Não é porque eu gosto da Nintendo, que necessariamente eu quero comprar todos os seus jogos. Algumas vezes ela faz algum anúncio, eu até reconheço o valor do jogo, mas vejo que não é pra mim e deixo pra lá. A princípio foi o que eu fiz com Captain Toad: Treasure Tracker. O jogo desde sempre me pareceu muito bonito e inventivo, mas talvez até por eu não ter jogado ainda Super Mario 3D World, não era algo que havia me convencido muito. Mas quanto mais próximo do lançamento o jogo foi chegando, mais informações foram saindo, e no final das contas eu não resisti...
E poxa, que jogo bacana! Pra quem não manja muito, Captain Toad é um spin-off de Super Mario 3D World, ambos para Wii U, em que você controla o personagem que dá nome ao jogo, por mini-arenas 3D, que na verdade são grandes quebra cabeças, sempre com o objetivo de pegar a estrela da fase.
A mecânica básica é bem simples, Toad pode se movimentar livremente pelo cenário e recolher itens para jogar nos inimigos, mas não pode pular. Só esse pequeno detalhe, faz com que a jogabilidade seja bem diferente de qualquer jogo do Mario que você já tenha jogado, afinal, muitas vezes a única opção é fugir, ou buscar formas alternativas de eliminar os adversários. Por exemplo, em alguns momentos, é preciso procurar uma plataforma que esteja acima, e cair de lá na cabeça de um Shy Guy para matá-lo. E sim, as vezes isso é necessário e da um putatrampo.
E de certa forma, cumprindo um pouco a promessa da Nintendo de utilizar mais o GamePad em seus jogos, ele aqui é até que vai bem. Basicamente os recursos são os mesmos de 3D World, então acionar itens através da tela de toque ou soprando o microfone são bem comuns. Aliás, só eu fico igual uma criança retardada com essa parada de soprar o microfone? Enfim, apesar de não ter jogado o original, eu sinto que aqui por se tratar de um puzzle, essas mecânicas se encaixam melhor. Você também pode desligar ou ligar a luz do capacete, o que vai ser útil em alguns momentos do jogo, mas que poderia ter sido uma mecânica melhor explorada.
Falando de jogabilidade, talvez o recurso mais importante desse jogo seja a câmera. Ao invés de alterar a visão do personagem, como estamos acostumados normalmente, aqui você gira o cenário quase livremente, o que é essencial para que encontrar vários itens e passagens. Quantas vezes eu fiquei um tempão procurando por algo, para no final das contas a parada estar do meu lado, mas em um ângulo que eu não conseguia ver. Isso faz com que mesmo as fases que sejam pequenas, possam levar um tempinho a mais para serem concluídas.
Porém nem tudo é perfeito, e eu tenho duas reclamações sobre o sistema de câmeras do jogo. O primeiro, é com relação ao uso do acelerômetro do GamePad. Sim, como já é de costume, ao movimentar o controle, você também movimenta a câmera. Só que comparado a outros jogos que utilizam recurso parecido, eu achei a detecção de movimentos bem limitada, e rapidamente eu descartei o recurso em prol do analógico direito. Infelizmente não dá para desligar isso, então você vai ter que jogar mais quieto para não mexer a câmera sem querer. Não chega a atrapalhar de verdade, mas é um incômodo. E segundo, é que ao entrar em áreas fechadas do cenário, você vê apenas a sombra de Toad, ao invés das paredes ficarem invisíveis. Eu até entendi que isso foi uma forma deles manterem os itens escondidos mais difíceis de serem detectados, mas o problemas é que as vezes eu não sabia para onde ir e tinha que ficar andando escorando pelas paredes até descobrir que ali era o caminho. Poderiam ter encontrado uma solução melhor né?
