A maioria de nós, ávidos gamers, viveu a era de ouro dos anos 1980/1990, em que títulos pipocavam e tornavam-se clássicos instantâneos, como Mario, Sonic e Castlevania. Mas, nessa época, para conhecermos algum jogo novo, não tínhamos a internet, que nos inunda de notícias e imagens sobre algum jogo em produção, onde é comum conhecermos detalhes mil sobre o que está em desenvolvimento muito antes do lançamento. Voltando no tempo, no século passado dependíamos muito de revistas e das locadoras, locais em que acabávamos escolhendo algum jogo novo para alugar e que o proprietário, tentando fazer seu investimento gerar o retorno necessário, nos indicava como sendo um "bom lançamento que todo mundo está alugando".
Comigo não foi diferente e, pensando justamente nisso, listei 5 dos meus jogos favoritos de todos os tempos e conto como eu os conheci. Então, sente-se, pegue um copo e me acompanhe...
Sonic - The Hedgehog 2 (Mega drive)
Era por volta de 1994 e eu ainda tinha um Atari 2600, mas este já não supria minhas necessidades "gamísticas". Certo dia, um amigo me chamou para ir jogar na casa dele e me mostrou dois cartuchos: Sonic The Hedgehog 2 e Street Fighter 2. Eu nunca tinha visto o jogo do ouriço, mas já conhecia, de vista, Ryu e Ken, então pedi para jogar o jogo de luta. Como nunca tinha jogado, apenas visto, logicamente apanhei feito um condenado, mas confesso que fiquei impressionado. Mas nesta primeira incursão no mundo dos 16-bits, a mãe deste amigo entrou na sala e disse para pararmos de jogar, pois "era a vez dela de jogar Sonic"...
Eu fiquei maravilhado com aquele colorido, aquela velocidade e, por causa do Sonic, eu nunca mais consegui ligar meu velho Atari de guerra. E nasceu ali o "João Roberto Seguista". Nos dias que se seguiram eu voltava lá apenas para ver a mãe desse amigo jogando, mesmo que eu nem encostasse no controle. E ela xingava e esbravejava apenas por não conseguir todas as emeralds para "virar o Sonic amarelo". E eu me perguntava: "Como assim?".
Certo dia, ela finalmente conseguiu fazer o ouriço se tornar o "Super Sonic" e eu achei simplesmente fantástico. Sem palavras. Demorou para eu ter um Mega Drive e poder jogar na minha própria casa.
Um fato interessante foi que, um dia, eu estava vendo ela jogar e minhas mãos estavam coçando para também jogar. Ai eu peguei o controle dois e vi que podia controlar o Tails. Era a fase "Oil Ocean", eu sai correndo com o Tails até sumir da tela, então ouvimos o barulho daquelas plataformas quando eles passam e ela virou para mim e disse: "Você viu o que você fez? Quem mandou mexer nesse controle?". E nos expulsou da sala (embora eu não tenha transcrito os palavrões que ela me disse).
Super Mario 64 (Nintendo 64)
Na época do Mega Drive / Super Nintendo eu já conhecia Super Mario World, mas eu o comparava ao ouriço da Sega e achava o jogo do bigodudo muito chato, lento e sem cores (O propósito das campanhas da Sega of America tinha funcionado comigo, mesmo que nunca as tenha visto), portanto, nunca havia me interessado por ele.
Já era o ano de 2002 ou 2003 e eu tinha um PlayStation, até que um conhecido me falou de uma pessoa que queria trocar um Nintendo 64 no meu aparelho. Eu fiz uma graça, tentando valorizar meu PlayStation e ele me ofereceu, junto com o Nintendo 64, um Super Nintendo. Na época eu já tinha um Super Nes, mas aceitei, pois poderia dar um deles para minha esposa, à época, namorada. Meu Nintendo 64 era aquele roxo (chamado de Uva, se não me engano) e veio com 2 jogos: FIFA 64 e Super Mario 64. Como jogava insanamente o Winning Eleven, pensei: "Beleza! Um jogo de futebol!". Mas minha decepção foi gigantesca, pois FIFA 64, sem medo de errar, é "o pior jogo de futebol de todos os tempos!".
Sem ter o que jogar, e ainda com a impressão do Super Mario World, liguei o Super Mario 64 pensando: "Nah! Vou jogar e amanhã vou na locadora comprar outro jogo!". Mas já na tela título, aquela cabeça enorme do Mario, o jogo me ganhou. Joguei insanamente, sempre com um sorriso no rosto, terminei em poucos dias e tornei a jogá-lo e hoje, sem dúvida, Super Mario 64 é o meu jogo favorito de todos os tempos!
E, como há muito não tinha notícias da Sega, o Dreamcast já tinha morrido e, ao passo que mais e mais eu entrava no mundo dos jogos Nintendo, deixei Sega
Goldeneye 007 (Nintendo 64)
Quando eu tinha meu primeiro SNES, um amigo que tinha um PlayStation me chamou para ir ao centro comprar jogos. Aqui na minha cidade o point era ir ao terminal urbano, onde centenas de gamers encontravam os melhores jogos Jack Sparrow que a indústria tinha a oferecer. E esse amigo procurava, procurava e não encontrava um jogo específico. Fomos, então, à uma locadora e ele pediu ao filho do dono, um rapaz da nossa idade, o bendito jogo e ele, o filho do dono, começou a rir do meu amigo. Na época eu não entendi, mas ele ria, pois meu amigo queria o jogo Goldeneye 007 para o PlayStation. "É só pro meia-quatro!". Meu amigo ficou bravo e, muito contrariado, foi embora. No caminho ele jurava que tinha visto em alguma revista que tinha Goldeneye 007 para o PlayStation, mas como eu estava totalmente por fora dos games, não entendi, nem consegui argumentar.
