Enquanto Street Fighter II trazia lutadores cartunescos, Mortal Kombat apresentava personagens digitalizados que, à época, assemelhavam-se e muito com pessoas reais, embora eu o achasse muito parecido com Pit Fighter, jogo que um garoto da rua tinha.
Certo dia, um colega da minha classe chegou falando "Cara! Joguei um jogo que dá pra arrancar o coração das pessoas! E tem sangue pra caramba!". Fiquei imaginando como seria e, após a aula, fui à casa dele, onde jogamos o primeiro Mortal Kombat. Achei interessante, mas ainda preferia os Lutadores de rua. Isso já era metade da década e eu vibrava assistindo Street Fighter II, anime que passava aos sábados no SBT e que fazia muito sucesso.
Vários títulos surgiam, alguns ótimos, outros muito ruins, mas chegou o dia em que dei uma chance à serie Mortal. Eu passava em frente à uma loja e vi uma TV (que na época parecia) enorme e um Super Nintendo estava ligado com o jogo Ultimate Mortal Kombat 3. Aquilo parecia muito real. Eu já tinha jogado o terceiro jogo da série, mas apenas o multiplayer. Meus pais costumavam sair todos os domingos e, como eu não tinha um console na época, um amigo levava seu Mega Drive e com ele 5 ou 10 pessoas. Minha mãe odiava que eu ligasse qualquer videogame na TV da sala e ela nunca permitiria aquilo, mas como não tínhamos um carro naquela época, era fácil calcular quanto tempo meus pais permaneceriam fora de casa e poderíamos jogar tranquilos. Mas eu não contava que eles retornariam mais cedo uma vez. Nós, uns 8 ou 10 meninos espalhados na sala, jogando Mortal Kombat 3 e bebendo Cherry Coke (alguém lembra desse refrigerante?) fomos surpreendidos pelos meus pais que expulsaram todos aos gritos e eu fiquei de castigo. Hoje lembro e dou muitas risadas...
Mas eis que eu já tinha um Super Nintendo e o jogo Ultimate Mortal Kombat 3. Eu queria mesmo um Super Street Fighter II, jogo que disputa minha preferência com Street Fighter Zero 2, mas me confortei com UMK3. Eu quase não o jogava, mas um dia um amigo veio em casa e começou a fazer os Brutalities. Isso mudou minha ideia sobre o jogo. Comecei a jogar apenas para fazer os Brutalities, que era uma maneira muito mais eficaz e legal de humilhar o adversário. Passei, então, a descobrir as sequências de cada lutador. Eu não usava revista, jogava sozinho com dois controles e, quando a tela anunciava Finish Him, começava a apertar os botões. Y, X, A... até descobrir a sequência completa. Se me lembro bem, cada lutador tinha uma sequência de 11 botões, fora 2, que não lembro quais, cuja sequência era de 13 botões. Levando em consideração o enorme número de lutadores e as tentativas frustradas, dá pra imaginar quanto tempo levei até descobrir (e decorar) os Brutalities de todos os Kombatentes.
Foi então que comecei a treinar com Smoke, meu lutador preferido à época, e gravava meus gameplays em um videocassete para mostrar aos meus colegas. Nunca fui bom com os outros lutadores, mas sempre mandei bem com o Smoke. Pena que não tenho mais essas gravações...
Mas, depois de um tempo, aquilo já não me alegrava e o jogo acabou por mostrar toda sua superficialidade e o abandonei.
E assim veio Mortal Kombat 9...
Quando Mortal Kombat 9 foi lançado, achei interessante a premissa, trazer de volta os lutadores conhecidos com novos gráficos e uma reimaginação da história original. Embora nunca tenha gostado de verdade da série, e aqui posso elencar os motivos, mas o principal é aquele maldito controle, lutadores travados e combos ridículos. E sim, comparo com os combos de The King of Fighters ou Killer Instinct. Se são combos, tenho que compará-los... Mas eu gostava da história, cheia de mundos externos e lutas entre deuses. Mal comparando, uma luta entre Deus e o diabo, com os humanos se arrebentando no meio da rua. O velho "bem contra o mal"...
Então, bem depois do lançamento, comprei MK9. De fato, o jogo ficou bacana, com bons gráficos e as versões travestis (sem preconceito) de Sonya, Kitana e demais mulheres. Acontece que, depois de jogar bastante, percebi que o jogo continua tão ruim quanto antes e o que lhe dá destaque são os golpes "raio X", esses sim, interessantes, mas cansativos depois de um tempo.
Então...
Mortal kombat é uma série supervalorizada, com dezenas de jogos ruins, alguns piores, outros menos piores (sic), mas o fato é que faz muito sucesso e, como temos a edição X, vai durar ainda mais tempo. Mas como gosto é como rosto, e cada um tem o seu, o game agrada muitos jogadores. Pena que não a mim.
Mas não importa quais sejam seus jogos favoritos, apenas escolham um, peguem seus controles e Vão Jogar!
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