Mas não é exatamente disso que eu quero falar. Acontece que essas coisas vendem porque as pessoas é que acabam dando importância demais para a imagem. E ae eu chego nos videogames. Quem não se lembra daquela maluquice toda em torno do lançamento do PlayStation 2? E tudo porque a Sony ficou prometendo gráficos nunca antes vistos (coisa que só foi virar realidade bem depois do lançamento dele). Lembro que na época eu ainda estudava e tinha arrumado umas Ação Games (aquela revista antiga, cheia de jabá) com várias imagens dos futuros jogos, e dava um tumulto felédaputa na sala. Com o tempo os consoles foram vindo e então aqueles gráficos embasbacantes foram se tornando normais. Finalmente era possível ver as coisas direito e os nerds ganharam mais motivos pra ficar babando.
Estava tudo perfeito até que as empresas falaram que eles queriam mais real ainda, que os gráficos da próxima geração seriam tão perfeitos quanto a própria realidade, na verdade tudo pra vender mais. E veio a Microsoft e Sony com consoles que fazem muito mais que rodar jogos, são centrais completas de mídia e entretenimento
A Nintendo disse que não, mandou os auto-entitulados hardcore gamers se ferrarem e resolveu se encher de grana vendendo gelo para esquimó. Passou a vender videogame pra quem não joga videogame, e o resultado foi o Wii e o DS, os dois consoles atuais mais vendidos. Claro, sempre vai ter um pra falar que o hardware dos dois é fraco, que PS3, PSP e X360 são muito melhores e blá, blá, blá mas me digam se eu tenho um jogo tipo esse aê em baixo, pra que mais?
Aí vão dizer que o Wii só tem um ou outro que presta. Mas então chegamos ao ponto que eu queria: não do Wii e toda a sua filosofia que eu quero falar, o que eu quero dizer é que gráficos sozinhos não fazem um bom jogo, precisa todo um conjunto. Nesse bolo todo que eu destaco uma parte do jogos que nem sempre é encarada como deveria, o som. Mas é som assim:
E não assim:
O som nos jogos é um negócio que na minha opinião não evoluiu tanto quanto os gráficos e faz uma diferença absurda nos jogos. Aliás, a imagem depende tanto do som, quanto o gosto depende do cheiro. Um exemplo prático é o sexo, que como sabemos, funciona perfeitamente no escuro.
Mas voltando ao mundo nerd dos jogos
Cara, dá pra imaginar essa cena sem as falas ou até mesmo a música de fundo? Podia ter a CG que fosse, podia ser uma holografia em tamanho natural, a essência dessa cena está no diálogo, ou seja no som. Um jogo que pra mim perdeu muito justamente por não ter falas, foi Skies Of Arcadia do Dreamcast. É um RPG bem simples em todos os aspectos, mas muito bacana e bem feito, só que o lance de ter que ficar lendo texto o tempo todo e ter como voz somente os gritos na hora das magias e alguns grunhidos, tirou boa parte do clima, acaba sendo meio frustrante em algumas horas.
Agora, há um jogo em que a coisa deve ser analisada a parte: Zelda (não, eu não vou defender). Bem, até o Majora’s Mask era aceitável o jogo não ter falas, porque isso em um cartucho é meio complicado. Se bem que esses dias eu tava dando uma conferida no Conker’s Bad Fur Day e o treco tem fala pra caramba. Mas enfim, rolou aquele bafafá todo quando saiu o Wind Waker para o Game Cube por causa dos gráficos, ae quando veio Twilight Princess... o jogo continuou na mesma, ou seja, só grunhidos. Espera um pouco, antes era falta de espaço, e agora o que é? Segundo Shigeru Myamoto é pra fazer o jogador se sentir no lugar do personagem. Eu não concordo muito com esse papo furado não, mas acredito que na cabeça dele seja isso mesmo. Ou então medo de dar voz a um personagem que por tantos anos foi quase mudo. Se bem que o Mario também era, mas hoje eu só consigo lembrar dele falando, graças ao "It’s me, Mario!" em Mario 64.
Tem os jogos também que trabalham muito bem a ausência do som e trilha sonora em certas partes, como é o caso de jogos como Resident Evil, Alone In The Dark e Silent Hill, tudo para fazer
Bom, eu acho que os gráficos já chegaram no limite do necessário e a Nintendo já mostrou que há outras coisas para evoluir nos jogos. Outro bom exemplo também é o caso do iPhone, onde o pessoal se diverte pra caramba com os jogos mais bestas do mundo pelo fato de poder interagir com a tela e com o próprio aparelho (graças ao seu acelerômetro). A Microsoft daqui a algum tempo deve lançar alguma novidade também, até o novo Windows já tem suporte a touchscreen, ae depois que todo mundo lançar algo novo a Sony deve
Mas eu ainda tenho esperança de evoluções tão grandes quanto tivemos nos gráficos para os sons, aquela coisa de você saber de onde está vindo o inimigo pelo barulho dos passos ser cada vez mais comum e precisa. E só pra fechar essa ladainha que deve ter ficado uma confusão só, vou comprovar a importância do som nos jogos com mais um vídeo:
Para os veteranos vai a pergunta: em que parte do vídeo você mais empolgou?
* Revisado em 12/08/2016 às 13:34:31
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