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Behold The Champion Of Kirkwall!

Análise de Dragon Age II - Ou "Porque você não deve odiar Dragon Age II".

autor sucodelarAngela Caldas   datahora 27/03/2015 às 07:54:08   tagarelices 6

Ou "Porque você não deve odiar Dragon Age II".


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Eu acho engraçado como algumas pessoas hoje em dia julgam algo como ruim apenas pelo fato de esse algo ser diferente. E isso pode ser aplicado a qualquer aspecto da nossa vida, - esporte, política, sexualidade, religião, etc. - nada foge ao, digamos, preconceito que surge quando algo foge aos padrões, e os games não estão fora dessa lista.

Lembro muito bem quando finalizei Dragon Age: Origins. Apesar de o tema medieval não ser um dos meus favoritos, me diverti bastante e também fiquei encantada com a grandiosidade do universo do jogo, algo que a Bioware sabe fazer muito bem, vide outros jogos da empresa, como a trilogia Mass Effect e Star Wars: Knights of the Old Republic. Ainda assim, quando demonstrei o meu grande interesse em jogar Dragon Age II e continuar a saga, fui abordada por vários jogadores que me "orientaram" a partir direto para o terceiro jogo da série, - Inquisition - alegando que DA2 teria um enredo fraco e insignificante para a trama, além de ter recebido mudanças na jogabilidade que "estragaram" o jogo.

Mas, olha só, eu sou uma pessoa muito chata e fresca com jogos. Com raras exceções, eu não consigo pegar uma franquia e começar a jogar a partir do segundo ou terceiro títulos e pular os demais. Quando pensei em jogar DA, eu queria jogar toda a franquia, assim como fiz com ME, e assim como farei com Borderlands em breve. Mesmo com muita gente me dizendo que DA2 era "uma merda" (essas exatas palavras), eu não entendia como ele poderia ser tão desimportante (sim, estou afrescalhando meu vocabulário) para o universo do jogo. Se realmente o fosse, a Bioware não o faria.

Enfim, resolvi jogar...

DA2 conta a história de Hawke, um membro da realeza de Ferelden que foge para Kirkwall para recomeçar a vida após a destruição de sua cidade natal, Ostagar, pelos darkspawns. Toda a história é contada por um anão chamado Varric, companheiro de aventuras de Hawke. Logo no início do jogo, Varric é escoltado até uma sala onde é interrogado por Cassandra Penthagast (cuja história pessoal você só conhecerá melhor em Inquisition) que tem um interesse especial em saber como Hawke se tornou Champion of Kirkwall. Também conhecido por gostar de exagerar e/ou inventar histórias fantásticas sobre Hawke para impressionar as pessoas sobre seus feitos, não é surpresa que Cassandra duvide da veracidade da história contada por Varric. Dessa forma, cabe ao jogador moldar a trajetória de vida de Hawke, de acordo com suas escolhas no decorrer do jogo.

Uma das reclamações que eu escutei bastante, como dito lá em cima, é que o enredo foi ruim comparado à Origins. No entanto, não achei o enredo ruim. O X da questão é que Dragon Age 2 conta a trajetória pessoal de um personagem com um papel menor, mas não menos importante, do que o protagonista do primeiro jogo. Em Origins, você controla o Herói de Ferelden, o cara que acaba com a invasão de demônios que assolava um país inteiro. Em DA2, você controla uma pessoa comum, que cresce aos poucos, em meio aos acontecimentos que afetam, basicamente, apenas a cidade de Kirkwall (ganhando maiores proporções apenas perto do final do jogo). São eventos de escalas completamente diferentes para serem comparados da forma que são, mas ambos de grande importância para o universo do jogo como um todo.

Outro ponto interessante é que, apesar de você ter protagonistas diferentes nos dois jogos, você pode importar seu save de DA:O para DA2 e, assim, ter o universo do jogo mais consistente com as suas escolhas anteriores. Por exemplo, em DA2, Hawke começa o jogo fugindo da Blight em Ostagar, enquanto que em DA:O, você era um Grey Warden recém recrutado que participou da batalha de Ostagar como uma de suas primeiras missões no jogo. Assim como há essa conexão entre o começo de DA2 e o Origins, o final do jogo também é um gancho putaqueparístico para os eventos de Inquisition. O universo do jogo é um só e eu acho isso magnífico!

