Eu tenho uma teoria de que na época do Dreamcast, o povo da SEGA já estava naquele climão de vai ou racha, mais racha do que vai diga-se de passagem, que alguém lá dentro deu carta branca para que o setor criativo dos estúdios fizesse o que desse na telha. Alguém foi para casa, usou umas drogas muito fortes, e no dia seguinte chegou com uma das ideias mais geniais e bizarras do mundo dos jogos: um futuro com fortes influências dos anos 60, aonde dançar é a solução para todos os males e o herói da humanidade é um grande astro da música... alguém tipo Michael Jackson! Pois é, acreditem ou não, esse jogo existe e tem nome: Space Channel 5.
Essa curta série de dois jogos, diferente do que muitos pensam não é um jogo de dança e sim de memória e ritmo. A ideia é muito simples: os inimigos ficam lá fazendo a sua dança maluca e você repete tudo usando apenas o direcional e dois botões. Bem simples, não é? Não, não é, acreditem.
Space Channel 5
Lá pro século XXV, uma raça de alienígenas chamada Morolians sai tocando o terror com uma arma no mínimo curiosa: o disparo dela faz com que a vítima fique dançando descontroladamente sem parar. Entra em cena então a jovem e sexyUlala, repórter do Canal 5 (!) que com suas incríveis habilidades de dança, vai fundo na investigação para saber o real motivo dessa zona toda.
A jogabilidade é bem simples, tudo o que você tem que fazer é realmente repetir os movimentos adversários, que claro, vão ficando cada vez mais complexos conforme você avança no jogo... as vezes complexos até demais e extremamente apelativos. O que eu sempre achei confuso é a forma de medir a energia, que é de acordo com o número de pessoas que você salva pelas fases. Se você começar a errar muito os movimentos, o povo vai tonteando e sumindo do seu grupo, aê se ficar sem ninguém já era... ou quase, o jogo até continua, mas no final do trecho você ganha um game over na cara. No final das fases sempre terá um chefão esperando, que normalmente é alguma criatura alienígena que não faz nenhum sentido, mas dança bastante. E como inimigo pouco é bobagem, em vários momentos você terá que enfrentar outros repórteres espaciais, que também tem o seu próprio grupo dançante.
Na parte visual, o jogo utiliza uma técnica que eu particularmente não gosto muito: enquanto os personagens são modelos 3D, o cenário todo é um vídeo em CG, o que teoricamente deixa as coisas mais bonitas, mas quanto roda tudo junto fica estranho pra kct. E rezem para o seu jogo não arranhar e dar alguma engasgada no leitor na hora da jogatina, aê tudo perde a sincronia e fica impossível terminar a fase. No mais os gráficos são bem simples mesmo para o Dreamcast, mas tudo por uma boa movimentação dos personagens. Aliás, impossível não destacar Space Michael, que teve seus movimentos e voz capturados do próprio defunto, que na época ainda estava vivo, claro.
Agora, se visualmente o jogo é simples, na parte sonora ele dá um show. Além de ser totalmente dublado e com uma ótima trilha sonora, a impressão que se tem é que no final das contas você está jogando um grande musical maluco, porém divertidíssimo.
No mais, Space Channel é um jogo descompromissado e bem curto, em uma tarde da para zerar ele tranquilamente. Claro que o grande barato é terminá-lo várias vezes para habilitar o perfil de todos os personagens, fechar com 100% todas as fases e poder encarar tudo novamente em uma dificuldade mais avançada. Apesar de algumas vezes apelativo e com uma jogabilidade que poderia ser melhor, Ulala merece a sua atenção se pintar uma oportunidade. Mas felizmente a casa da mãe SEGA permitiu uma loucura, e eis que eles tiveram peito para lançar uma continuação.
Space Channel 5: Part 2
Sim, a SEGA estava indo para o brejo, o primeiro jogo não foi lá essas coisas, mas alguém bateu o carimbo e o segundo foi lançado, na época somente no Japão. É uma continuação direta, inclusive com uma história muito parecida, só que agora ao invés de aliens, quem está fazendo as pessoas dançarem feito malucas é um grupo de robôs liderados por um misterioso dançarino de capacete.
