Antes de qualquer coisa, quero aqui afirmar que considero, sim, o PS2 um grande console, capaz de coisas que nos deixaram boquiabertos durante anos a fio, e que em sua gameteca existem vários jogos incríveis, divertidos ao extremo. Mas, mesmo assim, eu não gosto do PS2. Mas isso não é nada impensado, de algum fã da Nintendo revoltado. A história vai um pouco além disso...
E tudo começou com o Super Nintendo...
Certo dia, depois de conseguir meu primeiro emprego de verdade, eu decidi comprar um videogame. Eu queria um PS1, mas na época (1997) ainda era muito caro. A opção, então, foi comprar um Super Nintendo, bem mais em conta. Com ele joguei vários games memoráveis, como Donkey Kong Country e Super Mario Kart. Mas a vontade de evoluir persistia, pois, antes de comprar o meu primeiro Snes, eu jogava PS1 na casa de um amigo. E o Snes ficou muito tempo comigo, até 2002 (!). Vale dizer que nessa época, apesar de ter um aparelho da Nintendo, eu era Seguista, pois tinha crescido jogando nos Mega Drives dos amigos e considerava Sonic um personagem muito melhor que o Mario. Sim, nessa época eu ainda não era nintendista, apenas tinha um Snes por não ter um Mega Drive. Dá pra imaginar qual era a minha sensação quando vi, pela primeira vez, um Dreamcast funcionando...
"Olha Lá!! O cabelo mexe!"
Em data ignorada do ano de 2002, eu finalmente conseguiria meu primeiro PS1, aparelho que aprendi a gostar, com jogos sensacionais, tanto que nem me importava com o PS2, que já andava por aqui. Até por que, o caixote (antes do Xbox, o PS2 já era uma caixa!) custava um rim, como diz o Tchulanguero.
E assim nasce um nintendista
Eu tinha um PS1 e era muito feliz. Eu não tinha essa vontade consumista que abocanha todo gamer quando lançam algum console novo. Eu só queria saber de jogar Driver, Resident Evil 2, Medal of Honor, Gran Turismo e, principalmente, Winning Eleven. Eu não precisava de outro aparelho, até olhava com admiração quem tinha um Nintendo 64, não por ser um aparelho superior ao PS1, mas por seus jogos serem muito caros à época, e não era fácil ter tantos jogos assim. Foi, então, que o irmão da minha esposa chegou com uma proposta indecorosa...
Ele conseguiu, com um conhecido dele, uma troca para o meu PS1. Eu não queria trocá-lo. Ainda tinha muito a jogar, mas ele disse qual seria a troca: "Um Nintendo 64 + um Snes". Eu queria preservar o meu aparelho, mas a vontade de ter mais de um console falou mais alto (nasceria ali o colecionador). Aceitei a troca e, quando abri a caixa dos jogos - que era o que interessava - vi 2 jogos para N64 e 8 para Snes. Para o 64 bits vieram Fifa 64 e Super Mario 64.
Desnecessário dizer como Fifa 64 é ruim. Os controles não respondem, as faltas são cometidas sem que botões sejam apertados, fora que, de vez em quando, você chuta a bola para tirá-la da sua defesa e ela voa como um caça em direção à baliza adversária e enche as redes! Ridículo! Como já escrevi, eu preferia Sonic a Mario, mas como não tinha outro jogo, decidi dar uma chance ao Super Mario 64...
Eu fiquei maravilhado com o jogo do bigodudo. Tudo era incrível, a jogabilidade, as cores, as músicas, o mundo aberto. Pra mim aquilo era "alta-definição", de tão bonito que era. Eu achava incrível até mesmo os passos curtos quando movia devagar o stick analógico. Depois de terminar o jogo, eu queria mais do universo Super Mario. Fui atrás dos outros jogos. Mario Kart 64 tratou de cravar a Nintendo no meu coração, há muito, órfão da Sega. Joguei outros jogos, como Goldeneye 007, Banjo-Kazooie, F-1 World Grand Prix, Mario Party, e quando vi Resident Evil 2 em cartucho vibrei, afinal, todos diziam que seria impossível aquele jogo sair para o N64. Eu virei fã da Nintendo, e a expansão consumista havia me tomado.
Dreamcast, PS2 e Gamecube...
Depois de um tempo, eu já tinha conseguido outro PS1, na verdade o PSOne, modelo diminuto do aparelho da Sony. Junto dele eu já tinha um Sega Saturn, um Master System, Gameboy Color, Atari 2600 e outro Snes, somando 2, sendo que um deles dei para minha esposa, na época, ainda namorada. E eu quis um Dreamcast. Era o ano de 2005.
