Calma galera, eu sei que vocês estão achando que isto aqui virou um festival de relembrar coisas antigas e mostrar consoles novos, mas hoje a parada tem mais a ver com o Vão Jogar!, mesmo. Como alguns de vocês sabem eu finalmente comprei um Nintendo Wii para mim no começo do ano com a ajuda da esposa. Aliás, se ela não tivesse me botado pilha e eu não tivesse comprado no dia que comprei, eu teria me fodido, porque no dia seguinte o treco subiu cem conto, então mais uma vez: obrigado linda.
Mas diferente das minhas últimas aquisições, o Wii é um console novo e, apesar de já estar no fim da carreia ainda é o principal console da Nintendo e concorrente direto dos gêmeos HD. Então ao invés de destrinchar ele literalmente como eu fiz com Saturn, Nintendo 64 e Mega Drive, vou contar para vocês como funciona esse videogame que mudou o mercado, se realmente ele é bom ou ruim e toda essa coisa que eles chamam de review, que nada mais é do que um termo enlatado que usam para parecer chique.
O Console
O Wii que eu comprei é um modelo preto, que já vem com o jogo Mario Kart Wii e o Wii Whell, um suporte em forma de volante para o controle, mas esse jogo fica para um outro escrito. O último console de mesa que eu comprei novo e tive o prazer de abrir a caixa foi o Super Nintendo, e nele só vinha o console, um controle, um cartucho, cabo RF e a fonte de energia. No caso do Wii minha sala virou uma zona com o tanto de plástico que eu ia tirando, afinal a caixa vem com o console, um Wii Remote Plus, um Nunchuk, fonte de energia, cabo AV, barra sensora, base para colocar ele em pé, além do jogo que eu já falei. E além da quantidade de coisas, de cara o que mais me impressionou foi o tamanho do bicho: é muito pequeno, praticamente o suficiente para caber um DVD lá dentro, ótimo para quem tem espaços reduzidos como eu. O lance de poder usar ele em pé ou deitado facilita bastante também, no meu caso acabou ficando em pé mesmo. O material é muito brilhante, diferente do fosco que é o GameCube, que é mais bonito mas tem um defeito horrível que são as manchas de dedo que ficam grudadas nele.
O leitor é naquele estilo "som de carro" em que não há uma bandeja para colocar a mídia, apenas uma entrada que puxa o DVD assim que você começa colocar ele. Apesar de eu não ser muito fã deste tipo de entrada, já que se der alguma zica e a mídia ficar presa lá dentro dá uma trabalheira danada para tirar, o negócio funciona muito bem, tanto para os jogos do Wii quanto para os do GameCube. Só para título de curiosidade, o Wii não usa realmente DVD como mídia e sim uma proprietária semelhante, igual foi feito no GameCube.
Mas tudo isto é besteira ficar falando, afinal o grande diferencial do console está no seu controle, o Wii Remote, também conhecido como Wiimote. Através de um monte de apetrechos tecnológicos como infravermelho, acelerômetros e giroscópios, ele capta os seus movimentos com o auxílio da barra sensora e os reproduz na tela, toda aquela coisa que vocês já estão carecas de saber como é. Uma das principais funções dele é a de ponteiro, que simula perfeitamente um mouse em menus, e é impressionante o nível de precisão. O bicho funciona a base de duas pilhas AA que apesar de equiparem algo que utiliza comunicação bluetooth tem uma duração excelente. O bacana também é que o nível das pilhas pode ser consultado facilmente através do menu de controles, que pode ser acionado a qualquer momento durante os jogos. Um acessório que é praticamente obrigatório é o Nunchuk, aquele controle menor com um analógico em cima, que apesar de ser bem mais simples, este controle secundário também tem um sensor de movimento e é essencial para a maioria dos jogos. O único inconveniente é o seu fio curto... aliás, porra Nintendo, tu me faz um controle sem fio e um acessório com fio? Senti falta também de alguma forma de gatilho analógico assim como no GameCube.
Porém se tem uma mancada que a Nintendo deu com o Wiimote foi o Motion Plus. Não me entendam errado, o Motion Plus funciona muito bem e em Skyward Sword, por exemplo, é difícil imaginar o jogo funcionando sem a precisão que o recurso acrescenta, mas não ter isto como padrão desde o lançamento foi osso. O pior de tudo é que o acessório/atualização não emplacou muito e a lista de jogos que realmente o utilizam ele é muito pequena, o que praticamente não justifica a sua compra. Tenho certeza que existem vários jogos que se viraram bem sem ele, mas é fato que teria acrescentado muito mais a jogatina.
Menu
Para vocês pode parecer besteira, mas eu sou da época que ligar um videogame sem jogo resultava somente em uma tela preta sem nenhum som. Depois que vieram os consoles de CD/DVD ainda vieram algumas opções como player de música e gerenciamento de saves, mas nem comparação com o número de opções do Wii ou de qualquer console dessa geração. Claro que para quem está acostumado com configurações de um computador como eu não tinha nada demais ali, mas era um pouco estranho configurar coisas como IP, nome da máquina e afins em um videogame.