Assim como em DA:O, você pode criar um personagem totalmente do zero, escolhendo entre as classes Warrior, Rogue ou Mage, podendo ser homem ou mulher, mas não podendo escolher raças, no entanto. Mesmo achando os Hawkes padrões bem bonitos, não resisti em criar minha própria Marian Hawke, e esse foi o resultado:

Marian Hawke

Como na maioria dos jogos, se você ficar um tempo sem ação no Start Menu, há uma apresentação do jogo. E se você prestar atenção a essas cenas, tanto em DA:O quanto em DA2, poderá ver que cada protagonista tem uma classe cânone, mesmo que você queira jogar como uma totalmente diferente. Em DA:O, a classe cânone era Warrior e minha Sukita Tabris também foi uma warrior. Já em DA2, percebemos pela apresentação do jogo que Hawke é um Mage por natureza.

Tela de escolha de classes

Pensei duas vezes e acabei escolhendo Rogue, pelo seguinte motivo: mesmo jogando como Warrior em DA:O, você pode alternar entre os membros de sua equipe durante o jogo. Como a movimentação em DA:O era muito pesada e dificultosa (até mesmo para forçar o jogador a ser um estrategista), acabei tendo muitos problemas nas batalhas quando resolvi utilizar algumas de minhas Mages, elas sempre eram lentas e apanhavam demais quando algum inimigo chegava à distância de luta corpo-a-corpo (e eu era péssima estrategista com elas). Jogando como Rogue em DA2, eu teria o melhor dos dois mundos: usaria a habilidade Dual Weapon para corpo-a-corpo, mas também poderia usar arco-e-flecha para ataques à distância. Perfecto.

Mas eis que a jogabilidade de Dragon Age 2 também mudou em relação ao Origins. Agora a movimentação dos personagens em batalha é muito mais ágil e fluida, muitas vezes se assemelhando a um hack n’ slash. De início, achei que essa movimentação mais leve do personagem se devia ao fato de eu ter escolhido um Rogue, mas a verdade é que todos os personagens, independente de classes, estão dessa forma. Testei um pouco a jogabilidade com um Mage e vi que poderia ter jogado como Mage o jogo inteiro, e não teria maiores problemas como no Origins.

Obviamente que, com uma jogabilidade mais fluida, o jogo perde um pouco do quesito estratégia, e isso também foi grande motivo de reclamação geral sobre o jogo. Entretanto, os itens de estratégia estão lá, basta usar. Se você ainda quer pausar a batalha com o Wheel Menu e atribuir uma ação diferente a cada membro de sua equipe, você pode! Se você ainda quer ir no Tactics Menu e escolher e criar táticas de batalhas individuais para os membros de sua equipe, você pode! Se você quer jogar a estratégia no lixo e só sair catando marmanjo e descendo o cacete, você também pode! Basta querer. As ferramentas estão lá, você só não joga com estratégia se não quiser. Não é motivo de reclamação, não.

Menu de Táticas

Uma coisa que eu achei muito boa é que os personagens finalmente têm voz própria e as escolhas de diálogos são feitas como em Mass Effect, usando uma roda de diálogo, o que facilitou bastante na hora de saber se determinada fala afeta de forma boa ou ruim o diálogo. DA2 possui uma série de ícones de diálogo que vão te ajudar bastante na hora de compor o personagem e as situações. Olhem só alguns exemplos:

Roda de Diálogos

Ícone: Diplomacia
Diplomático
Muito raramente causa ofensa, geralmente tende a dar pontos de amizade. Hawke geralmente reage bem a um evento que aconteceu ou resolve um problema com tato.

Ícone: Prestativo
Prestativo
Geralmente, aparece quando Hawke está disposto a ajudar alguém ou quando precisa agir com simpatia e compreensão.


Ícone: Agressivo
Agressivo
Hawke reage negativamente a algo que aconteceu e fala em tom de confronto. Geralmente, gera pontos de rivalidade com seus companheiros.

Ícone: Companheiro
Chamar companheiro
Convida um companheiro para intervir em uma conversação. Geralmente leva a uma solução única (e geralmente não violenta) para determinada situação. Também pode aumentar a amizade entre os personagens.

Ícone: Sarcástico
Sarcástico
Raramente causa ofensa. Hawke faz comentários sarcásticos ou piadas sobre a situação. Tende a ser uma escolha neutra entre os companheiros, embora Isabela e Varric respondam positivamente.

O que realmente incomoda em Dragon Age 2, e com razão, são os mapas reutilizados em excesso. Claro que não podemos comparar o mapa de DA2 com o de Origins, que se passa em um país inteiro, contendo mapas específicos para cada cidade e tudo mais, mas a Bioware foi um bocado preguiçosa ao criar os mapas do jogo. A princípio, você pode até achar que o fato de tudo se passar em uma única cidade é uma justificativa para a reutilização de mapas, mas não é. E não estou falando aqui de ter que visitar o mesmo local várias vezes, estou falando de reutilizar o mapa de um determinado local para outro completamente diferente.