Se antes, apesar de toda a criatividade os desenvolvedores deram uma derrapada na produção, depois parece que eles deram aquela analisada e corrigiram tudo. Pra ser sincero, eu acho que na verdade chegou algum carregamento novo de droga na época, mas enfim. Os cenários trocaram aquela coisa esquisita em CG por um 3D em tempo real mesmo, mas sem grandes evoluções gráficas. As músicas também estão melhores e com mais cara de musical ainda, e algumas sequências como a de Space Michael, que marca presença mais uma vez, são memoráveis. Aliás, quem jogou o primeiro vai notar o retorno de vários outros personagens além do defunto popstar.
Agora, o que ficou "mais mió de baum" mesmo foi a jogabilidade, muito mais precisa e com movimentos mais fáceis de reconhecer como os tiros por exemplo, agora diferenciados pelo som: "chu" para atacar e "hey" para resgatar. Também não rola mais aquelas sequências cruéis do primeiro e o sistema de energia está bem mais fácil de entender. Aliás, para quem joga esta segunda parte, fica difícil voltar para a primeira, tamanha a evolução. Mas não pense que para por aê, há partes que Ulala mostrará que além de excelente dançarina, também é guitarrista, baterista e tecladista! Tudo mantendo o mesmo esquema de botões para não embananar a cabeça de ninguém, mas que dá aquela quebrada necessária para o jogo não ficar chato e repetitivo.
Pra fechar o pacotão de coisas boas, algo que já existia no primeiro, mas que ganhou uma atenção muito maior neste são as coreografias. As variações que acontecem quando você erra demais ou segue perfeito são muito bacanas e influenciam bem mais durante toda a dança, ao invés de só no final. Os chefões também voltaram com tudo, só que agora são robôs gigantes cantores dançarinos bizarros do espaço.
Part 2 continua sendo curto e divertido, mas agora além dos perfis e modo de dificuldade extra, é possível também habilitar novas roupas para Ulala e até mesmo outros personagens jogáveis, fora um modo extra de desafios dançantes a perder de vista. Se você ficou com vontade de curtir este jogo, mas não tem um Dreamcast japonês para aproveitar não se desespere: uma versão chamada "Space Channel 5 Special Edtion" foi lançada para o PlayStation 2, contendo a versão americana dos dois jogos, que diga-se de passagem é a que eu tenho. Ok, eu sei que tem gente hoje em dia que anda muito metido e diz que PS2 já é coisa do passado, mas não tem desculpa: Space Channel 5: Part 2 foi lançado também para PC (Steam), PS3 (PSN) e Xbox 360 (Live) em uma versão de alta definição, mais multiplataforma impossível. Há também um jogo da série para Game Boy Advance, mas sério, ignorem que ele existe.
Então não percam mais tempo, peguem os seus controles e curtam essa pérola exageradamente multicolorida e dançante de uma das fases mais criativas da SEGA. Up, down, left, right, chu, chu, hey e Vão Jogar!
rapaz, dei uma jogada dele nas locadoras. e o jogo é fácil? passei meia hora para passar da primeira dança. kkkkkk
mas p@#@@$!!! tem o Michael no jogo??? e nesse game, olha, pela aparencia, me lembro de um clipe que ele fez com a sua irmã, lembra? a Janet Jackson. o clipe era em preto e branco, mas não lembro o nome da musica. mas era legal.