Outra grande novidade para mim são os Channels, os programas e jogos que aparecem na tela inicial, em um esquema até parecido com os smartphones atuais, facilitando a organização. Todos os Channels podem ter sua disposição alterada, com exceção do Disc Channel, que é aonde você tem que entrar para acessar um jogo de Wii ou GameCube. O legal também é que como o meu já veio na versão mais atualizada, outra coisa estranha, mas enfim, é possível instalar Channels no cartão SD, apesar de que na hora que ele for rodar, vá copiar para a memória interna mesmo, de qualquer forma poupando assim a pequena quantidade disponível para o console, que é de míseros 512 Mb.
Os Miis, que são os avatares que você monta também possuem um canal próprio para lidar com eles, o que seria uma ótima ideia se não fosse o baixo nível de customização e o quão genérico ficou esta parte. Sério, você não vai conseguir se identificar muito com um Mii, apesar da interação deles com jogos como em Mario Kart Wii ser muito bacana.
Não sei se isso é padrão, mas o meu console já veio com alguns canais pré-instalados, a maioria deles relacionados a internet, coisa que ainda não tive como testar, pois o Wii só aceita por padrão conexões sem fio através de um roteador ou acessório proprietário, então nada de conexões ad-hoc. Mesmo ainda não tendo experimentado a tão criticada rede online da Nintendo, é notável que o lance do Friend Code é algo bem esdrúxulo mesmo, é um código para cada jogo, então se você tiver dez jogos com suporte online, terá dez "usuários" diferentes para jogar na rede. Também é possível trocar mensagens tipo e-mail entre seus amigos que também tenham um Wii, mas pelo que eu entendi somente isto.
O suporte ao cartão SD também permite que sejam salvas/carregadas fotos, vídeos e músicas em alguns formatos específicos e nada tradicionais, para serem utilizados em alguns canais, como o Photo Channel, por exemplo. Também se pode fazer backup dos saves no cartão, embora eu tenha notado que jogos que utilizam os Miis como save (Mario Kart Wii) não permitam isto. Agora alguém me explica por que diabos eu sou obrigado a apagar um save que está no cartão, para poder subir uma versão do mesmo mais atualizada, ao invés de simplesmente substituir o mais antigo? Que isso Nintendo, de onde vocês tiram estas ideias hein?
No mais o Wii lê somente jogos mesmo, então esqueça dele como uma central multimídia. Existem duas saídas do tipo USB na parte traseira, mas são mais para acessórios da própria Nintendo, embora seja possível plugar um teclado comum ali e utilizá-lo normalmente.
Som
O som do console de um modo geral é muito bom e não sei se por causa do cabo ser de melhor qualidade, mais alto que o do GameCube. Eu costumo ligar o videogame em um aparelho de som para jogar e não tenho do que reclamar neste ponto.
Gráficos
Aqui vem o ponto mais criticado do console, que é a parte gráfica. De um modo geral eu digo que o Wii realmente nada mais é que um GameCube melhorado, e não há nenhuma discrepância entre os gráficos. Inclusive em jogos como Mario Kart Wii que tem algumas pistas de Double Dash do GameCube, dá para ver que a diferença é muito pequena, quase imperceptível. Com relação a efeitos de iluminação e sombra, aí sim eu já diria que melhorou um bocado, e dá para notar que pelo menos o pessoal da Nintendo sempre abusa bastante destes efeitos em seus jogos.
Apesar de não se equiparar a um PlayStation 3 ou Xbox 360, eu acho a capacidade gráfica do Wii completamente satisfatória, até porque o GameCube já conseguia fazer jogos muito bonitos, tenho até um amigo meu que diz que Metroid Prime tem gráficos de 360. Ainda comparado ao seu antecessor, a capacidade de trabalhar com texturas também se manteve, aguentando bem mais coisas, embora eu tenha tido a impressão que ele serrilha um pouco mais. No fim ele dá conta do recado tranquilo nos jogos feitos para ele pelo menos, mas é claro que deve sofrer um bocado nos multiplataforma (não joguei nenhum ainda).
Retrocompatibilidade
A retrocompatibilidade com o GameCube e seus acessórios funciona perfeitamente, mesmo com os não oficiais. Mario Kart Wii por exemplo reconheceu de boa tanto o controle original quanto o sem fio da Pellican que eu tenho. Jogando os jogos do Cubo nele a coisa também vai tranquilamente, pena que para isto é obrigatório o controle e memory card mesmo, não dá pra jogar com o Wii Remote ou Classic Controller, o que é uma pena, mas compreensível.
A única coisa que me deixou realmente chateado foi a incapacidade de passar os saves do memroy card para o cartão de memória SD, eu tava mó felizão achando que finalmente ia conseguir fazer backup dos meus saves do Cubo e tomei um balde de água fria.
Mais consoles, mais jogos, mais escritos
Bom, com isso vocês já devem imaginar que assim como aconteceu com o Cubo, agora o Vão Jogar! vai sofrer uma invasão de jogos de Wii, mas o ritmo vai ser um pouco menor, afinal entrei na fase de só comprar original e como não sou rico o lance é ir com calma. Mas não pensem que esqueci dos consoles que ganhei no final do ano passado não, tem muita coisa para falar sobre ainda, então me dá licença que eu vou jogar!
* Revisado em 06/03/2020 às 17:30:21
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