Quem gosta de jogar RPGs de mesa com certeza vai lembrar da antiga revista Dragão Brasil, que acabou originando a história em quadrinhos Holy Avenger, uma publicação em estilo mangá criada por de Marcelo Cassaro, Rogério Saladino e J.M. Trevisan, e ilustrada por Érica Awano ao longo de três anos. Apesar de ter sido finalizada a mais de uma década, a publicação ainda conta com muitos fãs, que esperam um jogo a altura do quadrinho.
E é esse o primeiro desafio da Messier Games, estúdio paulistano do qual eu já falei um pouco no ano passado, quando apareceram na BGS 2015 com o jogo Kriaturaz. Apesar da má recepção que o jogo Tormenta: O Desafio dos Deuses, criado pela Universidade Feevale, baseado no universo do qual Holy Avenger faz parte, o estúdio resolveu por iniciativa própria iniciar o desenvolvimento de um novo jogo baseado na série, após negociar com o próprio Marcelo Cassaro, optando por utilizar o gênero de hack ’n’ slash com movimentação lateral e gráficos 3D através da engine Unreal 4, aparecendo com uma versão de apenas dois meses de desenvolvimento para ser experimentada pelo público durante a BGS 2016.
Por ser uma versão tão preliminar do jogo, fica difícil fazer uma avaliação mais profunda, já que ainda há muito a ser trabalhado. Ao jogar, a impressão que tive é que as ideias apresentadas são promissoras, mas é preciso um ajuste nas mecânicas, eu não senti que os golpes "encaixavam" muito bem.
Assim como na história em quadrinhos, no jogo nós poderemos controlar Sandro, Lisandra, Niele e Tork, e mesmo jogando sozinho é possível ter acesso aos quatro personagens, bastando um toque no analógico direito para alternar entre eles (testei o jogo com um controle de Xbox 360). Futuramente será possível inclusive fazer longos combos alternando entre os personagens durante o processo, assim como outras funções ainda não presentes, como ataques aéreos e pulo duplo para alguns personagens, além das já inclusas, como esquiva. A possibilidade de alternar entre os personagens é uma das coisas que mais me chamaram a atenção ao jogar a demo, uma vez que cada um possuí características únicas. Tork por exemplo é o mais lento, porém o que causa mais dano nos inimigos, que eu particularmente achei um pouco resistentes demais.
Conversando com Thiago Fernandes, que além de grande fã de jogos antigos do gênero como Golden Axe e da própria HQ Holy Avenger, foi o idealizador da iniciativa e está a frente do projeto, o mesmo me disse que a recepção do público durante a BGS 2016 foi positiva, convencendo mesmo os fãs da HQ que estavam mais receosos com a qualidade do jogo. O próprio Cassaro, que também esteve presente na feira, gostou do que viu.
Thiago também me disse sobre as suas inspirações em jogos antigos, que estão presentes no jogo como referências diversas. Seguindo os passos de clássicos como Battletoads, Holy Avenger também contará com níveis de dificuldade elevada, porém sob a forma de caminhos alternativos, o que poderá levar a até três finais diferentes.
Holy Avenger está previsto para ser lançado no primeiro trimestre de 2017 para PC e já conseguiu sinal verde no Steam Greenlight.
* Agradecimentos ao Arion e Thiago da Messier Games pelas informações fornecidas durante a BGS 2016.
* Revisado em 14/07/2017 às 02:05:17
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