Não, isto não é nenhuma crise de meia-idade, sejá lá o que for isso. Mas tem horas que eu realmente me sinto um velho. E sim, estou falando de jogos, do que mais estaria falando aqui?
Vejamos eu não sou nenhum super jogador old school, aliás só fui ter um vídeo-game meu mesmo lá pros 18 anos depois que comecei a ralar, antes disso nada de vídeo-games, seja por falta de grana dos meus velhos, seja porque eles não quiseram mesmo, o que no final das contas não fez diferença nenhuma, já que eu jogo desde muleque na casa de colegas.
1º Sinal: eu jogava vídeo-game na casa de colegas quando pequeno.
Claro, não vivia pentelhando na casa deles o tempo todo pra jogar, até porque tinhamos outras atividades (hoje pré-históricas e desconhecidas pelos infantes atuais) como jogar bolinha de gude, rodar peão, empinar pipa e jogar bola (coisa que eu nunca fui bom). Mas não era incomum acompanhar meu pai em uma ida ao bar só pra conseguir do velho umas fichas de fliperama.
2º sinal: eu jogava fliperama em bares acompanhado do meu pai.
Cara, isso era mó programão de domingo, o velho tomando as breja dele enquanto eu tava lá fervendo em clássicos como Capitão Commando, Cadillacs & Dinossauros e Street Fighter II além de algum Mortal Kombat (I & II). Claro que eu sempre apurrinhava meus pais pra comprar um vídeo-game pra mim, quando ia para alguma dessas lojas de departamentos sempre ficava babando na seção de jogos eletrônicos, até hoje me lembro de ver curioso os jogos de Virtual Boy, que só fui descobrir a bomba que é anos mais tarde.
3º sinal: eu babava em jogos nas lojas de departamento.
Quando comprei meu primeiro console, não poderia ter escolhido um melhor, Super Nintendo. Digo melhor porque na cidade onde morava (quer dizer, moro) era ele que reinava, era muito mais fácil achar um cartucho de SNES do que um de Mega. E assim joguei muitos jogos, sempre fazendo trocas ou pegando emprestado. O detalhe é que eu tinha apenas três jogos, todos originais (nenhum comprado) mas somente dois serviam para trocas, já que Super Mario World nunca valeu pra nada nesse sentido, afinal todomundotinhakelaporra!
4º sinal: eu trocava/emprestava jogos.
Mais um tempo e foi a vez de eu comprar o meu Game Boy Advance, que foi no mesmo esquema do Super Nintendo, só que com bem menos gente. Depois foi Dreamcast e agora Game Cube, mas a jogatina é sozinho, dentro de casa, você vê os jogos somente em sites especializados e não tem com quem trocar/emprestar jogos. Porra, nem sou saudosista nem nada parecido, muitos dos jogos que eu mais curto tem bem menos de dez anos, mas a grande verdade é que a indústria de jogos atuais está uma grande e fétida merda. A grande parte das produtoras só estão afim de grana, produzindo seqüências caça-níqueis a torto e a direito. Tudo bem, eu sei que as empresas precisam ganhar dinheiro, e blá, blá, blá, mas custa olhar um pouco o lado do consumidor? Consumidor alienado e tapado diga-se de passagem, é difícil saber quem é o maior culpado nessa história.
A diversão agora é medida em grana, os jogos vem incompletos e cheio de bugs, e o único jeito de ter a parada direito é pagando por alguma atualização. Não tem mais aquela coisa de fazer absurdos no jogo só pra habilitar um cara secreto, tudo que se tem que fazer agora é pagar. Ainda mantenho interesse na indústria dos jogos claro, volta e meia sempre aparece jogos fodásticos, mas tem hora que é cada coisa que dói os bago. Mas nem tudo está perdido, felizmente existem jogos muito ducaralho que não tem idade, podem passar anos e você vai achar a parada fuderosa do mesmo jeito, então estão fazendo o que, vão... ah claro, já ia me esquecendo...
5º sinal: estou aconselhando vocês a jogarem velharia!
* Revisado em 08/01/2013 às 00:14:16
Compartilhe