Mas eventualmente veio o desemprego, e apesar da rotina de cuidar de uma casa tomar uma boa parte do meu tempo e energia, ficou mais fácil me afundar nos jogos novamente, ainda mais no final do ano em que o clima de "nada acontece" impera.
Relembre o que eu joguei em 2018
Apesar de ser uma lista meio curta, ainda mais considerando que eu tornei a colocar alguns jogos aqui mais por uma questão de "desfecho de história", eu não tenho o que reclamar de 2019, já que no geral eu joguei na medida da minha vontade. Este ano eu devo continuar no mesmo batido, mas espero conseguir compartilhar mais de minhas experiências com vocês aqui no site.
Então agora, fiquem com a lista do que eu joguei em 2019!
Xenoblade Chronicles (Wii)
Eu gostei muito de Xenoblade quando ele foi lançado anos atrás para o Wii, sendo um dos meus JRPGs favoritos daquela época. Depois de tanto tempo, eu achei que já era hora de revisitar Shulk e seu grupo de amigos em sua batalha contras as máquinas.
O título ainda continua sendo um jogo de boas mecânicas e cenários lindíssimos, mas depois de Xenoblade X ter melhorado tantas coisas nesse sentido, ficou um pouquinho estranho dar esse passo para trás. De qualquer forma eu peguei um "New Game+", que deu aquela adiantada no processo e pude focar mais na história, que é bem clichê, mas instigante o suficiente, apesar das inúmeras reviravoltas que deixam qualquer um perdido em diversos momentos.
Dandara (Android)
Dandara é um jogo maravilhoso, mas definitivamente não funcionou como um título de celular para mim, de modo que eu acabei o abandonando. Ainda pretendo jogá-lo no futuro, mas é provável que eu invista em uma versão para consoles.
Need for Speed: Most Wanted U (Wii U)
Presente de aniversário da minha namorada logo no começo do ano, o remake de Most Wanted sempre me despertou curiosidade. Eu sabia que o título não é muito amado pelos jogadores, mas nada do que eu via nele me parecia ruim. E com as mãos no jogo, eu pude entender o motivo.
A Criterion fez um excelente trabalho nesse jogo, que é um ótimo título de corrida, perfeito para aquelas jogadas rápidas e despretensiosas, com uma pegada totalmente arcade. Salvo a inteligência artificial bem tosca, o seu maior defeito é justamente o de carregar o nome Most Wanted, que possuía uma proposta completamente diferente.
Só acho difícil recomendá-lo hoje em dia, uma vez que existem jogos similares e mais atuais disponíveis para a maioria dos consoles.
Black Mirror: Bandersnatch (Netflix - Wii U)
Nem adianta falar, Bandersnatch é um jogo sim, tal como qualquer título da Telltale ou Quantic Dream, a despeito da plataforma. Ironicamente eu tive que jogá-lo no aplicativo da Netflix no Wii U, porque por algum motivo a minha TV não tem suporte para ele. Infelizmente apesar de uma estética e ambientação primorosas, além de um feito técnico realmente impressionante de funcionar em uma plataforma de vídeo por streaming, a história é muito ruim, mas muito ruim mesmo, com uma dramaticidade forçada e filosofia barata que tenta se passar por profunda. O pessoal que jogou comigo quis testar todas as opções e finais, mas nenhum deles é bom o suficiente para salvar o título.
Fire Emblem Heroes (Android)
Toda vez que eu instalo esse jogo em meu celular, está tudo tão diferente que é difícil de acompanhar as inúmeras novidades e eu acabo desistindo. Eu ainda acho ele um ótimo jogo de estratégia, mesmo que bem simplificado, mas se você não estiver disposto a entrar de cabeça e acompanhar as mudanças constantes, nem comece.
Downwell (Android)
Todo mundo gosta de jogo de navinha, certo? Só que e se ao invés da navinha que atira, fosse uma pessoa com botas que atiram? E se ao invés de vagar pelo espaço, você na verdade só caísse eternamente em um poço cheio de inimigos e power-ups? Bem, isso é Downwell, um excelente e charmoso shooter com uma pegada roguelike.
