Ou ainda: "Como fazer um adulto sentir-se uma criança novamente".
Caro leitor, companheiro destas mal traçadas semanais. Talvez você não saiba, mas nós aqui do Vão Jogar! temos um cronograma mensal preestabelecido com datas para que cada um possa se organizar da melhor maneira possível e nosso editor-chefe Rafael "Tchulanguero" Paes sempre cobra que cumpramos nossos trabalhos enviando os textos nas datas combinadas. Admito que eu fujo um pouco disso, pois sempre envio meus textos "em cima da hora" e desta vez não foi diferente. Mas foi por um bom motivo, você vai ver...
Eu não tenho necessidade de explicar isso ou aquilo e você, como bom leitor que é, quer apenas uma leitura agradável sobre o seu assunto preferido, games, que lhe traga uma boa dose de conhecimento aliada a certa nostalgia, estou certo? Mas sabe quando tudo o que você programa não corre como deveria por algum imprevisto? Pois é, imprevistos acontecem e, segundo minha esposa, eu sou "o rei do imprevisto".
Como estou de férias escolares, pensei em sair com ela e minha filha, um programa família mesmo, mas como moro em uma cidade pequena e, como todos sabem, cidade pequena não tem quase nada pra se fazer, fomos ao único lugar onde há alguma coisa: O Shopping Center. Uma vez lá, procurei algum bom livro para comprar, um DVD ou CD, mas não havia nada de bom. Quando vi, minha filha saiu correndo da loja em direção ao outro lado do andar e parou em frente a um lugar especial, gritando "Papai, papai! Abriu!" Explico.
Como em qualquer Shopping que se preze, lá tem uma casa de fliperama, mas eu quase nunca piso lá, muito por conta dos jogos que tenho em casa, fora que sempre achei um absurdo pagar R$ 3,00 em um único crédito. Mas como minha esposa sabe que a última palavra é a minha, ela entendeu quem manda quando eu disse "Tudo bem, se você quer vamos entrar!". Sabe quando você olha desanimado para alguma coisa? Eu estava assim. O motivo de a minha filha gritar "abriu!" é porque o local estava em reforma nos últimos dias, mas admito que não me empolguei. Mas como já estava lá dentro, então fui comprar créditos para minha filha poder brincar um pouco. Pedi 2 créditos e qual não foi minha surpresa quando recebi 2 fichas? Sério. Não sei em outros lugares, mas aqui já tem uns bons anos - mais de 10 - que só se usa aqueles infames cartões. Súbito, lembranças me tomaram de assalto e eu quis registrar aquele momento. Pedi mais alguns créditos para mim e decidi jogar. Mas o que jogar primeiro?
"Quem já viu uma dessas teve infância!" Pena que as máquinas disponíveis são tão poucas. Mas o básico está lá: Daytona USA, Street Fighter Zero 2, Tekken Tag Tournament e uma máquina de Pinball. Então, vamos aos jogos:
Street Fighter Zero 2
Este jogo me traz uma sensação estranha. Eu tenho ele em casa no Virtual Console, PS1 e emuladores para PC, PSP, mas sempre que vejo uma máquina dá uma baita vontade de jogar. E, além disso, minutos antes eu vi três meninos por volta dos 12 ou 13 anos jogando e xingando o game por não conseguirem ganhar. Nesta hora minha esposa estava jogando um variante de Whack-a-mole e eu comecei a jogar a máquina de Street. Na terceira luta, contra Dhalsin, os meninos pararam atrás de mim para me ver jogar e aquilo me fez lembrar dos tempos em que as casas de fliperama estavam em alta e tínhamos diversas máquinas para jogar. Para a sensação ser completa só faltou o lugar ser escuro, úmido e fedendo a cigarro e cerveja, do jeitinho que era antigamente. Eu zerei sem perder nenhum round, com um sorriso nos lábios, verdadeiramente "me achando", quando os meninos saíram de perto e eu pude ouvir um deles dizer "Também, ele é velho, parece meu pai".
Fiquei com tanta raiva que perdi o crédito seguinte. Perdi os 2 rounds direto...
Ranger Mission
Nunca ouvi falar... mas é legal. Jogo de tiro. Clássico. Ok, nem tanto, mas como não jogar? Este jogo é muito bom e, felizmente, não tem aquele esquema dos pedais para levantar e abaixar que sempre me deram trabalho. O detalhe é que eu demorei para pegar o esquema da mira, que está deslocada cerca de 4 centímetros para baixo, então, para acertar os personagens eu tinha que mirar para baixo para acertar o tiro. Parecia coisa de parque de diversões, mas não valia nenhum prêmio...