Seria esse um primo distante do meu querido Samba de Amigo? Sério, a Sega naquela época andava bem "musical" heim kkkkk
Mas enfim, eu sempre ouvi falar com carinho desses 2 jogos por alguns de seus fãs e até mesmo nos "corredores da VJ!" pelo big boss... depois desse texto fiquei com mais vontade de jogá-lo. Procurarei a versão de PS2 e joga-lo-ei (?) kkkkk
PS: fora que chu...chu... me lembra uma cena de Rachel em Friends, mas ok, acho q num tem nada a ver com o texto e com o jogo xD
Taí um jogo que eu desconhecia. Já tinha "ouvisto" falar, mas nunca me atentei ao que realmente era: um efeito de uma noitada de LSD, XD
Essa história de dançar descontroladamente sem parar pode matar, hein? E esse nome dessa repórter? Ulala??? Bem sugestivo, haha
Pelo que entendi, são praticamente gangues dançantes, né? Essa história de grupos rivais, gente saindo do grupo... Será que daria um filme? Seria "uma boa" se MJ ainda tivesse vivo ~sqn
E essas sonoplastias... ♫ Hey Chu... Don’t make it bad ♪ Take a saaad sooooooong and make it better (Foi mal, não me segurei. Essa é mais uma da demo que tou gravando com o T-ROK)
Achei bacana a ideia do jogo, me lembrou um pouco o Bust-a-Groove esse lance de fazer combinações! Um dia tentarei joga-lo!
@T-ROK Esse teu "chu chu cha cha" me lembrou uma música da Xuxa... Eca...
@suco @tchula A ideia tá bem mais pra Parappa do que pra Bust.. eu já joguei muito os 2! O q eu quis dizer com mais dinâmico é q esse jogo q o @tchula mostra q em uma fase o jogador tem missões a cumprir através da dança, enquanto q no Parappa uma fase é uma missão. Porém a forma como os comandos são passados pro jogador e como devem ser executados são muito parecidos. O Bust mostra uma sequencia de comandos e vc deve executá-los em tempo real.
Jogos musicais são bacanas, curto muito, mas infelizmente não vejo faz tempo jogos desse naipe.
Um dos últimos que joguei foi um shooter musical chamado REZ, é excelente e fascinante o jogo, na verdade, só jogando pra saber.
Space Channel 5 é muito divertido, e Michael J. é muito massa no jogo, aliás, ele já colaborou no jogo Moonwalker, e era fã da empresa e investiu muito na empresa.
Hwa hwa hwa, é que tu não viu as últimas fases, é de dar um nó na cabeça! Mas depois que se pega o jeito fica melhor
Bom, eu não lembro porque meu conhecimento sobre Michael Jackson é mínimo, mas o @T-ROK, íntimo dos ricos e famosos, já comentou sobre.
@T-ROK
Não, Samba de Amigo tá mais para um DDR com maracas, em Space Channel o inimigo executa o movimento e só depois é que você faz a sua tentativa. Ah do PS2 eu curti bastante por conter os dois jogos, só achei estranho os vocais em inglês, estava acostumados com os japas gritando, rzs.
@Sucodelarangela
LSD deve ter sido a droga mais fraquinha que usaram no desenvolvimento, rzs.
O nome dela combina bem com a roupa, aquela micro-saia que propositalmente não esconde nada
Aliás, rolou um caso em Space Channel parecido com aquele do cara do Cypress Hill que você falou no seu último escrito, uma cantora que eu não lembro o nome processou a SEGA alegando que os desenvolvedores haviam procurado ela, mas a grana foi alta e mesmo assim eles fizeram uma cópia do seu visual. No final das contas ela perdeu o processo e ainda teve que pagar uma indenização.
Não são bem gangues, o que rola na verdade é que o pessoal que você vai salvando se junta a você durante a fase.
Hum, apesar do Bust-A-Groove também ser de dança e ritimo, a pegada dos dois é bem diferente. Aliás, também adoro Bust-A-Groove, joguei muito na época do PSX.
@rafaelalencar
Parece mesmo
Aliás, Parrapa The Rapper tá na minha lista de jogos que eu não joguei na época, mas ainda quero jogar.
@Ulisses Seventy Eight
Eu sou suspeito pra falar desse tipo de jogo, pra mim falou que tem jogabilidade baseada em ritimos musicais eu já passo a gostar da parada quase que imediatamente.