Embora ele peça um nível de controle um pouco acima do que um celular pode oferecer, não deixa de ser uma ótima pedida para partidas rápidas e despretensiosas. Minha única reclamação é que ele não oferece muitos desbloqueáveis além de algumas poucas variações de jogo e esquemas de cores.
Super Mario Maker (Wii U)
Não durou muito tempo, mas eu realmente me diverti por alguns dias criando novas fases em Super Mario Maker, incluindo uma cópia da que eu montei em minha geladeira com alguns ímãs do Mario. Ainda que tenha menos opções do que o segundo título lançado para o Switch, é impressionante o quanto dá para brincar com esse jogo.
Chrono Trigger (Wii - SNES)
Depois de anos criando uma certa birra por Chrono Trigger devido aos inúmeros fãs chatos do jogo, eu resolvi voltar a esse grande título que fez parte de minha juventude. Felizmente foi bom relembrar os verdadeiros motivos que fazem de Chrono Trigger um dos melhores JRPGs de todos os tempos, não por um suposto tom épico e sim pela suas mecânicas simples e clima de aventura infantojuvenil.
Leia a nossa análise de Chrono Trigger
Chrono Cross (PlayStation 1)
Depois de me empolgar tanto com Chrono Trigger, resolvi me redimir desse grande pecado gamístico que foi nunca ter jogado Chrono Cross. Após conseguir a minha cópia do jogo, eu pude entrar de cabeça nesse grande representante dos JRPGs do final dos anos 1990. Diferente de seu antecessor, Chrono Cross exige muito mais paciência para ser apreciado, em meio a tantas experimentações de uma época em que o gênero ainda estava amadurecendo. Mas apesar de tantos poréns, foi um título que eu gostei bastante e que traz alguns questionamentos existencialistas bem interessantes em meio a sua trama rebuscada.
Leia a nossa análise de Chrono Cross
Part Time UFO (Android)
Part Time UFO é um jogo excelente para celulares, que eu só não consegui dar muita atenção porque outras coisas entraram na frente. Nele você joga com um pequeno e simpático ufo que caiu na Terra e que precisa de dinheiro para voltar para casa, fazendo para isso pequenos trabalhos, que se resumem basicamente em empilhar coisas em um determinado tempo. É uma premissa bem simples, mas cada fase traz objetos variados que exigem diferentes estratégias, garantindo um bom nível de desafio e diversão, sem tomar muito o tempo do jogador.
BlipBlop (Android)
BlipBlop é um jogo sobre ficar dando toques na tela para conseguir pontos. Eventualmente você pode usar esse pontos para conseguir power-ups, que lhe dão alguns multiplicadores de pontos ou pontos automáticos de tempo em tempo. E é isso! Só isso!
Para quem está se perguntando, e eu sei que você está, por qual motivo alguém jogaria um jogo desses, eu digo que ele lida tão bem com o conceito de "cenoura na ponta da vara", que por mais ridículo que pareça, você vai se pegar rapidamente dando cliques inúteis na tela, uma ótima lição de game design.
Mas calma, tem uma explicação para a sua existência: BlipBlop é na verdade parte da campanha de anúncio do jogo Mosaic, que se passa em uma sociedade distópica em que as pessoas tem o seu tempo controlado e preenchido por grandes corporações... igual na vida real. Para quem tiver curiosidade ao menos de ver como é, o jogo pode ser baixado de graça para Android e iOS.
Rayman Legends (Wii U)
Depois de finalmente terminar Origins, eu pude embarcar de cabeça em Rayman Legends, que é um jogo de plataforma muito superior ao seu antecessor. É incrível como ele brinca com mecânicas, em especial nas fases musicais, além de oferecer uma dificuldade insana, mas nem um pouco punitiva, embalada em uma trilha sonora excelente. Sendo um jogo que inicialmente era exclusivo do Wii U, em alguns momentos ele brinca bastante com a tela de toque do GamePad, ainda que isso não acrescente muito à experiência.