Eu passeava com minha esposa no centro e, ao entrar em uma loja do Magazine Luizão, vi um Dreamcast à venda. Eu quis comprá-lo, mas a falta de jogos acompanhando me desanimou. Fomos até uma loja que vendia itens do Paraguai para saber se lá tinha algum jogo de Dreamcast. O dono da loja disse que não trabalhava mais com o aparelho e me ofereceu um Playstation 2. Eu até me interessei, mas aí vi um aparelho esquisito ao lado. O que era aquilo?
Aquela foi a primeira vez que vi um Gamecube. Eu nem quis mais ver o PS2. Eu queria um Gamecube! Na loja havia 2 jogos: Super Mario Sunshine e Need for Speed Underground. Eu poderia comprar o aparelho, mas por considerar muito caro o combo Gamecube + 2 jogos, deixei passar, mesmo com minha esposa dizendo que poderia comprar. E ela insistiu.
Depois disso, eu não queria mais saber de outro aparelho. Nessa época o PS2 se tornara uma praga, disputando espaço na casa dos gamers com a água e energia elétrica e todos me diziam para comprar um PS2, pois com ele poderia jogar dezenas de jogos, todos piratas, claro. Aos poucos foi crescendo um ódio dentro de mim em relação ao PS2. "Pra quê você quer outro videogame? O PS2 é melhor!". E assim me tornei um anti-PS2, pois, se não podia ter um Gamecube, um PS2 também não queria.
Nintendo Wii e o PS2
No ano de 2010, minha esposa e eu fomos ao Paraguai. Lá, eu iria comprar um Nintendo Wii, buscando o aparelho que tanto queria e, de maneira indireta, tentar sanar minha falha por nunca ter comprado um Gamecube, já que o Wii roda os jogos do Cubo. Lá no país vizinho, eu fiz o orçamento de um Wii, com jogos, controles extras e tudo o mais, mas surgiu um problema... Minha esposa começou a comprar tudo o que via pela frente, de panela elétrica a qualquer outra coisa que fosse ligada na tomada. Quando vi, não tinha mais o dinheiro para comprar o Nintendo Wii. Mas eu não poderia sair de lá de mãos abanando. Ao passar por uma loja vi uma pilha (literalmente) de PS2 Slim, por um preço muito baixo. Admito que meu coração doeu quando tirei o dinheiro da carteira para pagar o PS2 que havia escolhido, mas eu tinha que trazer algum console para casa.
Eu abri a caixa do PS2, tirei os controles. Dentro dela, como é de se esperar de um aparelho oriundo do Paraguai, vieram alguns jogos piratas acompanhando. Alguns não, vieram 30 jogos, todos horríveis, por sinal. Pouco a pouco comprei ou baixei os jogos que tanto ouvia falar, como God of War ou Devil May Cry, contudo, eu já tinha jogado os melhores jogos no PC, como Resident Evil 4, a série Need for Speed e Prince of Persia. Resultado? Guardei o aparelho na caixa, de onde não tirei por um bom tempo. Em 2011 eu finalmente comprei o meu Nintendo Wii. Foi o fim para o PS2...
Mas o que aconteceu com o PS2?
Pois bem, eu tinha o Wii e outros aparelhos. Eu jogava todos, até o Dynavision, menos o PS2. Foi então que um amigo pediu o PS2 emprestado. Emprestei sem pensar. E aconteceu que, neste tempo, outro amigo me deu um PS2 Fat de presente. Sim, um PS2!! E bloqueado. E, por incrível que pareça, eu passei a gostar dele. Mesmo sendo bloqueado, aprendi a rodar jogos Jack Sparrow através de um pendrive. Aqui cabe um adendo: Meu PS2 é bloqueado e JAPONÊS. É fácil encontrar jogos americanos por ótimos preços, mas japoneses, não. E o outro aparelho ainda está emprestado.
Todos que têm um PS2 sabem que existe a possibilidade de rodar vários emuladores nele, e o mais legal que eu achei foi o de Neo Geo CD, que é muito bom. O de Snes é muito ruim, igual ao de Mega Drive. Eu sei que dá para fazer as mesmas coisas no modelo Slim, mas no modelo Fat é possível conectar um HD, algo que também tenho, em conjunto a um Network Adaptor, o famoso modem do PS2.
Eu ainda não considero o Playstation 2 um aparelho tão incrível assim, embora tenha ótimos jogos. Ainda prefiro outros aparelhos a ele, mas agora consigo olha-lo sem o desprezo de antes. E consigo me divertir...
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