ATENÇÃO: eu sei que você chegou aqui doido para ler mais uma comparação nostálgica entre dois grandes consoles da sexta geração, mas deixa eu dizer algo antes. Este é um texto que foi escrito em 2008, faça as contas de quantos anos se passaram. Pois é, naquela época eu pensava diferente e escrevia muito pior, então bobagens foram ditas, o que eu até tentei remediar um pouco na parte intitulada "Considerações Póstumas". Então fiquem a vontade para ler e comentar, mas tenham esta informação em mente. Agradecemos muito que este texto tenham lhes trazido para o nosso humilde buteco, mas nós temos muitas outras coisas a oferecer, esperamos que aproveitem.
Primeira Parte
Segunda Parte
Terceira Parte
Quarta Parte
Última Parte
Considerações Póstumas
Na nossa histórica marca de 10 textos (tá, nem é tanto assim) sem mais delongas, vamos direto ao ponto:
VMU: O VMU (Visual Unity Memory) é uma das maiores invenções dos vídeo-games e completamente esquecida atualmente. O treco é uma evolução muito grande em relação aos Memory Cards já existentes. Não, ele não tem uma memória espetacular, um tamanho ultra-reduzido, ou qualquer coisa do gênero. O diferencial dele é ter uma tela de LCD! Isso mesmo cara, você coloca a bodega no seu controle (lembram do Nintendo 64?) quem tem um buraco onde o LCD do VMU fica visível. E o mais bacana é que em muitos jogos rola uma interação entre o jogo e o que é mostrado ali na pequena tela. Em NBA 2k2 por exemplo, são mostradas estatísticas do jogo. Em Resident Evil: Code Veronica é mostrado o seu life (sim, você não precisa ficar entrando no menu). Em Skies of Arcadia um sistema parecido com a "Pedra da Agonia" de "The Legend of Zelda: Ocarina of Time" do Nintendo 64 funciona com o auxilio do aparelhinho. O que é mostrado ali varia de acordo com o jogo, mas muitos se utilizam bem dele. Mas não para por aí: com o uso de duas baterias (iguais aquelas que vira e mexe tem que se trocar no computador) você tem um mini-game (esqueci de dizer né, o VMU possui um direcional e dois botões de jogo) onde alguns jogos interagem com os jogos do Dreamcast (os jogos ocupam espaço considerável no VMU). Não parece algo bem atual? E mais: você pode conectar dois VMU diretamente (sem a necessidade de um DC) para troca de informações entre os aparelhos. Fantástico! Mas infelizmente o VMU tem dois defeitos bem incômodos: o primeiro é que as baterias não duram muito (nem chegam a durar um mês) então tem que ter muita grana pra usar ele como mini-game (felizmente isso não afeta os jogos salvos em sua memória). O segundo defeito é que apesar de você ver lá 200 blocos (que é um número bastante significativo), praticamente todos os jogos ocupam bem mais que um único bloco. Exemplos: Soul Calibur (9 blocos), Super Street Fighter II X (3 blocos), Crazy Taxi (20 blocos), Skies of Arcadia (29 blocos), Shenmue (80 blocos). Na pratica a memória dele é de apenas 128 K, por isso tão pouco espaço, o que acaba te obrigando a ter vários VMU mesmo com uma biblioteca de jogos relativamente pequena. Existem versões alternativas de 4x200 blocos.
Memory Card PS2: Como tudo no console da Sony, o Memory Card apenas evoluiu naturalmente, não tendo nenhuma inovação. Tem aparência muito semelhante ao Memory Card do PSX, porém possuí uma capacidade de 8 Mb. Como eu não tenho um PS2 não sei precisar em média quanto os jogos gastam, mas pelos relatos parece ser bem satisfatório. Existe uma versão alternativa com capacidade de 32 Mb e um expansor para o de 8 Mb, acrescentando mais 32 Mb, ficando com um total de 40 Mb!
Conclusão: Embora o MC da Sony tenha uma capacidade de armazenamento muito superior ao VMU, a inovação da Sega faz o DC ganhar neste quesito. Acho incrível que nenhuma empresa até hoje tenha aproveitado esta ideia, nem a tela LCD no controle. Ponto para o Dreamcast.
Considerações finais sobre o Dreamcast: O DC realmente foi a obra prima da Sega. É um vídeo-game pequeno, com um bonito design, entrada nativa para quatro controles (algo que deveria ser obrigatório em todos os consoles), tem possibilidade de ligar em qualquer aparelho de TV (através de RF ou A/V, ótimo pra quem tem televisões velhas), tem uma porta de conexão com acessórios de terceiros (Neo Geo Pocket por exemplo) e vem com modem embutido (exceto as versões da Tec Toy). Por ser compacto tende a travar por superaquecimento em dias mais quentes, mas de modo geral o cooler trabalha muito bem, e eu nunca ouvi falar de um processador de DC que fritou. Tem uma incrível facilidade de programação, por isso tantos homebrews, programas e sei lá mais o que são desenvolvidos caseiramente para ele. Outro pequeno defeito é o barulho excessivo do canhão de leitura, mas nada que atrapalhe. Enfim, o DC é um console sem igual, e mesmo que a Sega voltasse ao ramo de hardware, duvido que conseguisse supera-lo. Foi o produto perfeito de uma empresa imperfeita.
Considerações finais sobre o PlayStation 2: o PlayStation 2 é muito menos do que falam e mesmo assim é um puta console. Teve dois modelos, o primeiro maior e robusto, com melhor sistema de resfriamento e processador levemente inferior ao segundo (slim) quem não possui cooler e é notadamente menor. Tem entradas USB para acessórios de terceiros, funciona como um DVD player, tem um design satisfatório e é bem silencioso. Ainda não foi descontinuado e tem uma base instalada muito grande. Perfeito ou não, a Sony soube muito bem administrar o que tinha e mesmo com concorrentes mais potentes (hardware) como Game Cube e X-Box se manteve a frente.
Conclusão Final: Bom, pra quem leu todos os textos (será que essa pessoa existe?) deve ter percebido que eu não queria colocar mais fogo nas briguinhas de fanáticos e sim mostrar os prós e contras de cada console, e mostrar que não são tão distantes assim como muito se fala. Dreamcast é um console morto. Tenho um, não me arrependo, me divirto muito, mas não fico esperando nenhum "milagre da Sega" como o tão falado Dreamcast 2 (até porque se saísse a Sega ia dar um jeito de afundar ele). PlayStation 2 ainda está na ativa, tem seus defeitos mas vale muito a pena sim, tem muito jogo bom e que vale a pena se jogar.
Bom, já estou me perdendo em meio a tantos textos sobre o assunto, então vou concluir dizendo qual o meu recado com tudo isso:
Deixem de serem nerds babões, parem de defender empresas que não estão nem aí para vocês, parem de escutar os outros, comprem um console que lhes agrade, independente de geração, gráficos e etc, chamem os amigos para jogar e sejam felizes, com DC, PS2 ou outro qualquer.
PS: Tenho certeza que depois de tudo isso ainda vai ter alguém para perguntar qual é o melhor. Para esses eu digo: Atari! Só tem uma alavanca e um botão (mais simples, sem essas complicações avançadas tecnológicas), os jogos são mais fáceis de entender e o seu pai vai ficar afim de jogar com você.
* Revisado em 05/12/2016 às 19:17:36
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