Durante o jogo, você tem a oportunidade de ir em várias casas da cidade e a planta baixa das residências é completamente igual umas às outras. Você também pega várias sidequests em alguns dungeons nos arredores da cidade e, embora sejam dungeons supostamente diferentes, com acesso diferentes, os mapas dos dungeons são EXATAMENTE IGUAIS! A única coisa que diferencia de um para o outro é que algumas portas dentro de um dungeon são trancadas enquanto que essas mesmas portas em outro dungeon são abertas. A localização de itens de um para o outro também é diferente (às vezes), mas até os locais onde os inimigos atacam são idênticos.

Essa repetição de mapas acaba deixando o jogo um tanto cansativo da metade pro fim, e meio que te desencoraja a fazer as sidequests. A vontade que dá é de pegar só as missões principais e correr para o final, mas eu consegui fazer tudo que ficou disponível para mim, mesmo assim, movida pela história do jogo. Pisou na bola nesse quesito, Bioware!

Mapas de DA2
Os mapas principais de Dragon Age 2 são os da cidade de
Kirkwall de dia e de noite e dos Free Marches

Visualmente, o jogo está muito mais bonito que o Origins, o que é algo esperado. A trilha sonora continua tão boa quanto o primeiro, nada muito grandioso, mas de excelente qualidade e compondo muito bem o cenário. Mesmo com alguns pontos baixos, eu me diverti bastante com o jogo a ponto de me empolgar mais ainda com o Inquisition e em nenhum momento quis deixar ele de lado por qualquer motivo que seja. A única coisa que posso dizer é que Dragon Age 2 é, sim, um bom jogo e, pra quem curte a temática e quer um universo interessante, pega essa trilogia completa e Vão Jogar! porque eu tenho certeza de que vocês não vão se arrepender!

Dragon Age II
Dragon Age II

* * * . .  Visualmente mais bonito que Origins, o segundo jogo da franquia desapontou um pouco os fãs pela reciclagem de cenários e enredo mais enxuto. A jogabilidade, no entanto, está mais fluida e leve, se assemelhando mais a um hack n’ slash, mas sem perder na estratégia. Apesar de mais fraco que o primeiro, a narrativa continua sendo bem importante no universo Dragon Age.
Avaliado no PlayStation 3
(entenda o nosso sistema de notas)


Série: Dragon Age
Estúdios:  e
Plataformas: Mac, PlayStation 3, Windows e Xbox 360
3

outras tags: PC

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  • avatar de leandro (leon belmont) the devil summoner
    leandro (leon belmont) the devil summoner
    27/03/2015 às 10:43:33   localizacao Recife-Pe
    um dia pegarei esse jogo, ainda estou no primeiro dado pela Origin, pelo que falam o pessoal não gostou de não poder mudar a raça do personagem e pelos seus feitos no primeiro jogo não soam repercurtidos nesse jogo. mas como ainda não joguei, não posso afirmar. só repito o que me falaram

    Responda!
  • avatar de Rafael Alencar
    Rafael Alencar
    27/03/2015 às 15:19:52   localizacao Fortaleza - CE
    @Angela
    Vou me meter aqui só pra comentar "besteira" mesmo e puxar mais pro assunto por trás desse escrito, pois não "conheço" (não joguei) a série Dragon Age.

    No parágrafo q tu fala da comparação entre os enredos dos dois jogos em questão eu só me lembrei de Assassin’s Creed, especificamente do Altaïr e do Ezio. Embora Assassin’s Creed 2 seja "melhor" do q Assassin’s Creed 1 em vários aspectos, o sentimento que a história do Altaïr passou pra mim foi muito melhor do q a q envolve o Ezio, porém essa última não deixando de ser interessante. Só q com Assassin’s Creed ocorre o contrário, as maioria acha o 1 uma m’rda e o 2 ótimo.

    Mas... como eu acho q 90% de tudo nessa vida é questão de ponto de vista e opinião e os outros 10% são FATOS, eu me sinto confortável com coisas desse tipo.

    O problema é q muita gente se nega a aceitar qualquer FATO, q como tu mesma falou no início, seja diferente daquilo q ela acredita ou q faz sair da zona de conforto, aí fica difícil lidar com a enxurrada de argumento bobo q começa a aparecer, mas sempre respeitando-as.

    Acho q esse Dragon Age deve ser mais um desses casos...