Embora eu não tenha tido paciência de abrir todas as fases extras, é um título que eu recomendo fortemente para quem ainda não jogou.
Doodle Jump (Android)
Esse foi para relembrar os velhos tempos com o meu primeiro smartphone, um Nokia qualquer de tela resistiva rodando um Series 60. A ideia é você ir quicando por plataformas chegando o mais alto que puder, sem poder voltar atrás e desviando dos obstáculos. É bobinho, mas bem feito, vale a pena para matar o tempo.
Mario Kart Tour (Android)
Quando a Nintendo anunciou um Mario Kart para celulares eu fiquei cético, pensei "como é que eles vão transpor toda a jogabilidade da série para uma tela de toque?". Pois bem, apesar de algumas falhas meio irritantes, pode-se dizer que eles alcançaram o objetivo com sucesso, Mario Kart Tour é mecanicamente um bom jogo da série.
Com um esquema de temporadas quinzenais por cidades ao redor do mundo, trazendo grande parte dos itens clássicos e uma mescla de pistas exclusivas com antigas, o jogo tinha tudo para ser um excelente título, se não fosse por um detalhe: a ganância!
Com o irritante esquema de "pay to win", boa parte da mecânica do jogo foi adaptada para favorecer aqueles que resolvem gastar dinheiro de verdade para conseguir mais rapidamente melhores pilotos, karts e paragliders. Embora isso não afete as corridas em si, acaba criando uma barreira muito grande nos campeonatos.
Ele já não está mais no meu celular, mas talvez volte quando o multiplayer estiver estabelecido, embora duvide que mude muito para mim.
Saint Seiya Awakening: Knights of the Zodiac (Android)
Rápida história sobre Cavaleiros do Zodiaco em 2019: depois do desastre que foi a versão da Netflix para o anime, eu tive que fazer uma sessão de desintoxicação com The Lost Canvas, a melhor coisa já feita para a série de longe, ainda que incompleta. Aí eu já estava ali mesmo e resolvi assistir a toda a série clássica, que minha gente.. não é boa não. Muito coisa ali não faz muito sentido e as batalhas nem são tão legais assim, salvo os OVAs da Saga de Hades, que são acima da média. Enfim, como todo bom espião moderno que se preze, o meu celular logo começou a me mandar propagandas de Saint Seiya Awakening, um RPG da Tencent para celulares, onde você vai colecionando os personagens da série, ou gasta dinheiro para ter eles mais rápido.
Ainda que o sistema de batalha seja ok e o título siga a estética e história do mangá, que é ligeiramente melhor que a do anime, fazia tempos que eu não via um jogo tão cagado quanto ele. De uma interface entupida de coisas e extremamente confusa, até personagens que falam coisas completamente diferente das legendas, que eu fico na dúvida de dizer se estão localizadas para o português ou não, SSA só se sustenta para a mais doentia das nostalgias.
Super Metroid (Wii U - SNES)
Fazia tempos que eu não jogava o melhor jogo do Super Nintendo, mas em um intervalo onde eu não sabia muito o que jogar, foi ótimo revisitar esse jogo maravilhoso, que deu origem a todo um gênero. Meu único pesar com ele é o de sempre: eu não lembro mais onde estão todos os itens e nem consigo mais terminá-lo em menos de três horas.
Leia a nossa análise de Super Metroid
Metal Gear Solid 3: Subsistence (PlayStation 2)
Com todo o falatório sobre Kojima e Death Stranding, eu lembrei que fazia tempos que eu queria revisitar Metal Gear Solid 3 e calhou de ser o momento perfeito. Para o bem e para o mal, tudo o que fez a fama do produtor está ali, as cenas longas dirigidas como um filme, as bizarrices, referências, chefes com poderes sobrenaturais e intenso melodrama.