No caminho para casa ele justificava: "Nesse 007 você acerta um mosquito! O controle é perfeito! Se você atira na perna, ele sente a dor na perna! Se você atira no braço, ele sente a dor no braço!". Eu não tinha noção do que ele estava falando, afinal, eu estava acostumado ao Contra 3 ou Doomtroopers, que não tinham nenhum compromisso com essa realidade, e nem podiam, mas fiquei imaginando como seria este título.
Tempos depois, quando consegui meu primeiro Nintendo 64, o primeiro jogo que comprei foi justamente Goldeneye 007. E o jogo entregou mais do que eu imaginava, tanto que joguei muito! Hoje jogo Halo e Battlefield, mas nunca senti o mesmo impacto que o jogo do agente com licença para matar me proporcionou (Apesar do final "+ ou -").
The Walking Dead - Season 1 (Multiplataforma)
Eu sou leitor de quadrinhos desde 1998, quando um amigo me mostrou sua coleção de quadrinhos da Marvel. A primeira revista que li foi Wolverine 54, a primeira edição depois que o vilão Magneto retirou o adamantium de seus ossos através de seus poros. Isso foi o bastante para eu ficar fascinado por este universo, tanto que eu nem dava tanta importância aos videogames. In fact, eu preferia os quadrinhos aos videogames. Mas o tempo passou e meu interesse pelos quadrinhos diminuiu até o ponto de eu me desfazer de quase toda minha coleção (que chegou a ter mais de 1500 títulos e hoje tenho pouco menos de 200), e comecei a me interessar muito mais pelos games.
Certa vez, conversando com esse amigo que me apresentou a revista do Wolverine, já em 2009 ou 2010, perguntando sobre se ele ainda lia quadrinhos, ele me respondeu que seguia apenas dois títulos: Kickass e The Walking Dead. Como eu tinha gostado do primeiro filme do Kickass e nunca me interessei pelo universo zumbi, desdenhei The Walking Dead. Na verdade, eu achava que o tema zumbi já tinha dado tudo o que tinha que dar e o filme Madrugada dos Mortos era o que de definitivo havia sobre esse tema para mim. Algum tempo depois tive a oportunidade de ler Zumbis Marvel, minissérie sensacional escrita justamente por Robert Kirkman, o criador de The Walking Dead e que recebeu muitos prêmios. Isso me fez ficar interessado em The Walking Dead, mas como não havia revista em banca na época, eu só podia acompanhar via internet, o que não era tão legal. Parei.
Mas eis que foi lançado The Walking Dead - A Telltale Series, que "abocanhou" prêmios e mais prêmios e certo dia li um texto em que o Gamer Caduco elogiava muito o jogo e decidi jogar. Baixei e joguei no PC. O jogo me impressionou, possivelmente uma das melhores coisas que já joguei, embora tenha sido enganado por aquele sistema de escolhas que, na verdade muda muito pouca coisa, mas conta uma história incrível.
Tempos depois, já com meu Xbox 360, comprei a primeira e segunda temporada através da Live, além de outros títulos da própria Telltale.
Need For Speed Underground (Multiplataforma)
Em meados dos anos 2000 um filme fez a cabeça de todos que gostam de carros: Velozes e Furiosos. E eu fiquei viciado nesse filme, assistindo-o diversas vezes. Fora que o filme tinha o meu carro favorito de todos: Toyota Supra.
No filme vemos um policial infiltrado em uma quadrilha que utiliza carros tunados, recheado com cenas de ação incríveis em roubos que ninguém dava a mínima, afinal, o que queríamos ver era justamente os carros. E tudo acompanhado por músicas que, apesar de eu ter crescido ouvindo Sepultura, Metallica e Raul Seixas, faziam muito sentido e, dentro da película, soavam agradáveis.
Mas eis que um dia um conhecido chega no trabalho e me dá uma cópia para PC do primeiro Need For Speed Underground dizendo: "Joga! É o jogo do Velozes e Furiosos!".
Nessa época eu tinha me desfeito de todos os meus aparelhos e decidido jogar apenas emuladores e jogos para PC. E o jogo era incrível. Eu joguei insanamente e terminei bem na época que fui ao já citado Terminal Urbano e comprei Need For Speed Underground 2, que superou tudo o que o primeiro tinha apresentado. Logo depois, minha esposa me presenteou com um carro de controle remoto, um Nissan 350Z, que tenho até hoje. Eu me sentia participando do filme, tanto que ainda hoje acabo trocando o nome do filme dizendo que vou assistir "Need for Speed Underground". Até então, meu jogo favorito da franquia era Need for Speed 2, ainda do Playstation, mas que nem me lembro mais dele...
Joguei outros títulos da franquia, mas nunca mais me diverti tanto com a série como nos episódios Underground.
Vale dizer que, quando comprei meu GameCube, Need for Speed Underground foi o segundo jogo que comprei para ele, via ML...
Enfim...
Este texto não teve a intenção de debruçar sobre algum jogo em termos de detalhes e história, mas de falar de como eu conheci alguns dos meus títulos favoritos, tanto que deixei de lado jogos como Shenmue, que conheci via revista Gamers, ou Halo, que conheci por meio da Internet.
E vocês? Como conheceram aqueles seus jogos favoritos? Juntem-se a nós e contem como foi. Depois disso, voltem, peguem seus controles e Vão Jogar!
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