    Enfim, quem tem boca fala o q quer, mas também tá sujeito a ouvir o q não quer, e mesmo q possa ser injusto chamar um jogo de m’rda a vida é assim. Eu jogo por mim e não pelos outros. JAMAIS joguei algo pq alguém me disse q era bom ou ruim. Se eu tivesse feito isso teria tido muitas decepções ou surpresas e em cada situação o "culpado" seria quem indicou.

    Bom escrito! ♥

    Responda!
  • avatar de Kyo
    Kyo
    27/03/2015 às 18:35:08   localizacao Internets
    Dragon Age II por incrível que pareça, foi minha porta de entrada na franquia, já que ele estava no PC que eu uso (que eu comprei usado), junto com Mass Effect 2 e Resident Evil 5, então tenho um carinho pelas aventuras de Hawke (e sim, joguei com Rogue e mulher também =p). Muita gente esquece que o Escopo do DA II é diferente do DA: O. Em Origins, vc é o cara escolhido pra salvar o mundo, no II, o Hawke é um cara que tava na hora e lugar certos pra fazer sua reputação. Sem contar que poder ter um romance com a Merrill fez valer a jogatina.

    Responda!
  • avatar de sergio trajano
    sergio trajano
    28/03/2015 às 10:13:59
    Excelente post, Ângela!
    Você disse que não curte muito o cenário medieval. Então, qual seria o seu cenário favorito? Sci-fi, pós-apocalíptico, contemporâneo?
    Confesso que gosto de temas medievais, mas o meu preferido é o ambiente pós-apocalíptico, tipo Fallout e Borderlands ;)
    Até breve!

    Responda!
  • avatar de sucodelarangela
    sucodelarangela
    28/03/2015 às 11:20:02   localizacao São Luís - MA
    @leandro (leon belmont) the devil summoner

    Bom, realmente não tem como escolher a raça do personagem nesse jogo, mas isso não o torna ruim.
    Quanto às repercussões de Origins no DA2, o que posso dizer é que há, sim, correlação entre ambos... Abraço


    @Rafael Alencar

    Imagina, até parece que tu fala besteira :p
    Eu penso a mesma coisa sobre Assassin’s Creed, e prefiro muito mais o Altaïr ao Ezio, além de achar a história dele muito mais significativa. Tanto é verdade, que no Revelations (não sei se já chegou a jogar) a história de Altaïr é revelada e você percebe como Ezio o respeita, quase o venera. É realmente muito bonito.
    Bom, e ponto de vista é um negócio que realmente gera polêmica... tipo eu e minha opinião sobre Red Dead Redemption, haha!
    Cheirinho, baby! ♥


    @Kyo

    Exatamente o que você disse, cara! Escopos diferentes não podem ser analisados e julgados de maneira igual, cada um tem suas particularidades ;)
    E Rogue molier é foda demais nesse jogo!
    Agora é uma pena que eu não tenha conseguido finalizar o romance com Merrill. Pesquisei na internet e muita gente teve problema também, parece ser um bug do jogo: a missão pessoal dela que seria A missão do romance simplesmente não iniciou. Olhei no Journal do jogo e a missão estava lá. Marcava ela como missão ativa, mas quando ia falar com Merrill, nada acontecia (ela só me falava as frases padrões). Fico imaginando se o fato de eu não ter recrutado Isabela possa ter causado algum bug ou alguma conversa essencial não tenha acontecido...


    @Sergio Trajano

    Obrigada!!!
    Olha só, eu não CURTIA gênero medieval, mas tudo indica que isso esteja mudando, huahuahua! Eu curto muuuuito Sci-fi e pós-apocalíptico, pra mim são temáticas que te dão um melhor mix de sensações.
    Borderlands e Fallout 3 já estão comprados e na fila da jogatina aqui! ;)

    Abraço, povo!

    Responda!
  • avatar de Rafael "Tchulanguero" Paes
    Rafael "Tchulanguero" Paes
    30/03/2015 às 23:57:38   localizacao Vespasiano - MG
    É, Dragon Age ainda não me cativou da mesma forma que Mass Effect, mesmo com todo mundo exaltando tanto o Inquisition, inclusive um cara lá do trampo que me fala dele todo dia, rzs. Mas pelo que você descreve aê, não parece ser mesmo um jogo ruim. E já vi muito esse lance de escopos de tamanhos diferentes gerarem injustiças no mundo dos jogos, inclusive uma certa série de jogos meio medievais da Nintendo que eu gosto muito. :P

    Belo escrito larAngela, abraço!

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