Apesar de toda a minha birra com o Hideo Kojima, que só perde para o George Lucas na arte de fazer dinheiro exatamente com a mesma coisa a anos, eu gosto dos jogos dele... quer dizer, eu gosto de Metal Gear. Só que a minha falta de grana para comprar os consoles da Sony sempre me atrapalhou acompanhar a série, e quando chegou no terceiro MGS não teve jeito, sem versão para PC eu fiz cara de choro e não pude jogar a saga de Big Boss. Mas como Tchulanguero tarda, mas não falha, esse ano eu finalmente comprei o meu PlayStation 2 e o primeiro jogo que corri atrás foi justamente Metal Gear Solid 3: Snake Eater!
Tá, mentira, ele foi só a primeira boa oportunidade que apareceu. Então como todo Metal Gear, tasquei o DVD no console, larguei o controle de lado e me acomodei no sofá para assistir a introdução, afinal, para jogar Metal Gear tem que estar preparado para assistir um filme! Tá lá o Snake, ou melhor dizendo, Naked Snake, em um avião fumando o seu charuto e depois caindo de para-quedas em uma floresta tropical russa (?), para resgatar um cientísta envolvido em uma treta fortíssima com o governo americano e uns terroristas locais. Sabem como é, época da Guerra Fria foi foda.
Mas algo que me chamou a atenção logo de cara, é como o PS2 sofre pra rodar esse jogo. Eu imaginei que por ser um exclusivo, o treco funcionaria tranqüilo, mas que nada. Os bons gráficos e os ambientes mais detalhados, fazem o jogo dar aquela rateada na taxa de quadros, principalmente nos filminhos... parece até jogo de Wii, rzs.
Porém tudo vira alegria quando a coisa começa de verdade. Mesmo para quem já estava acostumado com a série, tem muita coisa nova e bacana para aprender, o que deu outra vida para a parada. Como o jogo se passa na década de 60, nada de toda aquela parafernalha tecnológica que estavamos acostumados: nada de mira laser nas armas, nada de radar, nada de codec dentro da orelha, prejú total. Mas pra compensar, agora Snake é muito mais ninja na hora da porrada, graças ao CQC (close quarters combat ou combate a curta distância, não confunda com nenhum programa televisivo idiota), que é uma técnica de luta em que você fica bem próximo do inimigo, e com golpes rápidos e violentos, não dá tempo para ele conseguir usar uma arma fogo. Saca só um pouco aê:
Esse treco é tão roubado, que dá pra passar altos trechos de peito aberto... claro que não recomendo muito, afinal, ser visto em Metal Gear não costuma fazer muito bem para a saúde. E falando sobre jogabilidade, um fato curioso, é que MGS3 foi o primeiro jogo que eu vi utlizar a função analógica dos botões, é bem útil. Se você não sabe do que eu estou falando, saiba que o controle do PS2 tem um sensor de pressão nos botões, então apertar com mais força em alguns jogos funciona de verdade!
A minha versão do jogo é a Subsistence, que é a versão bombada e cheia de extras, então eu não tive problemas com a câmera, mas no original ela é fixa e o rítimo fica bem mais lento, afinal você tem que ficar em primeira pessoa o tempo todo para olhar ao redor, por isso tanta gente reclama da versão original.
Outra mudança foi na barra de energia, que agora se recupera sozinha se você ficar quieto. Mas não pense que isso deixou o jogo zuado e fácil, relaxe, existe uma segunda barra que eu chamo de "barra de fome" que funciona assim: se ela está cheia, Snake se recupera mais rápido, fica mais ágil e preciso, mas caso contrário... melhor caçar e se alimentar para encher o bucho. Vale de tudo, cobra, crocodilo, coelho, sapo, ração... só não vale gente... ou vale, eu não lembro de ter tentado. O único porém, é que se você deixar comida por muito tempo no inventário, mesmo com o vídeogame desligado, ela estraga e dá uma puta dor de barriga, e aê só tomando remédio. Sim, em MGS3 você usa um kit de primeiros socorros pra tudo, de dores de barriga até buraco de tiro, e se não cuidar das feridas, nada da barrinha de energia encher toda. Agora entenderam porque ela volta sozinha?
