ATENÇÃO: eu sei que você chegou aqui doido para ler mais uma comparação nostálgica entre dois grandes consoles da sexta geração, mas deixa eu dizer algo antes. Este é um texto que foi escrito em 2008, faça as contas de quantos anos se passaram. Pois é, naquela época eu pensava diferente e escrevia muito pior, então bobagens foram ditas, o que eu até tentei remediar um pouco na parte intitulada "Considerações Póstumas". Então fiquem a vontade para ler e comentar, mas tenham esta informação em mente. Agradecemos muito que este texto tenham lhes trazido para o nosso humilde buteco, mas nós temos muitas outras coisas a oferecer, esperamos que aproveitem.
Primeira Parte
Segunda Parte
Terceira Parte
Quarta Parte
Última Parte
Considerações Póstumas
Pra começo de conversa: atualmente é uma discussão inútil e sem sentido. Se ambos fossem comercializados a discussão valeria para saber qual comprar, mas hoje em dia só serve pra nego desocupado ficar arrumando briguinha em algum fórum da vida. Mas como sempre rola o lance da curiosidade vamos botar os galos no rinhadeiro.
HISTÓRIA
Sim, porque não basta falar que o Shenmue não roda no PS2 e que o Dreamcast está mais que ultrapassado, vamos cutucar bem fundo na ferida.
Dreamcast: era uma vez uma empresa chamada Sega. Um dia a Sega criou um vídoegame chamado Master System que disputava com um outro chamado Nintendo. Apesar da relativa derrota no final das contas (sim, chorem, esperneiem e de preferência morram depois, mas o "Nintendinho" é superior, mesmo que levemente ao Master System) ela cria um de seus melhores consoles: o Mega Drive, que disputou por anos pau-a-pau com o Super Nintendo. Só que o concorrente começou a levar certa vantagem no mercado. Então a Sega bolou um plano. Da mente de algum fã de Transformer surgiu o primeiro adicional do Mega, o Sega CD. O que era para erguer o console acabou se tornando um fiasco. O treco era muito ruim, não fazia um décimo do que se propunha e poucos jogos que saíram para a bagaça prestaram. Claro, errar é humano, mas persistir no erro... bem, é possível. Então lançaram outro adicional, o 32X que dava mais 16-bit ao Mega tornando-o um poderoso... monte de entulho. E nem pensem de como ficava quando juntava Mega, Sega CD e 32X, é de dar medo. É triste ver como conseguiram foder com um console tão bom quanto o Mega Drive (ou Gênesis, como queira). Nesse meio tempo a Sega criou um jogo de luta para arcade chamado Virtua Fighter, com gráficos em 3D de deixar cair o queixo: era o futuro chegando. E quando a Sega começou a planejar o seu próximo console sabe o que ela fez: jogou o futuro no lixo. Começou a desenvolver aquele que seria o melhor console 2D da época. Não acredita? Pois é, a burrice humana não tem limites, e assim começou a ser concebido o Sega Saturn. Eis que nessa época começa a surgir um novo nome no ramo do entretenimento eletrônico, a Sony com seu humilde PlayStation. Só que o bichinho conseguiu apoio de empresas importantes e seus jogos eram em sua maioria... 3D! Não restou muito para a Sega senão correr atrás do prejuízo. As pressas mudaram o rumo do console, o que resultou em um excelente vídoegame, porém de difícil programação e com uma estratégia de marketing fraca. Resultado: apesar de idolatrado pelos seguistas, o Sega Saturn em certos lugares chega a ser uma lenda. Eu mesmo até hoje só vi dois (e olha que eu não sou novo), no entanto não há o que discutir sobre a qualidade do console. Então todo mundo enriquecia, a Sega empobrecia e começava a entrar no limbo. Desacreditada e descreditada, na beira do buraco, pronta para cair ela resolve dar a sua última cartada. E diga-se de passagem, a melhor cartada da Sega: o Dreamcast. Sendo desenvolvido nos EUA e no Japão simultaneamente (embora no final das contas, somente o projeto nipônico é que foi utilizado) e com o apoio de empresas como Yamaha (que foi quem desenvolveu o formato GD) e Microsoft (FNORD) o console tinha um duro desafio pela frente: ganhar mercado suficiente para conseguir combater aquele que era o console mais esperado de todos os tempos: PlayStation 2 (eu lembro dessa época, era um porre, nego só sabia falar de PS2, pior que agora com o PS3). E para isso a Sega jogou alto, muito alto: um vídoegame de fácil programação, inovador (internet em um vídoegame, naquela época?), investiu em títulos próprios e inovadores de peso (Jet Set Radio, Shenmue, Space Channel, etc) e contou com o apoio de grandes softhouses, principalmente da Capcom (que além de ter feitos excelente conversões nos presenteou com pérolas como Power Stone). Finalmente, depois de tanta mancada os caras fizeram um vídoegame ducaralho. Mas nem tudo é um mar de rosas para a Sega, porque existia uma pedra no sapato de nome...
