens voltam a aparecer, como Shaun e Rebecca, e você logo percebe o que realmente acontece nessa "nova" Abstergo. Isso me aliviou, pois pensei que a justificativa do Animus seria realmente apenas para entretenimento, como é dito pela menina mala que te guia pelo prédio. E a explicação em relação à Desmond também me deixou satisfeita.

Já em relação à vida de Edward, o jogo começa te colocando em 1715, com o pirata lutando para conseguir fama e fortuna para ter aquela famosa "vida curta e feliz" que os piratas tanto almejam, só que ele quer isso ao lado de sua nêga - Caroline. Algumas coisas acontecem, levando Edward a se meter no meio do caminho de Templários e Assassinos, e sendo meio mal visto por ambos os grupos, até porque ele não está nem aí para qualquer um deles. O que ele quer mesmo é o que eles procuram, então durante praticamente todo o jogo, Edward age por conta própria, virando o queridinho dos Çaçinos apenas bem perto do fim do jogo.

Falando em fim do jogo, ele é bem bonito, e com uma parcela de tristeza também, mas faz uma boa ponte entre Black Flag e ACIII. Era o mínimo que eu esperava para o final do jogo, visto que Haytham e Connor são parentes consanguíneos de Edward (se bem que todos os personagens de Assassin’s Creed tem alguma relação consanguínea, mas essa era mais direta). E, na minha opinião fecal, o jogo dá margem para uma continuação, até porque ainda há muito o que explicar sobre a vida de Edward como Assassino, e não como pirata. Só acho.

Pegando a deixa do rabão aí em cima, o jogo tem uma novidade muito massa, que é a pesca de tubarões e baleias, algo que rendeu uma baita confusão com a louca da PETA, que alegou que o jogo incentiva a violência contra os animais... Eu acho digna a causa da PETA, mas quem leva ela a sério quando ela persegue tanto os games e pouco faz em relação ao resto? Em resposta, a Ubisoft alegou que o jogo relata eventos históricos reais, então é plausível ter pescas de baleias no jogo, já que é algo que acontecia com frequência naquela época. Enfim, de qualquer forma, eu é que não vou pegar uma canoinha, uns arpões e me tacar em alto mar pra caçar BALEIAS E TUBARÕES! Aloca!

Independente de todas as tretas, as pescas são bem tensas e divertidas, além de renderem bons itens para a confecção de melhorias, como bolsas para dardos, melhoria de vida e de coldres. Entre os "bichinhos" que podem ser pescados, temos o tubarão-martelo, o tubarão-touro e o grande tubarão branco, o mais difícil. Mesmo com minha baleeira e meus arpões evoluídos ao máximo, o grandalhão aí é bem duro na queda! Já no time das baleias, temos a jubarte, a orca e a baleia branca (que surge apenas como evento online). Ainda não encontrei ela por aí, mas me disseram que o tubarão branco é um passeio no parque perto dela... #tenso

Outro ponto super-mega-power-ultra alto do jogo são as fucking awesome batalhas navais! Com uma melhoria imensa em relação ao título anterior, agora é possível abordar os navios inimigos e acabar com a tripulação para recolher 100% da carga que eles levam (se você afundá-los, só receberá 50% da carga)! No começo, qualquer naviozinho é o suficiente para te dar um trabalhão, mas conforme você vai evoluindo o Jackdaw, mais tranquilos eles ficam. Isto é, até você enfrentar seu primeiro Man O’ War, um navio medonho de grande e super bem armado! Ultimamente tenho me prendido em enfrentar apenas eles, já que os outros navios são bem mais fáceis e com cargas bem menores.

Só que, mais fodas que os Man O’ War, são os Navios Lendários. Ainda não consegui vencer nenhum, mesmo com o meu navio praticamente 100% evoluído. Eles são gigantes, extremamente velozes e, às vezes, atacam até em dupla! São quatro no total, um em cada canto do mapa principal, e com uma recompensa muito boa! Infelizmente, o primeiro que eu encontrei foi o El Impoluto, que me afundou em poucos tiros. Só depois fui saber que ele é considerado o mais difícil de todos. #Chateada

E não são só navios que você enfrenta nas batalhas navais. Você também pode destruir e dominar os fortes dos inimigos, o que libera uma boa parte do mapa, revelando a localização de novos lugares e novas missões! As batalhas contras os fortes são algumas das melhores, isso quando você não tiver que enfrentar fortes e navios ao mesmo tempo. Ah! E não vamos esquecer das tempestades com trombas d’água e tudo!