Mas a cereja do bolo fica por conta do sistema de camuflagem... que idéia porreta viu. Como agora o lance é não ficar na reta dos soldados inimigos, você tem várias camuflagens a disposição para se esconder nos mais variados lugares, como mato, terra e construções abandonadas. No canto da tela fica o nível de eficiência da sua camuflagem, e se você ficar agachado ou deitado e andar bem devagar, se torna praticamente invisível! O único chato é que para trocar entre elas é preciso entrar no menu, e tem uns pedaços que você precisa trocar o tempo todo, um porre.
Depois de aprender tudo isso e passar a primeira parte do jogo, acontece um monte de coisas e você fica na merda, mas como o clima entre Estados Unidos e Rússia fica (mais) tenso, lá vai você denovo botar a casa em ordem. Como sempre, rola uma mistura bacana de fatos reais com ficção, que junto com toda a ambientação deixa a situação bem crível... ou quase. Tipo, tá lá você dando um rolê e cumprindo a sua missão, passando escondido por guardas só na maciota, com aquele equipamento pré-histórico em um ambiente tenso pra kct, quando você chega em um chefão que é... um cara que comanda vespas vivas que servem de armadura e te jogam granadas! E aê toda a ambientação bacana vai pro ralo nesse instante... porraKojima, não fode! Pior que isso acontece em todos os chefões, que por sinal sempre explodem inexplicavelmente quando morrem. Pelo menos são batalhas fodas e algumas vezes épicas, como a memorável disputa contra o velho sniperThe End, que tem o poder de fazer fotossíntese... pois é.
Apesar da história simples, MGS3 possuí um roteiro muito bacana, com várias seqüências completamente cinematográficas, apesar de muitas vezes tomar o controle da nossa mão, mas não chegam a ser maçantes. Eu apenas fiquei um pouco decepcionado com a forma com que Snake perde a visão de um dos olhos, que não é ruim, mas eu esperava algo mais. Sobre aqueles diálogos intermináveis no rádio, apesar de toda vez que você chama a para-médica para salvar, ela cisma de conversar sobre filmes, não chega a ser insuportável como em MGS2, e confesso que ri bastante com o papo sobre 007...
MGS3 acaba sendo meio sem surpresas na história para quem já manja a série, por repetir exatamente a mesma estrutura de sempre: tem a vergonhosa apalpada (é isso mesmo que você pensou), mijada nas calças, você se dando mal na hora de desativar o Metal Gear, aqui chamado Shagohod, a parte da tortura, a fuga da prisão com o guarda tendo caganeira, a luta no braço contra o chefão final... mas pelo menos a batalha contra o Metal Gear é uma seqüência foda pra kct.
Por outro lado, os personagens novos são muito bacanas e diferentes. Temos a mestre de Snake, The Boss, uma mulher mais macho que muito macho, que bate em qualquer um sem nem mecher o cabelo e ainda faz cara de mal pro vilão da história que fica todo sem graça. Que dizer então da sensual Eva, que além de pilotar uma moto maneira, fica dando mole para Snake o jogo inteiro? Memorável também é o jovem Ocelot, que toma gosto por revolveres por conta de um "conselho" de Snake, e faz malabarismos malucos com eles.
A parte sonora como sempre continua muito boa, mas tirando a música de abertura, confesso que nenhuma ficou grudada na minha cabeça. Mesmo assim é sensacional saber exatamente o que está rolando só pelo som, afinal, para cada situação tem uma música diferente... eu normalmente escutava muito a que toca durante os alertas, rzs. As dublagens dispensam qualquer comentário, estão sensacionais, com David Hayter mandando muito bem no papel de Snake outra vez.