Cara, REZ é outra viagem da SEGA, aquilo ali dá dores de cabeça terríveis se jogar por muito tempo, hwa hwa hwa. Mas no caso de REZ, a música mais compõe o cenário do que interfere diretamente na jogabilidade. Ainda sou curioso com a versão para PS2 e aquele acessório vibratório de propósito duvidoso, rzs.
O vídeo é zueira, mas o acessório é de verdade, um quadrado preto que vibra no rítimo da música do jogo.
@D00d!
Se tiver curiosidade dê uma procurada no YouTube, é um treco vergonhoso.
@rafaelalencar
Você é um maldito! Foi me lembrar da existência de Parappa The Rapper, agora eu fiquei com as músicas na cabeça e fiquei com vontade de comprar todos, hwa hwa hwa.
Se tiver curiosidade dê uma procurada no YouTube, é um treco vergonhoso.
-Eu procurei até meu caro paladino dos games, mas como sempre isto são gravações via emulador fiquei pensando: será que no GBA fica menos pior? Tô pensando em passar a rom pro meu Ez-Flash, mas como tenho muitos jogos na frente vou deixar para bem mais tarde...
Maldito é o jogo @tchula!! Enquanto eu me lembrava dele aqui também fiquei com as músicas na cabeça! Isso sempre acontece quando me lembro desse jogo!! kkkkkkkk
Tu quem desenhou @suco? Ficou massa oh! Me desenha também!!
o dreamcast e seus jogos bizarros ........... serio se ele nao tivesse um leitor tao fraco e jogos dificeis de achar eu tinha um ,mais por enquanto eu to feliz como os jogos dele que sairam pro ps2 e pro gc(ta bom que nao tenho um gc mais um dia terei). e meio estranho ver que tanto o dreamcast quanto o saturn sao cheios desses jogos bizarros mais que sao muito bons . quanto ao jogo:serio robos gigantes dancarinos (lembrei daquele robo na praca do chrono trigger),nao vejo tanta bizarrice desde do undercover cops no snes no qual vc briga na rua com um professor de filosofia ,um jogador de futebol e uma ganhadora do miss universo !!!
Nao tenho um dreamcast mais vou atras da versao de ps2,undercover cops e desconhecido levei anos pra descobrir seu nome depois de nao ter mais meu snes
Nessa toada que você mencionou de "ou vai ou racha", pareceu algo bem apropriado.
Sempre tive curiosidade em jogar este título e, como tenho penado para gravar jogos do DC, nem tentei, mas agora vejo que perdi um bom jogo. Acho que (quando eu tiver algum tempo sobrando)vou jogá-lo.
Space Michael? Já gostei...
O vídeo eh muito bacana, e o estilão "anos 1960 futurista" ficou muito legal. Pode não ter nada em comum, mas me lembrou "Austin Powers", rsrs
Aaahhh, agora sim eu sei que diablos é Space Channel 5 da SEGA. Me lembrou bastante o Bust a Move que tinha no PSOne, mas com muito mais dorgas! Acho que quero jogar esse barato! Eu gosto desses jogos de memorizar, ritmo, músicas insanas e outras coisas psicodélicas ao extremo! huahuahuahuahuahua Belo post, tô tentando me atualizar aqui no VJ!, tô bem atrasado! Abraço
huahuauhauhauhahua Eu nunca fui 100% Seguista, por isso eu sou "fajuto". Não discordo do termo, de qualquer forma! huahuahuauha
Vou jogar, mas melhor que DJ Hero eu preciso ver... até pq eu gosto de "equipamentos específicos" pra jogos. Curti muito Beatmania no Arcade também, queria muito jogar isso novamente mas só vi máquina disso uma vez na vida e foi no RJ... meio longe!
O importante e zoar com a cara dos leitores, hwa hwa hwa.
Eu já detesto equipamentos específicos, por mais divertidos que sejam. Prefiro quando o povo se vira com o controle mesmo, ainda mais com o tanto de tecnologias disponíveis hoje. Mas meus parabéns, eu nem lembrava da existência de Beatmania mais, hwa hwa hwa.
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