Ainda sim é um jogo muito bom, com mecânicas que funcionam bem e momentos realmente memoráveis. Existiam muitos trechos dos quais eu não me lembrava mais, o que é sempre legal para recriar parte do clima de surpresa de quando jogamos algo pela primeira vez. No final das contas só me deixou com mais vontade de um dia ainda jogar o quarto e quinto títulos da série.
Leia a nossa análise de Metal Gear Solid 3
Mass Effect 1 (PC - Steam)
Depois de anos de enrolação, eu resolvi que havia chegado a hora de jogar a trilogia original de Mass Effect inteira de uma vez por todas. Peguei o computador da minha namorada emprestado, liguei na televisão, fiz todo um rolê para conseguir fazer o jogo funcionar com o Pro Controller do Wii U e finalmente iniciei a saga de Shepard... novamente.
Eu já tinha jogado esse jogo há alguns anos, mas foi bom poder relembrar tudo o que Mass Effect tem para oferecer de melhor. Apesar dos seus vários poréns, como gráficos datados, ação tediosa, alta propensão a ataques cardíacos durante o controle do tanque Mako, história principal meio sem graça e uma fetichização feminina completamente gratuita, o universo criado para este jogo é uma das melhores coisas já feita para videogames, sendo o meu preferido da trilogia em muitos aspectos.
Leia a nossa análise da Trilogia Original de Mass Effect
Mass Effect 2 (PC - Steam)
Seguindo a saga de Raquel Shepard, minha personagem, eu finalmente pude jogar a tão aclamada continuação de Mass Effect. Apesar de ter focado mais na ação e ter matado as minhas caminhadas tão prazerosas pela Cidadela, realmente o título evoluiu em relação ao seu antecessor.
A ideia de fazer uma versão sci-fi de "Onze homens e um segredo" foi uma boa sacada para tirar o foco da trama épica de salvar a galáxia e colocar nos personagens, aqui muito melhor explorados (ou quase). Em especial as histórias desenroladas em Omega e Tuchanka figuram dentre os melhores momentos que já vivenciei em videogames, seja por uma ação de tirar o folêgo ou pela apresentação de dilemas éticos difíceis de decidir.
Infelizmente o jogo tem problemas que me tiraram um pouco da graça durante a jornada, como o texto que oscila entre o maravilhoso e o tosco com alguma regularidade, e o sistema de moralidade que volta e meia te joga na cara o fato de que as suas ações no jogo na verdade pouco importam para os desenvolvedores. Ainda sim é um título que eu gostei bastante e que se sustenta como uma boa continuação.
Ah, toda a minha equipe sobreviveu no final.
Leia a nossa análise da Trilogia Original de Mass Effect
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E assim eu termino a minha lista do que eu joguei em 2019, ao menos do que eu achei que valia a pena falar. Eu tentei me segurar para não escrever demais sobre alguns deles e deixar a leitura muito cansativa, mas é bem provável que eu retorne com análises individuais no futuro, em especial sobre a trilogia original de Mass Effect, que inclusive eu já terminei. Mas e você, o que jogou em 2019?
Espero que 2020 seja um bom ano para todos, com muitos jogos e realizações. Além disso, recomendo que bebam muita água, façam terapia
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Esta publicação faz parte do meme gamer "O que você jogou em 2019?", que foi organizado mais uma vez pelo nosso grande parceiro Marvox e irá ocorrer até o dia 31 de janeiro. Segue a lista com os demais participantes desta edição:
Arquivos do Woo - Diogo Batista
A TV Vai Estragar! - Eduardo Farnezi
Blog Desocupado - Paulo Victor
Gamer Caduco - Caduco
Jogatinas Saudáveis - Vigia
Locadora Resident Ivo - Ivo Ornelas
MarvoxBrasil - Marvox
Vão Jogar! - SucodelarAngela Caldas
Vão Jogar! - Rafael "Tchulanguero" Paes
Vão Jogar! - Hugo "Somari" Couto
Videogames com Cerveja - Felipe B. Barbosa
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