Agora, se o escrito ficou grande, o jogo nem tanto. Ele não chega a ser curto, mas eu esperava que fosse um pouco maior, apesar de felizmente não ter nenhum pedaço corrido, e no final, mesmo com os tropeços, eu terminei ele achando muito foda, principalmente por conta da jogabilidade. Para quem quiser encarar essa epopéia, tá bem fácil: além da versão original para PS2, ele foi lançado para Nintendo 3DS, PS3 e Xbox 360 em versões especiais, reclicladas, remasterizadas e com cobertura de chocolate. Então não percam tempo, coloquem o seu tapa-olho, peguem a sua Mk22 e vão jogar!
Cara, MGS3 é um dos meus MGS favoritos, exatamente por tudo que você comentou. Todas as novidades, todas as CQC’s (e que bom que eu não sou a única que acha o programa estúpido)... The Boss foi uma adição memorável à série, é uma personagem marcante e cativante, que se tornou uma das maiores referências à saga. Revolver Ocelot... ah, como eu acho foda os malabarismos dele com a arma... E pra quem acha que é impossível, saca só:
Foda, hein? Parabéns pelo escrito, The Boss, auhauhauhua E obrigada por me lembrar desse super jogo que pretendo jogar de novo quando meu PS2 estiver recuperado!
"Apesar de toda a minha birra com o Hideo Kojima, que só perde para o George Lucas na arte de fazer dinheiro exatamente com a mesma coisa a anos, eu gosto dos jogos dele... "
ah...Tchulanguero, sem ser chato, mas já sendo....e o Shigeru Miyamoto? como fica?
o Devorador de Cobras (acho mais macho assim do que comedor) é considerado por muitos o melhor MGS já feito. e por acharem o Big Boss mais super soldado que o Solid Snake. gostei do game, mas o que me deixou envergonhado é a musica tema...
Snake Eater é legal e embaraçosa ao mesmo tempo, caramba, toda vez que vejo um filme de 007, já deixo mudo nas musicas, que são a parte constrangedora, ao menos para mim. tá certo que é uma homenagem ao Sr. Bond, mas mesmo assim....
e a Eva, cara, quando bati o olho nela, fiz a mesma cara de quando vi a Ada pela primeira vez em Resident Evil 2 quando garoto, e pensei com ambas....
"Rapaz....é uma chave de cadeia essa guria meu!"
mas obvio que os caras mais velho não botaram fé em mim, olha só a Ada agora....
a Eva tenta algo com o Big Boss, mas fodão que só ele, não dá a minima. achei engraçado na primeira vez que se encontram, Big Boss estava mais interessado na pistola que ela deu a ele que nos seus magumbos. somente quando Big B percebeu que estava falando sozinho, que notou no que a moça falava. hehehehe
e achei Ocelot muito Cool aqui, bem mais que o velho amargurado nos games anteriores e no Armas dos Patriotas e a Boss....exemplo de soldado, lhe digo a você.
Esse jogo é um best seller mesmo dos bons. Meu preferido ainda é o MGS de PS1, esse é épico e o de Cube só achei um pouco mais dificil mas recomendado.
A série é umas das melhores produzidas, pena o Kojima só trabalhar com isso. Gostaria de uma versão nova do Snatcher ou Policenauts.
que venham os próximos porque nem terminei ainda o MGS 4.
Excelente texto parabéns galera e Suco muito bacana os malabares do Sr. Ocelot real ai. Se fosse comigo ja tinha voado bala a torto e a direita kkkkkkkkkkkkkkkk.
Vou jogar meu primeiro Metal Gear quando receber meu Legacy Collection (correios em greve) e então poderei chegar ao nível de comentar algo. Mas de qualquer forma parabéns pelo escrito. Veremos se o(s) jogo(s) é isso tudo mesmo!
Esses programas "populares" pra mim andam todos de mãos dadas rumo ao fundo da privada, rzs.
Ah, valeu, bem lembrado por postar esse vídeo foda!
Isso aê, dá um jeito logo nesse seu PS2
@Leandro(leon Belmont) Alves The Devil Summoner
Sério mesmo que você quer comparar o tanto de coisas que o Miyamoto ainda faz com o que o Kojima faz?
Hwa hwa hwa, cara, qual o seu problema com as músicas de 007? Sério, nunca entendi
Ow, não é bem assim, Snake dá a mínima sim... quer dizer depende de você. Ou vai dizer que você nunca puxou a visão em primeira pessoal quando tá falando com ela? Advinha aonde os olhos do camarada batem imediatamente?