Dead Heat
Jogo da Namco de 2010. Na apresentação o grande chamariz é a possibilidade de colocar o próprio rosto no game com o uso de uma câmera frontal. Será uma ideia retirada de Mario Kart Arcade GP também produzindo pela Namco? Não sei dizer...
O jogo é bonito e com direito a botão "NOS". Sabe aquele game que dá vontade de ter em casa? É bem por ai...
Tekken Tag Tournament
Eu gostava de Tekken até conhecer Virtua Fighter e até hoje jogo só por jogar...
Daytona USA
Sabe a sensação de desperdício? É isso que eu sinto toda vez que jogo Daytona USA sozinho. A graça é linkar as máquinas e disputar com os amigos, mas ainda assim Daytona tem seu valor...
O que mais?
Lá tinha mais algumas coisas, como aquelas infames máquinas de dança que eu nunca mais vi ninguém jogar e as variantes de caça-níqueis em que a pessoa tenta "pescar" bichos de pelúcia e até uma miniatura de um Camaro Amarelo(!). Tinha também outras máquinas, mas a hora passando e a fome batendo, era hora de ir.
Minha esposa e filha jogando juntas... O mais legal de tudo é lembrar de outros tempos, pois hoje em dia todos têm seu console em casa e quase nunca querem jogar as máquinas enormes de antes, mas posso garantir que a diversão é garantida. Claro que pagar R$ 2,50 e receber 2 créditos ajuda. E aqui vai uma dica: Se você puder jogue alguma máquina hoje ainda. Vale a pena...
Como escrevi no início, eu tive uma mudança de planos, o que fez com que o que havia planejado não saísse, mas, apesar de cada ficha valer R$ 2,50, jogar com a família relembrando tempos dourados não tem preço. Ih, acho que já ouvi isso antes...
João roberto, parece que valeu a pena ir visitar o shopping afinal de contas. e concordo, jogar máquinas num lugar limpo e arrumado não tem a mesma graça. e aí é 2,50 a 3,00 Reais? aqui está por 1,00 Real. mas ainda sim caro
É, valeu, sim. O lugar limpo é bom por causa da família, mas as lembranças vão longe. Aqui tinha um senhor que eu nem sei se ele andava, pois em 4 ou 5 anos eu nunca o vi levantar do banquinho de madeira que ele usava (o que explica o chão sujo e tal, rsrs). E por se tratar de um ambiente mais família também não tem aqueles malas que vinham tentar tirar a gente da máquina. Acredite ou não, também sinto falta disso.
R$1,00? Se aqui cobrasse isso eu iria todo fim de semana!
jogava muito fliperama em shoppings,,,,geralmente era sozinho e com poucos amigos,,,,conheci muitas pessos em fliperamas,,,,bons tempos,,,,ir com a família em shopping dificilmente todos querem jogar,,,preferem ir ao cinema e comer batatinhas fritas das empresas de fast food,,,,fazer o que né???!!!! então tive uma fase boa na minha vida,,,foi ruin e ao mesmo tempo boa,,,porque já matei muita aula para jogar fliperama em shoppings,,,bons tempos de jogos da sega, namco e snk,,,máquinas que ainda vejo nos fliperamas atuais,,,geralmente simuladores, jogos de luta e brinquedos para as crianças e famílias.....gostava mesmo era da época de outro de street fighter II e samurai shodown II,,,bons tempos,,,e perto de casa geralmente era no buteco do seu zé onde jogava fliperama... máquinas de jogos: cadillac dinossauros,final fight, street fighter II champion edition, mk e até mesmo o clássico enduro com voltante lá tinha,,,,enduro ainda faz sucesso no buteco do seu zé...a verdade é que fiz muitos amigos nos fliperamas,,,os amigos que hoje tenho era todos fominhas da geração gamer mesmo,,,,portanto,,,,fliperama é onde podemos levar a família, fazer amizades e jogar com tdos....e assim fliperama pode ser considerado um bom ambiente familiar e de familia....alegria, descontração e trocar idéias é o que predomina...valeu
Ah Sr. João Roberto, atrasando escrito pra jogar fliperama... que bonito, hein?! Hwa hwa hwa.