PlayStation 2: Lembra que a Sega tinha uma concorrente? Pois é, a também nipônica Nintendo um dia também teve a brilhante ideia de inventar um adicional para o seu então principal console, Super Nintendo. Só que ela quis fazer mais bonito e se juntou com uma empresa que apesar de não manjar nada de vídoegame conhecia muito de entretenimento em geral: a Sony. Começa então o projeto do PlayStation (não sei se era esse o nome do projeto) que encaixaria naquela famosa saída (ou entrada, sei lá) EXT do Snes. Tudo ia bem até que as duas parceiras tem uns desentendimentos e o projeto vai pras cucuias, quer dizer vai pras mãos da Sony, que resolve levar a coisa adiante, e assim é concebido o PlayStation. Um console tecnicamente fraco, cheio de falhas graves (falta de memória a principal delas) mas que pela falta de opção (a Sega apanhando com o seu Sega Saturn e a Nintendo tentando ganhar da pirataria e tentando enfiar cubos em buracos redondos com os seus cartuchos), ganhou apoio importante de grandes empresas (principalmente Capcom e Square). E assim o pequeno caminhou e cresceu: um vídoegame fraco (não dá pra engolir Street Fighter Vs. X-Man sem poder trocar de personagens durante as lutas) mas que teve seu potencial aproveitado ao máximo (vide jogos como os das séries Final Fantasy, Resident Evil, etc. Espremeram o bicho até não cair mais nenhuma gota). Era isso que a Sony queria, ganhar espaço neste mercado até então restrito. Até que anunciam o sucessor, o PlayStation 2, aquele que traria a inovação no ramo, com gráficos arrasadores (já perceberam que a Sony só investe nisso?) e jogos nunca antes vistos. O "auê" foi tanto, que tava todo mundo ignorando o novíssimo Dreamcast só para esperar o novo console da criadora dos walkmans. Conforme os vídeos iam saindo a euforia ia aumentando, só se falava naquilo até que finalmente a bomba é detonada. O PlayStation 2 é exatamente aquilo que seu sucessor foi, só que quantitativamente maior, e SÓ!
Conclusão Parcial: O Dreamcast não vendeu o que esperava vender e um de seus maiores trunfos, a internet, demorou pacas pra funcionar de verdade. O PlayStation 2 chegou com o peso de seu antecessor aliado a uma estratégia de marketing fodida, tomando conta de uma boa parte do mercado (a maior, diga-se de passagem). Com isso a Sega foi se arrastando como pode, até mesmo jogos endeusados como Shenmue mais esvaziaram do que encheram os bolsos da empresa. No fim ela acabou desistindo da jogada, se transformando em uma softhouse bem mais ou menos. Mas desta vez a culpa não foi da Sega e sim do povo que só queria saber do PlayStation 2 (só faltava dar o rabo). Avaliando esse quesito "histórico" o PS2 leva a melhor, pois é fruto de um produto em ascensão enquanto o DC apesar de excelente, veio de mancada atrás de mancada de sua criadora.
Daqui uns dias começarei a falar sobre os números dos dois consoles. Será que o PS2 é realmente tão superior assim tecnicamente? Até lá.
* Revisado em 05/12/2016 às 18:45:45
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