Eu gosto dos dois Ocelots, acho que um dá base para o outro.
@Ulisses Seventy Eight
Também gosto muito do primeiro, mas ao contrário de você, acho o remake do GameCube bem mais fácil.
Ainda não joguei Snatcher e Policenauts, mas dizem ser muito bons mesmo. E é mais uma prova que ele tem potencial pra fazer diferente as vezes, mas não faz.
@kratosvudu
Assim, a seco e sem vaselina? Hwa hwa hwa...
Metal Gear é uma série muito "ame ou odeie" tem gente que acha o máximo e outros acham uma merda... pro bem do seu bolso, tomara que goste, rzs.
Provavelmente não irei achar o jogo uma m*rda @tchula. Já até te falei q não tenho esse tipo de "problema" com jogos. Agora gostar ou não gostar (diferente de achar uma m*rda) já é algo q só posso concluir após jogá-lo.
Eu acho q paguei um preço justo pela Legacy Collection: R$ 179,90. Afinal são 8 (OITO) jogos pelo preço de "um".
Ahhhh, eu gosto de Metal Game Gear... só que ao contrário! huahuahuahuahua Eu sempre quis fazer piadas com o nome dos personagens... tipo SOLID SNAKE... por*a, COBRA SÓLIDA? QUE CAZZO!!!!!!!! Agora Comedor de Cobras foi triste, ainda bem que eu nunca reparei nisso antes, teria rendido muitas piadas com fãs da série e eu teria feito inimizades e apanhado muito! kkkkkkkkkkkkk O Cobra Sólida se veste de terno e óculos escuros então? E fica fazendo piadas com políticos brasileiros? Ops, acabei confundindo com o tal programa, foi mal. Esse negócio da comida estragar até com videogame ligado é bom e ruim ao mesmo tempo. É bacana pela sacada, mas é um saco se vc é um velho tiozinho de mais de 30 anos de idade que não tem tempo nem pra fazer as atividades diárias, quem dirá ligar o videogame diariamente pra jogar. O que não é meu caso, todo mundo sabe que sou jovem e cheio de tempo, por isso meu blog tá sempre atualizado! OH WAIT! Entretanto, legal o esquema de recuperação de vida baseada na alimentação. Certeza que teve uma leve inspiração nos jogos clássicos, tipo os frangos de parede ou maçãs de lata de lixo que os personagens dos jogos de antigamente comiam pra recuperar vida, com a diferença que recuperava instantaneamente! hehe Os chefes são robôs movidos à gasolina, não tire a genialidade da explosão deles quando morrem! É tipo os inimigos do Jaspion! kkkkkkkkkkkkkkk E vc mencionou o que mais me irrita na série: ter que passar escondido por inimigos. Eu não tenho a menor paciência, sou o senhor encrenca e quero encarar todo mundo de frente na porrada sem dó! huahuahuahuahua... daí é um motivo pra eu não conseguir gostar tanto da série do George Lucas dos games! Não é meu tipo de jogo, definitivamente. Mas li todo texto e curti! Não "Vou Jogar!" este, confesso! huahuahua Abraço
E lá vem a saraivada de piadas do Caduco, hwa hwa hwa.
Metal Gear sempre tem altos trocadilhos, e eu quase posso afirmar que é proposital viu, não tem como.
O lance da comida estragar não chega a ser muito problemático, como o jogo se passa boa parte do tempo em floresta, caçar é bem corriqueiro. Mas eu sempre me esquecia disso e lá tava o Cobra passando mal com carne de Snake
Não havia pensado nessa referência, pode ser.
Hwa hwa hwa, essa explicação de ser uma referência aos Super Sentais eu até pensei, só isso para explicar mesmo.
Olha, eu gosto muito desse lance de passar escondido, mas confesso que se fosse na vida real eu morreria rapidinho, rzs. O CQC quebra um bom galho quando você é visto, mas tem uns pedaços que até helicóptero aparece, aê só na surdina mesmo.
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