Cara, eu sou suspeito para falar dessas máquinas jurássicas, porque eu sou cria dos fliperamas, que durante a minha infância e adolescências foram os meus únicos vídeogames. Aliás, passei pelas fases de fichas e créditos tanto nos fliperamas, quanto nos telefones públicos, he he he.
Eram ambientes nada adeqüados para uma criança ou adolescente, lotado de marginais, fumantes e em alguns casos cheiradores de cola, mas que eram regidos por algumas regras invisíveis que faziam com que se você andasse na linha, a diversão era garantida... outros tempos.
Infelizmente hoje fica quase impossível jogar por conta dos preços absurdos, apesar da "melhora" de ambiente, mas sempre que vou em algum shopping que tenha Killer Instinct eu não resisto e jogo alguns créditos.
Caraca, que post nostálgico... foi praticamente o passado agora!
Que legal saber que em algum lugar do mundo ainda existem fliperamas de verdade, ou seja, com fichas e jogos decentes. E não aquele monte de máquina genérica.
"Também, ele é velho, parece meu pai" kkkkkkkkkkkkkkkkkk É, meu caro, a idade chega. Mas a habilidade se mantém! Deixou a molecada com inveja, só digo isso. Manda eles jogarem esses jogos fáceis da geração atual e pararem de resmungar... rs
Daytona USA sozinho não tem a mesma graça. Mas ainda assim é um jogão! É que o divertido mesmo é jogar com 8 máquinas linkadas, vira uma bagunça enorme. Sempre tem o do contra, que vai na contra mão capotando todo mundo. Eu já fiz isso várias vezes... kkkkkkkkkkkkkkkkkk
Ótimo post, Professor JR. Me trouxe vários momentos em mente aqui. Pena o tempo ser curto, senão escreveria tudo aqui... e nunca mais vc terminaria de ler... ahuahuahuahuahuahua
Eu cresci com o Super Nintendo e o Polystation, numa cidade realmente pequena, sem shopping, sem fliperama, sem nada! AHUEHUAHEUEAHUHEHAUAEH
Mas nas férias de verão a gente sempre viajava pro litoral, e lá havia um fliperama desses clássicos, não de shopping, mas um fliperama mesmo. Lembro que a mãe não gostava de ir lá (em férias vai sempre todo mundo junto) justamente por causa do ambiente. Eu e o pai já adorávamos! Kkkkkkk!
Inclusive, eu ia lendo o texto normalmente, mas no momento em que você falou do ambiente úmido e do cheio de cigarro, ali você acendeu minha mente. Eu não lembrava desse detalhe, mas ao entrar nesses fliperamas de shopping de hoje em dia não sinto a mesma sensação de outrora. Por isso então! A mudança de ambiente! Nunca havia me dado conta!
Nossa, lá era show. Tinha Cadillacs And Dinossaurs, Street Fighter, uns de tiro, Snow Bros, um de nave (acho que o Raiden Trad, talvez) Samurai Shodown 2 (nossa, eu conhecia o primeiro, quando vi aquilo fiquei pirado!) enfim, eram muitos games legais! Mas depois de uns anos fechou, infelizmente. Até hoje o lugar está lá, não abriram nada lá, está fechado com os portões de rolo escancarados. Ficam as lembranças.
Primeiramente, peço desculpas por ter demorado tanto pra prestigiar seu escrito, eu ando como você, cheia de imprevistos!
Olha só, quando eu comecei a ler, a última coisa que eu imaginava era ver FICHAS nesse escrito, exatamente pelo que você disse: os famigerados cartões.
Lendo teu texto, me lembrei muito de um belo dia de muitos anos atrás, quando m reuni com amigos do tempo da escola e fomos no fliperama de um shopping que existia aqui. Joguei até pebolim nesse dia, e tinha um primo bem mais velho que sempre bancava minhas diversões, huahuahua!
Tinha um jogo lá onde você colocava seu rosto, só que era de boxe. Um saco de areia suspendia e você colocava uma luva e dava uns bons socos no saco de areia. Dependendo da sua força, você podia ir parar no ranking, além de poder ver sua foto (ou de seus amigos) com a cara toda desfigurada, haha!
Putz, que foda essa sensação que você me passou. Parabéns pelo escrito, parabéns pelo lindo dia que você teve, espero que tenha muitos mais!
kkkkkk...também o cara é velho, parece pai.... Poxa quando eu era office boy era viciado em Street Alfa 2 com o Ryo...Futurama na Afonso Pena em BH era o lugar de fazer rodinha e morcegar bastante hehehe...bons e velhos tempos dos fliperamas.