O sistema do jogo é bem simples, além de pegar a estrela de cada fase para passar, você também tem sempre três diamantes para coletar. Não são obrigatórios de início, mas algumas vezes é exigido um determinado número de diamantes para prosseguir. Além disso, toda fase tem um desafio extra que é sempre exibido após finalizada, que varia de encontrar um determinado item ou matar todos os inimigos. Felizmente, o jogo em nenhum momento te cobra tempo, então pode enrolar o quanto quiser para passar. Há também algumas fases bônus que aparecem aleatoriamente pelo jogo e servem mais para acumular vidas.
E falando nas fases, elas são incrivelmente criativas e bonitas. Não é o tipo do jogo para você ficar horas seguidas na frente da TV, apesar de serem cenários rápidos, mas em nenhum momento eu senti que estava tudo repetido e maçante, mesmo que alguns lugares sejam parecidos visualmente. Sempre tem alguma surpresa ou mecânica nova aparecendo, e existem momentos realmente geniais. Até mesmo fases que são rail shooters rolam. As batalhas contra os chefes também são muito legais, embora sejam basicamente os mesmos em versões mais "fortes", mas com cenários mais complexos.
E se você dá muito valor a história, ainda que seja de um derivado da série Mario, Captain Toad também tem a sua de certa forma... só não espere muito... aliás, espere bem pouco. Tudo se resume a Toad indo resgatar Toadette do vilão do jogo e, pasme, vice-versa! Sim, em vários momentos você também jogará com ela, apesar de ser uma mudança meramente visual. E quando você terminar o terceiro episódio e ver o final definitivo, irá ter uma pequena surpresa.
Captain Toad é de longe um dos puzzles mais divertidos e criativos que já joguei, e uma bela surpresa para o Wii U. Ele tem lá os seus defeitos, mas nada que vá te aborrecer ao ponto de não querer jogar. A dificuldade não é enlouquecedora e o número de fases é bem grande, o que vai te fazer gastar muitas horas para finaliza-lo, principalmente se quiser pegar tudo, e depois de zerar, ainda há diversas fases bônus, que prolongam um pouco mais a jogatina. Os gráficos e músicas são reciclados de 3D World, mas isso não é ruim, afinal, além da fantástica direção de arte, é uma das melhores trilhas da série Mario que já escutei. E sim, eu prefiro o jazz de 3D World do que a orquestra de Galaxy.
Se você tem um Wii U e está na dúvida, pode pegar esse jogo sem medo, que é garantia certa de diversão. Estão esperando o que então, peguem a mochila de vocês, o capacete de explorador e Vão Jogar!
Olha só, eu tenho que admitir que esses jogos do Wii U são muito lindinhos! Olha a cara daquele chefão? Como não gostar dele?
E imagino como deve ser complicado jogar um jogo em que o protagonista não pula. Seria bem chato pra um jogo de ação ou um platformer, mas para um puzzle deve ser realmente desafiador e, o melhor, sem fugir da premissa de jogabilidade do gênero dele.
E eu acho muito bacana no Wii U essa coisa de usar o pad e essas funções a mais que ele tem. Eu nem sabia dessa onda de soprar o microfone, na boa, deve ser uma viagem. É uma pena que muitos outros jogos, que poderiam ficar bem mais fodas com esse uso do pad, não foram lançados para a plataforma...
Esses escritos estão me enchendo de vontade de comprar um WiiU rsrs Esses jogos da Nintendo tem uma magia cativante, que é difícil ver em outros títulos. Impossível não dar pontos pro level design desses jogos pra mim. É muita criatividade. Se eu comprasse um console agora, esse seria compra certa
É macumba da Nintendo. Todo mundo fala mal que ela só faz jogo do Mario, que os gráficos são atrasados, aê ela taca um dragão fofo na tela e já era, todo mundo se entrega, hwa hwa hwa.
Esse lance do microfone já tinha no DS se não me engano, eu acho um barato.
Mas o pior é quando certos jogos que foram para o Wii U não fazem nenhum uso dos recursos dele, tipo o Mass Effect 3, em que o Pad só serve de mapa e informativo, dá nem para usar de mira
@Sekto
Pois pode comprar sem medo que tem muito jogo bacana
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