As batalhas navais também não acontecem somente com você e o Jackdaw. Em determinado momento no jogo, você vai ter a chance de ficar com navios inimigos para sua frota, que podem ir em missões secundárias através do servidor da UPlay. Dentro da cabine do capitão, você pode acessar informações da sua frota, ver o andamento dessas missões, pegar os espólios e cargas adquiridas e batalhar também! Você batalha para diminuir os riscos das rotas e enviar seus navios para as missões. Essas missões tem tempo variável, mas como rodam nos servidores da UPlay, o tempo delas independe de você estar jogando ou não, e você pode conseguir itens fantásticos nessas missões.

As batalhas geram abordagens e danos que acabam diminuindo bastante sua tripulação. É aí que você pode chegar em algum local, ajudar piratas que estão sendo atacados pelos guardas para ganhar sua lealdade, ou simplesmente pagar alguns Reales para que eles se juntem a você. Quanto menor sua tripulação, menor suas chances de sucesso ao abordar um navio, principalmente os maiores.

Falando em locais, Black Flag se passa no Caribe, tendo como cenário ilhas paradisíacas e cidades famosas, como Havana, Kingston e Nassau. Essas são as três cidades principais, com bastante chão para explorar. Existem ainda incontáveis ilhotas que podem ser visitadas apenas para recolher baús ou fragmentos do Animus, e algumas outras ilhas maiores que farão parte também das missões principais. O mapa do mundo de Black Flag é gigantesco! É tão grande que, quando em zoom total, você nem mesmo vê a silhueta do seu navio na mapa. Dá uma olhada no vídeo abaixo para ter uma noção:

Você também pode ir a determinados pontos no mapa onde há navios naufragados. Esses navios deixam bons tesouros no fundo do mar, e com a ajuda de uma espécie de sino gigante de metal, você pode mergulhar em alto mar nesses pontos e coletar tuto, tuto!!! Essa é outra novidade foda em relação aos outros Assassin’s Creed, e as paisagens no fundo do mar são muito, muito bonitas! Dá até gosto de ver! Só se deve tomar cuidado com seu fôlego, tubarões e moreias, coisa boba...

Quanto às atividades em terra firme, você tem a caça a animais como onças, veados e coelhos, por exemplo. Dessa forma, você pode adquirir mais materiais para criar itens de melhoria para Edward. Pode ganhar respeito em tabernas, que servem para ganhar dinheiro com apostas, conseguir informações secretas, ou simplesmente para se embebedar a 5 Reales a dose (caro demais, aqui em São Luís eu encontro pela metade do preço XD). Você também pode adquirir contratos de assassinato para pegar uma graninha extra, procurar tesouros escondidos (sim, há muitos mapas do tesouro!), manuscritos e novas canções para seus piratas, e prosseguir com as missões principais do jogo!

Todas essas coisas não diferem tanto dos jogos anteriores. As caças continuam as mesmas, as lutas tiveram uma melhora significativa, com Edward podendo fazer alguns movimentos especiais bem fodas, além dos comandos responderem bem melhor. O pirata possui como armas duas Hidden Blades, duas espadas (porque pirata que é pirata não usa uma só) e pode carregar até quatro pistolas se seus coldres estiverem evoluídos ao máximo. Como armas secundárias, Edward tem a corda com gancho, surgida em ACIII, bombas de fumaça e dardos, que podem ser de sono ou ensandecidos (meu preferido ). Todas essas armas permitem que você faça várias combinações diferentes nas lutas corpo-a-corpo. Algumas delas, como os dardos, são super efetivas para o modo stealth.

O modo stealth também é algo que responde bem melhor que antes. A exploração também melhorou bastante, agora o personagem não fica querendo trepar em qualquer cantinho à toa. Particularmente, vi apenas dois bugs nem tão bizarros no jogo, então posso dizer que a Ubisoft também melhorou bastante nesse quesito. Porém, preciso dizer que os bugs de Assassin’s Creed são uma diversão à parte (i.e. quando não atrapalham o gameplay) e são característica marcante e esperada na série, assim como os bugs de GTA que a galera tanto curte. Esse aqui é um dos bugs que eu queria muito ter vivenciado no jogo, mas que, infelizmente, não rolou:

Considerando toda a saga de Assassin’s Creed e todos os seus altos e baixos, posso dizer com toda a certeza do mundo que este é um dos melhores Assassin’s Creed já criados. Black Flag conseguiu tirar aquele gostinho azedo de Connor que dá azia na gente até hoje. Para mim, ele fica empatado com o Brotherhood como meus AC’s preferidos, os melhores de todos! E sinceramente, se Black Flag abrangesse um pouco mais a briga entre Templários e Assassinos, com certeza Brotherhood já teria perdido seu posto!

E você? Já jogou Black Flag? Não? Então pegue suas espadas, marujo, e Vão Jogar!

* Revisado em 18/12/2016 às 23:55:57